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Economia da Saúde: um glossário de termos e


conceitos'

Book · January 2004

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1 author:

João Pereira
Universidade NOVA de Lisboa
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associação
portuguesa
de economia
da saúde

apes Associação Portuguesa de Economia da Saúde

DOCUMENTO DE TRABALHO N.O 1/93


4.a Edição

ECONOMIA DA SAÚDE.
GLOSSÁRIO DE TERMOS E CONCEITOS

João Pereira

1
Associação Portuguesa de Economia da Saúde

DOCUMENTO DE TRABALHO N.O 1/93


4.a Edição

ECONOMIA DA SAÚDE.
GLOSSÁRIO DE TERMOS E CONCEITOS

João Pereira
Escola Nacional de Saúde Pública
Universidade Nova de Lisboa

Fevereiro de 2004
2
Título: Economia da saúde. Glossário de termos e conceitos
Autor: João Pereira
Copyright © APES e o Autor

Edição da Associação Portuguesa de Economia da Saúde


Telefs. 21 751 21 04/21 757 35 36
Fax 21 757 35 36
email apes@ensp.unl.pt

Não é permitida a reprodução total ou parcial desta brochura,


o seu tratamento informático, transmissão por qualquer
outra forma ou meio electrónico, mecânico, por fotocópia,
registo ou outros métodos, sem a autorização prévia
e por escrito dos titulares do copyright.

Depósito legal n.o 207 095/04


Execução gráfica de Alfanumérico, Lda.

Os pontos de vista expressos neste documento de trabalho são da exclusiva responsabilidade do(s)
autor(es) e não traduzem qualquer posição da Associação Portuguesa de Economia da Saúde.

3
SOBRE O AUTOR

João Pereira é Professor Associado de Economia da Saúde e


Presidente do Conselho Pedagógico na Escola Nacional de Saúde
Pública, Universidade Nova de Lisboa. Fez a licenciatura em
Economia na Universidade de Warwick e o Mestrado e Doutoramento
em Economia da Saúde na Universidade de York. É Presidente da
Associação Portuguesa de Economia da Saúde. No campo da
economia da saúde, foi consultor de diversos organismos
internacionais, tais como a OMS, CE e Banco Mundial e publicou
artigos nas revistas Journal of Health Economics, Economia, Estudos
de Economia, Social Science and Medicine, International Journal of
Technology Assessment in Health Care, Journal of Social Policy,
Revista Portuguesa de Saúde Pública, Cadernos de Saúde Pública e
Análise Social.

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5
INTRODUÇÃO

A literatura sobre Economia da Saúde tem vindo a crescer exponen-


cialmente nos últimos anos, atraindo cada vez mais a atenção dos
profissionais de saúde, gestores, políticos e até dos meios de comu-
nicação social. Contudo, a linguagem económica nem sempre se
revela acessível a não especialistas, o que dificulta a disseminação
alargada de trabalhos de investigação que muito poderiam contribuir
para a racionalização e reforma do sistema de saúde. O presente
texto, na forma de glossário, tem por objectivo explicar o significado
dos termos e conceitos de utilização mais frequente na literatura
sobre Economia da Saúde. Destina-se principalmente a leitores sem
formação em Economia, tais como médicos, enfermeiros, administra-
dores e outros profissionais de saúde. Todavia, profissionais de
outras áreas (p. ex. economistas cujo interesse principal reside em
temas que não o da saúde) encontrarão no glossário algum material
com utilidade para a sua actividade profissional.

A Economia da Saúde é essencialmente um campo de aplicação da


ciência económica aos temas, problemas e fenómenos da saúde. No
entanto, não se poderá dizer que se trata de um área fechada a não
economistas. Como afirma Victor Fuchs (1987) no New Palgrave
Dictionary of Economics: «boa parte do trabalho mais útil [da econo-
mia da saúde] emprega apenas os mais elementares conceitos, mas
requer o conhecimento detalhado das tecnologias e instituições da
saúde». Por esta razão, a economia da saúde está hoje fortemente
inserida não só na ciência económica, mas também nas ciências da
saúde, e em particular nas ciências da saúde pública.

Existem diversas bases de dados electrónicas que apresentam revi-


sões sistemáticas da literatura de economia da saúde, em particular
no campo da avaliação económica (p. ex. NHS Economic Evaluation
Database, Health Technology Assessment Database, OHE Health
Economic Evaluations Database). Há um número elevado livros (ou
manuais) que cobrem a matéria da disciplina de forma abrangente e
inúmeros livros de leituras. E existem várias revistas científicas como

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a Health Economics, o Journal of Health Economics, European
Journal of Health Economics, Value in Health e a Pharmacoecono-
mics que se dedicam exclusivamente à economia da saúde,
enquanto outras, essencialmente interdisciplinares dedicam muitas
páginas aos estudos de economia da saúde (p. ex. Medical Decision
Making e Social Science and Medicine).

A economia da saúde é hoje ensinada, quer ao nível graduado quer


pré-graduado, em inúmeras escolas universitárias pelo mundo fora:
escolas de saúde pública, faculdades de economia, faculdades de
medicina, escolas de gestão e muitas outras. Também não há, geral-
mente, falta de financiamentos para investigação, o que levou à cria-
ção de diversos centros de estudos e investigação em economia da
saúde.

De acordo com Culyer e Newhouse (2000), a economia da saúde tem


também tido um forte impacto na sociedade. A linguagem dos econo-
mistas penetrou o vocabulário da medicina e da política e adminis-
tração de saúde (p. ex. os termos custo de oportunidade, análise
custo-benefício, elasticidade, etc. ). A tão falada separação entre
financiamento e prestação tem um paralelo na independência da
oferta em relação à procura.

O presente texto foi inicialmente preparado como documento de lei-


tura de apoio ao II Workshop Internacional de Economia da Saúde,
São Paulo, Junho de 1992. Foi posteriormente divulgado como
Documento de Trabalho da APES e publicado no livro S. Piola e
S. Vianna (coord.) Economia da Saúde. Conceito e Contribuição para
a Gestão da Saúde . IPEA, Brasilia, 1995. Devido ao continuado inte-
resse na sua utilização, a APES decidiu agora reeditar pela quarta
vez o documento.

