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Universidade do Estado do Amazonas - Escola Normal Superior ( UEA-ENS)

Ecologia de Florestas Tropicais - ( 7 período- Noturno)


Docente: Maria Clara da Silva Forsberg
Discente: David Calazans Pereira

ROCHA, Fabiane Valéria Rêgo da; SOUZA, Beatriz dos Santos; FEITOSA, Marlisson
Augusto Costa; SANTOS, Taides Tavares dos. FUNGOS ASSOCIADOS A TRONCOS DE
ÁRVORES EM DECOMPOSIÇÃO NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS,
PARÁ,BRASIL. Revista de Saúde e Biologia, v.12,n.2,p.43-52, mai./ago., 2017.

“As florestas tropicais e as metrópoles de fungos”

O artigo em questão, escrito por Beatriz dos Santos Feitosa et al., explora a diversidade
morfológica e a riqueza de fungos em um fragmento de uma das maiores unidades de
conservação do bioma Floresta Amazônica do Brasil,a FLONA ( Floresta Nacional do
Tapajós). A escolha do local se deve principalmente a natureza das florestas tropicais, onde,
devido ao seu clima, são capazes de comportar uma gama muito diversa de seres vivos e
propiciar a manutenção e surgimento de diversas espécies faunísticas e florísticas, bem
como o desenvolvimento de microorganismos diversos, como os fungos, que possuem um
destaque ímpar no cenário das florestas tropicais.
Estes seres, além de atuarem como excelentes decompositores, assim ajudando na
ciclagem dos nutrientes na floresta e realizando a manutenção deste espaço, também
possuem um valor industrial tremendo, estando presentes em diversas áreas, como a
alimentícia. No entanto, apesar de muito explorado e investigado, é dito pelos autores que o
conhecimento sobre estes microrganismos ainda é limitado, sobretudo com relação a sua
diversidade.
O artigo então tenta, singelamente, ajudar a preencher esta lacuna no conhecimento
fúngico das espécies de florestas tropicais, onde, para isso, foram coletadas amostras de
fungos de 36 troncos de árvore em decomposição, de maneira aleatória, nas proximidades
da comunidade Piquiatuba, no local citado anteriormente. Estas amostras foram isoladas,
inoculadas em placas e, em seguida, incubadas em temperatura ambiente, onde após 10
dias de monitoramento, foram purificadas por meio de repiques sucessivos em meio BDA,
realizados até que os fungos estivessem devidamente isolados, separados por placas.
Após purificados, os espécimes foram morfotipados de acordo com critérios morfológicos
microscópicos e macroscópicos, em seguida foram distinguidos em grupos ou morfotipos
para que, ao final, fosse calculada a média, mediana e o desvio padrão de espécimes e
morfotipos por tronco amostrado. Após tais processos, os espécimes foram submetidos ao
processo de preservação, este descrito no artigo.
Os resultados apontaram a coleta de 120 espécimes de fungos, estes agrupados em 57
morfotipos diferentes, um resultado impressionante que só avilta a importância das florestas
tropicais e das áreas de preservação como santuários da vida e espaços de pesquisa
nevrálgicos. Tal artigo também traz à luz a diversidade de seres fúngicos que jazem na mata
e que ainda precisam ser descobertos, descritos e catalogados na comunidade científica,
para que então possam vir a ser utilizados, se possível, nas indústrias alimentícia,
farmacológica etc.
A pesquisa também revela uma situação preocupante para a micologia, que seria a
insuficiência de profissionais taxonomistas para realizar a descrição de novas espécies. Tal
insuficiência seria um dos motivos cruciais para que muitas das espécies fúngicas ainda
não tenham sido descobertas ou descritas, e que muitas dessas “metrópoles escondidas”
continuem ocultas.

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