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Capítulo 4

Aspectos Básicos da Transmissão


de Energia Elétrica

1. OBJETIVO
Este capítulo se destina a apresentar um conjunto de informações básicas
sobre a transmissão de energia elétrica, permitindo um entendimento dos fun-
damentos da operação dos sistemas elétricos de potência em regime perma-
nente.

2. INTRODUÇÃO
Como foi descrito no capítulo 1, a grande maioria da transmissão de e-
nergia nos sistemas elétricos é realizada em corrente alternada. Quando dize-
mos que nos sistemas elétricos as tensões e correntes são senoidais, significa
que elas variam com o tempo e têm uma representação gráfica típica apresen-
tada na Figura 1.

Figura 1 - Corrente senoidal

IV - 1
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Matematicamente, um gráfico como o mostrado na Figura 1 pode ser


descrito pela equação:
i(t ) = Im. sen (ωt + θ ) [1]

A equação [1] é denominada de equação da função seno ou da senóide.


A variável Im é o valor de pico ou valor máximo da senóide, ω é a freqüência
angular e θ é a fase da senóide.
Examinando a Figura 1, é fácil visualizar que o valor de pico, Im, é o maior
valor instantâneo que a corrente atinge ao longo do tempo, tanto no lado positi-
vo como negativo da corrente elétrica. Analisando ainda a Figura 1, podemos,
concluir que a corrente é formada por uma série de trechos que se repetem ao
longo do tempo. Cada trecho desses que se repete é denominado ciclo e um
está destacado na Figura 1 entre as retas a e b. A duração de cada ciclo é de-
nominada de período, e é representado pela letra T.
A freqüência elétrica, representada pela letra f, é definida como o número
de ciclos de uma senóide por segundo. O sistema elétrico do Brasil, opera nu-
ma freqüência constante, que é 60 Hz, ou 377 radianos por segundos, que é
também bastante empregada nos Estados Unidos. Outros países da América
do Sul como Paraguai e Argentina, optaram pelo uso da freqüência de 50 Hz,
que é muito comum no continente europeu.
Sendo as tensões e correntes senoidais nos sistemas elétricos, elas estão
variando continuamente no tempo sendo usual se trabalhar com um valor AC
que produza a mesma energia (isto é, dissipe uma mesma quantidade de calor
num circuito resistivo) que um valor contínuo DC, que é denominado valor efi-
caz. Portanto, uma corrente alternada com valor eficaz igual a 1 Ampère pro-
duz o mesmo calor num resistor de 10 ohms que uma corrente contínua de 1
Ampère.
O valor eficaz ou rms (root-mean-square) de uma tensão ou corrente, ma-
tematicamente é definido como sendo a raiz quadrada do valor médio dos qua-
drados de todos os valores instantâneos da corrente ou tensão durante meio
ciclo.
Para uma dada senóide, o valor eficaz de uma senóide é o valor de pico
dividido por 2 , isto é:

IV - 2
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Ipico
Irms = = 0,707 Ipico [2]
2

É importante relembrar que as escalas dos instrumentos de medida (am-


perímetro, voltímetro...) são calibrados para indicarem o valor eficaz de uma
corrente ou tensão senoidal.
A Figura 2, apresenta uma senóide onde são indicados: o valor máximo
(valor de pico), o valor eficaz e o valor médio.

Figura 2 - Valores de pico e eficaz

Na análise de sistemas elétricos muitas vezes é necessário somar ou sub-


trair correntes ou tensões para obter o valor de uma dada grandeza num dado
ponto deste sistema elétrico. As operações envolvendo correntes e tensões
senoidais, usando as expressões gerais se torna uma tarefa cansativa. Para se
resolver problemas como estes de forma simples e prática, utiliza-se o método
fasorial.
No método fasorial, cada senóide é representada por um número comple-
xo denominado fasor, e assim a operação com senóides se transforma numa
operação algébrica de números complexos. Uma senóide é expressa matema-
ticamente por:

v(t) = Vm .sen (ω.t + θ ) [3]

e é representada por um fasor que é um número complexo cujo módulo é o


valor eficaz da senóide, e a fase é a própria fase da senóide.
O fasor é denotado por uma letra maiúscula, neste caso V, que é:

IV - 3
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Vm
V= ∠ θ = Vef ∠ θ [4]
2

ou ,

V = 0,707 Vm ∠. θ

3. TRANSMISSÃO MONOFÁSICA

i (t)

CARGA
v (t)

Figura 3

Considere uma carga monofásica sendo alimentada em regime perma-


nente senoidal a partir de uma linha monofásica como está esquematizada na
Figura 3.
A tensão v(t) e a corrente i(t) em regime permanente são expressas por:

v( t ) = V max .senwt [5]


i( t ) = Im ax.sen( wt − θ) [6]

A potência instantânea transmitida a carga é dada pela seguinte equação:

p( t ) = v( t ).i(t ) [7]

Substituindo [6]e [7] em [8], obtemos:

p( t ) = Vm. Im .sen( wt ).sen( wt − θ) [8]


como:

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Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

senA.senB =
1
[cos( A − B) − cos( A + B)]
2
então:
Vm. Im
p( t ) = .[cos θ − cos(2 wt − θ)] [9]
2

Da definição de valores eficazes, temos:


V max
VEF = [10]
2
Imax
IEF = [11]
2
Substituindo [11] e [12] em [10], obtemos:

p(t ) = VEF .IEF .[cos θ − cos(2 wt − θ)] [12]

A expressão [13] mostra que a potência instantânea tem caráter pulsante,


podendo se distinguir duas componentes: uma constante VEF.IEF.cosθ e outra
senoidal de freqüência dupla. A Figura 4 apresenta o gráfico da potência ins-
tantânea em função do tempo, onde se visualizar que ela não é necessaria-
mente positiva para qualquer instante de tempo t.

Potência Instântanea

tempo

Figura 4 - Gráfico da potência ativa instantânea


Uma potência instantânea positiva significa que o elemento está absor-
vendo potência da rede, enquanto que valores negativos significam que o ele-
mento está fornecendo potência a rede. A caracterização de que se trata de

IV - 5
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

uma carga ou de uma fonte só fica definida a partir do valor médio de [13], isto
é, da potência média ou potência ativa, dada por:

T
1
P ∆ ∫ f(t)dt [13]
T
0

P = VEF.IEF.cosθ [14]

Esta potência média é interpretada como sendo a potência líquida ou a


potência que é efetivamente fornecida ou absorvida por um dado elemento. Se
a potência média fornecida ao elemento considerado tiver um valor positivo, ele
fica caracterizado como carga, caso o valor seja negativo, o elemento fica ca-
racterizado como fonte.
Analisando a equação [13], fica bem evidente a presença de uma parcela
de potência oscilante, isto é, uma parcela de potência que fica sendo permuta-
da entre a carga e a fonte. Num semiciclo a fonte fornece potência a carga, no
outro, a carga fornece potência à rede. Esta parcela da potência instantânea
que não realiza trabalho, nem é absorvida ou fornecida efetivamente a algum
elemento, sobrecarrega os condutores, transformadores e demais elementos
do sistema elétrico, sendo, portanto, necessário quantificá-la.
Desenvolvendo o termo cos(2ωt - θ) da equação [13], obtemos:

p(t) = VEF .IEF .[ cos θ + cosθ. cos2wt + sen θ.sen2wt ] [15]