A actual versão mantém basicamente o mesmo texto inicial, sendo


apenas alargada a introdução, clarificados alguns dos termos incluí-
dos no glossário e adicionadas mais referências bibliográficas. Foram
também acrescentados um pequeno conjunto de termos novos, tais
como análise incremental, eficiência na afectação, análise de minimi-
zação de custos, capitação ajustada, custos da doença e índice de
concentração. Chama-se a atenção do leitor que, devido ao enorme
crescimento da Economia da Saúde nos últimos anos, o glossário

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está inevitavelmente incompleto e por isso deverá ser complemen-
tado com a leitura de textos mais recentes.

Infelizmente, não existe ainda um livro em língua portuguesa que


cubra de forma abrangente os conteúdos da disciplina de Economia
da Saúde. No entanto, entre outros, os seguintes livros de leituras
contém textos que poderão certamente ajudar a saciar o apetite do
leitor interessado em desenvolver conhecimentos nesta área: Barros
e Simões (1999), Campos e Pereira (1987), Piola e Vianna (1995) e
Vaz, Pinto, Ramos e Pereira (1996). Entre os diversos manuais em
língua inglesa recomenda-se particularmente, a um nível introdutório
— Clewer e Perkins (1998) e a um nível mais avançado — Folland,
Goodman e Stano (1997).

Resta dizer que o glossário é apresentado por ordem alfabética. Os


termos salientados a escuro no decorrer duma explicação, encon-
tram-se eles próprios definidos noutro lugar do texto. Imediatamente
a seguir à descrição de cada conceito, indica-se o termo correspon-
dente em inglês, que continua a ser a língua de referência para a
transmissão de conhecimentos em Economia da Saúde. No final do
texto apresentam-se, também por ordem alfabética, os termos e con-
ceitos na sua versão inglesa, juntamente com as respectivas tradu-
ções em português.

João Pereira
Fevereiro de 2004

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ACTUALIZAÇÃO — Processo de cálculo que permite determinar o
valor equivalente no momento presente dos custos e consequências
que ocorrem no futuro. Regra geral, os efeitos dos programas de
saúde manifestam-se ao longo do tempo, prolongando-se mesmo por
vários anos. Da mesma forma, alguns tratamentos ou programas
requerem a utilização de recursos monetários ao longo de períodos
muito longos. A justificação económica para a homogeneização de
custos e consequências para valores actuais radica no conceito de
preferência temporal e nada tem a ver — como por vezes se supõe
— com a inflação. Qualquer agente económico racional optaria por
efectuar determinada despesa no futuro em vez de no momento pre-
sente; como preferiria os benefícios actuais àqueles a obter no futuro.
A actualização faz-se através da seguinte fórmula:
1
V0 = V t
(1 + r)1
onde r é a taxa de actualização (expressa como número decimal),
e Vt é o valor do custo ou benefício no ano t que deverá ser actua-
lizado para o seu valor actual, V0. Em Portugal o valor de referência
para a taxa de actualização no domínio da saúde é de 5% (Silva et
al, 1999). Contudo, existe algum desacordo na literatura internacional
quanto a este valor, pelo que é aconselhável ensaiarem-se várias
hipóteses através duma análise de sensibilidade. De igual forma,
existe controvérsia na literatura quanto à necessidade de se actuali-
zarem as consequências dos programas de saúde.
Discounting

ADEQUAÇÃO DA INTENSIDADE DE CUIDADOS — Determinação


da distribuição eficiente de utentes pelos diferentes níveis de cuida-
dos, tais como hospitalização geral ou especializada, lares, cuidados
em ambulatório, etc. Tem sido comum na literatura dar maior atenção
à adequação de cuidados prestados a idosos embora os métodos
sejam aplicáveis a muitas outras situações.
Balance of Care

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ANÁLISE DE CUSTOS — Análise simples de todos os custos de um
dado programa ou acção de saúde. Uma análise de custos deverá
incluir tanto os custos fixos como os custos variáveis, tanto encar-
gos de capital como encargos correntes, tanto os custos individuais
como os sociais, e deverá ainda incluir os custos suportados direc-
tamente pelo indivíduo ou comunidade e aqueles incorridos indirec-
tamente (p. ex. tempo perdido). O uso da análise de custos, no
âmbito da avaliação económica, justifica-se quando existem razões
para crer que todas as alternativas em estudo têm consequências
idênticas. Deve-se notar que uma análise de custos é diferente de um
estudo sobre custos da doença.
Cost Analysis

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO (ACB) — Método de avaliação


económica que tem por objectivo identificar, medir e valorizar os
custos e benefícios sociais de determinadas acções. A ACB procura
avaliar, sistematicamente, todos os custos e resultados associados a
alternativas diferentes, de modo a determinar qual (ou quais) das
alternativas maximiza(m) a diferença ou a razão entre benefícios e
custos. Normalmente, o critério de decisão na ACB expressa-se da
seguinte forma:
n
Σ Bt – Ct
t=1

1
(1 + r)t – 1

onde B t são os benefícios no período t, Ct são os custos no período


t, e r é a taxa de actualização. Projectos em que os benefícios
líquidos são positivos são tidos como socialmente eficientes. A ACB
distingue-se dos outros métodos de avaliação económica por valori-
zar tanto os custos como os resultados em termos monetários.
Cost-benefit Analysis

ANÁLISE CUSTO-EFECTIVIDADE (ACE) — Método de avaliação


económica. Distingue-se de outras formas tais como a análise
custo-benefício ou a análise custo-utilidade pelo facto de os resul-
tados ou consequências dos programas de saúde serem medidos em
unidades naturais (p. ex. anos de vida ganhos, número de mortes
evitadas, casos detectados, observações clínicas, etc.). Sendo a
forma de avaliação económica a que os investigadores mais vezes

