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Universidade Estadual Vale do Acaraú

XVIII Semana de Letras

Programa e resumos

Letramentos e Formação Docente no Ensino Remoto:


diálogos possíveis

Alice Costa Sousa


Ana Beatriz da Cunha
Ana Iris do Carmo
Ana Lara Parente Lima Sousa
Candide Helen Glenday
Christian Gomes Seidl
Felipe Orlando Melo da Silva
Fernando Brito Sales
Flávia Cristina Candido de Oliveira
Franciclé Fortaleza Bento
Francisco Ruan Rodrigues Melo
Jammilly Ribeiro Portela
Margarida Pontes Timbó
Maria José de Sousa Martins
Ruan Lucas Alves Farias
(Org.)

Sobral, 13 e 14 de dezembro de 2021


Organizadoras
Flávia Cristina Candido de Oliveira
Franciclé Fortaleza Bento

Realização
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Coordenação de Letras

Centro Acadêmico de Letras Pe. Osvaldo Chaves Carneiro

Editora
Edições Universitárias da UVA

Os resumos das comunicações são de inteira responsabilidade dos autores.

S471 Semana de Letras: Programas e Resumos. Letramentos e formação docente no


Ensino Remoto: diálogos possíveis. (18.: 2022: Sobral, CE)
Anais [recurso eletrônico] / XVIII Semana de Letras. – Sobral- CE: Edições
UVA, 2022. p. 24.

ISBN : 978-65-87115-37-5 (e-book)

1.Semana de Letras 2 . Ensino remoto. 3. Literatura 4. Linguística. I.


Título.

CDD 371.12
Comissão organizadora do evento
Profa. Dra. Franciclé Fortaleza Bento
Profa. Dra. Flávia Cristina Candido de Oliveira
Profa. Dra. Candice Helen Glenday
Profa. Dra. Margarida Pontes Timbó
Centro Acadêmico de Letras
Alice Costa Sousa
Ana Beatriz da Cunha
Ana Iris do Carmo
Ana Lara Parente Lima Sousa
Christian Gomes Seidl
Felipe Orlando Melo da Silva
Fernando Brito Sales
Francisco Ruan Rodrigues Melo
Jammilly Ribeiro Portela
Maria José de Sousa Martins
Ruan Lucas Alves Farias

Comissão Científica
Profa. Dra. Franciclé Fortaleza Bento (UVA)
Prof. Dr. Francisco Iací do Nascimento (SEDUC – CE)
Profa. Dra. Flávia Cristina Candido de Oliveira (UVA)
Prof. Dr. José Hipólito Ximenes de Sousa (SEDUC – CE)
Prof. Dr. João Paulo Eufrazio de Lima (UVA)
Profa. Me. Maria Edinete Tomás (UVA)
Profa. Dra. Margarida Pontes Timbó (UVA)
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
Reitora
Izabelle Mont'Alverne Napoleão Albuquerque
Vice-Reitor
Francisco Carvalho de Arruda Coelho
Pró-Reitora de Planejamento e Administração
Kaliny Kélvia Pessoa Siqueira Lima
Pró-Reitora de Graduação
Jônia Tírcia Parente Jardim Albuquerque
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Antônio Glaudenir Brasil Maia
Pró-Reitora de Extensão e Cultura
Rebeca Sales Viana
Pró-Reitora de Assuntos Estudantis
Ana Íris Tomás Vasconcelos
Pró-Reitora de Gestão de Pessoas
Cleidimar Rodrigues de Sousa Lima

Centro de Filosofia, Letras e Educação


Diretora do Centro
Maria Elisalene Alves dos Santos
Diretor Adjunto
Fabrício Klain Cristofoletti

Coordenação do Curso de Letras


Coordenadora
Franciclé Fortaleza Bento
Coordenadora Adjunta
Flávia Cristina Candido de Oliveira
Sumário

Apresentação .......................................................................................................................................06
Programação ....................................................................................................................................... 09
Resumo das mesas-redondas ....................................................................................................... 10
Resumo das comunicações ............................................................................................................ 18
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Apresentação