A partir da equação [16] são definidas: a potência ativa instantânea (pat)

pat = VEF .IEF . cosθ. [ 1 + cos2wt ] [16]

e a potência reativa instantânea (preat),

preat = VEF .I EF.sen θ . sen2wt [17]

IV - 6
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Examinando a equação [17] da potência ativa instantânea, verificamos


que ela é a parcela da potência instantânea que está sempre sendo fornecida
ou absorvida, isto é, ou ela é sempre positiva ou sempre negativa com valor
médio igual à potência ativa.
Já a equação [18], que define a potência reativa instantânea tem valor
médio nulo e é uma parcela da potência instantânea que fica sendo permutada
entre a carga e a fonte, num semiciclo o elemento absorve potência da rede, no
outro ele fornece. Para quantificar esta parcela da potência instantânea nós
definimos a potência reativa (Q), isto é, o valor máximo da parcela da potência
instantânea que fica sendo permutada entre a carga e a fonte num sistema elé-
trico pela seguinte expressão:

Q = VEF .IEF .senθ [18]

A unidade da potência reativa é o Volt-Ampére reativo (VAr) dimensio-


nalmente idêntica a unidade de potência ativa, o Watt (W); a denominação di-
ferente visa apenas distinguir quando se trata de uma ou de outra potência.
Esta potência reativa, embora não realize trabalho, é essencial ao processo de
conversão de energia para criar os campos elétricos e magnéticos necessários
ao processo.
Analisando a equação [19] é fácil verificar que ela pode assumir um valor
positivo ou negativo dependendo do ângulo θ. É importante relembrar que θ é o
ângulo resultante da diferença entre a fase do fasor tensão V e a fase do fasor
corrente I, isto é:

θ = ∠V − ∠I [19]

Para uma carga de natureza indutiva, a tensão está adiantada em relação


a corrente, isto é, θ é positivo, o cosseno de θ é positivo e portanto a potência
reativa “entrando” na carga é positiva. No caso de uma carga de natureza ca-
pacitiva, a tensão está atrasada em relação a corrente, θ é negativo, cosθ é
negativo e a potência reativa “entrando” na carga é negativa indicando que ela
esteja saindo da carga.

IV - 7
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Esta interpretação de que numa carga indutiva a potência reativa é positi-


va indicando que ela esteja “entrando” na carga e o contrário para uma carga
capacitiva conduz às seguintes afirmações, muito comuns na rotina dos enge-
nheiros de operação dos sistemas elétricos, que são:
• Os capacitores são elementos que “fornecem” reativos
• Os reatores são elementos que “absorvem” reativos
Durante todo esse texto, reativo e potência reativa estarão sempre se re-
ferindo a potência reativa indutiva.
As potências ativa e reativa definidas pelas equações [15] e [19], respec-
tivamente, podem ser obtidas de forma simples a partir da definição da potên-
cia complexa (S). A potência complexa é definida como sendo o número com-
plexo obtido pelo produto do fasor tensão pelo conjugado do fasor corrente, isto
é:
S = V.I* [20]
como,
V = VEF ∠V [21]
e
I* = IEF ∠ − I [22]
então:

S = V.I* = VEF .IEF ∠V − ∠I = VEF .IEF . cos( ∠V − ∠I ) + j. VEF .IEF . sen( ∠V − ∠I )


[23]

que resulta em:

S = P + jQ [24]

O módulo da potência complexa (N) é denominado potência aparente e


tem como unidade o Volt-Ampére (VA). Esta potência está fisicamente repre-
sentando toda a potência transmitida a uma carga. A unidade Volt-Ampére
(VA) é dimensionalmente idêntica às unidades das potências ativa e reativa, a
denominação distinta novamente está relacionada à identificação do tipo de
potência que está sendo referida. Assim, a potência aparente é dada por:

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N = P2 + Q 2 = VEF .IEF [25]

A potência aparente, por retratar toda a potência transmitida, é utilizada


para especificar a potência nominal dos equipamentos e componentes de um
sistema elétrico. Outra grandeza muito importante nos estudos envolvendo sis-
temas elétricos é o fator de potência.
O fator de potência de uma carga é a relação entre a potência ativa e a
potência aparente fornecida a carga. Ele retrata a “eficiência” da potência
transmitida à carga e, quantitativamente, é expresso por:

P VEF . IEF . cosθ


FP = = [26]
N VEF . IEF
logo:
P
FP = = cosθ [27]
N

Assim um fator de potência de 0,8 para uma carga indica que apenas 80
% da potência transmitida à carga (potência aparente) é utilizada para realmen-
te produzir trabalho. O restante é utilizado para carregar os campos elétricos e
magnéticos existentes no sistema. As operações que funcionam com baixo fa-
tor de potência carregam linhas aéreas, cabos e transformadores desnecessa-
riamente.
Atualmente no Brasil a legislação tarifária em vigor penaliza os consumi-
dores que tiverem um fator de potência horário indutivo abaixo de 0,92, de 6 às
24 horas, e um fator de potência horário capacitivo abaixo de 0,92, de 0 às 6
horas.
Para melhor caracterizar o que foi dito anteriormente, vamos acrescentar
como exemplo o caso de uma instalação alimentada a partir de um transforma-
dor de 100 kVA. Este transformador é utilizado para alimentar uma carga de 80
kW, caso o fator de potência da instalação seja 0,8; ele vai operar na sua po-
tência nominal. O mesmo transformador poderia operar numa potência menor
que a nominal como 90 kVA, por exemplo, para alimentar a mesma carga de
80 kW, desde que o fator de potência fosse maior que 0,8.

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Como a grande maioria das cargas existentes tem fator de potência indu-
tivo, isto é, consome potência reativa, a correção do fator de potência para ní-
veis aceitáveis é realizada conectando-se próximo às cargas fontes de potência
reativa, como capacitores, compensadores síncronos e estáticos, etc.
A conexão do fator de potência de uma instalação pode ser visualizada a
partir do triângulo das potências. Ele é obtido decompondo o fasor corrente em
duas componentes como está mostrado na Figura 5, uma com módulo IEF.cosθ
e outra com módulo IEF.senθ.
Ief. cosθ

Ief. senθ

Ief

Figura 5 - Triângulo das correntes

Multiplicando-se todos os lados do triângulo formado pelo módulo do fasor


tensão VEF, obtemos o triângulo das potências, como está apresentado na Fi-
gura 6. Neste triângulo é importante ressaltar que, embora a potência reativa Q
seja positiva, o seu sentido é contrário à direção convencionada como positiva
para o eixo imaginário no plano complexo.