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recorrem, este método justifica-se quando os resultados dos progra-
mas em estudo podem ser avaliados em termos de uma medida
comum. Normalmente, os cálculos na ACE processam-se através da
seguinte fórmula:
C1 – C2
E1 – E2
onde C1 e E1 são, respectivamente o custo e efectividade de deter-
minado programa de saúde, e C2 e E 2 são o custo e efectividade do
comparador. Deve-se notar que a formula apresentada corresponde
ao rácio de custo efectividade incremental. A ACE geralmente pro-
cura responder a dois tipos de pergunta: que programa é capaz de
realizar objectivos pré-fixados ao menor custo possível (p. ex. o custo
mais baixo por vida salva); ou alternativamente, que tipo de activi-
dade (p. ex. hemodiálise ou transplante renal) permite maximizar os
benefícios de determinado orçamento? Em cada caso, fixa-se um dos
parâmetros, avaliando respectivamente, qual dos programas maxi-
miza os benefícios ou minimiza os custos. De notar, que alguns
autores denominam a ACE por análise custo-eficácia. Contudo, no
domínio da saúde a distinção que se faz entre eficácia e efectivi-
dade implica que o termo custo-efectividade seja o mais apropriado.
Cost-effectiveness Analysis

ANÁLISE CUSTO-UTILIDADE (ACU) — Forma de avaliação econó-


mica semelhante à ACE, mas em que as consequências dos progra-
mas de saúde são medidas numa unidade física combinada com
elementos qualitativos. O termo utilidade neste caso representa o
valor (para o indivíduo ou para a sociedade) de determinado nível de
saúde. Os resultados das análises custo-utilidade expressam-se em
termos de custo por dia saudável livre de doença ou custo por ano
de vida ajustado pela qualidade. Normalmente, os cálculos na ACU
processam-se através da seguinte fórmula:
C1 – C2
AVAQ1 – AVAQ2
onde C1 e AVAQ1 são, respectivamente o custo e anos de vida ajus-
tados pela qualidade de determinado programa de saúde, e C2 e
AVAQ2 são o custo e anos de vida ajustados pela qualidade do
comparador. Deve-se notar que a formula apresentada corresponde
ao rácio de custo utilidade incremental . Grande parte dos investiga-

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dores sustenta que este tipo de avaliação é de todas a mais razoável
no domínio da saúde, pois não implica a monetarização dos benefí-
cios e torna claro que o objectivo da intervenção médica não é ape-
nas a maximização da sobrevivência mas sobretudo a qualidade de
vida para o doente e seus familiares. No entanto, a ACU é também
controversa devido à dificuldade de medição das utilidades.
Cost-utility Analysis

ANÁLISE INCREMENTAL — No âmbito da avaliação económica,


análise de custos e consequências de cada alternativa em termos da
sua variação relativamente aos custos e consequências da prática
corrente. É particularmente utilizada na análise custo-efectividade e
na análise custo-utilidade.
Incremental Analysis

ANÁLISE DE MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS (ACU) — Forma de ava-


liação económica que examina os custos de determinada acção,
comparando-se alternativas que, através de um estudo controlado
(ensaio clínico ou outro), se sabe terem consequências rigorosa-
mente iguais. A alternativa mais eficiente será aquela que apresentar
menores encargos. Este tipo de análise pode ser visto como um caso
especial das técnicas ACE, ACU e ACB, onde devido à equivalência
de resultados apenas se consideram os custos.
Cost-minimization Analysis

ANÁLISE NORMATIVA — Uma afirmação baseada na opinião, juízos


de valor ou ideologia.
Normative Analysis

ANÁLISE POSITIVA — Uma afirmação baseada em factos reais e


cuja validade pode ser testada empiricamente.
Positive Analysis

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE — Procedimento utilizado na avalia-


ção económica de programas que visa testar até que ponto as varia-
ções nos pressupostos e na informação de base podem afectar as
conclusões. É comum, por exemplo, compararem-se os efeitos do
uso de taxas diferentes na actualização de custos. Da mesma forma,
quando a informação estatística é pouco fiável revela-se útil discutir
os resultados usando um conjunto de valores alternativos tidos como

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razoáveis. Em ambos os casos, o objectivo é o mesmo: ponderar
adequadamente a incerteza. Se após a realização de uma análise de
sensibilidade os resultados quantitativos do estudo forem insensíveis
às alterações ensaiadas — e estas forem razoáveis — afirma-se que
as conclusões da avaliação são robustas.
Sensitivity Analysis

ANOS DE VIDA AJUSTADOS PELA QUALIDADE (AVAQ) — Uni-


dade de medida capaz de sintetizar num único valor o total das
melhorias no estado de saúde, de uma pessoa ou grupo, em termos
dos anos de vida ganhos e da qualidade de vida que lhes está asso-
ciada, em resultado de uma qualquer intervenção. Empiricamente,
para calcular os AVAQ potenciados por determinada intervenção
médica é preciso obter o valor da esperança de vida dos indivíduos
afectados pela intervenção; seguidamente pondera-se este valor por
uma estimativa do estado de saúde ou qualidade de vida que as
pessoas usufruem após a intervenção. Tal avaliação, designada pelo
termo utilidade, baseia-se em resultados obtidos na literatura médica
ou directamente através de inquéritos junto da população ou de pro-
fissionais (Torrance, 1986). O método AVAQ é potencialmente muito
útil na avaliação económica de programas de saúde, na medida em
que permite o ajustamento qualitativo dos resultados físicos dos tra-
tamentos e fornece um denominador comum para a comparação dos
custos e consequências de programas e intervenções médicas dis-
tintas.
Quality Adjusted Life Years (QALY’s)

