Você está na página 1de 4

O médico e o monstro

Utterson é um advogado que se encontra com o primo Enfield. Eles passam por uma construção sem
janelas que tinha uma porta assustadora. Isso lembra a Enfield uma história que ele viu acontecer na frente
da porta: certa vez, ele viu um homem de aparência maléfica maltratando uma menina. No fim, pegam o
homem, que se chama Hyde, e ele concorda em pagar uma indenização à família da menina, mas paga
com um cheque de outra pessoa – Dr. Jekyll. E ele buscou o cheque justamente dentro daquela porta.
Antes mesmo de Enfield dizer que o cheque era de Jekyll, Utterson já sabia. Sabia pq é advogado e amigo
do Dr. Jekyll, e sabe que o médico fez um testamento deixando tudo para um certo Hyde, que ninguém
conhece. Utterson fica desconfiado, pois acha que Hyde está manipulando o amigo Jekyll para ficar com
sua fortuna.
Utterson então vai atrás do Lanyon pra ver se descobre alguma coisa. Lanyon revela que está meio brigado
com Jekyll, pois acha que o amigo se afastou da ciência e está envolvido com coisas obscuras.
Depois Utterson resolve procurar Hyde, e fica todos os dias esperando ele aparecer na rua onde tem a
porta. Uma noite, ele acha o Hyde e o interpela. Eles conversam, Utterson diz que ele sabia que ele estava
envolvido com Jekyll, e então Hyde dá a ele o seu endereço. Hyde se revela uma pessoa de aparência má,
baixo, encurvado e assustador.
Utterson procura então Jekyll, que diz que não vai mudar o testamento e que ele não se preocupe, pois ele
confia no Hyde e o tem sob controle. Na casa de Jekyll, Utterson descobre pelo mordomo Poole que Hyde
tem livre circulação na casa e que tem inclusive uma chave pra entrar no laboratório.
Depois disso, um assassinato acontece e comove a cidade. Um político famoso (Carew) é morto a
bengaladas à noite, numa rua vazia. Só que uma criada viu o crime da janela de seu quarto, e pôde afirmar
que o assassino era Hyde. Um ponto importante: a bengala usada no assassinato tinha sido presente de
Utterson pro Jekyll.
Utterson vai procurar o Hyde em sua casa, mas descobre que ele tinha passado por lá, queimado vários
documentos e depois fugido.
Utterson então volta a procurar Jekyll para saber se ele não estava escondendo o Hyde. Jekyll estava
abalado e jura que nunca mais veria o Hyde e que ninguém nunca mais ouviria falar nele. Aí Jekyll mostra
uma carta que recebeu do Hyde e a entrega a Utterson. A carta dizia que Hyde tinha fugido e que Jekyll
não se preocupasse com ele. Só que Poole o mordomo, garante que nenhuma carta havia chegado naquele
dia.
Utterson, desconfiado, procura um empregado dele que era especialista em análise de caligrafia. O
empregado (Guest) analisa a carta de Hyde e outros documentos de Jekyll e afirma que as duas cartas
foram escritas pela mesma pessoa. Então, Utterson desconfia que Jekyll estava acobertando Hyde.
Depois disso, Hyde vira um procurado e Jekyll volta a ser a pessoa de sempre, frequentando a sociedade.
De repente, no entanto, Jekyll volta a ficar recluso e não quer encontrar ninguém.
Utterson então procura Lanyon para ver se ele sabe de algo, e descobre que ele está muito doente e com
profunda aversão a Jekyll. Diz que presenciou cenas que causaram nele muito desgosto, que não quer mais
ouvir falar de Jekyll, e que vai morrer de desgosto em breve. De fato, 2 semanas depois Lanyon morre,
deixando para Utterson uma carta que só deve ser aberta quando Jekyll morrer ou desaparecer. Utterson
fica confuso.
Um dia, Enfield e Utterson estão passando pelos fundos da casa de Jekyll e avistam o médico. Eles
conversam, mas no final Jekyll fica estranho e se retira com uma expressão tão horrenda que assusta
Utterson e Enfield.
Um dia, Poole procura Utterson, pedindo que vá com ele à casa de Jekyll, pois ele e os demais empregados
estavam aterrorizados com o comportamento do patrão. Jekyll estava trancado no laboratório, se recusava
a ver qualquer um, só conversava com Poole por cartas passadas embaixo da porta em que pedia para
Poole conseguir certos ingredientes, que segundo eles não estavam vindo com pureza suficiente.
Chegando na casa, eles pedem pra falar com Jekyll, que se recusa a receber Utterson. Poole diz para
Utterson que aquela não é a voz do patrão que ele conhece há 20 anos. Eles desconfiam que alguém,
provavelmente Hyde, tomou o lugar do patrão. Então eles decidem invadir o laboratório, e arrombam a
porta. Ao entrarem, encontram não Jekyll, mas Hyde, que está morto no chão, após ter se suicidado com
veneno.
