Você está na página 1de 9

(https://revistaimpacto.com.br)

29 janeiro, 2012

Um Chamado À Angústia
Home (https://revistaimpacto.com.br/) » Um Chamado à Angústia

Por: David Wilkerson

Não é fácil para mim dar uma mensagem como esta. Tenho reclamado ao
Senhor, dizendo: “Será que não poderias me dar uma mensagem mais
agradável?”. No entanto ele me deu um chamado à angústia. Pode não ser para
todos os leitores, mas Deus tem falado comigo, e preciso compartilhar com
quem puder ouvir.

Não sei quanto a você, mas eu estou cansado de ouvir sobre avivamentos,
despertamentos, derramamentos do Espírito para os últimos dias. Já ouvi essa
retórica por 50 anos. É apenas retórica, na maioria das vezes, sem qualquer
signiOcado real. Estou cansado de ouvir pessoas dizerem na igreja que querem
ver seus familiares convertidos. Estou cansado de ouvi-las dizer que estão
preocupadas com seu casamento problemático, quando é apenas conversa,
retórica vazia.

Não quero mais ouvir sobre imoralidade no nosso país, sobre a depravação da
sociedade, sobre corrupção e desonestidade nos negócios. Estou cansado de
ouvir sobre os muçulmanos que estão cada vez mais fortes, sobre o
enfraquecimento do cristianismo, sobre a falta de vida na Igreja. Tudo isso
também não passa de retórica vazia, nunca muda nada.

Estou cansado também de tantas conferências sobre “Como obter sucesso”,


porque não produzem nada. “Como enfrentar diOculdades”, “Como levar sua
igreja a crescer”, “Como alcançar os perdidos”, “Como melhorar sua habilidade
para lidar com pessoas”, “Como impactar o mundo nesta era de informática”.
Quando olho para o cenário religioso de hoje, o que vejo são invenções e
ministérios do homem, da carne. Na maior parte, não há poder, não há impacto
sobre o mundo.
Sem a Presença de Deus – e Sem Angústia

Vejo o mundo entrando cada vez mais na igreja, impactando a igreja ao invés de
ser impactado por ela. Vejo a música tomando conta da casa de Deus, o
entretenimento tomando conta da casa de Deus, uma verdadeira obsessão com
apresentações e entretenimento. Há uma aversão à repreensão, à disciplina;
ninguém quer ouvir nada negativo.

Quantas vezes, nos últimos tempos, você participou de um culto em que a


presença do Espírito Santo foi tão forte que seus pecados foram expostos ao
seu coração, e você pôde ter um encontro com o amor e a graça de Deus?
Quando foi a última vez em que viu jovens caindo de rosto em terra, clamando
por misericórdia, porque o povo de Deus esteve prostrado antes na presença dele
com tamanho encargo e agonia que um espírito de convicção foi enviado do céu
sobre eles? Quantas vezes, nos últimos meses, você ouviu uma palavra de
pregação que ardeu tão forte em sua alma que só podia ter vindo direto do céu,
do coração de Deus?

O que foi que aconteceu com a angústia na casa de Deus? O que aconteceu com
angústia no ministério? Nem sequer se pronuncia essa palavra na nossa era
amimada. Angústia signiOca extrema dor e a^ição, as emoções aguçadas de tal
forma, em virtude das condições interiores ou daquelas à sua volta, que o
sofrimento se torna profundo, agudo, intenso. Angústia é profunda dor, tristeza, a
agonia do coração de Deus.

Conseguimos manter nossa retórica religiosa e nosso vocabulário de avivamento


apesar de nos termos tornado extremamente passivos. O que chamamos de
despertamento ou avivamento pessoal tem tido duração muito curta. Quando
somos tocados pela mão de Deus, prometemos-lhe que não voltaremos mais à
passividade; entretanto, passadas algumas semanas ou meses, já nos esfriamos
e caímos numa passividade maior ainda que no início.

Falo por experiência. Dizemos: “Desta vez, ó Deus, tu me tocaste e me mudaste


por toda a vida; nunca mais serei o mesmo”. É como a explosão de fogos de
artifício. Produzem um grande estrondo e depois desaparecem.

A Situação de Ruína

Toda verdadeira paixão nasce da angústia. Toda verdadeira paixão por Jesus
nasce de um batismo de angústia. Se examinar as Escrituras, verá que quando
Deus decidia restaurar uma situação arruinada, ele procurava um homem que
orava e o levava às águas de angústia. Ele dividia com esse homem sua própria
angústia por causa do que estava acontecendo com seu povo. Ele o levava a um
verdadeiro batismo de angústia.

