Você está na página 1de 2

Direito à convivência familiar e comunitária

A convivência familiar e comunitária é um direito fundamental de crianças e


adolescentes garantido pela Constituição Federal (artigo 227) e pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA). Em seu artigo 19, o ECA estabelece que toda
criança e adolescente tem direito a ser criado e educado por sua família e, na
falta desta, por família substituta.

O direito à convivência familiar e comunitária é tão importante quanto o direito


à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito e à liberdade. A nossa constituição diz que a
“família é a base da sociedade” (art. 226) e que compete a ela, ao Estado, à
sociedade em geral e às comunidades “assegurar à criança e ao adolescente o
exercício de seus direitos fundamentais. (art. 227).

O §8º do artigo 226 da CF também determina que o Estado deve dar assistência
aos membros da família e impedir a violência dentro dela. O artigo 229 diz que
“os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade”.

Quando a família, ao invés de proteger a criança e o adolescente, viola seus


direitos, uma das medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente
(artigo 101) para impedir a violência e a negligência contra eles é o
abrigamento em instituição. Esta decisão é aplicada pelo Conselho Tutelar por
determinação judicial e implica na suspensão temporária do poder familiar
sobre crianças e adolescentes em situação de risco e no afastamento deles de
casa.
 
De acordo com os artigos 22 e 24 do Estatuto, a medida extrema de suspensão
do poder familiar deve ser aplicada apenas nos casos em que,
injustificadamente, os pais ou responsáveis deixarem de cumprir os deveres de
sustentar e proteger seus filhos, em que as crianças e adolescentes forem
submetidos a abusos ou maus tratos ou devido ao descumprimento de
determinações judiciais.

O acolhimento institucional deve ser uma medida excepcional e provisória e o


ECA obriga que se assegure a “preservação dos vínculos familiares e a
integração em família substituta quando esgotados os recursos de manutenção
na família de origem” (artigos 92 e 100). Nesta hipótese, a lei manda que a
colocação em família substituta se dê em definitivo, por meio da adoção ou,
provisoriamente, via tutela ou guarda (artigos 28 a 52 do ECA), sempre por
decisão judicial.

Você também pode gostar