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01/07/2022 23:37 Revista AdNormas - A influência das condições atmosféricas em inspeções termográficas

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ISSN 2595-3362 | Olá, José    |   Sair

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OPINIÃO  Publicado em 08 Dec 2020

A influência das condições atmosféricas


em inspeções termográficas
Redação

A termografia já se consolidou como técnica eficaz no ramo da engenharia, contudo, o uso inadequado pode comprometer os
ensaios, implicando em diagnósticos equivocados. Os resultados das inspeções são influenciados por diversos fatores, tais como:
experiência do termografista, especificações do termovisor, características do elemento sob inspeção, bem como influências
atmosféricas. As influências atmosféricas são capazes de alterar a distribuição térmica dos componentes, a temperatura da
anomalia térmica e a quantidade de radiação que chega ao termovisor. Tudo isso proporciona alterações relevantes nos
resultados, exigindo conhecimentos prévios do termografista acerca dessas influências. Portanto, a seguir, faremos um breve
relato acerca das principais influências atmosféricas que afetam as medições termográficas: atenuação atmosférica, turbulência,
umidade do ar, temperatura ambiente, radiação solar e efeito do vento.

Marcelo Pereira de Miranda - 


A presença da atmosfera entre a fonte emissora e o sensor origina perturbações na medição. Além da atenuação resultante da
propagação na atmosfera, os gradientes térmicos e a turbulência criam heterogeneidades no índice de refracção do ar, que
provocam a degradação da qualidade da imagem. A atenuação atmosférica é, contudo, a que causa maiores problemas durante a
medição porque acarreta erro sistemático, que é função da gama espectral utilizada, da distância de observação e das condições
meteorológicas [1].

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A distribuição térmica em um corpo, bem como a quantidade de radiação infravermelha que chega à câmera infravermelha,
podem variar de acordo com alguns parâmetros ambientais tais como: temperatura ambiente, chuva e umidade, radiação solar,
vento e transmitância atmosférica. Cada uma dessas ações pode afetar a medição infravermelha de maneira diferente, por isso é
necessário compreendê-las para eliminá-las ou mitigar seus efeitos [4].
A radiação térmica captada pela câmera infravermelha fornece informação sobre a distribuição de calor sobre a superfície de um
objeto. No entanto, a atenuação da radiação pela atmosfera pode distorcer significativamente esta informação devido a quatro
fenômenos: absorção, dispersão, emissão e turbulência [4].
A absorção é um processo, dependente do comprimento de onda, no qual as moléculas da atmosfera absorvem a energia de
fótons incidentes, provocando a atenuação da radiação [13]. Existem dois tipos de absorção: absorção molecular e absorção de
aerossol. Porém, devido aos componentes menores da atmosfera, a absorção molecular, é uma fonte muito mais significativa de
atenuação da radiação de propagação do que a absorção de aerossol [4]. 
Os principais responsáveis pela absorção molecular da radiação infravermelha na atmosfera são o vapor de água (H2O) e o dióxido
de carbono (CO2). A quantidade de vapor de água na atmosfera está sujeita a grandes flutuações e depende muito da altitude,
estação do ano, localização geográfica, hora do dia e condições meteorológicas.
O dióxido de carbono existe em maior concentração em áreas industriais e de vegetação e menos em oceanos e desertos [13]. Já a
absorção difusa é responsável por transformar radiação infravermelho em radiação visível, logo, não é captada pelo termovisor [1].
O coeficiente de difusão depende do número de partículas e das suas dimensões, e deve ser calculado para os comprimentos de
onda para os quais o equipamento é sensível [1].
A dispersão é o resultado da colisão dos fótons com partículas atmosféricas, provocando o espalhamento do fluxo incidente em
todas as direções de propagação e diminuindo o fluxo na direção original [13]. O fenômeno da dispersão redistribui o fluxo de
radiação incidente, redirecionando-o para todas as direções e diminuindo, assim, o fluxo de propagação no sentido inicial. Existem
dois tipos de dispersão atmosférica: a molecular (Rayleigh) e a dispersão de aerossol (Mie) [4], [13]. Dentre os dois tipos, destaca-
se a dispersão de aerossol, a qual afeta significativamente a transmissividade atmosférica [4].
• Dispersão Molecular ou Rayleigh – causada por moléculas de ar e de névoa seca (névoa formada por pó ou partículas de sal, as
quais não são visíveis a olho nu) menores que o comprimento de onda da radiação (?). O coeficiente de dispersão é proporcional a
?-4, sendo desprezível para comprimentos de onda maiores que 3 µm, portanto desprezível para a faixa utilizada nos termovisores
utilizados no sistema elétrico [13].
• Dispersão Aerossol ou Mie – causada por partículas de tamanho semelhante ao comprimento de onda da radiação. A dispersão
Aerossol afeta a transmitância atmosférica muito mais fortemente que a dispersão Molecular. Geralmente, o efeito da dispersão
diminui quando o comprimento de onda de propagação da radiação aumenta [4], [13]. Portanto, a transmitância da fumaça e da
névoa para o infravermelho, na faixa de 8 a 14 µm é maior do que para a faixa de 3 a 5 µm, a qual é maior que na faixa visível de 0,4
a 0,75 µm [13].
Quanto à emissão, pode-se dizer que a atmosfera é composta por gases cujas temperaturas são superiores ao zero absoluto (0 k),
portanto, emitem radiação como os demais corpos. Essa radiação é captada pelo termovisor e somada à radiação proveniente do
objeto alvo. Todavia, a emissividade atmosférica é geralmente muito baixa. Ademais, a temperatura atmosférica tende a ser
inferior à temperatura do objeto nas inspeções termográficas, tornando os efeitos da emissão atmosférica desprezíveis nesses
ensaios [4], [13].

