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30/03/2016

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia GASEIFICAÇÃO


Colegiado de Engenharia Florestal
Informações Gerais
DEAS 032 – Recursos Energéticos Florestais
Biomassa é uma fonte renovável com grande potencial de aplicação, tanto em
grande quanto em pequena escala.

Apresenta-se em estado sólido mas pode ser convertida em líquido ou gás,


Gaseificação da Madeira podendo ser transportada através de tubulações e utilizada em motores de
combustão interna alternativos ou rotativos.

O gás resultado da gaseificação também pode ser utilizado na produção de


hidrocarbonetos sintéticos, como gasolina e diesel (síntese Fisher Tropsch) e
de outros processos que permitem a síntese do metanol, etanol e gás natural
Prof.: Dr. Dalton Longue Júnior sintético.

Vitória da Conquista - BA

PROCESSOS DE CONVERSÃO GASEIFICAÇÃO


Definição

COMBUSTÃO DIRETA Processo termoquímico que permite a conversão de um combustível


CONVERSÕES CARBONIZAÇÃO sólido em um gás que tem potencial para substituição (gás natural ou
TERMOQUÍMICAS GLP) em aplicações industriais.
GASEIFICAÇÃO

COMPACTAÇÃO
Combustão em condições subestequiométricas, ou seja, na qual o ar
BIOMASSA fornecido ao processo constitui apenas uma fração de quantidade
teoricamente necessária para a combustão completa.
FERMENTAÇÃO
CONVERSÕES Normalmente é fornecido de 25 a 30% da quantidade
BIOQUÍMICAS DIGESTÃO ANAERÓBICA estequiométrica que é suficiente para promover a decomposição
térmica do combustível e sua conversão em um gás, composto de CO,
H2, CH4, CO2 e N2.

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GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Preparo da biomassa Preparo da biomassa

Principais fontes de biomassa para gaseificação: Composição química elementar e imediata de algumas biomassas
resíduos agrícolas: casca de arroz, serragem, bagaço de cana; Tipos de PCI
Resíduos da produção de carvão vegetal; Composição química elementar (base seca, %)
biomassa (MJ/kg)
Lodo (formado em estações de tratamento de efluentes);
C H O N S A U
Lenhas de florestas energéticas plantadas para tal fim.
Casca de arroz 40,96 4,30 35,86 0,40 0,02 18,34 10,53 16,10
Tratamento adequado e análise da biomassa configuram a condição inicial Bagaço de cana 44,80 5,35 39,55 0,38 0,01 9,79 11,60 17,30
necessária para que seja dada uma posterior utilização nos diferentes tipos de Serragem (pinus) 49,29 5,99 44,36 0,06 0,03 0,30 14,30 20,00
gaseificadores:
Seleção inicial do material; Tipos de biomassa
Composição química imediata (base seca, %)
Limpeza;
Separação; Carbono Fixo Material Volátil Cinzas
Adequação do teor de umidade; Casca de arroz 65,47 16,67 17,89
Granulometria; Bagaço de cana 73,78 14,95 11,27
Armazenamento.
Serragem (pinus) 82,54 17,70 0,29

GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Preparo da biomassa Gaseificadores

A faixa recomendada do teor de umidade para biomassa (10 a 15%); São equipamentos que convertem um combustível sólido em um combustível
gasoso por meio de um processo termoquímico, podendo o gás resultante ser
A caracterização química elementar e a determinação da química imediata utilizado para geração de energia elétrica, calor ou para produção de
também são importantes para estabelecer o melhor uso da biomassa; combustível sintético.

A granulometria varia de acordo com o tipo de gaseificador e é importante Os gaseificadores foram muito utilizados durante a II Guerra Mundial em
para o seu dimensionamento : veículos que usavam o gás pobre como combustível, devido a carência de
Gaseificadores de leito fluidizado: requerem baixa granulometria (casca combustíveis fósseis.
de arroz e bagaço de cana)
Gaseificadores de leito fixo: requerem densificação (peletização ou Atualmente tem sido muito empregados para geração de energia elétrica.
briquetagem) do material combustível ou uso de lenha.
O produto é chamado gás pobre quando o agente de gaseificação é o ar,
devido ao seu baixo poder calorífico (5 MJ/Nm3). Quando utilizado o oxigênio
ou vapor (10 a 19 MJ/Nm3) devido aos maiores valores de CO e H2.

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GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Gaseificadores Tipos de Gaseificadores

Aplicações da gaseificação de biomassa em dependência do poder calorífico do gás Gaseificadores de leito fixo

São classificados de acordo com a movimentação relativa do combustível e do


fluxo de gás dentro do reator:
• Contracorrente
• Co-corrente
• Fluxo cruzado
São de fácil operação podendo ocorrer problemas operacionais, como
travamento da biomassa no leito devido a regiões vazias que se formam e
paralisam o processo.