AVALIAÇÃO ECONÓMICA — A análise comparativa de determina-


das actividades, processos ou estruturas em termos dos seus custos
e consequências. Os principais métodos de avaliação económica
utilizados no domínio da saúde são a análise custo-benefício, a
análise custo-efectividade e a análise custo-utilidade. Cada uma
procura identificar, medir e comparar tanto os custos como os efeitos
das alternativas em estudo. De acordo com Drummond et al (1997)
apenas se deverá aplicar o termo avaliação económica quando se
verificam as seguintes condições: (i) comparação de duas ou mais
alternativas; e (ii) avaliação simultânea dos custos (inputs) e conse-
quências (outputs) das alternativas em estudo. Deste modo, uma
análise de custos, mesmo que se reporte a vários programas de
saúde, não deverá ser considerada uma avaliação económica com-

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pleta, na medida em que exclui do seu âmbito de análise as altera-
ções no estado de saúde da população resultantes da aplicação dos
programas. Tão pouco se deverá considerar uma avaliação conjunta
dos custos e resultados de um único programa como uma avaliação
económica completa. Neste caso não há qualquer comparação com
outras alternativas.
Economic Evaluation

AVAQ ⇒ Anos de vida ajustados pela qualidade


QALY

BEM DE MÉRITO — Bem de consumo individual cuja utilização dá


origem a benefícios superiores àqueles gozados pelo consumidor.
Nas sociedades modernas é geralmente aceite que grande parte das
prestações de saúde se enquadram nesta categoria, havendo, toda-
via, algumas excepções como a cirurgia plástica por razões mera-
mente estéticas. A qualidade de bem de mérito provém da existência
de externalidades positivas, tais como os efeitos indirectos da vaci-
nação ou a satisfação que a comunidade obtém ao saber que todos
os cidadãos têm acesso aos serviços de saúde em caso de neces-
sidade. Os bens de mérito são normalmente consumidos em quanti-
dades inferiores ao óptimo social, dado que o consumidor racional
raramente se encontra sensibilizado para os efeitos externos do seu
consumo.
Merit Good

BEM ECONÓMICO — Todo o bem escasso que gera utilidade.


Englobam-se nesta definição, portanto, todos os bens que estão dis-
poníveis em quantidades limitadas em relação às necessidades ou
aos benefícios que poderão gerar.
Good

BEM INFERIOR — Bem económico cujo consumo decresce quando


o rendimento do consumidor aumenta. Alguns bens usualmente tidos
como inferiores, com base em estudos empíricos, são as batatas, o
pão, o arroz e a margarina. No domínio da saúde é possível que as
consultas de clínica geral prestadas em estabelecimentos públicos
sejam um bem inferior, na medida em que se denota uma tendência
para os utentes transferirem o seu consumo para o sector privado à
medida que o seu rendimento aumenta. Deve-se notar que alguns

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bens podem ser inferiores a certos níveis de rendimento e normais a
outros. ⇒ Bem normal, Curva de Engel.
Inferior Good

BEM NORMAL — Bem económico cujo consumo aumenta à medida


que aumenta o rendimento do consumidor. ⇒ Bem inferior, Curva
de Engel.
Normal Good

BEM PÚBLICO — Bem económico cujo consumo se caracteriza pela


não-exclusividade (impossibilidade de excluir o consumo de um indi-
víduo em particular) e pela não-rivalidade (o consumo de determi-
nada pessoa não reduz a quantidade disponível do bem para os
restantes membros da sociedade). A provisão de tais bens revela-se
altamente ineficiente através do mecanismo de mercado. Exemplos
típicos são a Defesa Nacional e o farol costeiro. No domínio da
saúde, a quantidade de bens públicos é menor do que à partida se
poderia pensar. Praticamente, apenas se devem considerar como
bens públicos puros as medidas contra a poluição ambiental e a
erradicação de doenças contagiosas. No entanto, existem diversos
serviços com características de bem público, pelo facto de ser inefi-
ciente excluir determinados indivíduos do seu consumo. Há que assi-
nalar ainda, que não se deverá confundir a referência habitual aos
cuidados de saúde como um «serviço público» com o conceito
económico de bem público. Os termos mais apropriados para assina-
lar as características de «serviço público» associadas aos bens de
saúde são os conceitos de bem de mérito e bem social.
Public good

BEM PRIVADO — Bem económico cuja utilização por determinado


indivíduo exclui a utilização por parte de outrem e cujos benefícios
revertem apenas para o utilizador.
Private Good

BENEFÍCIOS — Os ganhos ou efeitos positivos, de qualquer procedi-


mento, tratamento ou programa de saúde, antes da dedução de custos.
Benefits

CAPITAÇÃO — Sistema de remuneração onde o médico ou institui-


ção de saúde recebem um pagamento fixo por utente inscrito na sua

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lista, independentemente da quantidade de serviços a prestar. Em
anos recentes têm sido desenvolvidos sistemas de capitação ajus-
tada pelo risco em que o pagamento é feito em função das caracte-
rísticas da população de doentes servidos. (p. ex. idade, sexo, mor-
bilidade, etc.)
Capitation

CAPITAÇÃO AJUSTADA ⇒ Capitação.


Adjusted capitation

CAPITAL HUMANO — A capacidade, aptidão e especialização pos-


suídas pelo indivíduo, que lhe permitem gerar resultados desejá-
veis, tais como acréscimos de rendimento ou de saúde. À seme-
lhança da formação de capital físico (p. ex. construção de edifícios)
os períodos dedicados à educação formal e informal são conside-
rados como formação de capital humano. No modelo de procura de
saúde de Grossman (1972) o bem saúde é interpretado como um
bem duradouro que produz um fluxo desejado, que se designa por
tempo saudável livre de doença . Cada indivíduo é dotado de um
stock inicial de saúde que, à semelhança de outras formas de capi-
tal, tende a depreciar ao longo do tempo. Tal depreciação pode ser
atenuada através do investimento no stock de saúde, o que implica
nutrição mais saudável, boa educação, cuidados de saúde apro-
priados, etc. Neste contexto, a procura de cuidados de saúde não
tem razão de ser própria, derivando sim de uma procura mais fun-
damental, a da própria saúde. Embora na sua versão original o
modelo de Grossman fosse pouco acessível para não-economistas
dada a sua abstração matemática, ele constitui hoje uma pedra-
-chave na análise do comportamento dos indivíduos relativamente à
saúde.
Human Capital