Figura 6 - Triângulo das potências

Concluímos, destacando o fato de que numa transmissão monofásica a


potência efetivamente fornecida a carga tem caráter pulsante.

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4. TRANSMISSÃO TRIFÁSICA

Considere o sistema elétrico apresentado na Figura 7, onde uma linha tri-


fásica está alimentando este sistema, com as seguintes tensões:

vA(t) = Vm.senwt [28]

vB(t) = Vm.sen(wt - 120) [29]

vC(t) = Vm.sen(wt + 120) [30]

iA(t)

vA(t)

iB(t)
SISTEMA
vB(t)
ELÉTRICO
iC(t)
vC(t) 3φ

Figura 7 - Transmissão trifásica

e com as seguintes correntes circulando pelas três fases:

iA(t) = Im.sen(wt - θ) [31]

iB(t) = Im.sen(wt + θ - 120 o ) [32]

iC(t) = Im.sen(wt + θ + 120 o ) [33]

A potência instantânea trifásica transmitida à carga é obtida pela seguinte


expressão:

p = vA.i A + vB.iB + vC.iC [34]


Substituindo as equações de [29] à [34] na equação [35], obtemos:

p = Vm Im[ senwt.sen( wt − θ) + sen( wt − 1200 ).sen( wt − θ − 1200 ) +


[35]
sen( wt + 1200 ).sen( wt − θ + 1200 )]

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Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Desenvolvendo de maneira similar ao item da transmissão monofásica,


temos:
Vm. Im
p= [cos θ + cos(2 wt − θ) + cos θ + cos(2 wt − θ − 2400 ) +
2 [36]
cos θ + cos(2 wt − θ − 1200 )]

como:
cos(2 wt − θ) + cos(2 wt − θ − 240 0 ) + cos(2 wt − θ − 120 0 ) = 0

Encontramos:
3.Vm. Im
p= . cos θ [37]
2

Da definição de valores eficazes, temos:

V max
VEF = [38]
2

Imax
IEF = [39]
2

Substituindo [39] e [40] em [38], obtemos:

p(t ) = 3.VEF .IEF . cos θ [40]

A expressão [41] mostra que a potência total trifásica instantânea é cons-


tante e igual ao triplo da potência ativa por fase.

p(t ) = P3 φ = 3.P1φ [41]

Vale salientar que, na equação [41], VEF e IEF representam valores por fa-
se. Em termos de tensão de linha a equação [41] pode ser rescrita da seguinte
forma:
P3 φ = 3 .VL.IEF . cos θ [42]

IV - 12
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

pois:
VL = VEF . 3 [43]

Outro fato importante que pode ser destacado na análise da equação [41]
é que não tem sentido o conceito de potência reativa trifásica. A situação é si-
milar ao fato de que existem correntes nas três fases ia, ib, ic, mas a soma algé-
brica das três correntes é nula.
Mesmo não existindo fisicamente, a potência reativa trifásica se define por
uma questão de simetria com a potência ativa trifásica (P3φ = 3P1φ ), como sen-

do o triplo da potência reativa de uma fase.

Q 3 φ = 3.Q1φ [44]

A completa simetria existente em sistemas trifásicos equilibrados permite


determinar a corrente, a tensão e a potência em apenas uma de suas fases e
estender os cálculos para as outras fases.
Concluindo, podemos resumir alguns pontos que estão relacionados ao
fato de hoje a grande maioria dos sistemas elétricos de potência no mundo o-
perarem em corrente alternada e serem trifásicos:
• A potência instantânea trifásica fornecida a carga é constante;
• A soma algébrica das três correntes de fase é igual a zero. Portanto,
não há necessidade da existência de um condutor de retorno em sis-
temas trifásicos equilibrados;
• A soma algébrica das três tensões de fase é também igual a zero;
• A análise de sistemas trifásicos equilibrados pode ser feita a partir da
análise de apenas uma de suas fases.

5. CARGA ELÉTRICA

Em geral, o termo carga refere-se a um equipamento ou conjunto de e-


quipamentos que absorve energia de um sistema elétrico

IV - 13
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Na prática, a carga é um conjunto de equipamentos que usualmente in-


clui: motores elétricos, eletrodomésticos, lâmpadas, equipamentos eletrônicos
equipamentos de aquecimento...
Do ponto de vista elétrico, os diversos equipamentos que constituem uma
carga elétrica são caracterizados por grandes diferenças no que diz respeito a:
tamanho, simetria, variação da carga com o tempo, freqüência e tensão, ciclo
de funcionamento (uso regular ou aleatório). A carga elétrica de uma determi-
nada região depende de sua localização, clima, população, cultura e forma de
viver.
Em geral as cargas podem ser divididas em um conjunto de categorias
tais como: industriais, comerciais, residenciais e rurais. As cargas residenciais
consistem principalmente de luzes, ventiladores, chuveiros ar condicionados,
eletrodomésticos de uma forma geral. As cargas comerciais consistem princi-
palmente de iluminação, sistemas de ar condicionado e eletrodomésticos utili-
zados em lojas, escritórios, supermercados...
As cargas industriais são constituídas basicamente de grandes motores
de indução trifásicos com considerável constância de carga e um ciclo de fun-
cionamento bem determinado.
A caracterização da carga de um sistema elétrico ou parte dele é usual-
mente realizada a partir de uma curva denominada curva de carga.
Esta curva retrata a variação da potência ou demanda solicitada por um
conjunto de consumidores durante um dado intervalo de tempo. O intervalo de
tempo mais usualmente utilizado para expressar a curva de carga é o de um
dia ou 24 horas, sendo denominada curva de carga diária.
A curva de carga diária de um sistema elétrico típico está apresentada na
Figura 8 onde é possível identificar dois períodos distintos: o de carga máxima
ou pesada onde ocorre a maior solicitação de potência e o de carga mínima ou
carga leve onde ocorre uma menor solicitação de potência. O período de carga
entre a carga máxima é mínima é denominado de carga média e tem como
principal característica não apresentar um comportamento bem definido. Os
períodos de finais de semana são usualmente considerados como períodos de
carga média.

IV - 14
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Figura 8 - Curva de carga de um sistema elétrico

Se levantarmos a curva de carga de vários consumidores pertencentes a


um dado grupo, veremos que vai existir uma peculiaridade entre eles no que
diz respeito aos horários em que os mesmos solicitam mais ou menos potência
elétrica do sistema. Essa avaliação permite a partir de uma dada curva de car-
ga, identificar a que grupo de consumidor a mesma pertence. Os consumidores
residenciais e a iluminação pública têm uma participação efetiva no período de
ponta. O atendimento a ponta na grande maioria dos sistemas elétricos é feita
por geração de energia menos eficiente e políticas que visem a redução dessa
ponta são sempre favoráveis aos operadores dos sistemas elétricos.

