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São Paulo
2011
JULIANA DALLA COSTA
São Paulo
2011
JULIANA DALLA COSTA
COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________
Profª. Drª. Margarete Arroyo
_____________________________
Profª. Drª. Yara Caznok
AGRADECIMENTOS
conhecimento compartilhado.
I
“Deficiência é não enxergar nas pessoas as suas verdadeiras eficiências”. (anônimo)
Resumo: Esta pesquisa, que é de natureza qualitativa, tem como tema a educação
musical especial. Aqui abordo o assunto do uso da Musicografia Braille pelos
deficientes visuais por meio de procedimentos de pesquisa bibliográfica e pesquisa de
campo. Essa, compreendeu a observação participante no curso de Musicografia Braille
da Ordem dos Músicos do Brasil e entrevistas semi-estruturadas com seus alunos. O
objetivo deste trabalho foi compreender a relação entre aprendizagem musical e
Musicografia Braille. Os resultados apresentados são de que a Musicografia Braille age
como uma ferramenta de aprendizagem para os deficientes visuais no que tange à
apreensão da teoria musical básica e domínio de um tipo de notação musical que os
propiciará autonomia na aprendizagem de novos repertórios instrumentais. Verificou-se
também que é muito importante que se seja alfabetizado em Braille para aprender a
Musicografia Braille, caso contrário essa aprendizagem será muito difícil.
III
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 Preconceitos com o deficiente visual e a prática musical......................................3
1.2 Graus de deficiência visual e o uso Braille............................................................4
1.3 História e especificidades da Musicografia Braille...............................................4
1.4 Autonomia e independência..................................................................................5
1.5 Dificuldades da Musicografia Braille....................................................................6
2. PESQUISA DE CAMPO
2.1 A Pesquisa...........................................................................................................10
2.2 Ordem dos Músicos do Brasil – OMB................................................................11
2.3 Situado as pessoas: alunos e educadora musical.................................................12
2.4 Importância da Musicografia Braille...................................................................13
2.5 Aprendizagem e uso da Musicografia Braille.....................................................15
2.6 Dificuldades apresentadas pelos alunos..............................................................16
2.7 Dinâmicas das aulas observadas..........................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................20
ANEXOS.........................................................................................................................21
INTRODUÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a educação musical com
deficientes visuais, com foco na aprendizagem da musicografia Braille.
O meu interesse na educação musical especial vem desde 2007, quando trabalhei
pela primeira vez na APAE de Araras. Foi então que em 2009 descobri algo novo que
me chamou a atenção, era a musicografia Braille. Neste mesmo ano estagiei no Instituto
de Cegos Padre Chico com a professora Isabel Cristina Dias Bertevelli e desde então
tenho participado de eventos a respeito, quando soube do curso de Musicografia Braille
que é oferecido pela mesma educadora na Ordem dos Músicos do Brasil (OMB).
Sei que há poucos profissionais capacitados a atuar nesta área e pouco se fala
sobre este ensino, tanto dentro dos cursos superiores de Música quanto de um modo
geral. Com isso, decidi pesquisar sobre este ensino na OMB por dois motivos: primeiro,
que se trata de uma instituição criada para representar os músicos brasileiros e segundo,
que este curso não é amplamente divulgado, e seu acesso acaba sendo restrito.
A questão central de pesquisa foi: Qual o papel da musicografia Braille como
instrumento de aprendizagem no processo de formação musical das pessoas com
deficiência visual?
O objetivo geral foi compreender a relação entre aprendizagem musical e
musicografia Braille e os objetivos específicos foram conhecer acerca da Musicografia
Braille e descrever sobre o curso de Musicografia Braille na OMB.
Esta investigação justifica-se pela importância em contribuir para minha
formação quanto educadora musical, contribuir no conhecimento de novos educadores
musicais que estejam interessados nesta temática e divulgar a Musicografia Braille
como um recurso a ser utilizado profissionalmente ou não.
O estudo se desenvolveu por meio de uma pesquisa de campo no curso de
musicografia Braille da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) através de observações
das aulas e de entrevistas com a educadora musical responsável e com os alunos.
Este trabalho está organizado em dois capítulos e uma conclusão. O primeiro
capítulo traz a revisão bibliográfica onde abordo aspectos referentes a este ensino que
utiliza como ferramenta de aprendizagem a musicografia Braille; menciono o
preconceito com o deficiente visual em relação à prática e aprendizagem musicais;
comento acerca de sua acessibilidade à partitura; quando e se ocorre sua autonomia e
independência, e, finalmente, discorro sobre algumas especificidades da musicografia
1
Braille. O segundo capítulo traz a pesquisa de campo, onde situo o curso, de que
maneira ele é pensado e algumas dinâmicas das aulas; apresento as pessoas e faço uma
relação entre elas e a musicografia Braille através da importância, dificuldades, modo de
aprendizagem e uso desta leitura apresentada por cada um.
2
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Hoje em dia, quando tanto se escuta sobre o termo inclusão, falar sobre
educação especial parece algo simples, porém as pessoas que não estão envolvidas
diretamente com o assunto ainda têm muitos preconceitos e criam certos mitos com
relação à aprendizagem das pessoas deficientes.
Louro (2003, p.3) afirma que “a falta de informação por parte das pessoas
‘não-deficientes’ em relação ao universo das com deficiências é o que normalmente
gera o preconceito e por conseqüência disso, a falta de incentivo, falta de credibilidade
no potencial dessas pessoas, e uma generalização da incapacidade do indivíduo”.
Ao falar em educação musical para deficientes visuais, Louro (2003) ainda
ressalta que a sociedade costuma transpor a incapacidade das pessoas deficientes para
outras áreas da vida, acreditando que porque elas não podem enxergar, também não
podem aprender, trabalhar ou fazer música.
Porém, quando de fato o estudo da música por parte dos deficientes visuais
acontece, vem sempre permeado de mitos e fantasias. Reily (2004, apud Bonilha, 2007)
aponta que um desses mitos se refere à tendência de se superestimar ou de se subestimar
as capacidades de uma pessoa cega, olhando-a segundo um estereótipo.
Com isso, Bonilha (2007, p.2) complementa ao afirmar que
Com certeza existem muitas pessoas que acreditam que os deficientes visuais
possuem dons musicais extraordinários e que nascem com uma capacidade auditiva
excepcional. Neste ponto, Bertevelli (2010, p.59) esclarece que o deficiente visual “não
nasce com um aparelho auditivo perfeito ou melhor, mas que a deficiência o obriga a
desenvolver outros sentidos, principalmente uma capacidade muito grande para
escutar”.
3
1.2 Graus de deficiência visual e o uso Braille:
Quando falamos em deficientes visuais pensamos logo nas pessoas que são
totalmente desprovidas de visão, quando na verdade estão divididas em duas categorias,
assim como nos mostra Louro (2003): há os cegos que são aqueles desprovidos
totalmente de visão e utilizam o método Braille para ler e escrever; e há os de visão
subnormal que são aqueles que possuem baixa visão e utilizam métodos ampliados.
A acessibilidade dos deficientes visuais à partitura acontece através da
Musicografia Braille, um recurso didático de escrita e leitura tátil. Bertevelli (2010,
p.59) afirma: “Tanto os cegos como os videntes são capazes de aprender e compreender
a linguagem musical. A diferença está no material didático e no caminho utilizado para
que se chegue aos objetivos propostos”.
5
[...] o cego depende de sua memória para tocar. Ele não pode ficar
lendo e tocando a música ao mesmo; ele tem que ler a partitura,
memorizar, decorar e depois tocar. (Entrevista com Isabel Bertevelli)
Mas para quem acredita que aprender Musicografia Braille seja fácil, Louro
(2003), Bonilha (2007), Bertevelli (2010) e Herrera (2010) afirmam que há muitos
problemas e dificuldades nesta linguagem.
As três primeiras autoras citadas são unânimes ao afirmarem que um dos
principais problemas é a falta de profissionais capacitados para ensinar a este público
em diversas instituições e que há uma escassez de material musical Braille e isto faz
com que o acesso a ele seja difícil.
Já Herrera (2010), juntamente com Louro (2003), apontam algumas
dificuldades que encontramos na partitura em Braille. As principais delas são:
• em Braille não há separação entre as notas e seus valores, um mesmo sinal
indica as duas informações simultaneamente;
6
*¹ Fonte: BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Novo Manual
Internacional de Musicografia Braille. Elaboração: União Mundial de Cegos, Subcomitê de
Musicografia Braille. MOTA, Maria Glória Batista da. (Coordenação). Secretaria de Educação
Especial. Brasília: SEESP, 2004. 1ª edição.
• não há clave para identificar altura das notas, é usado um sinal de oitava para
que ocorra esta identificação;
*¹ Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=103365> Acesso
em: 1 de outubro de 2011.
7
*¹ Fonte: BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Novo Manual
Internacional de Musicografia Braille. Elaboração: União Mundial de Cegos, Subcomitê de
Musicografia Braille. MOTA, Maria Glória Batista da. (Coordenação). Secretaria de Educação
Especial. Brasília: SEESP, 2004. 1ª edição.
8
Fonte: TOMÉ, Dolores. Introdução à Musicografia Braille. São Paulo: Global, 2003
Máquina Braille
Reglete
Herrera (2010) afirma que com todas essas dificuldades apresentadas, o ensino
da Musicografia Braille e sua leitura não se tornam tarefas muito fáceis, já que é
necessário ter um certo grau de conhecimento da teoria musical para ter acesso a este
tipo de escrita, pois há uma grande pluralidade de sinais.
Para finalizar, nota-se, segundo Bonilha (2007, p.6) que “o ensino da
Musicografia Braille consiste em uma temática recente no campo da pesquisa, e, por
isso, diversos caminhos podem ser trilhados, a fim de que novos conhecimentos possam
ser construídos”.
9
2. PESQUISA DE CAMPO
2.1 A Pesquisa:
10
é aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em
teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida,
oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que
vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante.
Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de
seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal
colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do
conteúdo da pesquisa. (TRIVIÑOS, 1995, p. 146).
11
O curso e os alunos sempre foram muito bem aceitos na Ordem. A procura
maior tem sido pelos deficientes visuais. No momento há dois deficientes visuais, uma
baixa visão e dois videntes. Porém há constantes mudanças, com novos interessados.
A partir das observações feitas pude constatar que dentre estes cinco alunos
havia duas pessoas cegas: Manuela é cega congênita e Fabrício adquiriu após um
glaucoma; uma com baixa visão: Fabiana; e duas pessoas que enxergam (videntes):
Neuza e Janaína.
Através das entrevistas soube que alguns alunos já atuam ou atuaram
profissionalmente na área da música e que outros possuem ou buscam formação em
universidades e conservatórios.
12
A aluna Manuela toca piano, teclado, flauta doce e um pouco de violão, cursa
Pedagogia e depois pretende fazer faculdade de educação musical para trabalhar apenas
com a música. Ela toca piano profissionalmente em um restaurante na Zona Sul de São
Paulo desde 2010; seu repertório é composto de música popular instrumental.
Fabrício toca teclado, canta e sabe um pouco de flauta doce e violão. Antes de
estudar música ele era DJ. Atualmente não trabalha mais nesta área, mas pretende
futuramente, através da musicografia Braille, compor suas próprias músicas, cantar e
tocar.
Fabiana toca órgão eletrônico, porém não atua profissionalmente, cursa
Musicoterapia, onde está aprendendo a tocar flauta doce e violão, e pretende
futuramente utilizar a música como terapia.