Esses problemas podem ser resolvidos com a adequação do tamanho das


partículas da biomassa, que permita o deslocamento adequado do
combustível e dos gases formados.
Fonte: NEST/UNIFEI, 2012.

GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Tipos de Gaseificadores Tipos de Gaseificadores

Os tipos de gaseificadores mais difundidos são: Gaseificadores de leito fixo


Contracorrente (updraft)
Leito fixo,
Leito fluidizado
Biomassa é fornecida pela parte
Leito arrastado
superior, por onde o gás também é
Recentemente surgimento do gaseificador de tocha de plasma para queima do retirado;
alcatrão produzido juntamente com o gás (contaminante). Utiliza temperatura
de 5.000 ᵒC que destrói todo alcatrão produzido. O ar introduzido pela parte inferior;

Produz gás com alto teor de


alcatrão, que quando condensado
tem aparência de piche.

Fonte: Kinto et al., 2002.

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GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Tipos de Gaseificadores Tipos de Gaseificadores

Gaseificadores de leito fixo Biomassa Gaseificadores de leito fluidizado


Co-corrente (drowndraft)
São classificados em:
Biomassa fornecida pela parte
• Borbulhante
superior e o gás removido pela
• Circulante
parte inferior;
• Duplo leito
O ar introduzido pela lateral; São vasos que contém um leito físico, podendo ser formado por um material
inerte ou não, como areia ou óxido de alumínio.
Produz gás com baixo teor de
alcatrão, pois os produtos da Durante a operação se houver algum tipo de problema na alimentação da
Ar Ar
pirólise passam pela zona de biomassa o processo de gaseificação pode parar e isso ocasionar uma elevação
combustão, que favorece o abrupta da temperatura, aglomeração e colapso do leito.
craqueamento térmico do alcatrão
presente no gás. Gases Operação mais complexa que o de leito fixo devido ao maior número de
parâmetros que devem ser controlados.
Fonte: Kinto et al., 2002.

GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Tipos de Gaseificadores Tipos de Gaseificadores
Biomassa
Gaseificadores de leito fixo Gaseificadores de leito fluidizado
Cruzado Borbulhante
Gás
Biomassa fornecida pela parte Velocidade superficial no interior do
superior; reator é entre 0,5 e 1,0 m/s; Biomassa
Reação fase gás

O ar introduzido por uma lateral e o Possui um leito físico e uma camada


gás é retirado pela lateral oposta; muito mais espessa chamada
freeboard que visa reduzir a
Produz gás com alto teor de velocidade das partículas que são Leito fluidizado
borbulhante
alcatrão e médio a baixo poder arrastadas com o gás e devolvê-las Grelha
calorífico. ao leito.
Cinzas
Velocidade
do ar
Fonte: Souza et al., 2014. Fonte: NEST/UNIFEI, 2012.

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GASEIFICAÇÃO GASEIFICAÇÃO
Tipos de Gaseificadores Tipos de Gaseificadores

Gaseificadores de leito fluidizado Biomassa Gaseificadores de leito fluidizado Duplo


Circulante
Gás + inerte + carbono
O calor da queima do combustível é transferido ao reator de gaseificação com
Velocidade superficial no interior do Gás + inerte + carbono Gás
a ajuda da mistura entre o material do leito e partículas remanescentes do
reator é entre 3,5 e 5,0 m/s;
Ciclone processo de combustão.
Composto por um duto ascendente riser
onde ocorre a gaseificação. Após o riser, o Reciclagem leito
Como o ar que promove a combustão não se mistura com o gás gerado na
gás passa por um ciclone onde promove a Biomassa fluidizado
gaseificação, o gás obtido é de boa qualidade, com poder calorifico na faixa de
separação do material sólido arrastado Reação fase gás 10 MJ/Nm3.
pelo gás e o devolve ao leito do reator.
Maior eficiência que os de leito
Grelha Leito inerte + carbono
borbulhante por possibilitar a recirculação
do material não convertido; Cinzas
Gás com elevado teor de alcatrão (> 3.000 Velocidade
mg/Nm3). do ar

Fonte: NEST/UNIFEI, 2012.

GASEIFICAÇÃO
Tipos de Gaseificadores

Gaseificadores de leito fluidizado Duplo

Problema na utilização do ar como agente de gaseificação (79% de seu volume


composto de N2, um gás inerte), que provoca a diluição do gás combustível
gerado e, consequentemente, um gás de baixo poder calorífico.

Utilização de vapor e/ou oxigênio como agente de gaseificação – reações


endotérmicas da gaseificação necessitam de calor para se processar e que
podem ser fornecidas de maneira indireta.

Isso leva aos gaseificadores de duplo leito, que processa a gaseificação com
vapor em um reator e a combustão com ar em outro reator, para o
fornecimento da energia necessária aos processos endotérmicos da
gaseificação com vapor.

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