A Semana de Letras é um evento organizado pelo Centro Acadêmico de Letras


Pe. Osvaldo Chaves Carneiro em parceria com a Coordenação do Curso de Letras. O
objetivo desse evento é promover o debate sobre questões relevantes e atuais no
campo linguístico, literário, artístico e cultural. A seguir, demonstrar-se-á um
histórico das Semanas de Letras ocorridas ao longo do curso.
A I Semana de Letras teve início em 1996 através da promoção de um
concurso literário organizado pela profa. Me. Maria Edinete Tomás que, na época,
era aluna do curso e membro do Centro Acadêmico.
A II Semana de Letras ocorreu em 1999, sendo esse o evento com as
características atuais que se configura com palestras, oficinas e minicursos. O evento
foi organizado pelos professores Domênico Sávio, Paulo de Tarso e Inocêncio Melo.
Na ocasião, foi organizada em paralelo ao I Salão de Artes idealizado pelo prof. Esp.
Domênico Sávio.
A III Semana de Letras foi realizada em 2000 e organizada pelos professores
Maria Edinete Tomás e Márton Támas Gémes. O tema gerador dessa semana foi
intitulado “Amores” e possibilitou palestras sobre a pedagogia do amor, o amor na
linguística e o amor no texto poético. Nesse evento, ocorreu o II Salão de Artes,
novamente, organizado pelo prof. Domênico Sávio.
A IV Semana de Letras aconteceu em 2001 com o tema “Problemas da Línguas
e das Letras” e teve como objetivo inserir o curso de Letras da UVA no contexto
nacional através de discussões de cunho político, educacional e cultural.
A V Semana de Letras foi realizada em 2004 com o tema “Literatura
contemporânea: Quidiabéisso”, sendo organizada pelos alunos do Centro
Acadêmico Daniel Gladyson e Thiago Teixeira. Esse evento ocorreu no campus
Betânia, estendendo-se ao SESC e à Casa de Cultura de Sobral.
A VI Semana de Letras ocorreu em 2005 com o tema “Cearensidades”. O
evento veio com o propósito de discutir e dar a devida valorização à cultura
cearense. Assim se justifica a palestra de abertura “Cearensidades”, proferida pelo
Prof. José Alves Fernandes, que traçou um estudo sobre a linguagem coloquial,
destacando o “falar” do povo cearense.
A VII Semana de Letras foi realizada em 2006 com o tema “Marginália”, tendo
por objetivo discutir a literatura marginal dos anos setenta. Essa semana foi
marcada pela palestra do prof. André Monteiro (CES/MG) e pelo escritor Nilton
Maciel.
A VIII Semana de Letras ocorreu em 2007 com o tema “Letras en(cena)”,
promovendo a discussão sobre literatura dramática. O destaque foi para o professor
e teatrólogo Osvaldo Barroso que realizou a aula-espetáculo “A gargalhada no teatro
e na literatura”. O evento também contou com palestras sobre os temas da tragédia
grega e shakeperiana entre outras relativas à literatura.
A IX Semana de Letras foi realizada em 2008 intitulada “Letras 47 anos:
contando e cantando sua história”, tendo como objetivo comemorar o 47º
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aniversário da criação do curso de Letras, ao mesmo tempo em que visa travar


diferentes discussões sobre o Curso como centro do debate.
A X Semana de Letras em 2009 teve como tema “Luso-afro-brasileiro:
afluências para um mesmo ponto”. O tema surgiu da necessidade de se discutir as
relações literárias, linguísticas e culturais entre Portugal, África e Brasil. A partir da
Lei nº 10.639/03, que estabeleceu a inclusão no currículo oficial da rede de ensino
a temática da história e cultura afro-brasileira, cada vez mais o debate sobre esse
tema vem crescendo na sociedade. Essa discussão veio com mais força por ocasião
da Bienal Internacional do Livro do Ceará como também do curso de extensão
promovido pela Universidade Estadual Vale do Acaraú sobre “História e Cultura
Afro-Brasileira”.
A XI Semana de Letras ocorreu em 2011 com o tema “Língua, História,
Literatura e Memória”. O tema norteador surgiu da necessidade de se debater sobre
as relações intercambiantes entre os cursos de Letras e de História da Universidade
Estadual Vale do Acaraú, quando ambos comemoravam a marca histórica de
cinquenta anos de atuação acadêmica e de contribuição à educação na Zona Norte
do Ceará. O tema possibilitou a junção da XI Semana de Letras e IX Semana de
História na perspectiva da realização de estudos em comuns e inerentes às diversas
áreas de pesquisa de ambos os cursos.
A XII Semana de Letras aconteceu em 2012 e abordou o tema “Tupi or not
tupi: Pão e carne para modernidade”. O tema justificou-se em razão de, em 2012, ser
comemorado os 120 anos de fundação da Padaria Espiritual e 90 anos da Semana de
Arte Moderna. O objetivo do evento foi promover o debate sobre as relações entre a
Padaria Espiritual e a Semana de 22, no que tange aos aspectos histórico, cultural,
artístico, linguístico e literário.
A XIII Semana de Letras foi realizada em 2013 versou sobre o tema “A
formação do profissional do curso de Letras: da teoria à prática”. O intuito dessa
edição foi discutir os processos de formação dos profissionais de Letras da UVA, nas
suas Habilitações em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, considerando que as
dimensões pedagógicas, técnicas e políticas não podem ser desarticuladas na sua
organização curricular e que a integração gera um professor crítico-reflexivo,
engajado e produtivo na sociedade contemporânea.
A XIV Semana de Letras em 2015 com o tema “A Cor Local: (Des) fronteiras
Linguísticas e Literárias”. A temática explorou a relação dos regionalismos
linguísticos e literários com o mundo, possibilitando a submissão de trabalhos que
envolveram a língua e a literatura brasileira, bem como as estrangeiras – inclusive
na perspectiva comparada.
A XV Semana de Letras em 2017 intitulada “Linguística e suas interfaces:
teorias e aplicações”. Esse evento teve como objetivo dar ênfase aos estudos
linguísticos e suas vertentes com uma proposta mais focada no estudo da língua.
A XVI Semana de Letras aconteceu em 2018 com o tema “Língua(gem) em
tempos de crise política: reflexão e(m) ação”. Nesse evento, ocorreram palestras mais
politizadas em torno dos estudos da língua e da linguagem.
A XVII Semana de Letras ocorreu em 2019 com o tema “Literatura e Língua em
sociedade: a educação como ferramenta política”. O objetivo desse evento foi
promover e dar continuidade aos debates sobre o estudo da língua, da literatura e da
educação como instrumento político.
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Atualmente, o evento está em sua XVIII edição e, neste ano de 2021, é


intitulado “Letramentos e Formação Docente no Ensino Remoto: diálogos
possíveis”. Devido à pandemia de Covid-19, ocorreu em formato online ora pelo
canal do YouTube do curso de Letras ora pelo Google Meet. O novo formato
permitiu a participação de convidados de outras instituições do país e sua
continuidade poderá, futuramente, ocorrer de forma híbrida, inserindo a Semana
de Letras nas novas tecnologias.
Desde já, agradecemos a todos que construíram o evento, especialmente, aos
participantes que inscreveram seus trabalhos e que compõem este caderno de
programa e resumos.