Foi o que aconteceu no livro de Neemias. Jerusalém estava em ruínas. O centro


do interesse de Deus na Terra, a cidade santa agora estava devastada, cheia de
iniqüidade e de casamentos mistos entre o povo de Deus e pessoas pagãs.
Estavam escravizando seus próprios compatriotas, oprimindo os pobres. A casa
de Deus estava poluída com imundícia, o sumo sacerdote em conluio com
Tobias, o réprobo pagão. Como Deus iria tratar essa situação? Como restauraria
as ruínas?

Estamos diante de uma situação semelhante hoje – só que muito pior. Os


homens estão Ocando cada vez mais perversos, assim como Jesus predisse que
aconteceria. A Igreja está contaminada com pedoOlia, molestamento de crianças,
incesto e adultério. As nações “cristãs” do Ocidente estão em acelerado declínio
moral, inundadas com imundícia pornográOca que causa vergonha ao restante do
mundo. A ruína e o caos moral estão atingindo a casa de Deus também.
Multidões de cristãos em toda parte se reúnem para falar do próximo capítulo da
novela ou do seriado que domina sua atenção e que, muitas vezes, exibe
violência, promiscuidade, desonestidade e mentiras. Eles vão para os cultos,
levantam as mãos, cantam, aplaudem, são abençoados – e voltam para casa
para continuar enchendo os olhos com toda essa sujeira!

Agora, não me entenda mal: eu creio no amor de Deus. Prego sempre sobre a
misericórdia e a graça de Deus, sobre o seu amor de aliança. Creio que é
importante falar sobre a bondade e a longanimidade de Jesus. Multidões de
pessoas, porém, estão sendo bombardeadas hoje com mensagens de auto-ajuda.
As pessoas estão transformando a graça de Deus em sensualidade, em cobiça
carnal. Tornamo-nos como os Olhos de Israel, que diziam as palavras certas, mas
cujo coração não estava reto com Deus (veja Dt 5.28,29).

Por Que Neemias?

Em Neemias 1.1-4, uma delegação chegou a Neemias da cidade arruinada de


Jerusalém e contou-lhe como a cidade estava devastada e como os muros
estavam caídos. Eram homens, sem dúvida, tementes a Deus, contudo não
tinham idéia alguma de como Deus poderia resolver a situação ou trazer uma
restauração. Só souberam relatar a ruína, a decadência, o desespero e a
desesperança.
Qual foi a resposta de Neemias? “Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me e
chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos
céus” (Ne 1.4). Deus achou um homem de oração e o fez descer às águas da
angústia.

“Estejam, pois, atentos os teus ouvidos […] à oração do teu servo, que hoje faço à
tua presença, dia e noite, pelos Elhos de Israel, teus servos; e faço conEssão pelos
pecados dos Elhos de Israel, que temos cometido contra ti; pois eu e a casa de
meu pai temos pecado” (Ne 1.6).

Neemias não era um pregador; era um homem de carreira secular, o copeiro do


rei. Ele tinha uma vida de conforto, trabalhando no palácio. Podemos dizer que
estava com a vida feita. Porém era um homem de oração. Deus achou um
homem que não teria um mero súbito de emoção, um grande surto de interesse
e preocupação que logo se dissiparia. Neemias chorou, lamentou, pôs-se a jejuar
e orar noite e dia.

Um dos homens que fazia parte da delegação chamava-se Hanani. Sabemos que
era um homem temente a Deus porque posteriormente foi nomeado como um
dos governantes da cidade (Ne 7.2). Por que ele ou um dos outros não tinha
uma solução para a situação? Por que Deus não os usou para restaurar a
cidade? Porque não houve nenhum sinal de angústia! Não havia lágrimas,
nenhuma palavra de oração.

Tem alguma importância para você o fato de que a Jerusalém de Deus atual, a
Igreja, está em aliança com o mundo? Que há tanta frieza por toda parte?
Multidões de pessoas estão caindo em passividade total. Preferem ir a igrejas
onde podem ouvir mensagens suaves; não querem mais ouvir falar de ira ou
repreensão. A ruína em que estamos – isso lhe importa?

Ou, chegando mais perto da sua vida pessoal, você se importa com a condição
da Jerusalém de dentro, do coração? Tem percebido os sinais de ruínas que
lentamente drenam sua paixão e poder espiritual? Ou está cego à mornidão, cego
à mistura que vai se inOltrando imperceptivelmente? A cegueira espiritual, quando
chega, raramente é notada. Geralmente é a última coisa a ser reconhecida por
um Olho de Deus que está em processo de decadência.