COMPORTAMENTO RACIONAL — Hipótese de comportamento que


a ciência económica geralmente atribui aos agentes económicos e
que implica coerência lógica na relação entre meios e fins. Em termos
formais, um agente racional é aquele que ordena as suas preferên-
cias de acordo com a informação ao seu dispor e escolhe a alterna-
tiva que lhe dá maior utilidade (ie. em que a diferença entre bene-
fícios e custos é superior). O acto de fumar pode, assim, ser
encarado como um comportamento racional para o consumidor,

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quando este valoriza o prazer de fumar acima dos eventuais prejuí-
zos para a sua saúde.
Rational Behaviour

CO-PAGAMENTO — Parte proporcional ou fixa do custo total de deter-


minada prestação de saúde, paga pelo utente. Normalmente, o termo
é utilizado no âmbito dos sistemas públicos, sendo as taxas modera-
doras um dos exemplos mais comuns. Os co-pagamentos são normal-
mente defendidos com base na sua acção racionalizadora da procura
embora se sustente também que constituem uma fonte de financia-
mento importante para os sistemas públicos de saúde. A primeira jus-
tificação está associada ao conceito de risco moral, observável em
qualquer situação onde um terceiro pagador cobre os riscos. Existem,
todavia, bastantes dúvidas (teóricas e empíricas) na literatura sobre a
eficácia dos co-pagamentos como mecanismo moderador da procura
de cuidados, nomeadamente associadas à questão de relação de
agência (Kutzin, 1998; Pereira, 1987). Na literatura anglo-saxónica o
termo co-payment é normalmente usado para referir pagamentos de
valor fixo; enquanto o termo co-insurance se refere a pagamentos
proporcionais ao valor da prestação. Em Portugal, esta distinção por
vezes gera confusão devido à tradição de especialistas da área do
Direito em definir taxas moderadoras como pagamentos de valor fixo
e os co-pagamentos como a desembolsos proporcionais. Do ponto de
vista da Economia, a questão importante é que o co-pagamento, seja
qual for a sua natureza, actua como um preço para o consumidor.
Co-payment

CURVA DE CONCENTRAÇÃO — Representação gráfica da distribui-


ção económica de determinado atributo X para o qual existe interesse
ético. Uma curva de concentração tem por coordenadas a percenta-
gem acumulada da variável X no eixo vertical, e a percentagem
acumulada da população quando ordenada pelos níveis de rendi-
mento, no eixo horizontal. A partir de uma curva de concentração é
possível calcular-se o índice de concentração. No campo da saúde,
as curvas de concentração têm sido utilizadas para medir a equidade
dos resultados de saúde (Pereira, 1998), do financiamento dos siste-
mas (Wagstaff et al, 1999) e da prestação de cuidados de saúde
(Pereira e Pinto, 1993). É importante distinguir claramente entre curvas
de concentração e curvas de Lorenz, dado que estas últimas orde-
nam a população de acordo com a variável em estudo (p. ex. Giral-

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des, 1991) e não segundo o rendimento das famílias. Assim, uma
curva de Lorenz da despesa em saúde indica as diferenças popula-
cionais existentes nessa variável, enquanto uma curva de concentra-
ção análoga dá-nos conta das desigualdades que estão relacionadas
com o nível socio-económico da população.
Concentration Curve

CURVA DE ENGEL — Curva que representa a relação entre o ren-


dimento do consumidor e a quantidade procurada de determinado
bem ou serviço.
Engel Curve

CURVA DE INDIFERENÇA — Representação gráfica dos diferentes


cabazes de bens económicos que geram iguais níveis de satisfação
(utilidade) para o consumidor.
Indifference Curve

CURVA DE LORENZ — Representação gráfica da desigualdade na


distribuição de um qualquer atributo, normalmente o rendimento. A curva
estabelece-se através de um conjunto de pontos que tem por coordena-
das: a percentagem acumulada da população quando ordenada pela
variável Y (eixo horizontal) e a percentagem acumulada dessa mesma
variável (eixo vertical). Quanto maior for o afastamento da curva de
Lorenz da diagonal maior é a desigualdade na distribuição do atributo
em análise. Numa curva de concentração, a variável projectada no
eixo vertical não é a mesma que é usada ordenar a população.
Lorenz Curve

CURVA DA PROCURA — Representação gráfica da relação entre o


preço e a quantidade consumida dum bem. ⇒ Procura
Demand Curve

CURVA DA OFERTA — Curva que descreve a relação entre a quan-


tidade dum bem que é posta à venda no mercado e o preço desse
mesmo bem.
Supply Curve

CUSTO — O valor de todos os recursos utilizados na produção e


distribuição de bens e serviços.
Cost

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CUSTO MARGINAL — O acréscimo no custo total resultante do incre-
mento de uma unidade no volume de produção. Em termos matemá-
ticos, corresponde à primeira derivada da função de custo total.
Marginal Cost

CUSTO MÉDIO — O custo total de produção de um bem, produto ou


resultado dividido pelo número de unidades produzidas.
Average Cost

CUSTO DE OPORTUNIDADE — O valor da melhor alternativa não


concretizada em consequência de se utilizarem recursos escassos na
produção de um dado bem ou serviço. O custo de oportunidade é o
verdadeiro custo que a sociedade incorre ao fornecer um programa de
saúde à população, na medida em que os recursos humanos e mate-
riais empregues nesse programa ficam indisponíveis para outros fins.
Como exemplo, considere-se o custo da diálise renal. Os custos nor-
malmente publicados dão-nos conta de diversos fluxos monetários, tais
como os gastos com pessoal, equipamento, uma porção dos custos
fixos da clínica ou hospital, etc. Para o economista, todavia, esta visão
contabilística é pouco esclarecedora para a tomada de decisão. O que
importa saber é o valor dos benefícios que se perdem ao usar deter-
minados recursos no serviço de diálise (p. ex. a prestação de 5000
consultas externas, a formação de 50 enfermeiros, etc.). Na prática a
identificação dos custos de oportunidade revela-se uma tarefa repleta
de dificuldades, requerendo diversos tipos de valorização consoante a
actividade que se pretende avaliar (p. ex. utilizando preços de mer-
cado, imputação através de preços-sombra, consulta a profissionais,
etc.). Há que notar ainda que quanto maior for a escassez de recursos,
maiores serão os custos de oportunidade de determinada decisão.
Opportunity Cost