Comissão organizadora
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Programação

13.12.2021

10h30 Abertura do evento


10h45 Palestra “O ensino remoto na pandemia de Covid-19: em tela o discurso de
ódio ao professor" – Prof. Dr. Júlio César Rosa de Araújo (UFC)
14h às 17h Minicursos/ Oficinas
18h30 às 21h20 Mesas-redondas
18h30 às 19h50 Mesa-redonda 1: “Diálogos entre o processamento da Linguagem
e a Linguí´stica Aplicada”
20h às 21h20 Mesa-Redonda 2: “Diálogos entre os Letramentos, A formação
Docente e a Poe´ tica da Oralidade”

14.12.2022

8h30 às 11h30 Comunicação oral


14h às 17h Minicursos/ Oficinas
19h Encerramento do evento
19h15 Palestra: Estágio Supervisionado no Ensino Remoto: Desafios e
Possibilidades em Prol da Construção do nosso “Ine´ dito viável” – Profa. Dra. Karyne
Soares Duarte Silveira (UFPB)
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RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS


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MESA-REDONDA 1:
DIÁLOGOS ENTRE O PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM
E A LINGUÍSTICA APLICADA

ACOMODAÇÃO SINTÁTICA A REPRESENTAÇÃO MENTAL DA L2

Profa. Dra. Candice Helen Glenday


Universidade Estadual Vale do Acaraú

Estudos em bilinguismo tem procurado evidenciar como as línguas do bilíngue são


representadas mentalmente. O modelo de sintaxe separada defende que bilíngues
armazenam e processam a informação sintática das duas línguas separadamente. O
modelo de sintaxe compartilhada assume que os bilíngues compartilham
representações sintáticas entre as línguas e as regras gramaticais de uma das
línguas influenciam o processamento sintático da outra língua. Neste trabalho
propomos um modelo de representação mental da segunda língua (L2),
denominado de acomodação sintática, inspirado nos pressupostos teóricos do
processamento do input, do modelo de adaptação linguística e da sintaxe
compartilhada. Além disso, argumentamos que a acomodação sintática ocorre
quando os aprendizes atingem o estágio intermediário da aquisição, ou seja, quando
aprendem um número significativo de palavras e processam marcadores
gramaticais. Assim, quando os aprendizes usam seu conhecimento implícito da
estrutura da L2 e inibem a L1, podemos assumir que está ocorrendo uma
acomodação sintática. O processo de acomodação sintática no estágio intermediário
de aquisição pode ser descrito como um espelho de L1 na estrutura de L2 com
ajustes paramétricos. Ou seja, os aprendizes desenvolverão uma língua-I da L2 sobre
a estrutura sintática da L1 para acomodar a sintaxe L2. O presente modelo de
representação mental de L2 é diferente da proposta da interlíngua. O objetivo do
processo de acomodação sintática é destacar traços da L2 que são diferentes dos
traços da estrutura da L1, o que não significa transferência sintática pura.

Palavras-chave: processamento sintático; acomodação sintática; estágio


intermediário da aquisição.

VALEXPB: UM LÉXICO COMPUTACIONAL DE VALÊNCIAS


E DIÁTESES VERBAIS PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO

Prof. Dr. Jessé de Sousa Mourão


Universidade Estadual Vale do Acaraú
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Este trabalho apresenta uma pesquisa que teve como principal objetivo a
construção de um léxico computacional de valências e diáteses verbais do Português
Brasileiro (PB) via formalismo LFG-XLE. O trabalho foi motivado inicialmente em
carências e lacunas teóricas e práticas no campo da descrição e do processamento
computacional do Português Brasileiro. O trabalho fundamentou-se na Gramática
Léxico-Funcional juntamente com propostas teóricas de Perini (2015, 2019) e
Cançado e Amaral (2017). A pesquisa foi conduzida com base na metodologia já
consolidada nos trabalhos de construção de gramáticas computacionais no
formalismo LFG-XE. Como resultado, chegou-se a um conjunto de 389 diáteses
verbais que abrangem as construções sentenciais licenciadas por pelo menos 409
verbos do PB. Essas diáteses permitem a análise de sentenças em três níveis: dois
níveis de representação sintática (estrutura-c e estrutura-f) e um nível de
representação semântica (estrutura-a). Quanto à capacidade de cobertura do
recurso, os testes mostraram que ele conseguiu cobrir pouco mais de 90% de
sentenças novas licenciadas pelos verbos implementados. Os resultados também
mostraram que o recurso tem um grau significativo de ambiguidade, produzindo
uma média de 2,8 a 3,7 soluções por sentença (considerando os testes de
desenvolvimento e de cobertura). Apesar dos aprimoramentos ainda necessários, o
recurso desenvolvido tem grande relevância e utilidade, pois contribui, no âmbito
teórico, com o conhecimento sobre a natureza e funcionamento do léxico verbal no
PB; e no âmbito prático, amplia uma gramática computacional LFG para o PB,
enriquecendo o cenário de processamento computacional dessa língua.

