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Apóstolo
Evangelista
Ver artigo principal: João Evangelista
Tradições antigas afirmam que João foi banido para Patmos pelas autoridades
“ romanas. Esta tradição é crível por que o banimento era uma punição comum
durante o período imperial para diversas ofensas. Entre elas estavam a prática
”
da magia e da astrologia. Profecias eram vistas pelos romanos como sendo
todas de uma categoria só, pagãs, judaicas ou cristãs. Profecias com
implicações políticas, como as de João no Apocalipse, teriam sido percebidas
como ameaças à ordem e ao poderio romano. Três das ilhas
nas Espórades eram destinos comuns de ofensores banidos [36][37]
Cena do Calvário, com São João, Maria e Santa Maria Madalena aos pés da cruz, uma das imagens
mais conhecidas de João, o Apóstolo.
Séc. XIX. Por Joseph Ernst Tunner, na igreja de Sant'Antonio Nuovo, em Trieste, Itália.
Filhos do trovão
João, o Apóstolo, era filho de Zebedeu e irmão mais novo de Tiago, filho de
Zebedeu (tradicionalmente chamado de São Tiago Maior). Segundo a tradição, sua mãe
era Salomé, uma conclusão obtida ao se comparar Mateus 27:56 com Marcos 15:40.
Zebedeu e seus filhos eram pescadores do mar da Galileia e os irmãos foram primeiro
discípulos de João Batista. Jesus chamou então Pedro, André e os dois para segui-lo.
Jesus os chamava de "boanerges" ("filhos do trovão")[10] uma referência ao fato que, apesar
de ambos terem sido descritos como sendo calmos e gentis, os irmãos, quando levados ao
limite, tornavam-se selvagens e barulhentos, o que os fazia se defender como uma
tempestade: uma das histórias do evangelho conta como os irmãos queriam chamar o
fogo dos céus contra uma cidade samaritana, mas Jesus os admoestou (Lucas 9:51–56).
Ainda segundo a tradição, João teria vivido mais de meio século depois da morte de Tiago,
que teria sido o primeiro apóstolo a ser martirizado.
Outras referências
Pedro, Tiago e João foram as únicas testemunhas da ressurreição da filha de Jairo.[40] O
três foram também as testemunhas da Transfiguração e da Agonia no Horto.[41] João foi o
discípulo que relatou a Jesus que eles haviam proibido um não-discípulo de expulsar
demônios em nome de Jesus, o que resultou numa de suas mais famosas
frases: «[...]:Não lho proibais; pois quem não é contra vós, é por vós.» (João 9:50)
Jesus enviou apenas João e Pedro a Jerusalém para os preparativos finais para a ceia
pascal (a Última Ceia). Durante a ceia, o "discípulo amado" sentou-se perto de Jesus e,
como era o costume que as pessoas se deitassem em sofás durante as refeições, este
discípulo se apoiou em Jesus.[41] A tradição identifica-o como sendo São João (João 13:23–
25). Depois da prisão de Jesus, Pedro e "o outro discípulo" (segundo a Santa Tradição)
seguiram-no até a casa de Caifás, o sumo-sacerdote.[41]
Apenas João, entre todos os apóstolos, ficou aos pés de Jesus no Calvário, juntamente
com várias mulheres; seguindo uma instrução do próprio Jesus na cruz, João tomou Maria,
sua mãe, sob seus cuidados (João 19:25–27). Depois da Ascensão e da vinda do Espírito
Santo no Pentecostes, João, juntamente com Pedro, teve um papel fundamental na
fundação e no direcionamento da nascente igreja cristã. Ele estava com Pedro na cura do
aleijado no Pórtico de Salomão do Templo (Atos 3) e foi preso com ele (Atos 4). Em Atos
8:14, ambos foram visitar convertidos na Samaria.