Como você reagiria se seu pastor ou alguém que o acompanha, conhece bem e
se preocupa com sua vida chegasse e lhe dissesse: “Eu o amo, mas preciso
dizer-lhe a verdade. Você está mudando, está caindo de onde estava antes. Há
algum elemento do mundo que está invadindo seu coração. Não sei o que o está
in^uenciando, mas vejo mudanças em sua vida. Não há mais aquele
quebrantamento, a compaixão que antes tinha por sua família. Não vejo
preocupação pelos seus familiares que não conhecem a Jesus. Você está
mudando; pouco a pouco, algo está lhe acontecendo”.

Será que você cairia de joelhos se a ruína que nem havia percebido de repente
fosse revelada diante dos seus olhos? Apesar dos louvores maravilhosos e cultos
abençoados, muitos estão mudando para o pior e nem se aperceberam disso.
Estamos perdendo nossa garra. É a estratégia do inimigo – tirar sua garra para
lutar em oração e chorar diante de Deus. Você Oca acomodado, assistindo à
televisão, enquanto sua família caminha para o inferno!

Será que você realmente se importa que os seus familiares ou amigos estejam
caminhando para o inferno enquanto nos aproximamos cada vez mais do Om de
tudo? Você se preocupa com a possibilidade de se perderem pessoas tão
próximas a alguém que ama a Jesus? Onde está a angústia, onde estão as
lágrimas? Onde está a lamentação, onde está o jejum? Onde estão as pessoas
que se levantam no meio da noite para expressar sua angústia em oração? Onde
está a conOssão de pecados, pecados próprios e pecados dos Olhos ou do
cônjuge diante do Senhor? Foi exatamente isto que Neemias fez (Ne 1.6). Foi
também o que Daniel fez (veja Dn 9.5-14).

Angústia ou Preocupação?

Existe uma grande diferença entre angústia e preocupação. Preocupação é


quando você toma grande interesse num projeto, causa ou necessidade. Algo
cativa sua atenção, geralmente através de um estímulo emocional. Por exemplo,
quando você ouve sobre milhares de pessoas morrendo de AIDS ou de fome na
África ou de crianças sofrendo na Índia. A notícia, as reportagens, as imagens
mexem com você; há uma reação emotiva que incita preocupação.

No entanto, existe uma diferença entre preocupação e angústia. Você pode se


envolver com uma causa, Ocar muito animado sobre um projeto, divulgá-lo,
sustentá-lo, organizá-lo e investir muita energia. Porém nada disso é angústia.

Esta igreja [Times Square Church, Nova York] foi gerada na angústia, seis meses
de angústia e lágrimas. Eu estava pastoreando uma igreja pequena numa
cidadezinha aconchegante na Pensilvânia, EUA, quando comecei a clamar: “Oh,
Deus, estou árido e vazio. Se isso que tenho é tudo que o Espírito Santo pode
dar, não o quero mais”. Entrei em grande desespero, semanas e semanas
clamando ao Senhor, confessando minha própria falta de vida e esterilidade.
Depois vim a Nova York para fazer campanhas nas ruas da cidade. Enquanto
andava pelas ruas, vi gente vendendo um tipo de heroína, o tipo mais forte, o tipo
que “matava”, como eles diziam. Lembro-me de como caí em prantos, ali mesmo;
não me importei com as multidões que estavam passando – sentei-me num
hidrante, ao lado de um prédio, e chorei! Eu estava em angústia, a umas quatro
quadras de onde a igreja está hoje, na Broadway, chorando e agoniando. Eu não
estava procurando um ministério, não estava pensando em ediOcar uma igreja;
estava sentindo a dor de Deus por uma cidade perdida. Era a mesma dor que
sentira, anos antes, quando nasceu o ministério DesaOo Jovem.

Quero lhe dizer uma coisa que aprendi nestes 50 anos de ministério. Se algo não
for gerado na angústia, se não nascer através do Espírito Santo, se você não vir
ou ouvir falar de ruína de forma a impeli-lo a cair de joelhos, se não passar por
um batismo de angústia que o leva a orar e a buscar a Deus, tudo o que Ozer
não representará nada aos olhos do Senhor. Nunca produzi nada que tivesse
algum valor para Deus em todos estes 50 anos que não fosse gerado em agonia.
Nunca, nunca – o resto foi apenas fruto da minha carne.

Já estive em muitos lugares no mundo, ouvindo o clamor de pastores e líderes,


muitos do quais confessavam que estavam vazios, sem vida, sem conseguir orar,
às vezes, durante meses. A pregação de sermões não iria lhes trazer restauração;
uma nova revelação não era a resposta, não adiantaria fazer alianças. Enquanto
eu não estiver em agonia, enquanto não sentir angústia sobre a situação, estarei
apenas pregando sermões.

O que estamos realizando com todos os nossos projetos, nossos ministérios,


nossos programas? Onde estão os professores e líderes de adolescentes que
chorem sobre aqueles que não estão ouvindo, que estão caindo no abismo? Em
toda parte, por onde vou, alguém tem um projeto, um plano ou um sonho – mas
não passa disto: uma idéia. Não nasceu de um coração quebrado, de horas de
jejum e oração e angústia. São apenas idéias – e estou farto delas!

Precisamos entender: a verdadeira vida de oração nasce no lugar de angústia, no


lugar em que decisões fundamentais para o resto da vida são tomadas. Se você
se dispuser para orar, Deus virá e dividirá o coração dele com você. E posso lhe
dizer: há muita dor no coração de Deus. Ele quer mostrar a condição de sua
Igreja, quer que você veja a condição arruinada do seu próprio coração. E, no Om,
vai lhe fazer uma pergunta: “Você se importa com isso? O que isso lhe
signiOca?”.

As Duas Opções
Nessa hora, na sua angústia, você terá de tomar uma decisão. Você pode
levantar-se do lugar de angústia e dizer: “Não posso lidar com isso. Já era difícil
para mim, agora está demais. Não quero. Deus, para mim chega! Quero ser
apenas um cristão normal. Não quero carregar esse tipo de peso. Não quero ter
de chorar em favor da minha família. Vou tomar a vitória ‘pela fé’”. E, então, você
sairá de lá e voltará à sua passividade.

Ou, então, seu coração pode clamar: “Oh Deus, teu nome está sendo blasfemado,
estão escarnecendo do Espírito Santo, o inimigo está tentando destruir o
testemunho da Odelidade do Senhor. Não pode Ocar assim, temos de confrontá-
lo”. Se isso acontecer, Deus virá e lhe dirá: “Já in^amei o seu coração com a
revelação do meu; dividi a minha angústia com você. Estou permitindo que você
sinta um pouco do que sinto de tal maneira que caia de joelhos. E, se realmente
quiser tomar o meu peso sobre seu coração, falarei com você e lhe darei uma
palavra de direção”.

Foi isso que aconteceu com Neemias. Ele saiu das águas de angústia com uma
palavra clara que ninguém pôde rejeitar. Levou a cidade e a nação a cair de
joelhos em oração e arrependimento (Ne 8).

Algumas pessoas acreditam nesta teoria de que a necessidade já constitui um


chamado. Se você vê uma necessidade, não precisa buscar um chamado de
Deus, é só levantar-se e agir. Se Neemias tivesse pensado assim, sabe o que
teria feito? Teria falado com os homens da delegação: “Senhores, se quiserem
me esperar, só vou fazer minhas malas. Dêem-me um dia ou dois. Esse tipo de
desaOo é meu alimento. Mãos à obra!”. Sem angústia, sem jejum, sem oração,
sem quebrantamento: mãos à obra. Nada teria sido realizado. Os muros nunca
teriam sido reconstruídos. Qualquer coisa que você tentar fazer, sem o batismo
na angústia, vai cair por terra e fracassar. Não vai funcionar no reino de Deus.

O profeta Amós clamou: “Ai dos que andam à vontade em Sião, espreguiçando-se
nas camas, comendo e entoando suas canções, sem se a^igirem com a ruína de
José” (veja Am 6.1-6). O sentido da palavra no hebraico é que não estavam se
agonizando em oração por causa da decadência em José (ou Israel). Não
sentiam agonia, não se angustiavam por causa da situação do povo de Deus.
Comédia, sim; canções alegres, sim; festança, entretenimento, prazer, convívio
alegre, sim. Choro, angústia, jejum, oração – não, não queremos isso.

Nem todos têm a disposição de compartilhar o coração de Deus. É algo que


precisamos pedir a Deus, dizendo: “Oh Deus, quero me arriscar, quero conhecer o
teu coração”. Ao buscar a face dele, permita que ele o quebrante e o derreta, e
comece a entrar nessa comunhão com o Senhor que o conduzirá à angústia.
E Depois da Angústia?