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A turbulência atmosférica surge em decorrência de movimentos aleatórios e irregulares do ar causados pela diferença de
temperatura entre suas moléculas, que são misturadas pelo vento e convecção [4], [13]. Sob o ponto de vista óptico, tais
movimentos significam flutuação aleatória do índice de refração da atmosfera, que altera a transmitância atmosférica e resulta na
formação de imagens manchadas e distorcidas. Contudo, em medições termográficas realizadas em curtas distâncias (inferiores a
50 m) os efeitos da turbulência geralmente são desprezíveis [4], [13].
A umidade do ar é um dos maiores responsáveis pela absorção da radiação infravermelha na atmosfera. Após a saturação, quando
se transforma em névoa, nevoeiro ou chuva, as partículas de água crescem em tamanho e aumenta o coeficiente de dispersão,
diminuindo ainda mais a transmitância [13]. A amplitude da dispersão depende da relação do diâmetro da partícula e o
comprimento de onda. Quando essa relação é grande, a dispersão é significante, caso contrário a dispersão é mínima [13].
Quanto mais altos os índices de umidade, maiores serão as interferências negativas causadas na aplicação da termografia
infravermelha. Este efeito ocorre, pois, este fenômeno resfria a superfície do objeto em inspeção o que dificulta a detecção, a
avaliação e o diagnóstico do defeito. Além disso, atenua a radiação infravermelha que chega à câmera infravermelha [4].
Para reduzir a influência da chuva e umidade sobre os resultados da inspeção termográfica, recomenda-se não realizar inspeções
termográficas sob chuva, garoa ou nevoeiro e nem imediatamente após a ocorrência de chuva, pois a anomalia pode ainda estar
sob os efeitos do arrefecimento provocado pela água [13].
Assim, tomando-se as outras condições estáveis, um aumento da temperatura ambiente acarreta em um aumento da
temperatura do objeto inspecionado. Consequentemente, a observação de defeitos, como por exemplo, falhas internas ao
concreto, fica mais evidente. Em contrapartida, em dias muito frios, defeitos que comumente apresentariam um ligeiro aumento
de temperatura, podem simplesmente não ser detectados [4]. A NBR 16554: 2016 apresenta uma metodologia de ensaio para
compensação da transmitância de um meio atenuante em medições termográficas.
A exposição à radiação solar não impossibilita a realização de ensaios termográficos, contudo, pode interferir substancialmente na
qualidade e análise dos resultados. Essa interferência se dá através de dois modos: carregamento solar e reflexão solar. O
carregamento solar implica em absorção de radiação, sendo responsável pela elevação de temperatura do componente (alvo).
Já a reflexão solar, embora não afete o valor da temperatura do componente, é somada à radiação emitida pelo alvo, que é captada
pelo termovisor. Este, por sua vez, apresenta como resultado final uma temperatura com valor superior à temperatura real do
objeto [4], [13].
Todos os materiais, expostos a essa radiação e com alta absorção na região do espectro solar, tendem a aquecer devido ao
carregamento solar. O aumento da temperatura dependerá de vários fatores, entre eles, o tempo de exposição ao sol, da estação
do ano, da hora do dia, da altitude e da relação entre o coeficiente de absorção na faixa de comprimento de onda da radiação
emitida pelo Sol (aSol) e da emissividade da superfície (eIV) na faixa do comprimento de onda do infravermelho. Quanto maior
essa relação (aSol/eIV), maior o aquecimento da superfície em função do carregamento solar (Holst, 2000) [13].
O carregamento solar provoca o aumento da temperatura dos componentes de uma subestação de uma maneira geral,
dificultando a distinção, pela termografia, de um componente defeituoso de um normal, especialmente quando a diferença de
temperatura entre eles é pequena. Além disso, a radiação solar pode elevar a temperatura de um componente defeituoso, cuja
temperatura já é crítica, e conduzi-lo mais rapidamente à falha [13].
A maior parte dos conectores utilizados em subestações é de liga de alumínio e possui uma relação (aSol / eIV) alta. Por essa
razão, os conectores, quando expostos ao sol, geralmente, tem um aumento de temperatura considerável que, somado ao
aquecimento gerado por uma anomalia, têm uma maior probabilidade de falha do que quando não expostos à radiação solar.
Em função das dificuldades apresentadas para a detecção de anomalias térmicas durante o dia, recomenda-se que a inspeção
termográfica seja realizada em horários livres do carregamento solar, ou seja, entre o pôr do sol e as primeiras horas do dia.