Palavras-chave: valência verbal; diáteses verbais; gramática léxico-funcional;


processamento de linguagem natural; português brasileiro.

A INFLUÊNCIA DO NÚMERO DE LINHAS E DA VELOCIDADE NO


PROCESSAMENTO DE LEGENDAS POR SURDOS E OUVINTES

Prof. Dr. Ítalo Alves Assis Pinto


Universidade Estadual Vale do Acaraú

Pesquisas experimentais baseadas em rastreamento ocular têm ganhado força no


estudo dos parâmetros de legendagem para ouvintes e Legendagem para Surdos e
Ensurdecidos (LSE) nos últimos anos (DE LINDE; KAY, 1999; D’YDEWALLE et al.,
1987; D’YDEWALLE; DE BRUYCKER, 2007; MONTEIRO, 2016; VIEIRA, 2016,
dentre outros). Dois desses parâmetros (velocidade da legenda e número de linhas)
ainda carecem de maiores estudos, apesar de algumas das pesquisas supracitadas
terem abordado esses aspectos. Nesse contexto, esta tese teve como objetivo
investigar como a velocidade e o número de linhas influenciam o processamento de
legendas por surdos e ouvintes testando duas hipóteses: a) Legendas de 1 linha
induzem um processamento menos linear e, dessa forma, mais custoso do que
legendas de 2 linhas; b) Legendas lentas (145 palavras por minuto – ppm) e rápidas
(180 ppm) não diferem significativamente no processamento de surdos e ouvintes.
Para tal, realizamos um estudo experimental de cunho quantitativo no qual
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selecionamos 8 vídeos (8 a 15 segundos de duração) do filme A rede social (2010),


cujas legendas foram manipuladas de acordo com as quatro
condições experimentais da pesquisa: 1 linha, 2 linhas, lentas (145 ppm ou 14
caracteres por segundo) e rápidas (180 ppm ou 17 caracteres por segundo) em um
design fatorial 2 x 2 x 2. Os participantes da pesquisa (20 ouvintes e 20 surdos)
assistiram a esses vídeos legendados em um aparelho de rastreamento ocular. Com
auxílio de tratamento estatístico, os resultados da análise das fixações a partir de
medidas de processamento indicaram que as legendas de 2 linhas induzem um
processamento mais confortável por surdos e ouvintes, confirmando nossa hipótese
de pesquisa. Sobre a velocidade da legenda, as medidas de processamento indicaram
um processamento um pouco mais linear nas legendas de 180 ppm, refutando
parcialmente nossa hipótese. Os resultados sobre velocidade precisam ser
qualificados no futuro em relação ao papel de medidas como a de regressão e
releitura para o processamento de legendas, um assunto ainda controverso na
literatura em legendagem.
Palavras-chave: tradução audiovisual acessível; legendagem para surdos e
ensurdecidos; rastreamento ocular; velocidade da legenda; número de linhas.
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MESA-REDONDA 2:
DIÁLOGOS ENTRE OS LETRAMENTOS, A FORMAÇÃO DOCENTE
E A POÉTICA DA ORALIDADE

CIRCULARIDADES DAS VOZES POÉTICAS:


UM ESTUDO DA CANTORIA DE VIOLA CEARENSE

Maria Elisalene Alves dos Santos


Universidade Estadual Vale do Acaraú

Este trabalho trata da cantoria de viola e tem como objetivo investigar como
se desenvolve, atualmente, a poética da cantoria de viola no Ceará no seu
permanente movimento circular entre zona rural/meio urbano e meio urbano/zona
rural. A pesquisa é subsidiada teoricamente por Alves Sobrinho (2003; 2009), Ayala
(1988; 2009; 2015), Castro (2011), Mota (2002), Ramalho (2000), Ribeiro (2009),
Santos (2006), Santos (2019), Sautchuck (2012), Tavares (2009; 2016), Zumthor
(1993; 2000; 2005; 2010) dentre outros. O período da pesquisa de campo
concentrou-se nos meses de agosto de2017 a dezembro de 2019. Neste ínterim,
foram feitos registros sonoros e audiovisuais de cantorias de viola, de festivais, de
mostras de cantorias e de entrevistas com os cantadores de viola cearenses. Após
criteriosa análise desse material transcrito, foi escolhido o corpus deste trabalho. O
resultado da pesquisa aponta que a cantoria de viola, enquanto poética da oralidade,
consolida-se nos centros urbanos na atualidade apesar de os cantadores terem
preferência por cantar na zona rural. Na cantoria de viola são encontrados traços de
identidade social, regional e grupal. O cantador de viola entende o seu fazer poético
como um dom recebido de Deus e esse dom transforma-se em espetáculo estético e
ainda em cultura de resistência. No processo de composição poética, que se
consolida com a participação efetiva do público, são identificados nos versos dos
cantadores de viola temas populares, variadas formas de linguagem, de estilos, de
sonoridades e de ritmos.
Palavras-chave: poética da oralidade; cantoria de viola; vocalidade.