Apesar de permanecer na Judeia e imediações, os outros apóstolos retornaram a
Jerusalém para o Concílio Apostólico (c. 51). Paulo, opondo-se explicitamente aos seus
inimigos na Galácia, relembrou que João, explicitamente, juntamente com Pedro e Tiago, o
Justo, eram chamados de "Pilares da Igreja" e fez referência ao reconhecimento de que
sua pregação apostólica de um evangelho livre da lei judaica foi recebida dos três, os mais
proeminentes membros da comunidade messiânica em Jerusalém. [40]
Tradições extra-bíblicas
A Bíblia não informa sobre a duração das atividades de João na Judeia. Segundo a
tradição, ele e outros apóstolos permaneceram por cerca de doze anos na região, até que
a perseguição de Herodes Agripa I levou à dispersão dos apóstolos por todas
as províncias romanas (Atos 12:1–17).
Uma comunidade messiânica existia em Éfeso antes das primeiras obras de Paulo na
região (Atos 18:27) junto com Priscila e Áquila. Esta comunidade era liderada por Apolo
(citado em I Coríntios 1:12), todos discípulos de João Batista convertidos por Áquila e
Priscila.[43] Segundo a tradição, depois da Assunção de Maria, João seguiu para Éfeso, de
onde escreveu as três epístolas atribuídas a si. Foi depois banido pelas autoridades
romanas para a ilha grega de Patmos, onde, segundo a tradição, escreveu o Apocalipse.
Segundo Tertuliano, João foi banido (supostamente para Patmos) depois de ter sido
lançado em óleo quente em Roma e ter escapado ileso (vide San Giovanni in Oleo), um
milagre que teria convertido todos os presentes no Coliseu.
Já em idade avançada, João treinou Policarpo, que depois tornar-se-ia bispo de Esmirna,
um evento muito importante pois ele levaria a mensagem de João para as gerações
futuras. Policarpo, por sua vez, ensinou Ireneu, passando para ele as histórias sobre João.
Em "Contra Heresias", Ireneu relata que Policarpo teria lhe contado o seguinte evento:
Tradicionalmente também, acredita-se que João era o mais jovem dos apóstolos e teria
sobrevivido a todos eles, vivendo muitos anos até morrer em Éfeso por volta do ano 100
d.C., depois da ascensão do imperador romano Trajano ao trono em 98 d.C.[2][45]
Um relato alternativo da morte de João, atribuído por escritores cristãos posteriores ao
bispo do início do século II, Papias de Hierápolis, afirma que ele teria sido assassinado
pelos judeus[a][b]. A maior parte dos estudiosos de João duvidam da credibilidade desta
atribuição a Papias, mas uma minoria, incluindo B.W. Bacon, Martin Hengel e Henry
Barclay Swete, defende que estas referências são verdadeiras. [48][49] Zahn argumenta que
esta referência seria, na verdade, a João Batista.[45]
Ícone de São João com São Prócoro, um diácono que teria sido seu discípulo em Éfeso, ditando
o Evangelho de João, uma das tradições não-bíblicas sobre São João.
Estátua de São João segurando um cálice.
Por Adolphe-Victor Geoffroy-Dechaume, no Museu de Cluny, em Paris.
Comemoração litúrgica
A festa litúrgica de São João na Igreja Católica, que o chama de de "São João, Apóstolo e
Evangelista", na Comunhão Anglicana e nos calendários luteranos, que o chamam de
"João, Apóstolo e Evangelista", é em 27 de dezembro. No Calendário Tridentino, ele era
comemorado também nos dias seguintes até (e incluindo) 3 de janeiro, a oitava da festa de
27 de dezembro, que foi abolida pelo papa Pio XII em 1955. Sua cor litúrgica tradicional é
branca.
Até 1960, outra festa aparecia no Calendário Geral Romano, a de "São João na Porta
Latina", em 6 de maio, celebrando uma tradição recontada por São Jerônimo segundo a
qual São João teria sido levado a Roma durante o reinado de Domiciano e atirado num
caldeirão de óleo fervente, do qual emergiu milagrosamente ileso. Uma igreja (San
Giovanni a Porta Latina e o oratório de San Giovanni in Oleo) foram construídos perto
da Porta Latina, o local tradicional deste evento. [51]
A Igreja Ortodoxa e as Igrejas Católicas Orientais de rito bizantino comemoram o
"Repouso do Santo Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo" em 26 de setembro. Em 8 de
maio, celebra-se a festa do Santo Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo".