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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA NORMAL SUPERIOR


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Promoção de saúde na escola: Educação alimentar na Escola


Estadual Ondina de Paula Ribeiro

Manaus
2023
Universidade do Estado do Amazonas
Escola Normal Superior
Licenciatura em Ciências Biológicas

David Calazans Pereira

Promoção de saúde na escola: Educação alimentar na Escola Estadual


Ondina de Paula Ribeiro

Manaus
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………4

2 OBJETIVOS……………………………………………………………6

3.1 Objetivo Geral…………………………………………………….6

3.2 Objetivo Específico………………………………………………6

3 JUSTIFICATIVA……………………………………………………….6

4 REFERENCIAL TEÓRICO……………………………………………7

5 METODOLOGIA………………………………………………………..8

6 RESULTADOS ESPERADOS………………………………………..11

7 CRONOGRAMA............................................................................12

8 REFERÊNCIAS……………………………………………………….13
1 INTRODUÇÃO

A alimentação é um componente essencial do cotidiano dos seres vivos,


sobretudo para os humanos, e esta, quando exercida de forma equilibrada,
harmoniosa, respeitando o contexto cultural em questão e de acordo com os
padrões sanitários pode promover boa qualidade de vida e segurança alimentar
para aquele que a consome.
Para isso, é necessário que todo o sistema alimentar funcione
adequadamente, sendo este, como definido por Martinelli e Cavalli (2019), o:

“[...] conjunto de processos que incluem


agricultura, pecuária, produção, processamento,
distribuição, abastecimento, comercialização,
preparação e consumo de alimentos e bebidas .
Na abordagem de sistemas alimentares é
necessário considerar todos os determinantes do
consumo alimentar a partir das relações
estabelecidas entre os diferentes agentes
participantes da cadeia: produtores, distribuidores
e consumidores.[...]”

Logo, para além do subsídio jurídico gerado pelas legislações, é necessário


que todas as peças da engrenagem logística que envolvem a alimentação saudável,
sobretudo a escolar, estejam em ordem e funcionando harmoniosamente. E, como
as autoras acrescentam, esta alimentação deve ser oriunda de um sistema
“ambientalmente sustentável” e “socialmente justo”, assim contemplando uma
alimentação saudável e sustentável (MARTINELLI & CAVALLI, 2019).
Nas escolas, a oferta de uma alimentação escolar, esta descrita como
“aquela que compreende todo alimento oferecido no ambiente escolar,
independentemente de sua origem, ou toda a alimentação realizada pelo estudante,
durante o período em que se encontra na escola” (Rebrae) , é um dever do Estado
para com toda a comunidade escolar, sendo este amparado e regulamentado pelo
Programa Nacional de Alimentação Escolar e pelo Pacto para Alimentação
Saudável.
Para promover e incentivar a garantia da alimentação saudável, foram
criadas as diretrizes da Alimentação Escolar, estas defendidas no artigo 5° da
Resolução FNDE n° 06/2020 e que apontam que:
I – o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso
de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos
alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos
alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa
etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica;

II – a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e


aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação
e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da
segurança alimentar e nutricional;

III – a universalidade do atendimento aos alunos matriculados na rede


pública de educação básica;

IV – a participação da comunidade no controle social, no acompanhamento


das ações realizadas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios para
garantir a oferta da alimentação escolar saudável e adequada;

V – o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a


aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e
preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais,
priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de remanescentes de
quilombos;

VI – o direito à alimentação escolar, visando a garantir segurança alimentar


e nutricional dos alunos, com acesso de forma igualitária, respeitando as diferenças
biológicas entre idades e condições de saúde dos alunos que necessitem de
atenção específica e aqueles que se encontram em vulnerabilidade social.

Por meio de tais diretrizes é estabelecido por lei os fundamentos que


possibilitem uma alimentação saudável e segura nas escolas, estes são diretamente
relacionados aos eixos centrais da Portaria Interministerial n° 1.010/2006 dos
Ministérios da Educação e da Saúde, estes que movimentam tais atas jurídicas e
abrangem desde estímulo à produção de hortas ao monitoramento da situação
nutricional dos alunos.
Tais incentivos e amparos jurídicos são essenciais para a promoção da
talvez utópica alimentação saudável e sustentável nas escolas, onde, através da
prática, esta pode ser alcançada.