140

120

100
Demanda(kVA)

comercial
80 industrial
60 residencial

40

20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
tempo(h)

Figura 9 - Curvas de carga de grupos de consumidores

IV - 15
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

A Figura 9 apresenta curvas de carga típicas para consumidores residen-


ciais, comerciais e industriais, onde se pode verificar que:

• Na carga residencial é usual a maior utilização da energia no período


das 17 às 22 horas com predominância no período das 18 às 21 ho-
ras, uma vez que a carga de iluminação constitui parcela preponderan-
te no total.
• Na carga comercial nota-se a sensível continuidade das solicitações a
partir dos horários comuns de início de serviço (8 - 9 horas) e a queda
acentuada da carga após o encerramento dos expedientes (19 horas).
• Na carga industrial se verifica que existe muito pouca variação durante
os horários de funcionamento da produção.

Faz-se necessário salientar que a curva de carga destes consumidores


tende a diferir de uma semana normal para um dia de domingo ou feriado, a
exceção dos consumidores residenciais que praticamente mantém o mesmo
perfil. A Figura 10 exibe o comportamento destes consumidores em um dia
considerado não útil: os transformadores trabalham quase que em vazio e as
diferenças entre a carga máxima e a mínima ficam evidentes.

140

120

100
Demanda(kVA)

comercial
80 industrial
60 residencial

40

20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
tempo(h)

Figura 10 - Curva de carga durante um dia não útil

IV - 16
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

As cargas dos sistemas elétricos apresentam as seguintes características


e particularidades:
• A carga típica sempre consome potência reativa, pois na maioria dos
casos as cargas motoras são determinantes;

• A carga típica é sempre simétrica e trifásica, por mais que existam de-
sequilíbrios no consumidor final, a carga que é suprida pelkos barra-
mentos das concessionárias tem esse comportamento;

• A carga típica varia significativamente com a tensão e com a freqüên-


cia;

• As cargas concentradas ou compostas, embora individualmente do ti-


po aleatório, são de caráter relativamente previsível e são encontradas
nos níveis de subtransmissão e de transmissão;

• Essas cargas concentradas variam usualmente com o tempo de ma-


neira lenta. De minuto a minuto tem-se uma carga quase constante.
Como um minuto, comparado com as constantes de tempo elétricas
do sistema de potência, é um período de tempo longo, isto nos permite
considerar, que o sistema elétrico funciona em regime permanente.

Um moderno sistema de potência deve monitorar continuadamente as ca-


racterísticas de consumo de determinado centro de carga, procurando atender
seus consumidores de forma confiável e econômica.
O acompanhamento sistemático e contínuo da evolução da carga consti-
tui-se na primeira etapa para o planejamento de um sistema elétrico de potên-
cia. O crescimento da carga está fortemente relacionado ao crescimento da
economia e do Produto Interno Bruto (PIB) de um país.
Hoje dentro do processo de planejamento da expansão se caminha na di-
reção de que o atendimento ao crescimento da carga não deve caminhar ape-
nas pela construção de novas ofertas de geração e sim avaliar alternativas re-
lacionadas ao uso eficiente de energia elétrica de forma integrada.

IV - 17
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

6. ASPECTOS QUALITATIVOS DA TRANSMISSÃO DE ENERGIA


Consideremos um sistema elétrico formado por duas barras, com a gera-
ção conectada na barra 1 e uma carga (Po + jQo) conectada na barra 2, como
está mostrado na Figura 11.

V1 = E1 / δ1 V2 = E2 / δ2

P0 + jQ0

Figura 11 - Sistema elétrico com duas barras

O gerador conectado na barra 1 injeta uma potência expressa por:

SG = PG + j.QG [45]

Para as análises que serão feitas a seguir as seguintes hipóteses serão


assumidas:
• O módulo da tensão na barra 1 é mantido constante através da ação
regulador de tensão do gerador;
V1 = E1 = constante

• A resistência série da linha é desprezada, isto é:


V1 = constante

• As perdas na transmissão são consideradas desprezíveis, isto é a po-


tência fornecida à carga conectada na barra 2 é considerada pratica-
mente igual a potência gerada na barra 1:
S G ≅ SO = P0 + jQ 0

Aplicando a Lei das Tensões de Kirchhoff para o sistema elétrico apresen-


tado na Figura 11, obtém-se:

IV - 18
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

V1 = V 2 + Z.I [46]

A partir das considerações apresentadas anteriormente, obtemos:

SG = PG + jQG ≅ SO = PO + jQO = V 2.I * [47]

SG ≅ SC = V 1.I* [48]

De [49] retiramos o valor do fasor I:


PO − jQO
I= [49]
V 1*

Assumindo a tensão na barra 1 como referência, isto é, com módulo igual


a E1 e fase nula, a equação [47] passa a assumir a seguinte forma:

X.(PO − jQO) X.PO X.QO


V1 = V 2 + j = V2 + j + [50]
E1 E1 E1

Rearrumando os termos, obtemos:

X.PO X.QO
V 2 = V1 − j − [51]
E1 E1

O diagrama fasorial correspondente à equação [52] está apresentado na


Figura 12.

V1

δ
XPo
−j
V2 E1

XQo

E1
Figura 12 - Diagrama fasorial de um sistema elétrico com duas barras
Analisando a Figura 12, podemos obter as seguintes conclusões:

IV - 19
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

a) Se variarmos a potência ativa consumida pela carga de PO para PO + ∆P0,


podemos verificar que a defasagem entre as tensões nas barras é muito
mais afetada que os respectivos módulos destas tensões. O ângulo mostra-
do na Figura 12 entre os fasores tensão na barra 1 e tensão na barra 2 é
denominado ângulo de carga. Para ilustrarmos esta conclusão apresenta-
mos o diagrama fasorial mostrado na Figura 13, onde a potência ativa da
carga é incrementada de ∆P0 e em função desse fato o ângulo de carga
aumenta de δ para δ’.
V1

δ XPo
V2 −j
E1
δ’
V’2
XQo

E1 X∆Po
−j
E1
Figura 13 – Variações na potência ativa da carga

b) Ao variarmos a potência reativa absorvida pela carga na barra 2 verifica-se


que o módulo da tensão nesta barra é significativamente mais afetado do
que a defasagem entre as tensões das barras 1 e 2. A Figura 14 ilustra o fa-
to anteriormente comentado, onde a potência reativa absorvida pela carga
varia de ∆Q0 e é mostrada a conseqüente variação sofrida pela tensão na
barra 2, que passa de V2 para V2’.

V1

δ’
XPo
V2 −j
V’2 E1

X∆Qo XQo
− −
E1 E1
Figura 14 – Variações na potência reativa consumida pela carga

IV - 20
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

c) Se a potência ativa P0 da carga for negativa, o fluxo de potência ativa é in-


vertido, e é possível verificar que a tensão da barra 2 fica obrigatoriamente
adiantada em relação à tensão da barra 1. Ilustrando o fato de que o fluxo de
potência ativa se dá sempre da barra de tensão mais adiantada para a barra
que de tensão mais atrasada. A Figura 15 apresenta o diagrama fasorial
dessa situação.

