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A CIDADE É UMA SÓ¿

Introdução:

reflexões iniciais sobre as controvérsias da cidade


Com frequência, Brasília emerge como interessante caso de estudo, seja por sua aura
de "cidade inventada", por sua singularidade histórica, por ser o centro dos poderes
administrativo e político, por seus títulos de "cidade modernista" e Patrimônio
Mundial ou, ainda, pela singularidade de não constituir um município e não fazer parte
de um estado, mas de um Distrito Federal-DF. Ainda que tudo isso contribua para a
construção de um imaginário sobre a cidade, bastante vinculado ao poder e a bordões
como
"capital da esperança" ou "capital do futuro", a cidade é mais plural e complexa do que
se pode supor. Se, por um lado, o questionamento proposto por esta obra - a cidade é
uma só? - nos coloca diante de um desafio; por outro, nos instiga a tentar mergulhar
na realidade.
Se tomarmos, como ponto de partida, o Plano Piloto de Brasília - apresentado por
Lucio Costa em 1956 - ficam evidentes as distâncias entre o plano e a realidade. Se,
para Costa (IPHAN, 2014, p. 29), a cidade nasceu "pronta", na realidade, Brasília ainda
está em intensa transformação, tendo transbordado - mesmo antes de sua
inauguração oficial - os limites do Plano Piloto e, inclusive, as bordas do quadrilátero
delimitado pela Lei n° 2.874 (BRASIL, 1956). Nesse sentido, somos levados a refletir
sobre os rumos do planejamento urbano, já que cidade planejada não se confunde
com cidade pronta ou acabada - confusão que contrariaria, em essência, a ideia já
bastante aceita de que as cidades são construções sociais, resultados de interações -
produções e reproduções de diferentes atores (humanos ou não).
DESENVOLVIMENTO:

Trata-se de um trabalho de audiovisual sobre a cidade de Brasília!

É literalmente uma curta metragem sobre Brasília, sobre o lado das cidades de Brasília. Em
geral vemos pessoas que não conhecem Brasília perguntando sobre tais cidades satélites que
não fazem parte, Brasília é uma pequena parte, as outras cidades são distritais, o que muito
confundem e acham que Brasília é uma só.

Nesta obra, como o próprio título já diz, a cidade é uma só, tal como sendo abordado assuntos
importantes que muitas pessoas preferem fechar os olhos e fingir que não está alí

Para realizar a grande obra da construção de Brasília, a Novacap teve que recrutar
trabalhadores durante todos os anos em que houve a construção. A grande parte de
trabalhadores se localizou em acampamentos e invasões. O crescimento das populações do
Distrito Federal provocou a quebra de padrões de habitabilidade nas chamadas invasões, onde
não existia as menores condições de higiene e conforto. A solução encontrada pelos
Administradores foi a mudança maciça daquele povo para onde se pudesse harmonizar os
serviços públicos e dar condições melhores de vida àquela gente até então favelada.

Coube então a Novacap participar da remoção dos moradores da antiga vila do IAPI para a
cidade satélite de Ceilândia, um local que era anteriormente deserto, e que naquela época
estava sendo preparado para receber esses novos moradores.

“O discurso deles eram que iam tirar de lá, para uma situação legalizada, com lote, com toda a
infraestrutura e na verdade não foi isso, quando a gente chegou aqui não tinha nada disso, o
que eles queriam na verdade era só um lugar para jogar aquele monte de pobre, tirar coisa
feia que era próximo de Brasília e trazer para um lugar mais distante possível” – relatos de
uma moradora de Ceilândia

“O lugar que a gente morava era rota de voos nacionais e internacionais”

Ao longo da cinegrafia vemos a situação a triste situação que ocorre ainda até hoje

Nanci vai narrar como foi a campanha de erradicação das invasões,

Zé Antonio que representa ora um cabo eleitoral, ora um vendedor de lotes e mais que um
motorista ele representa a problemática Ceilandia e de alguns lugares de hoje em dia.
VIDA DO AUTOR:

Adirley Queirós é o terceiro dos seis filhos de um casal de migrantes de Minas Gerais
que ao final dos anos 1960 se instalou no interior de Goiás, de onde foi expulso por um
latifundiário, rumando para Brasília no início dos anos 1970, época em que a nova
capital era tida como um Eldorado de oportunidades. Quando a família chegou ao
Distrito Federal, Adirley Queirós tinha apenas três anos, a mesma idade da recém-
criada cidade-satélite de Ceilândia, para onde o casal e seus filhos se mudaram
definitivamente ao serem sorteados para adquirir um lote a custos módicos.

Adirley Queirós se tornou jogador de futebol ainda em sua adolescência, tendo atuado
em clubes de segunda e terceira divisão do Distrito Federal por pouco mais de dez
anos, quando uma contusão o obrigou a deixar o esporte precocemente.
Desempregado e sem formação universitária, passou a dar aulas de reforço de
matemática, física e química, o que o ajudou tanto a tornar-se funcionário público em
um hospital quanto a ser admitido, aos 28 anos, no curso de comunicação (com ênfase
em cinema) da Universidade de Brasília. Seu primeiro curta-metragem, Rap, o canto da
Ceilândia, pelo qual recebeu diversos prêmios, foi seu trabalho de conclusão de curso.
Seus longas-metragens A cidade é uma só? (2011) e Branco sai, preto fica (2014)
também foram premiados em importantes festivais brasileiros.

Filmografia
2005 - Rap, o canto da Ceilândia, 15'
2009 - Dias de greve, 24'
2010 - Fora de campo, 52'
2011 - A cidade é uma só?, 72'
2014 - Branco Sai, Preto Fica, 93'
2017 - Era uma Vez Brasília, 100'
2022 - Mato seco em chamas, 153'
OBRA DO PAS:
Reflexão sobre os 50 anos de Brasília, tendo como foco a discussão sobre o
processo permanente de exclusão territorial e social que uma parcela
considerável da população do Distrito Federal e do Entorno sofre, e de
como essas pessoas restabelecem a ordem social através do cotidiano. O
ponto de partida dessa reflexão é a chamada Campanha de Erradicação de
Invasões (CEI), que, em 1971, removeu os barracos que ocupavam os
arredores da então jovem Brasília. Tendo a Ceilândia como referência
histórica, os personagens do filme vivem e presenciam as mudanças da
cidade.

Essa docuficção resgata a história da Ceilândia, cidade-satélite de Brasília,


com olhar crítico para os interesses escusos que motivaram o Estado a
afastar moradores para áreas de periferia do Planalto Central. O filme tem
por eixo a modesta campanha a deputado distrital de um morador da
Ceilândia enquanto ele enfrenta a máquina de dinheiro que movimenta o
marketing da elite política brasileira.

BIBLIOGRAFIA:

https://www.youtube.com/watch?v=vVlqCVKdlxA
https://www.youtube.com/watch?v=Tt0yUMnuHpY

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