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Prática 4: Amplificador de potência classe A – faixa

de operação
Elizete da Costa Oliveira – 20169047022
Graduanda em Engenharia Elétrica – UFPI
E-mail: elizeteoliveira@ufpi.edu.br

Resumo – Esta prática tem como objetivo verificar o no transistor, máxima potência não ceifada na
comportamento de um amplificador classe “A” carga e eficiência do estágio.
transistorizado e analisar as formas de onda obtidas
na saída em função de um sinal aplicado na entrada.
Analisar a relação de fase entre os sinais de entrada e III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
saída e a distorção apresentada no sinal de saída,
devido a mudança do ponto de operação “Q”. Em um amplificador Classe A, a corrente
Palavras-chave —Amplificador classe A, Corrente
flui continuamente em todos os dispositivos de
quiescente, Tensão quiescente e Compliance. saída, o que torna a sua eficiência muito baixa,
mas quase nenhuma distorção de crossover. O
amplificador final Classe A é a configuração mais
I. MATERIAIS UTILIZADOS simples e uma das melhores configurações para
reprodução de áudio de alta qualidade e pode ser
▪ Placa de montagem;
implementado usando um seguidor de emissor
▪ Fonte de alimentação regulada;
▪ Fonte de Sinal; padrão. A corrente quiescente através do transistor
▪ Gerador de áudio; é igual ao pico da corrente de saída AC, o que
▪ C1 LM 741; significa que o transistor é polarizado no meio de
▪ Multímetro; sua faixa de trabalho e simplesmente conduz mais
▪ Osciloscópio; ou menos corrente quando acionado por uma
voltagem alternada.
II. INTRODUÇÃO
A eficiência de um amplificador classe
No amplificador classe A, o transistor A é muito baixa: 25% na amplitude máxima de
opera na região ativa durante todo o período do saída e ainda menos em níveis de sinal baixos. A
sinal CA. Isto significa que o sinal não aciona o eficiência pode ser melhorada usando um projeto
transistor nos limites da saturação e do corte na simétrico com 2 transistores, mesmo assim é a
reta de carga CA. Desta forma o sinal obtido na maior eficiência. Sendo de 50%, o circuito básico
saída é uma réplica perfeita do sinal aplicado na ilustrativo, pode ser visualizado na Fig. 1.
entrada, exceto pela distorção de fase. Como
sabemos a única configuração que inverte a fase
em 180º entre os sinais de entrada e saída e a
configuração E.C. (emissor comum). Nas demais
configurações, ou seja B.C. (base comum) e C.C.
(coletor comum), θ = 0º.
A eficiência de um amplificador classe A
é a razão da saída CA de pico a pico na saída
(compliance), sem cortes, no sinal que o
amplificador pode produzir, em função do sinal
aplicado na entrada. Algumas das importantes
características do amplificador classe A são a
Figura 1: Amplificador Classe-A
corrente de dreno, potência de dissipação máxima

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IV. PROCEDIMENTOS Medimos e anotamos na tabela I também
a corrente de dreno total de estágio. Calcula-se os
Para que se obtenha os resultados valores experimentais listados na Tabela II,
desejados para este estudo, considerou-se o usando os dados medidos e anotados na Tabela II.
esquemático do circuito da Fig. 2 e os Por fim, ajustemos o gerador de sinal até obter
procedimentos descritos a seguir durante o uma tensão de 2 Vpp na carga. Note quanta
processo de simulação e na prática em laboratório.
distorção não linear há no sinal e conecte um
resistor parcial de realimentação, de 220 no
emissor. Ajuste o gerador de sinal até obter na
carga uma tensão de 2 Vpp.
Para a verificação de defeitos suponhamos
que o resistor R2 esteja em curto, no circuito
montado nesta experiência. Calcule-se a
compliance CA de saída e a corrente de dreno com
este defeito e anote na Tabela III. Repetimos o
passo anterior para cada defeito listado na Tabela
III. Por fim, montamos o circuito e simulamos
cada um dos defeitos. Anotando os valores de PP
(compliance) e IS.
Fig. 2: Esquemático a ser montado durante o experimento.
Para o projeto determinou-se um valor de
Primeiramente calculou-se o valor da
RE para obter a máxima compliance CA na saída,
corrente quiescente no coletor (ICQ) e a tensão
no circuito montado nesta experiência, porém,
quiescente (VCEQ) entre coletor e emissor, a
com VCC = 20V. Anotamos o valor comercial na
compliance CA (variação de pico a pico do sinal)
parte superior da Tabela IV. Calculamos e
na saída e a corrente de dreno (IF) do estágio, esses
anotamos os outros valores pedidos na Tabela IV.
valores foram anotados na Tabela I. Em seguida,
Por fim, montou-se o circuito para RE. Medimos
calcula-se a potência máxima dissipada pelo
e anotamos o PP e IF na Tabela IV. Calculamos os
transistor, a potência máxima na carga sem
valores experimentais de PL(MAX), PF e usando
ceifamento, a potência CC de entrada do estágio e
os dados medidos para PP e IF.
a eficiência do estágio, esses valores foram
anotados na Tabela II.
V. SIMULAÇÕES
Monta-se o circuito e reduzimos o sinal do
gerador a zero, usando o multímetro para medir O experimento consistiu no amplificador
ICQ e VCEQ, e anotou-se esses valores na Tabela de classe A na simulação na protoboard. Os
I. Usando o osciloscópio para observar a tensão na circuitos são ilustrados nas Fig. 3-6. A análise
computacional foi realizada com o auxílio do
carga, ajustamos o gerador de sinal até que o
software MULTISIM.
ceifamento inicie em ambos os semiciclos. Deve-
se observar que a forma de onda fica quadrada na Montagem
parte superior e alongada na parte inferior. A causa
desta distorção não linear é a grande variação de
re quando o coletor se aproxima do corte e da
saturação. Reduzimos o sinal do gerador até que
não haja mais ceifamentos, de forma que o sinal
na saída tenha aparência de uma senóide perfeita.
Ao observarmos isso, medimos e anotamos na
Tabela I, a tensão CA de pico a pico. Este valor
medido é uma aproximação da compliance do
sinal CA de saída (pico a pico).
Fig.3 : Simulação do amplificador classe A.