Poole achou que Jekyll tinha fugido ou que Hyde o havia enterrado em algum lugar, mas não encontraram
o corpo. Porém, encontraram um envelope de Jekyll endereçado a Utterson. Dentro do envelopem havia
um testamento deixando tudo para Utterson, e uma carta com instruções para ser lida depois que ele lesse
a carta de Lanyon.
As cartas revelam tudo que aconteceu.
O que Lanyon relata... Um dia ele recebeu uma carta de Jekyll pedindo ajuda. Ele queria que Lanyon fosse à
sua casa, no seu laboratório, pegar o conteúdo de uma gaveta. A segunda parte do pedido era que ele
recebesse em sua casa um homem, tarde da noite, e que entregasse o conteúdo da gaveta a esse homem.
Lanyon fez o que foi pedido, e quem apareceu para receber as coisas foi um homem pequenino, encolhido,
e com aparência asquerosa. Quando o homem recebe as coisas, prepara a poção, bebe e se transforma em
Jekyll na frente de Lanyon, que fica mortalmente abalado ao saber que Hyde e Jekyll eram a mesma
pessoa.
O que Jekyll relata... Dentro dele sempre houve um conflito entre o bem e o mal, e ele sempre reprimiu e
escondeu o lado mal, pois tinha vergonha dos desejos que sentia. Levava uma vida irreprovável, ninguém
podia dizer nada de mau sobre ele. Só que no fundo sentia vontade de liberar o lado ruim, e começou a
procurar em ciências obscuras uma forma se separar o lado bom do ruim. Acabou conseguindo com uma
fórmula química. Ele bebia essa fórmula e se transformava no seu “eu” mau, que chamou de Hyde. Hyde
fazia as maldades, satisfazia o lado mau de Jekyll, e depois ele tomava a fórmula de novo e voltava a ser o
bom Jekyll. Quando Hyde matou Carew, ele viu que a coisa tinha ido longe demais, que Hyde estava
ficando muito forte, e decidiu que ia acabar com aquilo. Só que continuava a ter vontade de liberar o lado
mau, e aquilo foi crescendo dentro dele. De repente, ele ia dormir como Jekyll, sonhava que ia fazer coisas
ruins, e acordava como Hyde. O lado mau começou a prevalecer mesmo sem ele querer racionalmente. E
ele passou a depender da fórmula para voltar a ser Jekyll. Um dia ele se viu transformado em Hyde fora de
casa, e, como Hyde era procurado, precisou pedir ajuda a Lanyon pra buscar os ingredientes em sua casa
(pois Hyde não podia aparecer lá). Foi quando Lanyon descobriu tudo. Depois disso, ele se trancou no
laboratório pq a fórmula já não estava fazendo efeito. Os ingredientes pareciam não funcionar ele já não
conseguia voltar a ser Jekyll. No início, ele achou que os ingredientes não eram puros o suficiente, depois
descobriu que provavelmente era alguma impureza na fórmula original (e que ele não sabia o que era) que
fazia ela funcionar. Viu que não ia ter escolha a não ser acabar com aquilo, e decidiu se matar.
O diabrete na garrafa
Keawe morava numa ilha no Havaí e queria conhecer o mundo. Então, viajou para São Francisco para
começar sua jornada. Quando chegou lá, ficou encantado com tudo que viu e achou uma casa que era
perfeita, onde morava um homem que, apesar de ter tudo, parecia triste. Ele conversou com esse homem,
o qual lhe disse que, caso comprasse uma garrafa por apenas 50 dólares, também poderia ter tudo aquilo e
até mais. Então ele contou a história da garrafa: dentro da garrafa mora um diabrete, o qual atendia todos
os pedidos do dono. A garrafa devia sempre ser vendida por um valor menor do que havia sido comprada.
Caso o dono não vendesse a garrafa até sua morte, ele iria queimar nas profundezas do inferno. Uma vez
vendida a garrafa, a não ser que o homem estivesse contente com tudo que tinha, o mal cairia sobre ele.
Não havia como enganar a garrafa, pois caso ela fosse dada ou vendida por um valor maior, ela voltaria
para o dono original. Keawe acabou arriscando e comprando a garrafa, pois também queria ter tudo
aquilo.
Após isso, ele voltou para casa junto com seu amigo Lopaka. Chegando no Havaí, recebeu a notícia de que
vários parentes haviam morrido. Isso fez ele pensar que a garrafa havia influenciado nessa tragédia. De
fato, com a morte do tio e do primo, ele herdou as terras no lugar onde queria e construiu a tão sonhada
casa, que ficou conhecida como Casa Brilhante. Ele decidiu que iria ficar apenas com a casa e não aceitar
mais nenhum favor da criatura. Quando ele conseguiu o que queria, ele vendeu a garrafa para Lopaka, que
tinha intenção de comprar uma escuna e depois vender a garrafa também.