2 OBJETIVOS

2.1 Geral
- Incentivar uma alimentação saudável no ambiente escolar
2.2 Específicos
- Implementar um sistema de horta na escola
- Capacitar os profissionais da escola nos valores da educação alimentar

3 JUSTIFICATIVA

Promover uma alimentação de qualidade e que capacite nutricionalmente os


alunos a estudarem é um dos pilares da educação brasileira e o dever do Programa
Nacional de Alimentação Escolar, visto que uma boa alimentação ajuda a prevenir
distúrbios alimentares e complicações no aprendizado, como letargia em sala de
aula e dificuldade de concentração (JESUS,2016). Ademais, por vezes os alunos se
dirigem a escola com o intuito de suprirem suas necessidades alimentícias, visto
que estes, por não conseguirem se alimentar adequadamente em casa por motivos
de precariedade, veem na escola uma saída para tal mazela. Logo, é essencial que
a alimentação ofertada nesses espaços seja nutricionalmente rica e produzida sob
uma tutela sanitária ideal, para que, dessa forma, o corpo docente venha a
desenvolver suas atividades curriculares sem comprometer seu aprendizado.
Além disso, o papel da escola como agente integrador da comunidade local,
esta representada não só pelos alunos, mas pelos pais e responsáveis, também
pode se manifestar através da educação alimentar, visto que aquilo que é aprendido
na escola pode ser transmitido para casa, e vice-versa. Como afirma Accioly (2009),
a alimentação, além de um ato fisiológico, também é uma ferramenta de integração
social, ou seja, “é fortemente influenciada pelas experiências a que são submetidas
as crianças e os exemplos em seu círculo de convivência”. Para isso jaz a
importância de uma merenda saudável nas escolas, esta que, após consumida
regularmente, educa o paladar do indivíduo a apreciar alimentos nutritivos e
saudáveis, e, dessa forma, gera um hábito alimentar ideal, que quando levado para
casa pode influenciar outros indivíduos.
Dessa forma o papel social da escola se estende e vai além da formação
intelectual de indivíduos, ela se torna um local de promoção de saúde física e
mental para a comunidade escolar num todo, sendo estes um dos objetivos
propostos pelo projeto.
A horta no colégio, por sua vez, se configura como mais uma alternativa de
integração comunitária, devido aos ares de cooperatividade e trabalho em grupo,
além de ser um espaço que proporciona o desenvolvimento de atividades de
educação alimentar e ambiental, sendo ambos correlatos e essenciais para uma
vida plena em saúde e ambientalmente alinhada (FIOROTTI et al, 2009). A horta
então age como uma estratégia de unir a comunidade acadêmica em uma ação que
ensina os valores ambientais e fornece hortaliças frescas para os alunos, assim
sintonizando-os acerca do processo de agricultura familiar e minimizando os gastos
do colégio com hortaliças.
A capacitação dos educadores na inserção do tema da educação alimentar
no currículo também é de suma importância para que uma alimentação escolar
saudável seja atingida, visto que o professor precisa ser instrumentalizado com
conhecimentos e estratégias que o auxiliem para tal, sendo que, para isso, este
deve ser orientado por um nutricionista e fundamentado pela PNAE (DOMENE,
2008; ACCIOLY, 2009). Accioly (2009) também afirma que ao ser instrumentalizado,
o educador se torna capaz de fomentar práticas mais saudáveis na escola.
Logo, percebe-se que ações de educação alimentar nas escola são de
suma importância, pois promovem integração, saúde e bem-estar para toda a
comunidade escolar, desenvolvendo boas práticas em uma amplo gama social, e,
de acordo com Aberc (2008), estimula a comunidade a buscar escolhas alimentares
mais saudáveis e sustentáveis.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Para compreender o cenário do incentivo de práticas de alimentação