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(IF) do estágio, e anotamos as respostas na
Tabela I.

𝑅2 2,2𝑘
𝑉𝐵 = ∗𝑉 = ∗ 15 = 2,705𝑉
𝑅1 + 𝑅2 𝑐𝑐 10𝑘 + 2,2𝑘

𝑉𝐵 − 0,7 2,705 − 0,7


𝐼𝐸 = = = 1,114𝑚𝐴
𝑅𝐸 1,8𝑘

𝐼𝐶 ≈ 𝐼𝐸 ∴ 𝐼𝐶 ≈ 1,114𝑚𝐴

Figura 4: Simulação do amplificador classe A com 25mVpp. 𝑃𝑃 = 2 ∗ min(𝑉𝐶𝐸𝑄 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑅𝑐 ∙ 𝐼𝑐)

𝑃𝑃 = 2 ∗ (15 − (6,8𝑘 ∗ 1,114𝑚)) = 14,849 𝑉

𝑉𝐶𝐶 15
𝐼𝐹 = 𝐼1 + 𝐼2 = + 𝐼𝐶𝑄 = + 1,114𝑚
𝑅1 + 𝑅2 10𝑘 + 2,2𝑘

𝐼𝐹 = 2,344𝑚𝐴

TABELA I
Valores: Calculado Experimentado

Icq 1,114mA
Vceq 7,425V
PP (compliance) 14,849V
Figura 5: Forma da onda da entrada e saída do circuito do
amplificador classe A. If 2,344mA
Montagem do Projeto
Calculamos a potência máxima dissipada
pelo transistor, a potência máxima na carga
sem ceifamento, a potência CC de entrada do
estágio e a eficiência do estágio, e anotamos
as respostas na Tabela II.

𝑃𝐷𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝐶𝐸 ∗ 𝐼𝐶𝑄


𝑃𝐷𝑚𝑎𝑥 = (15 − (6,8𝑘 ∗ 1,114𝑚)) ∗ 1,114𝑚
𝑃𝐷𝑚𝑎𝑥 = 8,271𝑚𝑊

𝑃𝑃2 14,8492
𝑃𝐿𝑚𝑎𝑥 = = = 1,378𝑚𝑊
Figura 6: Simulação do amplificador do projeto classe A.
8 ∗ 𝑅𝐿 8 ∗ 20𝑘

𝑃𝐹 = 𝑉𝐶𝐶 ∗ 𝐼𝐹 = 15 ∗ 2,344𝑚 = 35,16𝑚𝑊


VI. RESULTADOS E DISCUSSÃO
𝑃𝐿𝑚𝑎𝑥 1,378𝑚
A parte teórica da prática consistiu, com o 𝜂% = ∗ 100 = ∗ 100
𝑃𝐹 35,16𝑚
auxílio do software MULTISIM, fazendo o 𝜂% = 3,92%
esquemático montado no laboratório, calcula-se e
mede-se a corrente quiescente no coletor (ICQ)
e a tensão quiescente (VCEQ) entre coletor e
emissor, a compliance CA (variação de pico a
pico do sinal) na saída e a corrente de dreno
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𝑃𝑃2 24,179²
TABELA II 𝑃𝐿𝑚𝑎𝑥 = = = 3,654𝑚𝑊
Valores: Teórico Experimental
8 ∗ 𝑅𝐿 8 ∗ 20𝑘
Pd 8,271mW
(max) 𝑃𝐹 = 𝑉𝐶𝐶 ∗ 𝐼𝐹 = 20 ∗ 2,067𝑚 = 41,34𝑚𝑊
Pl 1,378mW
(max)
𝑃𝐿𝑚𝑎𝑥 3,654𝑚
𝜂% = ∗ 100 = ∗ 100
Pf 35,16 𝑃𝐹 41,56𝑚
n 3,92% 𝜂% = 8,792%

TABELA IV
VERIFICAÇÃO DE DEFEITOS
Re=6,8kΩ
Supondo os seguintes casos: o resistor R2
Valores: Teórico Experimental
esteja em curto, Ce em aberto, Rl em aberto e PP 24,179V
C-E aberto no circuito montados nesta If 2,067mA
experiência. Calculamos a compliance CA de Pl (máx.) 3,654mW
saída e a corrente de dreno com este defeito, Pf 41,34mW
os valores de PP (compliance) e IS, e n 8,792%
anotamos na Tabela III.
TABELA III
Estimado Medido VII. QUESTÕES
Defeito PP If PP If
R2 em curto 1- Com base nos valores calculados e medidos nesta
Ce aberto experiência, responda as seguintes questões:
Rl aberto I- A compliance CA teórica na saída é de
C-E aberto aproximadamente:
a) 1,1 V
PROJETO b) 2,35 V
Determinamos um valor de RE para obter c) 9 V
a máxima compliance CA na saída, corrente d) 15 V
de dreno (IF), a potência máxima na carga sem
II- A corrente de dreno total foi próxima de:
ceifamento, a potência CC de entrada do a) 1,1 mA
estágio e a eficiência do estágio no circuito b) 2,3 mA
montado nesta experiência, porém, com VCC c) 4,8 mA
= 20V. Anotamos os dados na Tabela IV. d) 6,9 mA

𝑅2 2,2𝑘 III- a potência de dissipação máxima do transistor é de


𝑉𝐵 = ∗𝑉 = ∗ 20 = 3,607𝑉 aproximadamente:
𝑅1 + 𝑅2 𝑐𝑐 10𝑘 + 2,2𝑘
a) 0,46 mWb
𝑉𝐵 − 0,7 3,607 − 0,7 b) 10 mW
𝐼𝐸 = = = 0,428𝑚𝐴 c) 35,1 mW
𝑅𝐸 6,8𝑘
d) 50 mW

𝐼𝐶 ≈ 𝐼𝐸 ∴ 𝐼𝐶 ≈ 0,428𝑚𝐴 IV- Teoricamente a eficiência máxima é


aproximadamente:
𝑃𝑃 = 2 ∗ min(𝑉𝐶𝐸𝑄 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑅𝑐 ∙ 𝐼𝑐) a) 0
b) 1,3%
𝑃𝑃 = 2 ∗ (15 − (6,8𝑘 ∗ 0,428𝑚)) = 24,179 𝑉 c) 5%
d) 25%
𝑉𝐶𝐶 20
𝐼𝐹 = 𝐼1 + 𝐼2 = + 𝐼𝐶𝑄 = + 0,428𝑚 2- Conectando um resistor de alimentação parcial no
𝑅1 + 𝑅2 10𝑘 + 2,2𝑘
emissor, de 220 , podemos observar que:
a) reduz a tensão da fonte de alimentação
𝐼𝐹 = 2,067𝑚𝐴 b) aumenta a corrente quiescente do coletor
c) diminui a distorção não linear
d) aumenta a compliance CA na saída
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e) nenhuma das anteriores

3- Explique por que há distorção não linear no


amplificador EC quando o sinal na saída é aumentado.
Devido da grande variação do resistor emissor
quando o coletor se aproxima da área de saturação.

VIII. CONCLUSÃO

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IX.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Classe de amplificadores – As principais


características de amplificadores de áudio
https://www.fvml.com.br/2019/06/tipos-e-
classes-de-amplificadores-de.html, acesso em
30/08/2022.
[2] Adel S. Sedra Kenneth C. Smith,
“Microeletrônica”, 4a Edição, Makron Books,
1999.
[3] Behzad Razavi, “Fundamentos de
Microeletrônica”, 1 Edição, LTC, 2010.
a

[4] Robert L. Boylestad Louis Nashelsky,


“Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos”,
8° Edição, Prentice Hall, 2004.

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