Keawe se livrou da garrafa e viveu feliz em sua casa por um tempo. Ele acabou conhecendo uma moça pela
qual se apaixonou. Seu nome era Kokua e, como ele era muito próspero e ela o amava incondicionalmente,
resolveu se casar com ele. Quando ela aceitou o pedido de casamento, ele descobriu que tinha lepra. Ou
seja, a maldição da garrafa se concretizou: como ele queria mais do que ele já tinha, o mal caiu sobre ele.
Então ele decidiu ir atrás da garrafa para tentar reverter a situação. Ele foi procurar Lopaka, porém
descobriu que a garrafa não estava mais com ele, então teve que rodar o mundo até achá-la. Só que a
garrafa estava à venda por 1 centavo, ou seja, se ele comprasse, não conseguiria mais vendê-la, pois a
menor moeda que conhecia era a de 1 centavo. Mesmo sabendo que iria para o inferno, ele comprou a
garrafa, pois queria muito ficar com Kokua. Ele se curou da lepra e ficou com a garrafa e com Kokua. Só
que ele não conseguia ser feliz, pois ele sofria com a culpa de ter vendido a alma para o diabo. Kokua
percebe que ele estava infeliz, e fica triste também, pois acha que ele está infeliz com ela. Ele, então, conta
tudo para ela.
Só que Kokua, que sabia de tudo, teve a ideia de eles irem para um país onde havia moedas de valor
menor que 1 centavo. Então, eles vão em busca desse lugar, e acabam no taiti. Porém, quando eles
chegam lá, ninguém quer comprar a garrafa, pois todos tinham medo do lado sombrio que envolvia a
garrafa. Aí, Kokua fica desesperada e se sacrifica por amor a ele. Ela faz um acordo com um velho mendigo
para que ele compre a garrafa e para que ela compre de novo a garrafa dele. Só que, dessa vez, Kokua é
quem ficou melancólica por ter sacrificado a alma. Ele, como não sabia que ela tinha feito isso, começa a
desconfiar da mulher, por pensar que a esposa só pensava no velho mendigo. A empatia dela pelo ancião
envergonhava a felicidade que ele estava sentindo. Então, ele sai para beber e, quando volta para buscar
mais dinheiro para as bebidas, vê a mulher com a garrafa escondida. Então ele descobre que ela que tinha
comprado a garrafa, e tenta dar um jeito na situação. Ele tenta convencer o mestre de equipagem do
baleeiro a comprar a garrafa da esposa, dizendo que depois ele iria comprar dele de novo. O mestre de
equipagem compra a garrafa, mas, para a surpresa de todos, ele se recusa a vender a garrafa para Keawe,
dizendo que ele vai para o inferno mesmo e que quer aproveitar as benesses da garrafa até o fim da vida.
Keawe tenta avisar o homem que ele iria para o inferno, mas ele não se importa. Livres da garrafa, Kokua e
Keawe vivem felizes para sempre na Casa Brilhante.
Markheim
Markheim chega na loja do negociante na noite de Natal buscando um presente. Markheim recusa o que o
negociante oferece, mas na verdade a recusa é um pretexto para ganhar tempo e aparecer a oportunidade
certa para ele fazer o que realmente foi fazer ali, que é roubar o negociante.
Quando encontra oportunidade, isto é, quando o negociante fica de costas, Markheim o mata com uma
facada. Logo depois, ele fica de certa forma paralisado, imaginando que alguém pode aparecer e descobrir
o que ele fez. Ele fica paranoico com as vozes da rua, com sons que parecem de gente chegando, etc. Um
jovem bate com a bengala na porta, o que o deixa desesperado. Acha que precisa achar logo as chaves
para pegar o que foi buscar ali.
Então ele sobe as escadas em busca do baú com as mercadorias. Ele lembra que a empregada tirou folga,
mas que deve voltar em breve, e teme que ela o encontre ali. Então, Markheim começa a ter alucinações, e
a culpa começa a pesar. Ele imagina alguém subindo as escadas. Esse alguém (um visitante) pode ser a
morte, ou sua própria consciência. O “visitante” avisa que a criada vai chegar mais cedo, e oferece ajuda.
Diz também que Markheim parece estar piorando como pessoa, que no início apenas roubava, depois
passou a fazer coisas piores para roubar, e agora chegou ao ponto de matar uma pessoa. O visitante diz
também que, apesar de tudo, ele ainda podia ir pro céu, pois considerava toda a vida da pessoa e o caráter
dela, não apenas a natureza do erro cometido naquele momento. Enfim, o visitante oferece uma forma de
escapar. Diz que ele pode resolver aquela situação de uma vez, matando a criada e fugindo com o que veio
roubar. Tomado pela dúvida entre o lado bom e o mau, e pela culpa, Markheim toma sua decisão: quando
a criada chega, ele abre a porta e avisa: “Chame a polícia, matei seu patrão”. Ou seja, apesar do mal que
fez, Markheim escolhe se redimir, pois quer que sua alma seja salva.

Você também pode gostar