Entretanto, deve-se levar em consideração, para efeito de análise e diagnóstico das anomalias térmicas, que as temperaturas
medidas, no período livre do carregamento solar, poderão aumentar durante o dia devido à exposição ao sol e possivelmente,
potencializar a criticidade da falha [13].
Durante dias ensolarados, o efeito do carregamento solar pode ser minimizado realizando a leitura de temperatura na superfície
do componente oposta à incidência do Sol. O aquecimento causado pelo carregamento solar pode ser benéfico em algumas
inspeções termográficas. Por exemplo, em inspeções que buscam defeitos subsuperficiais e que compreendem grandes áreas,
como em tabuleiros de pontes, um aquecimento ponto a ponto seria muito demorado, então o carregamento solar pode
desempenhar esse papel [4].
Para o melhor aproveitamento do carregamento solar, sugere-se que os testes em concreto sejam efetuados durante o período
do dia, em que a radiação solar produz um rápido aquecimento da superfície, ou durante a noite, em um período que depois de ser
exposta à radiação durante o dia, a superfície se resfrie [4]. Portanto, se a inspeção for realizada à noite, a maioria dos defeitos se
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apresentará no termograma em valores de 0,01° a 5º C abaixo da temperatura das áreas sem defeitos.
Por outro lado, em inspeções diurnas, os resultados são inversos, ou seja, os locais onde há anomalias estarão mais quentes que
as superfícies correspondentes ao concreto sem defeitos [4]. A desvantagem da radiação solar para a termografia infravermelha é
o fenômeno de reflexão. A reflexão solar ocorre com mais intensidade em superfícies que apresentam baixa emissividade.
No local onde ocorre a reflexão solar no termograma, a temperatura apresenta-se mais alta induzindo o termografista a registrar
uma falsa temperatura elevada e deduzir uma falha em um local sem defeitos. Entretanto, é simples exterminar essa influência
modificando a direção da visão da câmera ou fazendo a inspeção em períodos noturnos [4].
Portanto, a radiação que chega ao detector do termovisor pode ser, em sua maior parte, de outra fonte de calor próxima ou até
mesmo da radiação solar refletida na superfície do componente sob inspeção. Ao contrário do carregamento solar, que provoca
um real aumento da temperatura dos componentes, o reflexo solar não provoca um aquecimento do componente, mas pode
induzir o termografista a registrar uma falsa alta temperatura [13].
O reflexo solar pode levar o termografista inexperiente a diagnosticar situações normais como uma falha iminente e, com isso,
solicitar um desligamento desnecessário do circuito para que uma manutenção de urgência seja realizada. Para eliminar a
influência do reflexo solar, recomenda-se executar a inspeção em períodos noturnos. Caso a inspeção seja realizada sob o sol e
reflexos solares prejudiquem a inspeção, aconselha-se a mudança de ângulo entre o termovisor e o componente sob inspeção a
fim de se evitar o problema [13]. A NBR 16292: 2014 apresenta uma metodologia de ensaio para compensação da temperatura
aparente refletida.
O componente sob ação do vento tende a entrar em equilíbrio térmico com o ambiente. Considerando que a temperatura do
componente é superior à temperatura do vento, o componente vai ceder calor para o ambiente e ter sua temperatura reduzida.
Essa redução de temperatura pode refletir de modo decisivo em diagnósticos baseados em inspeções termográficas.
A depender das características do equipamento, especificamente quanto ao ruído do termovisor, é possível que o aparelho não
identifique uma pequena diferença de temperatura. Ademais, se a temperatura real do elemento sob análise for pequena, a
redução causada pelo efeito do vento pode camuflar o defeito, inclusive alterando as imagens termográficas e induzindo o
termografista a concluir pela inexistência da anomalia.
Em outra vertente, se a temperatura real do elemento for elevada, ainda que seja possível identificar a anomalia, a redução
causada pelo efeito do vento pode influenciar na caracterização do grau de severidade da falha e, consequentemente, na
priorização do atendimento, podendo resultar em custos elevados seja pela necessidade de uma parada não programada seja pelo
enquadramento de urgência para uma situação com situação teoricamente classificada como regular. Visando minimizar os
efeitos do vento em medições de temperatura através da termografia, alguns estudos foram desenvolvidos com intuito de
identificar o melhor dia para realizar a inspeção [4] ou aplicar fatores de correção (Tabela 1) que permitissem obter valores de
temperatura semelhantes àqueles medidos sem a presença do vento [9].