XQo

E1

V2
XPo
−j
δ E1

V1

Figura 15 – Fluxo de potência ativa entre duas barras

d) Se a potência reativa Q0 fornecida à carga for negativa, o fluxo de potência


reativa se inverte passando a ir da barra 2 para a barra 1. Nessa situação é
possível verificar que o módulo da tensão da barra 2 torna-se maior que o
módulo da tensão da barra 1. Ilustrando o fato de o fluxo de potência reativa
entre duas barras geralmente se dá da barra com tensão de módulo maior
para a barra com tensão de módulo menor, como pode ser visto na Figura
16.
V1

XPo
δ
−j
E1
V2

XQo

E1

Figura 16 – Fluxo de potência reativa entre duas barras

IV - 21
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

e) Uma análise mais detalhada da Figura 13 e Erro! Fonte de referência não


encontrada. permite concluir que, ao chavearmos bancos capacitores em
paralelo com a barra de carga, elevamos a tensão na mesma. Esta elevação
de tensão na barra de carga se dá devido a uma redução do transporte de
potência reativa na LT, pois parte do reativo solicitado pela carga é compen-
sado localmente. Esta redução do fluxo de potência reativa acarreta uma re-
dução de queda de tensão série na LT, explicando, dessa forma, a tensão
de elevação na barra de carga.

f) Similarmente, a partir da Figura 13 e Figura 14 pode-se concluir que ao cha-


vearmos reatores em paralelo com a barra de carga reduzimos a tensão na
mesma. Esta redução de tensão na barra de carga se dá devido a um au-
mento do transporte de potência reativa na LT. Este aumento do fluxo de po-
tência reativa acarreta uma elevação da queda de tensão série na LT.

A carga de um sistema elétrico de potência é predominantemente induti-


va, necessitando de potência reativa. Os próprios elementos dos sistemas de
transmissão como transformadores e mesmo as linhas de transmissão e os
cabos (na grande maioria das situações operacionais) também requerem po-
tência reativa.
Na própria concepção de um sistema de transmissão a potência ativa de-
ve ser transmitida do gerador para a carga, já a potência reativa, ao contrario,
seria desejável é que ela não fosse transmitida por longas distâncias. O trans-
porte de potência reativa por longas distâncias acarreta um conjunto de conse-
qüências indesejáveis como o aumento da queda de tensão, das perdas na
transmissão e a desnecessária utilização de equipamentos com maiores capa-
cidades como no caso de transformadores e cabos.
Por essas razões o ideal seria efetuar, em cada região de um sistema de
transmissão a geração da potência reativa requerida, na prática, entretanto,
esse objetivo não pode ser sempre alcançado. A geração local de reativos po-
de ser conseguida por capacitores em paralelo ou ainda com a conexão de
compensadores síncronos ou estáticos.

IV - 22
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Na Figura 16 fica evidenciado que, se a carga solicita mais potência reati-


va, a tensão na barra à qual está conectada a carga tende a cair. Este fato po-
de ser entendido quando se percebe que este acréscimo de reativo solicitado
pela carga é atendido pela barra 1 através de um acréscimo de corrente. Este
acréscimo de corrente tende a incrementar a queda de tensão e as perdas na
linha e com isso diminuir o módulo da tensão na barra 2.
O operador de um sistema elétrico de potência tem por objetivo manter as
tensões nas barras de carga de um sistema elétrico dentro de limites bastante
estreitos (tipicamente nas barras de carga entre ± 5% da tensão nominal). É
importante ressaltar que praticamente todos os equipamentos de utilização de
energia conectados a um sistema elétrico de potência são projetados para fun-
cionar num dado nível de tensão, se a tensão do sistema afastar-se muito des-
te valor, o desempenho e a vida útil destes equipamentos tende a reduzir bas-
tante.

7. ASPECTOS QUANTITATIVOS DA TRANSMISSÃO DE ENER-


GIA
Considere o sistema elétrico formado por duas barras interligadas por um
ramo com impedância Z apresentado na Figura 17. Na barra 1 está conectada
a geração e na barra 2 a carga Po +jQo .

G1

R jX

V
1
P + jQ
o o

Figura 17 - Sistema elétrico de duas barras

A potência complexa a ser transportada da barra 1 para a barra 2 é ex-


pressa pela seguinte equação:

IV - 23
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

*
⎛ V1 − V 2 ⎞
S12 = V 1.I* = V 1.⎜ ⎟ [53]
⎝ Z ⎠
desenvolvendo,
V 1.V 1 * − V 1.V 2 * ⎛ R + jX ⎞
S12 = .⎜⎜ ⎟⎟ [54]
R − jX ⎝ R + jX ⎠

como: V1 = E1∠V1 e V 2 = E 2∠V 2 a equação [55] pode ser rearrumada da se-


guinte forma:

S12 =
[E2
1 ]
− E1.E2. cos(∠V1 − ∠V2 ) − jE1.E2.sen(∠V1 − ∠V2 )] .(R + jX )
R2 + X2

Relembrando que S12 = P12 + jQ12 , a equação para S12 pode ser dividida
em duas partes: uma real, para o fluxo de potência ativa da barra 1 para a bar-
ra 2 e outra, imaginária para o fluxo de potência reativa:

R.E12 − E1.E2.R cos(∠V 1 − ∠V 2) + E1.E2.Xsen(∠V 1 − ∠V 2)


P12 = [55]
R2 + X2

X.E12 − E1.E2.X cos(∠V 1 − ∠V 2) − E1.E2.Rsen(∠V 1 − ∠V 2)


Q12 = [56]
R2 + X2

Admitindo a resistência da linha de transmissão desprezível nas equa-


ções [56] e [57], obtemos:

E1.E2
P12 = .sen(∠V 1 − ∠V 2) [57]
X

.E1.[E1 − E2. cos(∠V 1 − ∠V 2)]


Q12 = [58]
X

Analisando a equação [58] podemos concluir quantitativamente o que foi


observado na seção 6, isto é, que o fluxo de potência ativa sempre se dá, da

IV - 24
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

barra com tensão mais adiantada para a barra com tensão mais atrasada, pois
o sinal do fluxo de potência ativa da barra 1 para a barra 2 está diretamente
relacionado ao sinal do seno da defasagem entre as fases das duas barras.
Da mesma forma o fluxo de potência reativa na equação [59] é definido
pela subtração entre o módulo da tensão na barra 1 e o módulo da tensão na
barra 2 multiplicado pelo cosseno da defasagem entre as fases das duas bar-
ras. Com o auxílio da equação [59] pode-se verificar que o fluxo de potência
reativa geralmente ocorre da tensão de maior módulo para a tensão de menor
módulo.
Procedendo de forma similar para os fluxos de potência ativa e reativa da
barra 2 para a barra 1, encontramos as seguintes expressões:

R.E2 2 − E1.E2.R cos(∠V 2 − ∠V 1) + E1.E2.Xsen(∠V 2 − ∠V 1)


P21 = [59]
R2 + X2

X.E22 − E1.E2.X cos(∠V 2 − ∠V 1) − E1.E2.Rsen(∠V 2 − ∠V 1)


Q 21 = [60]
R2 + X2

É importante destacar que, a partir das equações [57] e [61], as perdas a-


tivas na linha de transmissão podem ser obtidas pela seguinte equação:

∆P12 = PIN − POUT = P12 − (P21) = P12 + P21 [61]

Num sistema elétrico, o perfil das tensões nas barras próximo ao valor
nominal é um indicador importante do funcionamento do mesmo, pois este fato
implica que a compensação do reativo necessário ao funcionamento das car-
gas está se dando localmente.