saudável no ambiente escolar, foi realizada uma revisão de artigos científicos dos
últimos 12 anos (2009-2021) na plataforma do Google Acadêmico, utilizando os
seguintes critérios de busca nos títulos: “alimentação saudável” + “escolas” e
“educação alimentar” + “escolas”.
A respeito da criação de hortas na escola, Fiorotti et al (2011) alegam que a
produção de hortas em âmbito escolar se assemelha a inserção de “um laboratório
vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em
educação ambiental e alimentar unindo teoria e prática de forma contextualizada”.
Dessa forma, os autores afirmam que tal prática une a comunidade acadêmica em
atividades conjuntas que, ao mesmo tempo que educam os envolvidos a se
alimentarem de forma saudável, também os educa a o fazerem de forma
sustentável, assim desenvolvendo uma consciência ambiental.
Ainda acerca das hortas, os autores também apontam que esta é uma
alternativa para evitar o consumo de produtos com aditivos químicos ou agrotóxicos
entre o corpo discente, além de ajudar na redução dos gastos com hortaliças, visto
que estas são produzidas na própria instituição.
Ao se referir a aplicação de oficinas que capacitem docentes a integrarem a
educação alimentar em sua grade curricular, Juzwiak et al (2013), ao fundarem a
Oficina Permanente de Educação Alimentar e em Saúde, propuseram o diálogo
estreito entre graduandos do curso de nutrição, nutricionistas e membros docentes
da comunidade escolar, como professores, gestores e pedagogos de 9 municípios
da Baixada Santista. Através do conceito de Grupo Operativo de Pichon-Rievière e
da proposta de diálogo horizontal de Paulo Freire, os autores atestaram a
importância do estreitamentos dos laços entre os profissionais da saúde em questão
e os educadores, para que estes, juntos, possam desenvolver formas de inserir a
educação alimentar na grade curricular das escolas de forma interdisciplinar.

5 METODOLOGIA

A pesquisa adotará um método de pesquisa qualitativo, que de acordo


com Gerhardt e Silveira (2009), se interessa pelo aprofundamento da
compreensão de um grupo social, não levando em consideração representações
numéricas. Assim, Godoy (1995, p. 63) afirma que “a pesquisa qualitativa tenta
compreender os fenômenos que estão sendo estudados a partir da perspectiva
dos participantes”, ou seja, abraça a subjetividade e as interpretações e opiniões
deles.
Será desenvolvida na Escola Estadual Ondina de Paula Ribeiro uma
semana de atividades voltadas para a promoção de boa saúde no colégio, onde
serão aplicadas oficinas de educação alimentar para professores, pedagogos,
gestores e merendeiras, atividades físicas que entretenham e conscientizem os
alunos acerca da importância da prática de esportes e do cuidado do corpo e,
para finalizar, será montada uma horta nas dependências do colégio. Cada
atividade será ministrada pelo pesquisador e por um profissional da área em
questão. A semana ocorrerá duas vezes no ano, com a promoção das mesmas
atividades, uma no começo do ano letivo e outra no final, como é demonstrado no
cronograma.
Inicialmente será distribuído para o corpo docente, pedagogo e gestor,
bem como para uma turma selecionada, um questionário contendo 5 perguntas
abertas acerca da concepção deles de educação alimentar, alimentação saudável
e segurança alimentar. O questionário será aplicado novamente, ao mesmo
público, na segunda edição do evento, que ocorrerá no mês de novembro, assim
sendo possível realizar a comparação entre os dados dos diferentes momentos.
Os dados coletados serão analisados por meio da análise de conteúdo, a
qual, segundo Bardin (2016, p.51), consiste em:

“[…] uma operação ou um conjunto de operações visando representar o


conteúdo de um documento sob uma forma diferente da original, a fim de
facilitar, num estado ulterior, a sua consulta e referenciação.[...] O
propósito a atingir é o armazenamento sob uma forma variável e a
facilitação do acesso ao observador, de tal forma que este obtenha o
máximo de informação (aspecto quantitativo), com o máximo de
pertinência (aspecto qualitativo).[...] A análise documental permite passar
de um documento primário (bruto) para um documento secundário
(representação do primeiro).[...]”.

Assim, será possível comparar as impressões dos entrevistados antes e


após a realização dos eventos, depurando suas visões acerca do assunto e
compreendendo os possíveis pontos de ruptura entre elas.

