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Cresce o nível de consumo de bebidas alcoólicas em Angola, e muitos analistas entendem que

a questão deve ser considerada como um problema nacional de saúde pública encorajado pela
grande quantidade da oferta e pelo baixo preço dos produtos. As consequências para
sociedade angolana são inúmeras podendo a condicionar o desenvolvimento do país.

Angola: Excesso de bebidas alcoólicas é problema de saúde pública

Para alguns cidadãos consumir bebidas alcoólicas todos os dias e em grandes quantidades
passou a ser normal, seja em ambientes festivos, momentos de lazer\recreação ou mesmo no
seu local de trabalho. Nem mesmo o perigo de contrair uma doença grave em consequência
do exagero na ingestão de álcool constitui um obstáculo.

resulta em desestruturação de muitas famílias e a degradação dos valores morais que norteia
a socieade.

As drogas principalmente ingeridas por mulheres causam enormes consequências diversas e


graves, que vão desde destruição do fígado à má formação congénita, no caso de se tratar de
uma mulher grávida. Podemos nos apegar ao conceito de tolerância.

O aumento da sinistralidade rodoviária fruto do consumo exagerado de álcool é outra


preocupação dos analistas. Segundo dados da Direcção Nacional de Viação e Trânsito cerca de
50 porcento dos acidentes na via pública são resultante do excesso de velocidade devido a
condução sob o efeito do álcool. Um dado que preocupa muitos actores da sociedade
angolana, pois a sinistralidade rodoviária é a segunda maior causa de mortes em Angola, a
seguir a malária. Em média 10 a 12 pessoas morrem nas estradas de Angola todos os dias.

O Jurista M´bote André salienta que do ponto de vista legal o ilícito cível ou criminal cometido
sob influência de bebidas alcoólicas não constitui razão para se retirar a responsabilidade
criminal a quem terá eventualmente cometido um púnível pela lei. O indivíduo responde na
mesma por este facto. As normas rodoviárias tipificam como contravenção a condução sob
forte influencia do álcool, disse o Jurista.

A idade legal para consumo de bebidas feitas a base de álcool é uma questão muito discutida,
e varia de país para país dependendo do local onde o consumo é efectuado ou se a pessoa está
acompanhada por um adulto, entre outras condições.

Em Angola é proibida apenas a venda à menores, mas nada está regulamentado sobre a idade
para o consumo de bebidas alcoólicas diferente de países como Namíbia, Africa do Sul e
Zimbabwe onde só a partir dos 18 anos o indivíduo está autorizado a consumir determinadas
espécies de bebidas alcoólicas.

O Jurista M´bote André entende ser urgente a criação de normas jurídicas que ponham cobro
a esta situação, mas explica que a solução do problema não passa apenas pela legislação que
regula a venda e o consumo de álcool. O imde toda sociedade para por cobro a situação, na
medida em que este fenómeno resulta da ausência de ocupações dos tempos livres de muitos
cidadãos. M´bote defende a criação de mais espaços de lazer, recreação, actividades culturais
e desportivas.

Alguns jovens consumidores de bebidas alcoólicas sabem das consequências, mas nem por isso
conseguem largar o vício e pegar um novo rumo para vida. Porém à nossa reportagem
prometeram colocar um “basta” no consumo de álcool.

Constumam a me dizer que bebida dá cabo do fígado e da pele da pessoa fica toda danificada,
disse um dos entrevistados. Mas o conselho que eu deixo para os outros é que param de
beber, frisou um outro nosso interlocutor.

De acordo com uma entrevista recente da Ministra da Indústria a entrada de elevadas


quantidades de bebidas importadas no país estaria com os dias contados. A previsão segundo
Bernarda Gonçalves Martins Henriques da Silva é que 2017 seja o prazo limite.

Por sua vez a Revista Exame, na sua edição 26, revelou que nos últimos cinco anos, investiu-se
cerca 700 milhões de dólares em quatro novas fábricas de cerveja e em breve, haverá mais
quatro em Luanda. Bebe-se,segundo estimativas, 9 milhões de hectolitros de cerveja por ano,
sendo 7500 fabricados no nosso país e 1500 provenientes do exterior .

A actual geração consome mais cerveja em relação aos outros tipos de bebidas alcoólicas e
têm como preferência a proveniente da CUCA, Companhia União de Cervejas de Angola, a
detentora das marcas nacionais Nocal, Eka, 33 Ex port e Tchizo, e internacionais Castel e
Doppel Munich (preta) .

O director nacional do comércio externo do Ministério do Comércio, Adriano Martins revelou


recentmente que o país gasta muito dinheiro na importação de bebidas.

Fazendo recurso as estatísticas de Setembro de 2013, Adrino Martins assegurou que o país
gastou perto de quatrocentos milhões de dólares na impoprtação de bebidas.

Para o Jurista M´bote André o consumo excessivo de bebidas está ligado a sua oferta e ao
preço praticado na venda. Para ele o negócio é rentável, mas prejudicial para muitos usuários
que vêm a sua esperança de vida reduzida. Mbote olha para a questão como um problema de
saúde pública que requer a intervenção não apenas do Executivo´, mas dos vários actores
sociais: escolas, igrejas e organizações não governamentais.

A igreja tem um papel preponderante na evangelização. Sensibilização na medida em que o


próprio evangelho introduz hábitos sádios neste sentido, explicou.
O especialista em Moral e Cívica comunga da ideia segudo a qual o trabalho de sensibilização é
tão multisectorial quanto é conjuntural o problema, por isso chama atenção para o
agravamento das consequências resultante da ausência de normas que regulam a
comercialização das bebidas.

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