8. BALANÇO DE POTÊNCIA ATIVA E O MECANISMO CARGA


FREQÜÊNCIA
Considere um sistema elétrico, representado por um único gerador equi-
valente alimentando toda a carga do sistema elétrico a partir da potência me-
cânica entregue na sua máquina primária ou turbina como está apresentado na
Figura 18. A potência mecânica entregue na máquina primária é convertida em

IV - 25
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

potência elétrica para atender a carga total do sistema elétrico mais as perdas
na geração e na transmissão de energia.

PELE

Sistema
Gerador Elétrico

PMEC

Turbina

Figura 18 – Balanço de potência ativa

Para o sistema elétrico da Figura 18, usando a segunda lei de Newton as


aplicada as massas girantes, podemos escrever que:

dw
TMEC − TELE = J. [62]
dt

onde J é o momento de inércia em kg.m2 de todas as massas girantes acopla-


das ao eixo, w é a velocidade angular em radianos/segundos, TMEC é o torque
produzido na máquina primária e TELE é o torque eletromagnético produzido
pela carga acrescida das perdas.
Multiplicando a equação [63] pela velocidade mecânica e relembrando
que o produto da velocidade mecânica pelo torque corresponde a uma potência
podemos escrever que:

dw
PMEC − PELE = M. [64]
dt

onde: M é a constante de inércia expressa em J.s.

Como a velocidade mecânica está diretamente relacionada a freqüência


elétrica, variações tanto na potência consumida pela carga como na potência

IV - 26
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

mecânica entregue na máquina primária afetam diretamente a freqüência elé-


trica do sistema.
Analisando a equação [65] podemos verificar que a freqüência está inti-
mamente relacionada com o balanço de potência ativa num sistema elétrico.
Sob condições normais de funcionamento, os geradores do sistema giram em
sincronismo, e, juntos, geram a potência que, a cada instante, está sendo con-
sumida por todas as cargas, mais as perdas ativas da transmissão. Estas, da
ordem de uns poucos por cento, incluem as perdas ôhmicas nos vários compo-
nentes da transmissão, as perdas por efeito Corona nas linhas, e as perdas
nos núcleos, nos transformadores e geradores.
Observando a equação [66] é possível entender que uma saída brusca de
carga (rejeição de carga) faz com que a potência ativa gerada seja maior que a
potência total ativa consumida, acarretando a aceleração das máquinas elétri-
cas conectadas na rede e um aumento na freqüência do sistema elétrica. Fisi-
camente, com uma saída brusca de carga, a energia mecânica entregue na
máquina primária é maior que a energia absorvida por todas as cargas do sis-
tema elétrico mais as perdas. Essa energia “sobrando” é toda transferida para
a energia cinética das máquinas através do aumento de velocidade.
Para ilustrar a importância de se manter a freqüência constante na opera-
ção de um sistema elétrico de potência, destacamos que todos os motores de
corrente alternada giram com velocidade diretamente relacionada com a fre-
qüência do sistema elétrico. Ao variar a freqüência, esses motores, suas velo-
cidades variam, podendo provocar dependendo dos valores de freqüência obti-
dos, não conformidades em processos industriais e conseqüentemente acarre-
tar danos e prejuízos. Na prática a maioria das cargas acionadas por motores
de corrente alternada, não é sensível a flutuações da ordem de 60 ± 2 Hz.
Outro impacto de uma variação de freqüência num sistema elétrico está
nas variações de todos os sistemas de controle que usam a freqüência como
referência e relógios que operam eletricamente. Tais relógios são todos acio-
nados por motores síncronos, e sua exatidão é uma função não apenas do erro
de freqüência, mas realmente da integral desse erro.

IV - 27
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Variações não usuais na freqüência num sistema elétrico são uma indica-
ção de que há algo errado com ele. Reduzindo as flutuações normais de fre-
qüência a uma débil ondulação, somos capazes de detectar perturbações de
freqüência, seguindo uma falta em seus estágios iniciais. Nos sistemas moder-
nos, a constância de freqüência é normalmente mantida nos limites de ± 0,05
Hz.
O funcionamento sincronizado dos geradores síncronos representa um
estado estável do sistema elétrico. Variações súbitas de carga, como uma re-
jeição de carga ou a saída brusca de um gerador, provocam variações nas ve-
locidades das máquinas conectadas no sistema elétrico. Essas variações são
minimizadas, pois uma vez que um dado gerador tenha sido sincronizado numa
rede, aparecem forças eletromecânicas no interior da máquina, que tendem a
mantê-la girando na mesma velocidade que o resto da rede. Com a velocidade
do gerador “amarrada” à do restante do sistema, podemos controlar a geração
de potência ativa, controlando o conjugado aplicado ao gerador, pela máquina
motriz. Abrindo ou reduzindo a válvula de vapor e, portanto, diminuindo ou au-
mentado a pressão do vapor nas lâminas da turbina, ou, no caso de uma turbi-
na hidráulica, abrindo ou fechando as entradas de água, aplicamos um conju-
gado maior ou menor ao gerador, tendendo, portanto, a acelerá-lo ou frená-lo.
No entanto, sua velocidade está presa à do resto do sistema e o que ocorre é
que o rotor avança seu ângulo de rotação de uns poucos graus. Isso resulta
num aumento na corrente e na potência fornecidas e, ao mesmo tempo, a cor-
rente cria um conjugado de desaceleração no interior da máquina que é exa-
tamente oposto ao aumento do conjugado de aceleração.
No interior de cada gerador temos, assim, um delicado mecanismo auto-
mático de balanceamento de conjugado. Se esse balanceamento fosse perfeito
em todos os geradores, suas velocidades e, portanto, a freqüência permanece-
ria constante. A maneira ideal de operar o sistema seria, portanto, instruir os
operadores das máquinas para regularem todas as entradas de água e válvu-
las de vapor, em valores que correspondam exatamente à demanda da carga.
Teríamos então um perfeito balanceamento da potência ativa, com a velocida-
de e freqüência constantes.