Neuza, que é vidente, é formada em piano no Conservatório Ernesto Nazareth
(SP) e trabalha na área da música com ensino de piano e teclado, porém, no momento,
não tem nenhum aluno deficiente visual.
Janaína é uma senhora e toca piano e teclado há muitos anos. Atualmente não
trabalha, mas já atuou profissionalmente com música, ensinando piano tanto para alunos
videntes quanto para alunos com deficiência visual nas aulas de música em uma escola
regular para deficientes visuais.
A educadora musical Isabel, responsável pelo curso de Musicografia Braille na
OMB, é formada em Educação Artística com habilitação em música pela UNESP.
Tocou piano por alguns anos e quando ingressou na universidade se identificou com a
flauta doce. Porém hoje se dedica apenas ao trabalho com educação musical e formação
de educadores. Ela também é professora de musicografia Braille em uma escola regular
para deficientes visuais, onde ensina também a flauta doce, instrumento que considera
aliado à educação musical.
13
Eu acho importante pra saber os valores daquilo que a gente está
fazendo: os valores de cada nota, o que a gente está executando, saber
os acordes, o que é que está representando o dó, que valor tem uma
semínima, uma breve, uma fusa. (Entrevista com Fabrício).
A aluna que tem baixa visão diz que a musicografia Braille a auxilia no estudo
da faculdade e no estudo de seu instrumento, já que ela não tem mais tanta facilidade
para ler uma partitura em tinta. Ela também acredita que sabendo a musicografia Braille
terá autonomia e independência.
14
Se ele esquece um compasso, um andamento, então ele tem onde
recorrer, ele não precisa de uma pessoa pra procurar pra ele. [...] Então
ele vai ter autonomia de procurar seu material, de poder escrever uma
melodia. [...] E outra coisa: a partitura é importante, é um documento
e é um direito de todo mundo ter acesso a esse documento, seja pra
pessoa que enxerga ou pra pessoa que não enxerga. (Entrevista com
Isabel Bertevelli).
15
2.6 Dificuldades apresentadas pelos alunos:
Em entrevista com os alunos e observando as aulas pude perceber que uma das
maiores dificuldades apresentadas pelos alunos está relacionada à identificação da
grande quantidade de sinais musicográficos. Eles alegam que seu domínio prático-
musical é diferente do seu domínio teórico. A prática está adiantada em relação à teoria
e por isso eles sentem muitas dificuldades na hora de identificar os sinais mais
complexos como, por exemplo: sinais relacionados à harmonia, dinâmicas e ligaduras.
Como foi dito anteriormente, as aulas de musicografia Braille são voltadas para
a aprendizagem da leitura musical. Portanto durante as aulas eram discutidas várias
especificidades referentes a esta temática, como por exemplo, os sinais de intervalos
para se escrever notas que soam simultaneamente, ou seja, a harmonia. A educadora
musical Isabel proporcionava atendimento individual aos alunos, atendendo às suas
necessidades, mas também realizavam atividades em conjunto. Os alunos se ajudavam e
trabalhavam em grupos, e com isso aprendiam mais rapidamente a partir das dúvidas
dos colegas.
Pude observar que o aluno Fabrício, que é cego, estava em seu início de
aprendizagem musical. Durante algumas aulas ele praticava escrevendo na máquina
Braille as notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e valores (mínima, semínima, colcheia,
semicolcheia, fusa e quartifusa) para memorizar os sinais.
Isabel o atendia individualmente e fazia alguns exercícios com ele. Ela escrevia
na máquina Braille solfejos melódicos e rítmicos para ele decorar e cantar e também
fazia ditados rítmicos. Ele também praticava encontrar o ritmo solfejado pela Isabel em
uma folha que continha diversos ritmos.
A aluna Fabiana está no processo de aprendizagem e possui certo conhecimento
sobre a leitura musicográfica, mas ainda tem dificuldades para identificar os sinais.