TRABALHO DOCENTE E FERRAMENTAS DIGITAIS: REFLEXÕES SOBRE A


FORMAÇÃO DE PROFESSORES À LUZ DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO
E DA CLÍNICA DA ATIVIDADE

Profa. Dra. Francisca Geane Albuquerque


Universidade Estadual do Vale do Acaraú
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A utilização e a apropriação de artefatos digitais fazem parte do trabalho docente,


constituindo um processo de caráter complexo. Nesse sentido, podemos afirmar que
saber como usar e explorar ferramentas digitais em suas potencialidades passa,
necessariamente, pelo letramento digital do professor e por um processo de gênese
instrumental (RABARDEL, 1995). Considerando a importância dessa temática para
a formação inicial de professores, surgiu o interesse para a realização desta
pesquisa, que tem natureza qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2006), e visa a investigar
como uma professora compreende seu agir docente a partir do uso de artefatos
digitais em um processo de gênese instrumental. Mais, especificamente, o estudo
objetiva: 1) investigar como a professora compreende o seu modo de agir com as
ferramentas digitais; 2) analisar os saberes que a professora formadora mobiliza
para se apropriar dos artefatos tecnológicos; 3) identificar como os discentes são
representados nos textos da professora no momento de apropriação e utilização das
ferramentas digitais na sala de aula. Adotamos o quadro teórico metodológico do
Interacionismo Sociodiscursivo – ISD (BRONCKART 1999, 2006, 2008), em diálogo
com os pressupostos teóricos da Clínica da Atividade (CLOT; 2007; 2010; CLOT;
FAÏTA, 2000), da Ergonomia da Atividade (AMIGUES, 2004; SAUJAT, 2004) e da
Gênese Instrumental (RABARDEL,1995), como referência para a análise do nosso
corpus. Os dados foram gerados por meio de sessão de Autoconfrontação Simples
(CLOT; FAÏTA 2001; VIEIRA; FAÏTA, 2003) realizada com a professora colaboradora
da pesquisa. A análise dos dados gerados na autoconfrontação foi concretizada com
base no quadro de análise textual proposto pelo ISD, considerando o contexto de
produção e o nível enunciativo, materializado por meio das vozes, modalizações e
índices de pessoa nos textos-discursos da professora. O resultado da análise revelou
que a docente compreende a gênese dos artefatos no próprio contexto de ensino,
transformando-os em instrumentos no curso da ação, juntamente a seus alunos.
Sobre a construção de saberes para/na gênese instrumental, os textos revelaram
indícios do mundo social da agente-professora, regulado por prescrições
institucionalizadas pelas instâncias educacionais. A docente recorre ao mundo
acadêmico para ter acesso a modelos de agir, com as prescrições advindas da
experiência em EAD, de onde se destacam os instrumentos digitais que mediatizam
o agir docente. A temática deste trabalho possui relevância no momento em que
discute como os professores de cursos de licenciatura de línguas estrangeiras
compreendem e lidam com o processo de Gênese Instrumental. Além disso, procura
contribuir com a compreensão da atividade docente nos diversos aspectos que
compõem esse métier.
Palavras-chave: agir docente; formação de professores; Interacionismo
Sociodiscursivo; clínica da atividade; gênese instrumental.

ESCRITA ACADÊMICA EM CONTEXTO COLABORATIVO ONLINE:


A PRÁTICA DA RESENHA EM AMBIENTE WIKI

Profa. Dra. Franciclé Fortaleza Bento


Universidade Estadual Vale do Acaraú
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O presente estudo analisa as práticas de letramentos acadêmicos flagradas na


escrita colaborativa de resenhas acadêmicas na plataforma wiki. A base teórica desta
pesquisa compreende as abordagens Inglês para Fins Acadêmicos (GILLET, 2000;
FLOWERDEW; PEACOCK, 2001; HYLAND, 2006) e Aprendizagem Colaborativa
Mediada por Computador (ROBERTS, 2005; STAHL; KOSCHMANN; SUTHERS,
2014); a escrita acadêmica (HYLAND, 2009; CARLINO, 2017); o gênero resenha
(MOTTA-ROTH, 1995a; HYLAND, 2004; MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010; ARAÚJO et
al., 2018); a escrita colaborativa na wiki (CUNNINGHAM, 2008; BENTO, 2011;
LANKSHEAR; KNOBEL, 2011); as vozes na construção do texto (SHARPLES et al.,
1993; HYLAND, 2008; NELSON; CASTELLÓ, 2012) e os letramentos acadêmicos
(LEA; STREET, 1998; KIILI; MÄKINEN; COIRO, 2013). Trata-se de uma pesquisa-
ação online, realizada com 17 alunos do curso de Letras Inglês da Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA), situada em Sobral-CE. O cenário da pesquisa foi um
projeto wiki para a escrita colaborativa de resenhas acadêmicas, elaborado a partir
da combinação das abordagens mencionadas e ambientado na plataforma PBworks.
O projeto, dividido em três módulos, previu a apreensão do gênero resenha, a escrita
colaborativa desse gênero e a autoavaliação dos participantes acerca dos
letramentos necessários e convocados para essa experiência. Portanto, foram
analisadas 19 resenhas colaborativas e todo o processo de realização da experiência.
Os resultados indicam que resenhas elaboradas, nessas condições, caracterizam-se
como um gênero reelaborado (ARAÚJO, 2016), com novos movimentos retóricos,
alguns marcados no próprio texto (citar trechos da obra e referenciar por meio de
links) e outros marcados na extensão do texto, relacionados às etapas do processo
de escrita (negociar sobre a escrita colaborativa, decidir sobre a escrita colaborativa,
prometer colaboração, informar sobre a colaboração, incentivar à colaboração e
apreciar a resenha), denominados movimentos retóricos flutuantes. A autoria
colaborativa mostra estreita relação escritor-leitor, destaca os papéis de escritor,
editor e avaliador da obra resenhada e se dá por meio do uso de pronomes que
denotam engajamento com o leitor, marcados no próprio texto e na voz coletiva que
se instaura para a escrita por meio, principalmente, do trabalho sequencial
registrado nas edições do texto. Os letramentos percebidos nessa experiência
corroboram a integração de letramentos acadêmicos (letramentos disciplinares,
letramentos argumentativos, letramentos digitais, letramentos colaborativos e
letramentos inovadores) e convocam, especificamente, o letramento móvel, parte
dos letramentos digitais, por meio do uso do aplicativo WhatsApp (ferramenta
auxiliar), e o letramento crítico para constituir o quadro de letramentos acadêmicos.