Tabela 1 – Fator de Correção Para Uma Placa Vertical 

Velocidade do Vento
Fator de Correção
m/s Km/h

<1 <3,6 1,0

2 7,2 1,36

3 10,8 1,64

4 14,4 1,86

5 18,0 2,06

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6 21,6 2,23

7 25,2 2,4

Fonte:[9]
Todavia, em ambos os casos, as propostas apresentadas, a priori, não se apresentaram adequadas para aplicação em ambientes
abertos, ou seja, nos principais locais sujeitos aos efeitos do vento. Experimento realizado em uma subestação de alta tensão
desabrigada (ambiente aberto) durante 24 horas ininterruptas, permitiu constatar a ausência de vento em determinados
momentos, bem como a ocorrência de ventos com velocidade superior a 20 km/h [13].
Quanto à orientação do vento, foram observados fluxos em todas as direções cardeais e colaterais [13], impossibilitando
relacionar padrões tampouco tendências acerca da velocidade e direção do vento em determinado período do dia. Esse
experimento evidencia a dificuldade de escolha do melhor dia para fazer a medição. A velocidade do vento varia não só em
intensidade, mas também em direcionamento e duração, repercutindo na precisão das medições.
Todas essas variações ocorrem durante um único dia, bem como ao longo das estações do ano. Quanto aos fatores de correção,
devido às diversas variáveis envolvidas, trabalhos como o de Kaplan (1999), que apresentam tabelas de fatores de conversão da
temperatura em função da velocidade do vento e com um simples fator multiplicativo de correção, apresentam dificuldades de
aplicação em situações reais de inspeção em ambientes abertos [13].
A influência do vento sobre a inspeção termográfica em componentes expostos é relevante, reflete nos resultados dos ensaios e,
geralmente, difícil de evitar. Nessa situação, diversas variáveis estão envolvidas e um simples fator multiplicativo, para corrigir a
temperatura medida em função da velocidade do vento, é de difícil aplicação, uma vez que esse fator de correção foi obtido a
partir de experimentos realizados em laboratório e sob condições controladas. Situação que raramente se verifica em condições
reais em ambientes abertos [13].
Tais afirmações se fundamentam em ensaios realizados em conexões normais e defeituosas instaladas em subestações
desabrigadas. Nesse ambiente totalmente exposto aos efeitos do vento, foi possível efetuar medições com a incidência de vento
e também com vento nulo [13] que permitiram produzir a tabela 2.

Tabela 2 - Avaliação do Efeito do Vento Sobre A Temperatura Em Conexões de Subestação

Condições de Medição Temperatura do Componente(°C)

Conexão Normal Conexão Defeituosa

Medição 1 – (Velocidade do Vento = 6,4 Km/h) 20,4 42,1

Medição 2 – (Aplicação Fator de Correção = 1,28*) 26,1 53,9

Medição 3 – (Velocidade do Vento = 0,0Km/h) 29,6 62,9

Variação Absoluta (Medição 3 - Medição2) 3,5 9,3

Variação % (Medição 3/Medição2) 113,41% 116,70%

Dados Extraídos de [LAERTE]

*Obtido através de interpolação.