Agora, Deus não nos chamou para vivermos na angústia. A angústia é o processo
de gerar, de dar à luz aquilo que Deus quer formar, para tirar da ruína a sua
família (ou outra pessoa ou igreja, conforme ele lhe revelar) e operar uma
restauração sobrenatural. Assim, do meio desse batismo na angústia, surge algo
maravilhoso: um toque instantâneo, o discernimento da voz de Deus. Assim
como no batismo nas águas, você sai da angústia e entra num novo lugar em
que conhece instantaneamente a voz de Deus.

Veja como aconteceu com Neemias: ele estava jejuando e orando. Estava em
lamentação, a ponto de deixar uma marca em seu semblante. O rei notou, pois
Neemias era o copeiro. Um dia, ao levar o vinho ao rei, este lhe perguntou: “Por
que está tão abatido, por que seu semblante está triste?”. Ali não dava tempo
para Neemias ir à parte e abrir seu coração ao Senhor; não dava para pedir ao rei
três dias para orar e jejuar. Ele precisava de uma palavra instantânea.

“Por que este semblante abatido, Neemias?” Ele disse que “temeu sobremaneira”
(Ne 2.2).

“Então orei ao Deus dos céus; e disse ao rei…” (vv.4,5). Em outras palavras, oração
instantânea e direção instantânea. Conhecendo a voz de Deus…

Há momentos em que você não saberá o que fazer, em que não disporá de
tempo para se retirar e orar. Terá de conhecer a voz de Deus. “Este é o caminho,
andai por ele.” Instantâneo. É um resultado glorioso do batismo na angústia.

O servo de Deus que aceitar voluntariamente o manto da dor de Deus é o único


que tem a autoridade e o direito de cobrar de Deus suas promessas de aliança.
Só depois de Ocar desesperado e de dispor o seu coração para buscar o Senhor
é que você poderá cobrar dele o cumprimento de suas promessas de aliança.

Foi o que Neemias fez: lembrou Deus da sua aliança com Moisés (Ne 1.8,9). Ele
disse: “Foi isso que tu prometeste, Deus”. Quando você permite que Deus o
conduza para além de mera preocupação e de emoções passageiras, você tem
todo direito de lembrar Deus de cada uma de suas promessas de aliança.

Finalmente, em Neemias 8.8, os líderes leram no livro da lei de Deus claramente,


dando explicações de modo que o povo pudesse compreender a leitura. Antes da
leitura, de acordo com o texto, o povo levantou as mãos, respondendo “amém” e
inclinando-se para adorar ao Senhor com o rosto em terra. Esse foi o resultado
de Neemias ter passado pelo batismo na angústia.
“Neemias, que era o governador, e Esdras sacerdote e escriba, e os levitas que
ensinavam a todo o povo, lhe disseram: Este dia é consagrado ao Senhor vosso
Deus, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo
as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces
e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é
consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais, porque a alegria do
Senhor é a vossa força” (Ne 8.9,10).

É isso que acontece quando se entra no coração de Deus. Verdadeira alegria é


ver Deus cumprir sua palavra e suas promessas de aliança. Verdadeira alegria
vem através da angústia, de conhecer o coração de Deus, de receber a direção
de Deus e ver frutos que permanecem. Não há nada na carne que possa nos
trazer alegria. Não importa quanto dinheiro você possa ganhar, que tipo de casa
nova que consiga adquirir, não há nada, absolutamente nada no mundo material
que possa lhe dar alegria. É somente o que é realizado pelo Espírito Santo que
gera alegria real. Conhecendo o coração dele, obedecendo à sua voz, Deus
mostra o caminho em que deve andar através do toque instantâneo. E, depois, o
gozo indescritível de ver Deus responder sua oração. Você ediOca os muros em
torno de sua família, em torno do próprio coração, fazendo com que sejam fortes
e inacessíveis ao inimigo.

Oh Deus, é isso que verdadeiramente desejamos!

Traduzido e adaptado de uma mensagem pregada por David Wilkerson em 15 de


setembro de 2002, na Igreja “Times Square” em Nova York. Publicado com
permissão por:

World Challenge, Inc. P O Box 260, Lindale,TX, 75771, EUA. E-


mail:  texas@worldchallenge.org. Site: www.worldchallenge.org.

Gostou? Compartilhe...

 WhatsApp  Telegram  Twitter  Facebook

6 respostas

Você também pode gostar