Detalhamento das atividades desenvolvidas durante a semana do evento

1. Implementação de horta na escola: Onde os alunos, sob a tutela dos


pesquisadores e da administração do colégio (professores voluntários,
merendeiras, pedagogos e gestor) irão produzir uma horta com produtos
amazônicos de relevância nutricional. Esta será montada em área verde nas
dependências do colégio e será gerenciada regularmente pelos alunos e pela
administração;

2. Oficina de educação alimentar: Serão propostas oficinas ministradas por


nutricionistas convidados (estes oriundos da Secretaria de Educação ou
outros órgãos) onde serão ensinadas maneiras de se introduzir a educação
alimentar no currículo escolar e, consequentemente, no dia-a-dia do aluno;

3. Promoção de atividades físicas: Ministrado e coordenado pelo professor de


educação física da escola, serão desenvolvidas diversas atividades que
instiguem os alunos a prática esportiva, como vôlei, futsal, queimada e
handebol. Tais atividades exploraram um aspecto lúdico da prática esportiva,
ao mesmo tempo que os aproxima de um estilo de vida mais saudável e
menos sedentário.
4. Monitoramento da situação nutricional dos escolares: Será realizada, por
graduandos convidados do curso de nutrição da Universidade do Estado do
Amazonas, a aferição do índice de massa corporal dos discentes.

Tais atitudes estão de acordo com os eixos para a promoção da alimentação


saudável instituídos na Portaria Interministerial n° 1.010/2006:
I – ações de educação alimentar e nutricional, considerando os hábitos alimentares
como expressão de manifestações culturais regionais e nacionais;

II – estímulo à produção de hortas escolares para a realização de atividades com os


alunos e a utilização dos alimentos produzidos na alimentação ofertada na escola;

III – estímulo à implantação de boas práticas de manipulação de alimentos nos


locais de produção e fornecimento de serviços de alimentação do ambiente escolar;

IV – restrição ao comércio e à promoção comercial no ambiente escolar de


alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada, gordura trans,
açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras;
V – monitoramento da situação nutricional dos escolares.

6 RESULTADOS ESPERADOS

Ao final do projeto, é esperado que:


1. Um sistema de horta seja implementado dentro das dependências do colégio,
este gerido pelo corpo discente e docente da instituição, e que a comunidade
escolar possa se beneficiar;
2. Conscientizar a comunidade escolar acerca das corretas práticas que levam
a uma alimentação saudável e que não impacte o meio ambiente e a própria
saúde de forma agressiva;
3. Inserir a educação alimentar no currículo da escola de forma interdisciplinar e
abrangente.
7 CRONOGRAMA

As atividades serão desenvolvidas de acordo com o cronograma de atividades abaixo.

2023

Atividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Set Out Nov Dez

Elaboração do X
projeto

Apresentação X
do projeto

Contato com os X X
convidados

Contato com a X X
escola

Aplicação do 1° X X
questionário

1°Realização X
do 1° edição do
Evento

Construção e X X X X
manutenção da
horta

Análise dos X X X
dados obtidos

Realização da X
2° edição do
Evento e
2°Aplicação do
questionário
8 REFERÊNCIAS

ACCIOLY, Elizabeth. A escola como promotora da alimentação saudável. Ciência


em tela, v. 2, n. 2, p. 1-9, 2009.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo : Edições 70, 2016.

FIOROTTI, Josiana Laporti et al. Horta: a importância no desenvolvimento escolar.


Anais... XIV Encontro Latino-Americano de Iniciação Científica. Universidade
Vale do Paraíba, 2011.

JESUS, Alessandra Pereira de. Alimentação saudável na escola: promovendo a


saúde e construindo ações de segurança alimentar. 2016.

JUZWIAK, Claudia Ridel; CASTRO, Paula Morcelli de; BATISTA, Sylvia Helena
Souza da Silva. A experiência da Oficina Permanente de Educação Alimentar e em
Saúde (OPEAS): formação de profissionais para a promoção da alimentação
saudável nas escolas. Ciência & saúde coletiva, v. 18, p. 1009-1018, 2013.

MARTINELLI, Suellen Secchi; CAVALLI, Suzi Barletto. Alimentação saudável e


sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 24, p. 4251-4262, 2019.

YOKOTA, Renata Tiene de Carvalho et al. Projeto" a escola promovendo hábitos


alimentares saudáveis": comparação de duas estratégias de educação nutricional no
Distrito Federal, Brasil. Revista de Nutrição, v. 23, p. 37-47, 2010.

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