Palavras-chave: escrita colaborativa; resenhas; movimentos retóricos; vozes;


letramentos acadêmicos.

O PROJETO DE EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES


DE LÍNGUAS NO CURSO DE LETRAS DA UEVA

Prof. Dr. José Raymundo Figueiredo Lins Júnior


Universidade Estadual Vale do Acaraú
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Trata-se da conclusão da pesquisa de doutoramento, finalizada em outubro de 2019,


no Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade Federal da Paraíba
(PROLING/UFPB), sob a orientação da professora Pilar Roca e coorientação do
professor Marcos Bagno, com o objetivo de analisar a formação docente dos
professores de línguas da Universidade Estadual Vale do Acaraú para o projeto de
educação linguística na educação básica (BAGNO; RANGEL, 2005), considerando os
conceitos da sociolinguística educacional (BORTONI-RICARDO, 2005). Discutimos,
a partir do sistema de transitividade da gramática sistêmico-funcional (HALLIDAY;
MATTHIESSEN, 2004), a relação entre as ideias sobre a língua/linguagem e o ensino,
identificando graus de consciência linguística como saber profissionalizante. De
abordagem interpretativista, o estudo analisou discursos de estudantes no último
ano da graduação em Letras, comparando-os com ideologemas (DEL VALLE, 2010)
identificados no Projeto Político Pedagógico deste curso (SOBRAL, [2015]2018), a
fim de perceber (in)coerências entre o que prescreve o documento e o trabalho
realizado na formação desses professores. Concluímos que a consciência linguística
dos professores em formação é um saber profissionalizante (TARDIF, 2014), que
pode (ou não) se manifestar através de posicionamentos crítico-reflexivos sobre
linguagem, língua, gramática, bem como a relação destes conhecimentos com o
ensino de línguas, representados pelas escolhas lexicogramaticais de seus
enunciadores, sendo estas escolhas influenciadas, positiva ou negativamente, mais
pelas práticas dos docentes formadores (GOERGEN, 2000) do que pelas orientações
prescritas no PPC do curso.

Palavras-chave: educação linguística; formação de professores; trabalho


prescrito/trabalho realizado; autonomia docente.
18

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES


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OS DESAFIOS DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO


EM LITERATURA NO ENSINO REMOTO

Ana Gilvânia Mendes Rodrigues


Maria Elisalene Alves dos Santos
Universidade Estadual Vale do Acaraú

A apresentação tem por objetivo refletir e discutir sobre os desafios encontrados na


realização do Estágio Curricular Supervisionado IV, ensino de Literatura, no ensino
remoto. Dessa forma, justifica-se a escolha deste trabalho a partir da necessidade de
identificar as principais problemáticas citadas pelos estagiários da referida
disciplina, incluída na modalidade de ensino emergencial. Serviram como base de
fundamentação teórica Freitas, Costa e Lima (2017), Zilberman (2009) e Ferraz e
Ferreira (2021). Assim sendo, o estudo trata-se da análise de uma pesquisa
qualitativa, com abordagem de campo e método indutivo, com perguntas e respostas
sobre a proposta mencionada. Nesse sentido, foram convidados a participar da
pesquisa quatro acadêmicos/estagiários do curso de Letras- Habilitação em Língua
Portuguesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Os resultados da
pesquisa mostraram que mesmo diante de tantos impasses, a realização do Estágio
Curricular Supervisionado foi possível. Além dos desafios proporcionados todos os
dias, a aprendizagem foi imensa com a utilização de novas metodologias e
instrumentos digitais. Logo, a experiência serviu para aperfeiçoar a prática
pedagógica em sala de aula, seja ela presencial ou remota, cujos conhecimentos
nunca se apagarão.
Palavras-chave: estágio curricular supervisionado; ensino remoto; ensino de
literatura.

SELEÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Ana Íris dos Santos Justo


Franciclé Fortaleza Bento
Universidade Estadual Vale do Acaraú

O presente estudo tem como objetivo investigar a preparação de professores do


ensino regular para a seleção de materiais didáticos voltados para o ensino de língua
inglesa. O estudo de caso de cunho qualitativo ocorreu nas cidades de Santana do
Acaraú, Sobral, Santa Quitéria, Meruoca e Alcântaras, no Estado do Ceará, com 4
professores do Ensino Fundamental II e 3 professores do Ensino Médio da rede
estadual e privada do Ceará, em junho do ano de 2020, através de um questionário.
Esta pesquisa está fundamentada nos princípios e critérios avaliativos de
Tomlinsom e Masuhara (2005) e Borges (2011). O questionário aplicado estava
dividido em quatro partes voltadas para concepção de materiais autênticos e
materiais criados, seleção de textos, seleção de imagens e seleção de materiais de
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multimídia, respectivamente. O instrumento utilizado permitiu conhecer como os


professores realizam o processo de seleção desses materiais e quais critérios
utilizam para este procedimento. Os resultados apontaram para um conhecimento
significativo dos critérios pré-estabelecidos para seleção de textos e imagens, mas
há pouco conhecimento sobre a autoria de materiais didáticos e o processo de
curadoria digital dos materiais de multimídia.
Palavras-chave: seleção; material didático; texto; imagem; multimídia.

LETRAMENTOS DE (RE)EXISTÊNCIA E A VALORIZAÇÃO


DA JUVENTUDE NEGRA

Enderson Vieira da Silva


Ana Maria Pereira Lima
Universidade Estadual do Ceará

A população negra é pouco representada nos textos verbais e/ou imagéticos usados
nas aulas de Língua Portuguesa, quando essa representação ocorre, na maioria das
vezes, é de uma maneira que coloca o povo afro-brasileiro em espaços de
subalternidade. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo discutir a importância
dos Letramentos de (Re)existência como ferramenta para a promoção de uma
educação antirracista e emancipatória. Temos como base teórica os estudos de
Souza (2009) que trata dos letramentos de reexistência; Ferreira (2014), que
aborda as leituras sobre antirracismo e as ideias de Almeida (2019), Ribeiro (2017)
nas abordagens sobre racismo e sociedade. A metodologia adotada consiste na
análise e compreensão da Lei 10.639/03, que versa sobre a obrigatoriedade da
inclusão de conteúdos relacionados a história afro-brasileira nos currículos de
escolas públicas e privadas; bem como na análise de textos e imagens presentes em
livros didáticos de Língua Portuguesa. Como resultados, espera-se, que os
profissionais e as instituições compreendam a importância de recontextualizar
textos e imagens que associam o negro a espaços subalternos; e principalmente,
valorizem a cultura, os costumes e os conhecimentos populares do povo negro e
deem visibilidade a intelectuais negros e figuras de destaque, de modo a promover
a (auto)afirmação da identidade negra.
Palavras-chave: letramentos; antirracismo; língua portuguesa.

NOTAS SOBRE A FUNÇÃO SOCIAL DA LITERATURA:


VOZES EMERGENTES E FORMAÇÃO LEITORA

Francisco Breno dos Santos Sousa


Gleyda Lúcia Costa Cordeiro Aragão
Universidade Federal do Ceará
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Partindo da perspectiva de que vários textos de origem literária explicitam o teor


social existente na literatura a qual é capaz de transformar o indivíduo e a sociedade,
esta comunicação oral se dedica a mostrar a função social que a literatura
proporciona às crianças e aos adolescentes desde os anos iniciais do ensino
fundamental. Também busca incentivar a inclusão de obras que trabalhem, dentro
do âmbito da formação acadêmica dos indivíduos, assuntos voltados para a
observação dos recorrentes discursos que trazem consigo, de maneira implícita ou
explícita, a multiplicidade de tendências, o experimentalismo formal e um forte
engajamento social. Dessa forma, sendo possível trabalhar obras da literatura
brasileira contemporânea que abordem temáticas emergentes escritas por autores
que quebram os padrões dos escritores tradicionais (brancos, heterossexuais,
moradores de grandes centros urbanos) e, logo, obras que não estão inseridas no
cânone da literatura supracitada. Assim, proporcionamos a abordagem de assuntos
voltados para a observação dos recorrentes discursos que trazem consigo, de
maneira implícita ou explícita, a multiplicidade de tendências e um forte
engajamento social no âmbito da formação acadêmica de estudantes de letras e da
educação básica. Para esta discussão, baseamo-nos em Cosson (2008), Petit (2009),
Filho (2017) e Souza (2011).
Palavras-chave: letramento literário; mediação de leitura; vozes emergentes;
literatura contemporânea.

USOS E FUNÇÕES DO ITEM CATEGORIAL “QUE” EM TEXTOS


DA MÍDIA DIGITAL

Jaiane Santos de Abreu


Maria Soares de Araújo
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Este estudo tem como objetivo a análise funcional do item linguístico “que”, visando
mostrar a sua multifuncionalidade (categoria com muitas funções) em termos de
uso da língua a partir de textos da mídia digital. O aporte teórico adotado é o de
autores funcionalistas que guiaram seus estudos pelo viés da escola givoniana, tais
como Furtado da Cunha; Oliveira; Martelotta (2003), Castilho (2014), Oliveira e
Votre (2009). Nessa perspectiva, para a pesquisa foram utilizados textos da rede
social twitter na modalidade escrita, considerando o item “que” atuando sob
domínios gramaticais e discursivos. Foram analisados ao todo vinte excertos de
textos escritos por internautas apresentando o item “que” funcionando como
pronome relativo, conjunção integrante, marcador coesivo e modalizador
discursivo, motivados pelos efeitos de uso no texto. Evidenciando, assim, que o
contexto de uso mobiliza não só o sentido do item, mas também a sua funcionalidade
categorial, chega-se à conclusão de que um mesmo item pode desempenhar no
discurso diferentes funções.
Palavras-chave: gramática funcional; multifuncionalidade; item “que”.
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AS PERCEPÇÕES ACERCA DO DISCURSO SENSACIONALISTA SOBRE O CASO