CUSTO PRIVADO ⇒ Custo social


Private cost

CUSTO SOCIAL — O custo de determinada actividade para a socie-


dade no seu todo, e não apenas para os indivíduos ou instituições
envolvidas na sua realização. O custo social de qualquer procedimento
médico incluirá tanto os custos incorridos pela clínica ou hospital como
aqueles suportados pelos utentes e por outros sectores da sociedade.
O custo social não equivale necessariamente ao somatório dos custos

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privados. No caso de um programa de imunização, por exemplo, o
custo social será menor do que os custos privados, dado que outros
indivíduos, além dos vacinados, virão a beneficiar com a implementa-
ção do programa. Como é evidente, o conceito de custo social está
estreitamente relacionado com o conceito de externalidade.
Social Cost

CUSTOS DA DOENÇA, ESTUDO (CdD) — Os estudos sobre custos


da doença são uma forma de avaliação económica que tem como
objectivo calcular os custos directos e indirectos das doenças, esti-
mando as despesas em cuidados de saúde e o valor da produção
perdida devido a determinada doença. Estes estudos não pretendem
comparar custos e consequências de intervenções médicas, mas
apenas o impacto económica das doenças. Os estudos CdD podem
ser baseados na prevalência (medição de todos os custos associa-
dos a determinado problema de saúde verificados num período de
tempo específico), ou na incidência (medição dos custos incorridos
com doenças, diagnosticadas em determinado período, ao longo do
ciclo de vida). Os estudos CdD complementam a informação epide-
miológica tradicional, permitem o estabelecimento de prioridades de
investigação, monitorização e avaliação, são um termo de referência
para estudos de avaliação económica comparativos, identificam e
valorizam as diferentes componentes dos custos directos permitindo
aos decisores identificarem as principais despesas e áreas a intervir
e permitem apoiar o processo de procura de eficiência, por exemplo,
através de comparações internacionais (Pereira et al, 1999).
Cost of Illness

CUSTOS DIRECTOS — No âmbito da avaliação económica, os custos


que resultam directamente da utilização de cuidados de saúde, quer
pelo sistema de saúde quer pelo doente. Exemplos de custos directos
em cuidados de saúde são as despesas com pessoal, materiais
consumíveis e energia, os custos com medicamentos (incluindo trata-
mento e profilaxia de efeitos adversos), custos com meios complemen-
tares de diagnóstico e terapêutica, custos de administração, despesas
de capital, etc. Para além destes custos de produção incorridos pelos
serviços inclui-se ainda, sob a rubrica de custos directos, os gastos
efectuados pelos utentes e seus familiares (p. ex. despesas com cuida-
dos familiares, apoio a crianças, transportes, modificações nos locais de
habitação, etc. Para evitar a confusão que muitas vezes se gera com a

21
terminologia contabilística, em anos recentes tem havido uma tendência
nos estudos de avaliação económica para denominar os custos directos
por custos de cuidados de saúde, excluindo naturalmente as despe-
sas efectuadas pelos doentes (Drummond et al, 1997).
Direct Costs

CUSTOS FIXOS — Aqueles custos que não são passíveis de altera-


ção a curto prazo, pelo facto de serem independentes do volume de
produção (p. ex. rendas, gastos com capital, etc.).
Fixed Costs

CUSTOS INDIRECTOS — No âmbito da avaliação económica, os


custos associados à perda de produção económica individual ou fami-
liar devido à utilização de cuidados de saúde; ou reduções na produ-
tividade resultantes de alterações no estado de saúde (morbilidade e
mortalidade). Regra geral, os custos indirectos não envolvem transac-
ção económica. É de notar que em Contabilidade se apelidam de
custos indirectos todos os gastos fixos que não variam com o volume
de produção, reservando-se o termo custo directo para aquilo que os
economistas chamam custos variáveis. Devido a esta potencial fonte
de confusão em anos recentes tem sido comum apelidar os custos
indirectos de custos de produtividade (Drummond et al, 1997).
Indirect Costs

CUSTOS DE PRODUTIVIDADE ⇒ Custos indirectos


Productivity costs

CUSTOS VARIÁVEIS — Todos aqueles custos cuja dimensão depende


do volume de produção (p. ex. consumíveis, pagamentos ao acto, etc.).
Variable Costs

DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS — Aplicação de preços diferentes na


prestação do mesmo bem ou serviço a consumidores distintos, quando
a diferenciação de preço não reflecte custos de produção desiguais. Por
exemplo, um médico poderá cobrar preços diferentes aos seus doentes
consoante a capacidade de pagar destes últimos. Esta acção não é
necessariamente um acto de caridade ou altruísmo e poderá revelar um
comportamento económico racional que visa maximizar o rendimento do
prestador. O doente pobre terá, muito provavelmente, uma elasticidade
da procura de cuidados médicos (relativamente ao preço) elevada,

22
quando comparada com a de um doente rico. Qualquer aumento de
preço reduzirá o consumo do primeiro de forma significativa, já não
acontecendo o mesmo em relação ao doente mais abastado. A capaci-
dade de praticar preços diferentes consoante o consumidor revela nor-
malmente a existência de algum poder monopolístico.
Price Discrimination

ECONOMETRIA — Ramo da ciência económica que emprega os


métodos da estatística para medir e estimar empiricamente relações
quantitativas entre variáveis económicas e outras que estão com elas
relacionadas. No campo da economia da saúde a Econometria tem
diversas aplicações tais como os modelos da procura de cuidados ou
os modelos de eficiência hospitalar (p. ex. Lima, 2000).
Econometrics