Esta aluna, que tem baixa visão, cursa graduação em musicoterapia. Ela já
consegue escrever melodias simples no Braille e por possuir ainda o recurso da visão,
16
durante as aulas ela transcreveu para o Braille algumas músicas que estavam em tinta no
ampliado. Essas músicas transcritas ela toca na flauta doce contralto. São elas:
“Trenzinho do Caipira” (Anexo 2) de Heitor Villa-Lobos e “Minueto” (Anexo 3) de
Johann Krieger.
Fabiana pretende futuramente trabalhar com crianças e por isso aproveitava as
aulas para produzir material pedagógico para elas. Trata-se de material adaptado e
acessível, tanto em Braille como no ampliado. Uma das músicas transcritas para o
Braille foi “Noite Feliz” (Anexo 4) com apenas a melodia e a letra.
Marcela é aluna cega desde nascença e já possui certo domínio sobre a
musicografia Braille; é a mais avançada da turma. Ela possui uma boa percepção tátil e
com isso as leituras se tornam fáceis.
Durante as aulas ela ajudava Isabel nas dificuldades e dúvidas dos outros alunos.
Também colaborava na revisão de material musical em Braille.
As alunas Janaína e Neuza são videntes e em algumas aulas trabalhavam em
dupla transcrevendo partituras em tinta para o Braille e fazendo a revisão.
Todos os alunos também participam coletivamente das atividades propostas
pela educadora musical.
Freqüentemente Isabel levava músicas em Braille para todos analisarem e
estudarem os sinais. Uma das músicas trabalhadas foi “O Cisne” (Anexo 5) de Camille
Saint-Saëns, na qual todos deveriam identificar onde estavam os sinais de fórmula de
compasso, notas e outros sinais referentes à música, além de identificarem quantos
compassos havia.
A educadora disponibilizava folhas com exemplos musicais em Braille (Anexo
6) para todos aprenderem novos sinais como: “MD” (mão direita) e “ME” (mão
esquerda), usada em partituras para piano e teclado; “em acorde”, significando que as
notas seguintes estão em posição de acorde; sinal de tercina; sinal de palavra, ligaduras
(de valor, simples e de fraseado); etc.
Os alunos também praticavam a leitura rítmica, na qual todos os valores são
escritos usando-se a nota “dó”, pois como foi dito anteriormente não há separação entre
as notas e seus valores. A professora Isabel distribuiu uma folha de exercícios rítmicos
(Anexo 7) para eles estudarem, sendo que os primeiros eram simples contendo apenas
semínimas, colcheias e semicolcheias e outros já possuíam ponto de aumento, pausas e
ligaduras.
17
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta pesquisa pude constatar que a educação musical especial ainda é
um campo que necessita de muitos pesquisadores e mais bibliografia específica, além de
cursos e disciplinas nas Universidades, para que os profissionais estejam aptos e
preparados para lidar com qualquer tipo de público.
Através da revisão bibliográfica pude também verificar que há escassez de
material musical Braille e isto faz com que o acesso a ele seja difícil. Bonilha (2006, p.
94) afirma que
18
Como foi constatado nas entrevistas, para executar uma música, geralmente os
deficientes visuais lêem, decoram um trecho e depois que entenderam e decoraram irão
executar. Alguns também utilizam áudio, quando disponível, para ajudar a memorizar.
Para estas pessoas, a importância de se aprender a musicografia Braille está no
fato de saberem e entenderem o que se está executando na prática. Além disso, a
partitura, como disse a professora Isabel, significa acessibilidade, e é um documento
importante que todos têm direito a ter acesso, seja a pessoa que enxerga ou o deficiente
visual.
Um fator que destaco é a importância do deficiente visual ser alfabetizado em
Braille antes de iniciar sua aprendizagem na musicografia Braille, pois os sinais Braille
de escrita e leitura são os mesmos para a música. Desta forma ele poderá compreender e
usar facilmente esta ferramenta, caso contrário terá trabalho dobrado.
