Regulatory Delivery 2022

Projeto Final
Grupo 3 - Descarbonização de Gás

REGULATORY DELIVERY 2022

FSR – FLORENCE SCHOOL OF REGULATION

PROJETO FINAL

Injeção e comercialização de biometano nas redes de

distribuição de gás natural

21 de outubro de 2022

Grupo 3
Lucas Almeida (AGENERSA/RJ)
Moisés Vieira Pinto (ANP)
Fernando Parise Gobbo (ARSESP/SP)
Heverson Morais Alvarenga (ARSP/ES)

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1. Identificação do caso
Durante a Conferência das Partes COP26 realizada em novembro de 2021, o
Brasil assim como diversos outros países, assumiu compromissos para
contribuir para a questão climática nos próximos anos, dentre as quais, a
redução das emissões de metano em até 30%.
Um grande impulsionador para o atendimento desta demanda é a produção,
distribuição e consumo de biometano, também chamado de gás natural
renovável. Esse biocombustível é resultante da purificação do biogás (gás bruto
naturalmente produzido pela decomposição de resíduos e efluentes orgânicos),
e tem sua especificação estabelecida pelas Resoluções ANP nº 8/2015 e nº
685/2017.
Com o surgimento deste novo mercado de grande potencial, novos
regulamentos foram estabelecidos e ainda estão sendo desenvolvidos,
principalmente pelas Agências Reguladoras estaduais, visando consolidar o
arcabouço regulatório necessário para esta nova fronteira da transição
energética nacional.

2. Avaliação de Impacto Regulatório

2.1. Identificar o problema

Alguns Estados brasileiros ainda não possuem ato normativo específico que
discipline a injeção de biometano nas redes de distribuição de gás canalizado.
Sendo assim, há uma lacuna normativa, com ausência de regras claras para a
celebração de contratos, de prazos e de parâmetros objetivos, além de previsões
acerca da alocação de riscos e responsabilidades.
2.2. Objetivos da regulamentação
O objetivo é estimular a utilização de energia renovável no sistema de
distribuição de gás canalizado, aumentando a participação desse biocombustível
na matriz energética nos Estados.

2.3. Alternativas disponíveis

Alternativa 1 Não regulação do tema.

Elaborar normativo específico para o combustível do
Alternativa 2
biometano nos Estados.
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2.4. Análise comparativa

Alternativa 1: Não regulação do tema.

A ausência de um normativo específico sobre o tema dificulta, ou até mesmo
impede, a contratação com as distribuidoras locais de gás canalizado e/ou
consumidores conectados à rede de distribuição.
Alternativa 2: Elaborar normativo específico de biometano nos Estados.
Espera-se com o normativo específico de biometano:
• Haverá injeção/utilização de biometano na rede de distribuição, energético
mais sustentável ambientalmente e renovável;
• Diversificar os supridores de gás;
• Redução de emissão de gases do efeito estufa.
• Aumentar a participação desse biocombustível na matriz energética nos
Estados.
Ao avaliar o impacto regulatório, três aspectos devem ser observados: o que a
normativa entrega, a quem entregam e a que custo entrega. Com isso, com a
regulamentação do mercado de Biometano, pode-se destacar que:
- As receitas do mercado podem incentivar os investimentos para melhoria do
serviço tanto do Biometano, quanto do Gás natural;
- Os custos e investimentoss envolvidos que terão impacto para a população
devem ser observados;
- A possibilidade de falha na entrega regulatória e/ou ineficiência na aplicação
da regulação deve ser considerada.
Além disso, cada alternativa pode e deve ser analisada do ponto de vista de
eficácia, eficiência e consistência. Sendo,
Eficácia – Competência para atingir o objetivo;
Eficiência – Comparação entre custo e benefício;
Consistência – Capacidade de permanecer com a estrutura regulatória no longo
prazo.

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3. Processo Participativo
Interessante utilizar alguns processos de participação social, tais como: reuniões
com stakeholders, audiências e consultas públicas para promover uma
interlocução com os agentes interessados, receber subsídios e informações para
o aprimoramento da regulamentação a ser elaborada.
Estes processos de participação social podem ser realizados de forma on line
/digital para que a distância não seja empecilho para a participação dos agentes
interessados.

4. Análise Concorrencial

A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – ANP estabeleceu as

regras para o controle de qualidade e especificação do biometano de origem
sucroalcooleiro, dejetos agrossilvopastoril, resíduos sólidos urbanos e estações
de tratamento de esgoto, para mistura com gás natural.

De acordo com o parágrafo 2º, do Art. 25 da Constituição Federal, compete aos

Estados não somente explorar, mas também regular os serviços locais de gás
canalizado.

“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições

e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas
por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.”

Conforme o Art. 4º do Decreto Federal nº 10.712/2021, o biometano é

considerado equivalente ao gás natural por ser considerado intercambiável ao
gás natural, a princípio, o biometano tem tratamento regulatório equivalente ao
do gás natural, desde que atendidas as especificações técnicas estabelecidas
pela ANP, de modo a garantir desempenho equivalente entre ambos os
combustíveis.

“Art. 4º Conforme o disposto no § 2º do art. 3º da Lei nº 14.134, de

2021, para todos os fins, o biometano e outros gases
intercambiáveis com o gás natural terão tratamento regulatório

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equivalente ao gás natural, desde que atendidas as especificações

estabelecidas pela ANP.”

Sendo assim, através de suas respectivas Agências Reguladoras cada Estado

pode regulamentar a injeção de biometano na rede de distribuição de gás
canalizado, criando parâmetros objetivos para celebração de contratos e
alocação de responsabilidades, fomentando e viabilizando o uso do biometano
canalizado nos estados, de forma economicamente sustentável, prezando pela
garantia de qualidade, preço e continuidade dos serviços aos usuários.

5. Monitoramento e Avaliação

Uma vez estabelecida a regulação sobre o tema, o monitoramento para garantir

o seu cumprimento se dará através de fiscalização por parte dos agentes
reguladores junto aos supridores e distribuidores do energético. Esta fiscalização
se dará de forma regular, através de análise documental e atividades sobre a
execução em campo. As informações coletadas servirão de base para a análise
de resultado regulatório sobre o tema, como forma de avaliação ex post dos
efeitos decorrentes do ato normativo, considerando o alcance dos objetivos
pretendidos e seus impactos sobre a sociedade e o mercado de biometano.

6. Considerações finais
O resultado pretendido da ação poderá ser alcançado por meio da concessão
temporária de subsídios pelos governos estaduais e governo federal, através da
redução ou isenção da alíquota de tributos incidentes como PIS/COFINS e
ICMS.
As ações políticas envolvem a esfera federal e os governos estaduais, que
deverão colaborar entre sim para ao atingimento dos objetivos.
As diretrizes quanto especificação e qualidade do biometano ficam a cargo da
regulação federal, enquanto a regulação estadual pode estabelecer percentuais
mínimos de biometano nas redes de distribuição. Nesse caso poderia haver uma
diretriz federal elaborada em conjunto com os estados para se estabelecer esse
percentual, considerando as especificidades de cada unidade da federação.

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