ECONOMIA — Segundo um dos manuais de maior difusão interna-


cional a Economia «é o estudo de como os indivíduos e a sociedade
acabam por escolher, com ou sem a utilização da moeda, a aplicação
de recursos produtivos escassos que podem ter usos alternativos,
para produzir variados bens e distribuir estes bens para consumo,
actual ou futuro, entre as várias pessoas e grupos da sociedade»
(Samuelson e Nordhaus, 1999).
Economics

ECONOMIA DA SAÚDE — Aplicação da teoria económica aos fenó-


menos e problemas associados ao tema da saúde.
Health Economics

ECONOMIAS DE ESCALA — Diz-se que existem economias de


escala quando os custos médios de produção duma actividade
económica diminuem à medida que o volume da produção vai
aumentando.
Economies of Scale

EFECTIVIDADE — Os resultados ou consequências de determinado


procedimento ou tecnologia médica quando aplicados na prática.
A efectividade dum programa de saúde distingue-se da sua eficácia
pelo facto de fazer referência a situações reais, enquanto o segundo
termo se aplica apenas aos resultados obtidos em condições ideais.
Effectiveness

23
EFICÁCIA — Os resultados ou consequências de uma intervenção
em saúde desde um ponto de vista estritamente técnico ou numa
situação de utilização ideal (p. ex. quando todos os indivíduos ade-
rem à terapêutica).
Efficacy

EFICIÊNCIA — A relação entre os recursos utilizados e os resultados


obtidos em determinada actividade. A produção eficiente é aquela
que maximiza os resultados obtidos com um dado nível de recursos
ou minimiza os recursos necessários para obter determinado resul-
tado.
Efficiency

EFICIÊNCIA NA AFECTAÇÃO — Afectação de recursos adequada,


no sentido de não ser possível qualquer reafectação que melhore a
situação de um indivíduo (em termos de utilidade) sem, ao mesmo
tempo, piorar a de outro. A eficiência na afectação pressupõe a exis-
tência de eficiência técnica. Também designada por eficiência de
Pareto.
Allocative Efficiency

EFICIÊNCIA TÉCNICA — Combinação de recursos que atinge um


resultado desejado ao mais baixo custo. Também por vezes desig-
nada por eficiência operacional ou eficiência de custos.
Technical Efficiency

ELASTICIDADE — Uma medida do grau de resposta de uma variá-


vel dependente (p. ex. procura, oferta) a alterações numa das variá-
veis que a determinam (p. ex. preço, rendimento, nível de instrução),
mantendo-se inalteráveis todas as outras. O conceito é amplamente
empregue em Economia. Indicam-se a seguir dois exemplos de elas-
ticidades no domínio da saúde e sua definição:

Alteração percentual
Elasticidade da procura na quantidade procurada
=
relativamente ao preço Alteração percentual no preço
Alteração percentual
Elasticidade da oferta
na quantidade oferecida
relativamente ao rendimento =
Alteração percentual
dos prestadores
no rendimento dos prestadores

24
Na análise da procura o conceito de elasticidade pode-nos indicar,
p. ex., em que medida a população irá reduzir o consumo de um
medicamento após a aplicação duma taxa moderadora. Quando a
elasticidade da procura (relativamente à variável X) excede o valor 1,
dizemos que ela é elástica (em relação a essa variável), designando
por inelástica a situação em que o valor da elasticidade é inferior
a 1. Na análise da oferta o conceito utiliza-se para descrever a faci-
lidade ou dificuldade de alterar o volume de cuidados de saúde pres-
tados, ou a facilidade de substituição entre médicos e enfermeiros,
diferentes tipos de medicamentos, etc. no processo de produção.
Elasticity

EQUIDADE — Distribuição justa de determinado atributo popula-


cional. A equidade é dos objectivos mais importantes seguidos pelos
sistemas de saúde modernos. O conceito de equidade não é neces-
sariamente equivalente a igualdade, embora os dois termos sejam
por vezes usados como sinónimos e muitos objectivos de equidade
em saúde, particularmente nos países europeus, sejam definidos em
termos de igualdade. Existem muitas noções de equidade em saúde,
largamente discutidas na literatura económica ( vd. Pereira, 1993). Por
exemplo, igualdade de acesso a serviços de saúde; igualdade de
tratamento para necessidades iguais; igualdade de níveis de saúde;
maximin de Rawls; igualdade de capacidades básicas; distribuição
livre de inveja; distribuição de acordo com a capacidade de pagar;
prestação de um mínimo básico, etc.
Equity

EXTERNALIDADES — Diz-se que existem externalidades quando o


consumo (ou produção) de um bem ou serviço tem efeitos positivos ou
negativos sobre outros indivíduos que não aqueles directamente envol-
vidos no acto de consumir (ou produzir). Utilizam-se também os termos
custos externos e benefícios externos para denominar externalidades
negativas e positivas. O efeito do hábito tabágico sobre os fumadores
passivos e a poluição ambiental gerada por determinada indústria são
exemplos de externalidades negativas. Por outro lado, a vacinação
contra doenças contagiosas traz um benefício externo a outras pes-
soas para além do vacinado. O conceito de externalidade é importante
para diferenciar os cuidados de saúde de outros bens, pois indica que
existe um valor social associado ao consumo de cuidados individuais.
Externalities

25
FRACASSO DE MERCADO — A provisão ineficiente de bens de
mercado, dando azo à intervenção do Estado. A existência de bens
públicos ou externalidades são exemplos de situações que impli-
cam o fracasso do mercado.
Market Failure

FRANQUIA — Pagamento que vigora em sistemas de seguro-


-doença privados. Em caso de utilização de cuidados, o segurado
responsabiliza-se por uma parte do custo até determinado montante
previamente estabelecido.
Deductible

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO — Representação analítica de um pro-


cesso produtivo, descrevendo a relação entre a utilização de factores
e os resultados obtidos. Um exemplo típico são as funções de produ-
ção hospitalar que estabelecem a relação entre o número máximo de
doentes que podem ser tratados num dado período, e os vários recur-
sos necessários tais como horas de trabalho médico, camas, etc.
Production Function