A meu ver este trabalho contribuiu muito para minha formação como educadora
musical e espero contribuir com outras pessoas interessadas nesta temática, para que
possam desenvolver novas pesquisas e investigações acerca da relação entre
aprendizagem musical e musicografia Braille. Também novos questionamentos podem
ser pesquisados, por exemplo, como se dá a interação da musicografia Braille e a
aprendizagem instrumental, novos caminhos de aprendizagem e as dificuldades
apresentadas pela musicografia Braille e a interação do aluno deficiente visual nas aulas
de musicalização.
19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LOURO, Viviane S.; ALONSO, Luis G.; ANDRADE, Alex F. Educação Musical e
deficiência: propostas pedagógicas. São José dos Campos, SP: Ed. do Autor, 2006.
20
ANEXO 1
Você está sendo convidado (a) para participar da pesquisa intitulada “O PAPEL DA
MUSICOGRAFIA BRAILLE COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM”, sob a
responsabilidade dos pesquisadores Juliana Dalla Costa (graduanda) e Margarete Arroyo
(orientadora).
Nesta pesquisa nós estamos buscando compreender a relação entre aprendizagem
musical e Musicografia Braille.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido será obtido pela pesquisadora
Juliana Dalla Costa (graduanda) no momento da aula de Musicografia Braille na Ordem dos
Músicos do Brasil.
Na sua participação você poderá ser observado, não haverá registro fotográfico
enquanto participa das aulas de Musicografia Braille e será solicitado a responder algumas
perguntas que serão gravadas. Após a transcrição das gravações para a pesquisa elas serão
desgravadas.
Em nenhum momento você será identificado. Os resultados da pesquisa serão
publicados e ainda assim a sua identidade será preservada.
Você não terá nenhum gasto e ganho financeiro por participar na pesquisa.
Os riscos só ocorrerão se houver desrespeito ao sigilo a identidade dos sujeitos, o
que não deverá ocorrer visto que os pesquisadores seguirão a Resolução 196/96. Os
benefícios serão indiretos, na medida em que seus resultados contribuirão para minha
formação quanto educadora musical, contribuirão no conhecimento de novos educadores
musicais que estejam interessados nesta temática e divulgarão a Musicografia Braille como
um recurso a ser utilizado profissionalmente ou não.
Você é livre para deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem nenhum
prejuízo ou coação.
Uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficará com você.
Qualquer dúvida a respeito da pesquisa, você poderá entrar em contato com:
Pesquisadores:
Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Barra Funda. Fone: (11) 3393-8546
_________________________________ _________________________________
Juliana Dalla Costa Margarete Arroyo
Eu aceito participar do projeto citado acima, voluntariamente, após ter sido devidamente
esclarecido.
_______________________________
Participante da pesquisa
21
ANEXO 2
22
9.o trenzinho do caipira9
“O trenzinho do caipira”
.villa-.lobos <'tema,>
Villa-Lobos (tema)
.c
23
ANEXO 3
24
9.minueto9
“Minueto”
.johann .kriger <'trecho,>
<'trecho,>
Johann Krieger (trecho)
#c4
25
ANEXO 4
26
9.noite .feliz9
“Noite Feliz”
#c4
27
9.letra9
“Letra”
28
ANEXO 5
29
30
9.o .cisne9
“O Cisne”
.c' .saint-.saens
C. Saint-Saens
#c4
32
ANEXO 6
33
34
.exemplos .musicais3
Exemplos Musicais:
#b> #d4
.>'22.yz&.zy).yz&.zy).y)!.zy)
"!(=2"&zy .y<k'
#c>
a> #b4 "\ccij ?ef }fe $cdx<k
b> #b4 ;b"\ij ?ef }fe $d^2x<k
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35
ANEXO 7
36
37
.exerc/cios r/tmicos3
Exercícios rítmicos:
38