IV - 28
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

Na realidade, a carga do sistema pode ser prevista apenas dentro de cer-


tos limites. Suas flutuações são inteiramente aleatórias, sendo realmente im-
possível conseguir um perfeito equilíbrio instantâneo entre geração e deman-
das. Haverá sempre um pequeno excesso ou deficiência na geração, e esse
constante desequilíbrio causará flutuações na freqüência.
Para entender esse fato, consideremos o que aconteceria se um sistema
estivesse funcionando a 60 Hz, com perfeito equilíbrio de potência e, subita-
mente, experimentasse uma pequena diminuição de carga. A regulagem das
válvulas dos equipamentos de acionamento dos geradores permanece inalte-
rada (uma vez que elas ignoram a mudança na carga), o que significa que os
conjugados de acionamento não variam. A diminuição na carga resulta num
decréscimo da corrente que seria distribuída por todos os geradores, acarre-
tando uma ligeira diminuição dos conjugados eletromecânicos de todas as má-
quinas. Todas elas experimentarão, portanto, um pequeno aumento no conju-
gado de acionamento, resultando num aumento de velocidade (e na freqüên-
cia).
A taxa segundo a qual a velocidade (e a freqüência) aumentou depende
do momento de inércia total do equipamento girante. Todos os milhares de mo-
tores que, nesse instante, estão sendo alimentados pela rede, também sofrerão
o aumento da freqüência; suas velocidades e seus conjugados crescerão e
eles retirarão uma maior potência da rede. O aumento da carga resultante logo
equilibrará a diminuição que iniciou essa longa cadeia de eventos, e então a
freqüência elevar-se-á, atingindo um novo valor.
Essa inter-relação, carga-freqüência é um dos mais importantes e básicos
fenômenos num sistema elétricos de potência. No exemplo dado todos os as-
pectos mostrados são reais, exceto um: a presença do regulador de velocidade
que atua na entrada de água na turbina de tal forma a regulagem dos equipa-
mentos de acionamento dos geradores não permaneça fixo em face das varia-
ções de freqüência.

IV - 29
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

9. CONCLUSÕES

Na análise dos problemas associados com a operação de um sistema elé-


trico de potência, descrevemos a necessidade de manter a tensão e a freqüên-
cia elétrica constante, mesmo com a carga típica variando.
Verificamos ainda, que a constância da freqüência está intimamente liga-
da ao problema do balanço da potência ativa, assim como a constância da ten-
são, está ligada ao balanço de potência reativa no sistema.

10. BIBLIOGRAFIA
[1] Elgerd, Olle L.. Introdução a Teoria de Sistemas de Energia Elétrica. Primei-
ra Edição, Editora McGraw-Hill, 1976.
[2] Stevenson Junior, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de Potência
Segunda Edição, Editora McGraw-Hill, 1986.
[3] Ramos, D. S. & Dias, E. M. Sistemas Elétricos de Potência: Regime Perma-
nente. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 1982 volumes 1 e 2.
[4] Robba, E. J.; Schmidt, H. P.; Kagan, N; Baroni, C. C. Introdução a Sistemas
Elétricos de Potência. Segunda Edição. Editora Edgard Blucher Ltda,1996
[5] El-Hawary, M. E. Electrical Power Systems. Piscataway, IEEE Press, 1995.
[6] Miller, R. H. Operação de Sistemas de Potência Primeira Edição. McGraw-
Hill, 1987.
[7] Ferreira, C.; Redes Lineares em Sistemas Elétricos de Potência, Primeira
Edição 2005. Editora Canal Energia.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. O que significa dizer que um sistema elétrico de potência está em regime


permanente senoidal?

2. Explique o que é um valor eficaz de uma senóide e mostre como se chega a


relação entre este valor e o valor de pico ou valor máximo.

IV - 30
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

3. Conceitue potência ativa instantânea, potência reativa instantânea, potência


aparente, potência ativa, potência reativa, potência complexa e fator de
potência.

4. Para a senóide da Figura 19 obtenha a sua fase, o seu valor máximo e o


período.

Figura 19 - Senóide

5. Explique porque a potência reativa não é consumida ou absorvida pela


carga em um sistema elétrico.

6. Explique porque se diz que um capacitor “fornece” reativo e um reator


“absorve” reativo.

7. Mostre que num sistema elétrico trifásico a potência reativa instantânea é


nula.

8. Apresente os gráficos das potências reativas instantâneas em um capacitor


e em um indutor.

9. Explique como se obtém o triângulo das potências.

IV - 31
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

10. Explique porque quando uma carga tem baixo fator de potência as perdas
para transmitir energia para ela, são maiores.

11. Mostre que a componente reativa da corrente que alimenta uma carga não
produz trabalho.

12. Mostre que num sistema elétrico trifásico a potência ativa instantânea é
constante.

13. Porque as concessionárias incentivam os consumidores a operarem com


fator de potência elevado?

14. Na legislação em vigor, que valores são aceitáveis para o fator de potência
e como as concessionárias penalizam aqueles consumidores que operam
com baixo fator de potência?

15. Conceitue curva de carga, carga máxima, carga mínima, período de ponta e
período fora de ponta.

16. Explique porque a tensão na carga aumenta quando conectamos um banco


capacitor em paralelo com ela.

17. O que é uma carga típica num sistema elétrico?

18. Mostre que o fluxo de potência ativa entre duas barras sempre se dá da
barra com tensão mais adiantada para a barra com tensão mais atrasada.

19. Mostre que o fluxo de potência reativa entre duas barras geralmente se dá
da barra com tensão mais adiantada para a barra com tensão mais
atrasada. Explique o porque do “geralmente” e não “sempre”.

20. Explique porque a tensão na carga cai quando conectamos um reator em


paralelo com ela.

IV - 32
Capíttulo 4 - Aspectos Bássicos da Transmissã
ão de Energ
gia

21
1. Porque é importan
nte realiza
ar a compensação reativa
r loccal na carg
ga para
transmitiir energia entre
e duass barras?

22
2. Se num sistema elétrico num
m dado instante a fre
eqüência elétrica está
á acima
frequenccia nomina
al, o que se pode afirmar
a sobre o bala
anço de potência
p
ativa nessse instantte?

3. Se num sistema elétrico o perfil das te


23 ensões nass barras de
este sistem
ma está
acima da
d nomina
al num da
ado instantte, o que se pode afirmar sobre
s o
balanço de potênccia reativa no
n sistema
a elétrico neste
n instan
nte?