SUZANE RICHTOFEN: O “SER MULHER” DENTRO DA CRIMINOLOGIA

Maria Beatriz do Nascimento Rodrigues


Andréia Steffane Sousa Vasconcelos
Francisco Luan da Silva Gomes
Dariane da Silva Sousa
João Paulo Eufrazio de Lima
Universidade Estadual Vale do Acaraú

O trabalho tem como objeto analisar o discurso empregado pela mídia ao expor o
caso de Suzane Von Richthofen, que planejou o assassinato dos seus pais em 2002,
abordando a assassina dentro de estereótipos, termos e adjetivos, apenas por se
tratar de uma mulher branca de classe média alta. A pesquisa leva em consideração
os estudos de Charaudeau (2013), Lacan (1938), Marcuse (1981), Salk (1995),
Watson (1930) e Dijk (2005). A metodologia empregada baseia-se em uma pesquisa
documental e abordagem qualitativa ao analisar e coletar recortes de reportagens
para enriquecer o estudo e provar o discurso utilizado nas notícias. Na forma de
resultados, fica a reflexão de uma visão patriarcal sobre a presença da mulher na
criminologia, ambiente fortemente composto por homens. Além da percepção
patriarcal, é notada a presença da psicofobia; preconceito com pessoas com doenças
mentais. Dessa forma, é exposto também outros casos de True Crime, gênero
bastante desenvolvido em podcasts e vlogs do Youtube durante a pandemia de
Coronavírus, para colaborar com a perspectiva, ainda, do “ser mulher” na
criminologia.
Palavras-chave: mulher; crime; mídia sensacionalista; transtorno de
personalidade.

A REFERENCIAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO NO GÊNERO REDAÇÃO DO ENEM

Maria Luana Morais Lima


Flávia Cristina Candido de Oliveira
Universidade Estadual Vale do Acaraú

A pesquisa insere-se no campo da Linguística Textual, por conceber o texto como


principal fonte de investigação. Dessa forma, este trabalho pretende analisar a
função dos elementos de referenciação por substituição no gênero redação do Enem.
Ele é resultado desta inquietação: De que maneira os elementos de referenciação
por substituição são empregados no gênero redação do Enem? Para responder a
essa inquietação, toma-se por base Halliday e Hasan (1976), Fávero (1992), Koch
(2003) e Antunes (2005). A pesquisa é classificada de tipo descritiva e explicativa,
por apresentar um estudo acerca da referenciação por substituição no processo de
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coesão do texto em um corpus de nove (09) redações nota 1.000 do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), edição de 2019, retiradas de um site de domínio público
da Internet. Ao término desta pesquisa, percebe-se que a substituição, como forma
de referenciação, é um processo argumentativo – já que há um alargamento
semântico dos termos escolhidos na construção do texto – ou seja, um jogo
cognitivo-argumentativo segundo Koch (2003). Portanto, é algo intencional, visto
que além da referenciação de um termo, o sujeito pretende causar um efeito de
sentido no leitor-avaliador – no caso, o corretor do exame – ao escolher os termos,
a fim de persuadi-lo acerca do discurso (argumentação) apresentado.
Palavras-chave: redação do Enem; referenciação por substituição; argumentação.

MARCADORES CONVERSACIONAIS ARGUMENTATIVOS


EM MÍDIA AUDIOVISUAL: UM ESTUDO DE CASO

Taiane Ferreira da Silva


Flávia Cristina Candido de Oliveira
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Nossa pesquisa foi conduzida à luz da Análise da Conversação, através dos estudos
de alguns autores como Marcuschi (2006), Kerbrat-Orecchioni (2006) e Koch
(1987). Tendo em vista a situação comunicativa da conversação, que é instrumento
essencial no cotidiano da humanidade, este trabalho pretende analisar a influência
dos marcadores conversacionais na condução de enunciados argumentativos. Para
que nossa análise fosse possível, foi necessário realizar a transcrição (que se
encontra em anexo) do corpus inicial, que é um vídeo no qual é registrada a conversa
entre a youtuber Jout Jout e seu namorado, e assistente de gravação, Caio. Nossa
pesquisa assume um caráter qualitativo, pois não consegue ser traduzida em
números e sim em proposições e análises interpretativas. Procuramos identificar e
descrever a atuação dos marcadores concernente à intenção comunicativa dos
interlocutores, sobretudo, no que diz respeito à argumentação. Os resultados de
nossa análise mostram o quão recorrentes são os marcadores conversacionais no
ato conversacional e, sobretudo, significativos para que os interlocutores obtenham
êxito quanto às suas intenções comunicativas. Mostra-nos, ainda, o quão
interessante pode ser explorar e estudar o funcionamento de um produto tão
presente em nossas vidas, que é a conversação.
Palavras-chave: análise da conversação; conversação; marcadores
conversacionais; argumentação.

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