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Escola de Referência em Ensino Médio de Arcoverde - EREMA

EMANUEL NUNES BRITO


JASMIM SILVA DE MORAIS SIQUEIRA
MARIA EDUARDA PEREIRA FREITAS
MARLON MENDES MACIEL
SARAH LAYANE DE LIMA BARBOSA

Relações sociais contemporâneas

Arcoverde - PE
2021
A questão urbana:
Atualmente, em diversas cidades de todas as regiões de nosso país, convivemos
com enchentes e outras tragédias causadas todos os anos pelas chuvas. Será que
essas tragédias poderiam ser evitadas? Como?
Feitas estas considerações e indagações, vejamos como a Sociologia nos ajuda a
entender um conjunto de questões que podemos intitular de “urbanas”, conforme
nomeamos neste capítulo.

Origem e desenvolvimento das cidades e da urbanização:


O termo urbano é derivado do latim urbe, que significa cidade, se construindo em
oposição ao termo rural. A urbanização, portanto, nasce com a sedentarização do
homem, quando ele se fixa em um determinado território e passa a se dedicar
também à agricultura. Portanto, assim como o urbano se opõe a rural, podemos
dizer que a ideia de cidade se opõe ao campo.
Nas sociedades que passaram também da agricultura, o que podemos chamar
de áreas urbanas reuniam uma parcela bem pequena da população, já que a maior
parte vivia na área rural. Nas sociedades industriais, muitos séculos depois, essa
relação se inverte, com a esmagadora maioria da população migrando e se
concentrando cada vez mais nas regiões urbanas, trazendo, com esse movimento,
uma série de consequências para a vida cotidiana dos seres humanos.

A cidade contemporânea como espaço de segregação socioespacial:


Você conhece bem a cidade onde mora? Tem noção da sua estrutura e
funcionamento? O que vê quando anda pelo Centro da cidade? O Centro é o espaço
da política e da máquina pública, onde se localizam a sede da Prefeitura, o posto do
INSS, a delegacia de Polícia, a sede local da Receita Federal, os cartórios etc. Ao
mesmo tempo, é também um centro comercial, com supermercados, lojas de roupas
e sapatarias, drogarias, lanchonetes, restaurantes, bancas de jornais etc.
Porém, a maioria dos outros bairros, localizados próximos ou não do Centro, locais
de residência da maior parte da são população, que se desloca para o trabalho no
Centro ou para algumas regiões características, como as chamadas "zonas
industriais", locais com grande concentração de fábricas. Esses espaços urbanos
são ligados por uma malha de transportes, através de rodovias, estradas de ferro,
metrô, barcas etc.
Uma primeira observação a ser feita é a respeito da ordenação desses espaços,
organizados de acordo com o seu objetivo principal. Pode ser de circulação pública,
como o lugar, em que funcionam as instituições do Estado e o comércio, ou de
circulação privada, como é o caso dos inúmeros edifícios e condomínios residenciais
que proliferam nas médias e grandes cidades.

Mas, o que são mesmo as favelas, que insistimos em descrever?


Segundo os professores Jaílson de Souza e Silva e Jorge Luiz Barbosa, a
apresentação dos espaços urbanos que receberam o nome favela, no Brasil é
marcada pela "negatividade" e por "juízos pré-concebidos", que ignoravam a
pluralidade realmente existente. A favela, nesse sentido, seria sempre representada
pela "noção de ausência": "Ela é sempre definida pelo que não teria: um lugar sem
infraestrutura urbana - água, luz, esgoto, coleta de lixo -, sem arruamento, sem
ordem, sem lei, sem moral e globalmente miserável. Ou seja, o caos".
A primeira favela brasileira de que se tem notícia teve origem na cidade do Rio de
Janeiro, no Morro da Providência, ocupado no final do século XIX por negros que
participaram como soldados da Guerra de Canudos, em 1897.
O termo "favela" teria sido utilizado para se referir ao morro (Morro da Favela), em
função de corresponder às características de um determinado lugar do sertão
baiano, cujos moradores conheciam por esse nome. Mas, evidentemente, esta é
apenas uma versão possível apesar de bastante difundida.
Outras versões se referem ao surgimento da primeira favela a partir dos escravos
alforriados que voltaram da guerra do Paraguai, na década de 1870, ou ainda como
resultado da destruição de cortiços por parte do prefeito Barata Ribeiro, em 1894. O
professor Andrelino Campos, que é um dos pesquisadores que mais se dedicam a
esse tema, apresenta e discute as três versões citadas.

As cidades dos grandes eventos:


Há alguns anos, o Brasil e a cidade do Rio de Janeiro foram escolhidos,
respectivamente, para sediar a Copa do Mundo em 2014 e os jogos olímpicos de
2016.
O que isso tem a ver com nossa discussão sobre as cidades e a questão urbana?
A escolha de uma cidade como sede de megaeventos esportivos implicando vários
compromissos, tais como:
● Melhoria da infraestrutura urbana e mais obras;
● Mudança de algumas leis municipais e federais;
● Melhorias das ruas e avenidas para circulação de pessoas e equipes
esportivas;
● Deslocamentos geográficos de pessoas, casas e construções, dentre outros.

Caminhamos para uma cidade pós-industrial ou para uma cidade mais


democrática? Como serão as cidades do futuro?
As cidades se encontram sempre em permanente transformação, como nos
mostra a História. Alguns estudiosos, considerando os diversos avanços
tecnológicos trazidos pela sociedade da informação, entendem que a cidade do
futuro poderá ser um espaço desconcentrado, descentralizado, já que o espaço e o
tempo seriam redefinidos pela nova ordem gerada e gerida pelo capital do
financeiro.
Preferimos entender o futuro da cidade, no entanto, não como o “caos” e o “lugar
do sofrimento”, mas sim como importantes espaços de luta, de construção
permanente da Utopia ou de verdadeiros espaços esperanças
- para utilizar uma ideia apresentada pelo professor David Harvey (2006).

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