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A análise da tabela permite constatar variações acima de 10% entre os valores de temperatura medidos nas conexões (Normal:
113,41%; Defeituosa: 116,70%) sem a presença de vento quando comparado com o valor obtido através do fator de correção. A
conexão defeituosa apresentou diferença de 9,3°C, variação extremamente relevante para as medições sob análise e respectivos
diagnóstico e prognóstico.
Quando não for possível controlar as interferências causadas pelo vento durante ensaios termográficos realizados em sistemas
elétricos de potência, principalmente em subestações desabrigadas, pode-se aplicar o modelo proposto por SANTOS (2012). Esse
modelo estabelece um fator que permite estimar a temperatura do componente na ausência de vento, retificando a temperatura
medida com a presença do vento.
O modelo desenvolvido faz uso de apenas dois parâmetros para caracterizar a influência do vento, que podem ser determinados
por equações teóricas ou através do emprego de técnicas de identificação de parâmetros sobre os dados coletados [13]. Um
parâmetro leva em consideração a máxima redução de temperatura possível decorrente da incidência de vento, o outro, o grau de
influência que uma determinada intensidade de vento exerce sobre a temperatura final a ser atingida pelo componente sob
análise.
Através de estudos comparativos, constatou-se que os resultados obtidos em campo foram compatíveis com os ensaios de
laboratório e com dados de outros pesquisadores [13]. Dessa forma, o modelo proposto por SANTOS (2012) é uma proposta que
pode produzir resultados mais precisos e consequentemente resultar em decisões mais assertivas. As considerações feitas neste
trabalho podem reduzir a influência das condições atmosféricas nas medições termográficas e proporcionar resultados mais
confiáveis que possam servir de referência em diagnósticos de engenharia.
Referências bibliográficas
NBR 15424: 2016 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Terminologia.
NBR 15572: 2013 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Guia para inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos.
ABNT NBR 15718: 2009) - Ensaios não destrutivos – Termografia – Guia para verificação de termovisores.
NBR 15763: 2009 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Critérios de definição de periodicidade de inspeção em sistemas
elétricos de potência.
NBR 15801: 2010 - Certificação de pessoas – Terminologia.
NBR 15866: 2010 - Ensaio não destrutivo – Termografia – Metodologia de avaliação de temperatura de trabalho de equipamentos
em sistemas elétricos.
NBR 16292: 2014 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Medição e compensação da temperatura aparente refletida utilizando
câmeras termográficas.
NBR 16485: 2016 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Medição e compensação da emissividade utilizando câmeras
termográficas ou radiômetros.
NBR 16554: 2016 - Ensaios não destrutivos – Termografia – Medição e compensação da transmitância de um meio atenuante
utilizando câmeras termográficas.
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Mestrado Em Construção de Edifícios. Faculdade de Engenharia Civil da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2004.
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como técnica auxiliar ao diagnóstico de patologias em fachadas de edifícios. 1º Encontro Luso-Brasileiro de Degradação em
Estruturas de Concreto Armado Salvador, Bahia, Brasil, 06 a 09 de agosto de 2014.
[3] BAUER, E; PAVÓN, E; HILDENBERG, A. Erros na utilização de parâmetros termográficos da argamassa e da cerâmica na
detecção de anomalias em revestimentos. XI SBTA – Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas – Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, Brasil, 2015.
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reforçado com fibras. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação Em Engenharia
Civil. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 2016.
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Mestrado. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil, 2016
[7] MILHOMEM, P. M; AIDAR, L. A. G; BAUER, E. Estudo da evolução da temperatura nas regiões das fachadas com termografia. 6°
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[8] MUNIZ, P.R. Influência dos instrumentos, do ângulo de visada e do campo de visão do termovisor na execução de termografia
por infravermelhos aplicada à manutenção elétrica. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil,
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[9] OLIVEIRA, T. M. D. Análise de sistemas de energia e máquinas elétricas com recurso a termografia. Dissertação de Mestrado.
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Mestrado. Faculdade de Engenharia Civil da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2016. 
[11] RORIZ, V.F; DORNELLES, K.A; RORIZ, M. Fatores determinantes da absortância Solar de superfícies opacas. IX Encontro
Nacional e V Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, 2007.
[12] SAKAMOTO, C.A.; FIORITI, C.F. Estudo de parâmetros relevantes na obtenção de termogramas para diagnóstico de problemas
patológicos. Revista Eletrônica de Engenharia Civil. Volume 13, N°2, 44-56. julho 2017 – dezembro 2017.
[13] SANTOS, Laerte dos. Classificação e Modelagem de Fatores de Influência sobre Inspeções Termográficas em Ambientes
Desabrigados. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil, 2012.
Marcelo Pereira de Miranda é engenheiro civil de segurança do trabalho - mpmnew2010@hotmail.com

Artigo atualizado em 08/12/2020 06:17.

HASHTAGS #inspeções termográficas #influência das condições atmosféricas #medições termográficas #metrologia

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