24 ma elétrico mostrado na Figura 20, obtenha as exprressões


4. Considere o sistem
da potên
ncia ativa e reativa tra
ansmitida da barra 1 para a ba
arra 2.

Figura 20 - Sis
stema eléttrico de du
uas barras
s

5. Considere o sistem
25 o de duas barras aprresentado na Figura 20. Na
ma elétrico
barra 1 está a geração
g qu
ue mantém
m o módu
ulo da ten
nsão nesta
a barra
constantte. Na barra 2 está
á conectada uma carga
c Po+
+jQo. Mosttre que
variaçõe
es da potê
ência ativa
a consumida pela carga
c afeta
am muito mais a
defasage
em entre as tensõe
es que as diferençass entre ass magnitud
des das
tensões das duas barras.

26
6. Para o mesmo sistema elé
étrico da Figura 20 mostre q
que variaç
ções da
potência
a reativa consumida
c pela carg
ga afetam muito ma
ais as dife
erenças

IV - 33
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

entre as magnitudes das tensões das duas barras que a defasagem entre
elas.

27. Para o sistema elétrico da Figura 20 explique de que depende as perdas


ativas na transmissão de energia elétrica da barra 1 para a barra 2.
Explique o que pode ser feito para reduzir estas perdas assumindo a
potência ativa e reativa absorvida pela carga sendo constante.

28. Para o sistema elétrico da Figura 20, assuma que a carga consome uma
potência de (0.8+j0.6)pu, considerando que a resistência R é 0.02 pu, XL é
0.12 pu, determine a tensão da barra 1 para que a barra de carga opere na
tensão de 1 pu.

29. Para o sistema elétrico da Figura 20, assuma que a carga consome uma
potência de (0.8+j0.6)pu e que o módulo da tensão na barra 1 é 1 pu, a
resistência R é 0.02 pu e XL é 0.12 pu, determine a tensão da barra 2.

30. Para o sistema elétrico da Figura 20, assuma que a tensão na barra 1 é 1
pu com fase 0°, a tensão na barra 2 é 1.05 com fase -2°, a resistência R é
0.02 pu e XL é 0.12 pu, determine o fluxo de potência ativa e reativa que vai
da barra 1 para a barra 2.

31. Explique o que deve estar ocorrendo num dado sistema elétrico quando a
freqüência elétrica desse sistema cai.

32. Explique qual a função de um regulador de velocidade de um gerador


síncrono.

33. Qual a influencia da inércia das máquinas síncronas numa entrada


significativa de carga num sistema elétrico?

34. Explique o que é o mecanismo carga freqüência num sistema elétrico


isolado.

IV - 34
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

35. Quais são as condições para colocarmos em paralelo com um sistema


elétrico um gerador síncrono?

36. Qual a influencia da inércia das máquinas síncronas numa entrada


significativa de carga num sistema elétrico?

37. Por que é importante manter a frequencia constante para garantir uma boa
qualidade de energia elétrica?

38. O que ocorre com a frequencia do sistema elétrico quando a ocorrência de


um curto circuito no alimentador de um grande consumidor industrial, faz
com que seu disjuntor de entrada abra interrompendo o fornecimento de
energia elétrica?

39. O que ocorre e o que deve ser feito num trecho de um dado sistema elétrico
para manter o seu funcionamento, quando 40% de sua geração é desligada
devido a um curto circuito no sistema de transmissão que escoa toda a essa
geração?

40. Explique como a frequencia elétrica pode ser um indicador do balanço de


potência ativa no sistema elétrico?

41. Para o trecho do sistema elétrico da Figura 21 explique o que provoca as


variações no fluxo de potência ativa e reativa?

Figura 21 - Balanço de potência ativa

IV - 35
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

42. Analise as diferentes situações mostradas na Figura 22 e explique em cada


caso que tipo de carga pode estar conectada e como se comporta a linha
de transmissão adimitindo sua impedância do tipo R+jXL.

Figura 22 - Operação de sistema elétricoP

43. Explique o que é uma rejeição de carga e o que ela pode provocar num
dado sistema elétrico.

44. O que significa para o sistema de transmissão atender uma carga com
baixo ou alto fator de potência?

45. Mostre que a soma das potências complexas que chegam a uma barra é
igual a zero.

46. Para a barra k de sistema elétrico apresentado na Figura 23, determine a


potência ativa e reativa na linha de transmissão LT1 nas direções
apresentadas na figura.
0,22 pu

0,27 pu
LT2 LT1

Carga: 0,36+j0.28 pu
Qcap=0,12 pu
Figura 23 – Barra k

IV - 36
Capíttulo 4 - Aspectos Bássicos da Transmissã
ão de Energ
gia

47
7. Numa dada barra de um sisstema eléttrico estão
o conectad
das três lin
nhas de
transmisssão, analisse como se
s dá o flux
xo de potên
ncia ativa e reativa na
n barra
em aná
álise a pa
artir dos resultados
s de estu
udo de flu
uxo de potência
p
apresenttados na Tabela 1.. O que mais
m pode
eria estar conectado
o nesta
barra?
Tabela
a1
LINHA DA
A BARRA PARA A BARRA P (PU)
( Q(PU)

LT1 1 3 -0,763 -0,195

LT2 5 1 0,563 0,123

LT3 1 6 0,345 0,108

48
8. Analise os
o resultad
dos de um
m estudo de
e fluxo de potência n
num dado sistema
s
elétrico (Figura 24
4) e determine as potências
p a
ativas e re
eativas da
as duas
cargas conectadas
c s nas barra
as 1 e 3 e a potência gerada su
uprida a ba
arra 2.

Fig
gura 24 - Estudo
E de fluxo de potência
p

IV - 37
Capítulo 4 - Aspectos Básicos da Transmissão de Energia

49. Para o sistema elétrico mostrado na Figura 25, obter o gráfico da variação
do módulo da tensão na barra 1 requerido para manter a tensão na barra 2
em 1 pu em função da carga que varia de 0 pu até 5 pu com fator de
potência 0,8 indutivo. Apresente o mesmo gráfico para os seguintes fatores
de potência 0,9 indutivo, unitário, 0,9 capacitivo e 0,8 capacitivo.

Barra 1 Barra 2 V2 = 1.0∠00

R =0,02 pu X =0,16 pu
Figura 25 - Sistema elétrico de duas barras

50. Para o sistema elétrico mostrado na Figura 25 obter o gráfico das perdas
ativas na linha de transmissão para manter a tensão na barra 2 em 1 pu em
função da carga que varia de 0 pu até 5 pu com fator de potência 0,8
indutivo. Apresente o mesmo gráfico para os seguintes fatores de potência
0,9 indutivo, unitário, 0,9 capacitivo e 0,8 capacitivo.

51. Obtenha a expressão da potência máxima transmitida entre duas barras por
um alimentador de impedância série R+jX. Qual a expressão que resulta
quando a resistência do alimentador pode ser assumida nula?

52. O que é um compensador síncrono e como ele influencia na transmissão de


energia elétrica?

53. O que é um compensador estático e quais as diferenças do compensador


síncrono em relação ao compensador estático?

54. Qual a função do sincronoscópio ?

55. O que é o estatismo de um regulador de velocidade?

IV - 38

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