GOSTOS — Termo genérico utilizado na ciência económica (em par-


ticular nos modelos tradicionais de procura) para designar factores de
ordem não económica. Por exemplo, o consumo de um fármaco é
determinado por factores económicos (p. ex. o preço do medica-
mento, o preço de produtos sucedâneos, o rendimento dos consumi-
dores, etc.) em conjunto com factores não económicos (p. ex. a estru-
tura etária da população, os hábitos de prescrição dos médicos, a
promoção pela indústria, etc.). A todos estes últimos factores se atri-
bui o termo genérico de «gostos», por condicionarem as condições
psicológicas dos agentes da procura.
Tastes

IGNORÂNCIA DO CONSUMIDOR ⇒ Soberania do Consumidor,


Relação de Agência, Indução da Procura pelo Prestador, Assime-
tria de informação.
Consumer Ignorance

INCENTIVOS — Tudo aquilo que induz o indivíduo ou agência a


adoptar determinado comportamento. Todos os sistemas de paga-
mento contêm certo tipo de incentivo. Por exemplo, o pagamento ao

26
acto induz o médico a prestar um maior número de actos. Por outro
lado, poderá também induzir um aumento da qualidade dos cuidados,
de forma a garantir que os utentes voltem a recorrer aos serviços do
médico. Os incentivos não têm que ser necessariamente monetários:
há outros, tais como o prestígio na profissão e o reconhecimento
social que têm um peso muito grande no sector da saúde.
Incentives

INCERTEZA — Situação onde o futuro não é previsível, nem mesmo


probabilisticamente. No domínio da saúde existem dois tipos de incer-
teza com grande importância. Por um lado a natureza imprevisível da
doença leva a que a aquisição de bens e serviços para a combater
nem sempre possa ser planeada. Daí o recurso a seguros de doença
por parte do consumidor ou à implantação de sistemas públicos de
prestação. Existe um outro tipo de incerteza que tem a ver com as
consequências de determinados procedimentos médicos. Em muitos
casos nem o próprio prestador pode prever com total fiabilidade como
irá reagir o doente. Este tipo de imprevisibilidade tem implicações
importantes quando se pretende avaliar qualquer terapêutica,
levando os investigadores a utilizarem análise de sensibilidade para
verificar a robustez dos resultados. ⇒ Risco.
Uncertainty

INDICADOR DE SAÚDE — Medida simples de uma das dimensões


do estado de saúde. Por exemplo, a esperança de vida, a taxa de
mortalidade infantil, a taxa de mortalidade padronizada, etc.
Health Indicator

ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO — Medida do grau de desigualdade


numa variável que esteja sistematicamente associada a outra (p. ex.
desigualdade na doença associada ao rendimento familiar). O índice
de concentração obtém-se a partir da área entre uma curva de con-
centração e a diagonal (ver Figura 2). O índice varia entre –1 e + 1.
No exemplo acima, –1 é equivalente à pessoa mais pobre ser a única
que sofre de doença e +1 à doença estar toda concentrada na pessoa
mais rica.
Concentration Index

ÍNDICE DE SAÚDE — Medida do estado de saúde, que resume num


único valor um conjunto de indicadores das várias dimensões da

27
saúde duma pessoa ou grupo da população. As dimensões usual-
mente consideradas são a funcionalidade física e social, o estado
emocional, a dor e desconforto, a ansiedade, etc. A construção de
índices de saúde é parte integral da avaliação económica de proce-
dimentos e terapêuticas médicas. Em cada avaliação, antes de se
iniciar a construção dum índice de saúde, torna-se necessário res-
ponder a três questões-base: O que significa saúde e doença no
campo em análise? Qual a valorização relativa a atribuir às diversas
dimensões? e, Qual o momento e duração temporal da manifestação
dos resultados da intervenção?
Health Status Index

ÍNDICE DE PREÇOS — Série numérica que mostra a evolução dos


preços médios de um conjunto de bens e serviços. O mais conhecido
é sem dúvida o Índice de Preços no Consumidor (IPC), geralmente
usado para medir a inflação. Existem, todavia, índices específicos
para os bens de saúde que deverão ser usados em análises dizendo
respeito a esse sector ⇒ Preços constantes.
Price Index

INDUÇÃO DA PROCURA PELO PRESTADOR — O efeito que os


médicos, na sua condição de prestadores de cuidados, poderão exer-
cer sobre a procura, levando a que os utentes consumam um número
de actos superior àquele que escolheriam caso dispusessem da
mesma informação de que dispõe o médico. Não se trata aqui de um
simples efeito sobre a procura resultante do acréscimo dos recursos
de saúde (Lei de Roemer), mas antes de um aumento da procura
que não corresponde a necessidades reais. A origem do fenómeno
de indução da procura encontra-se na relação especial que existe
entre médico e doente — a relação de agência. Dada a relativa
ignorância do consumidor quanto à transformação de recursos de
saúde em benefícios, o médico actua como «agente» desse consu-
midor, prestando-lhe orientação e assistência especializada na inter-
pretação do seu estado de saúde, na identificação da capacidade da
tecnologia médica existente para melhorar esse estado, e na própria
aplicação da tecnologia. Todavia, o médico tem outro papel: ele tam-
bém fornece serviços, dos quais o doente é potencial utilizador.
O rendimento e satisfação do seu trabalho estão directamente asso-
ciados ao volume e ao preço dos serviços prestados. Sendo assim,
os interesses pessoais do médico poderão entrar em conflito com os

28
do doente e da sociedade em geral, sobretudo quando a remunera-
ção do médico se faz através do pagamento ao acto.
Supplier Induced Demand, Physician Induced Demand

INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA ⇒ Relação de Agência

INPUTS — Palavra inglesa utilizada com frequência por autores de


língua portuguesa para denominar o tipo e qualidade de recursos
consumidos num processo de produção. Se considerarmos a produ-
ção de saúde como sendo um processo, é fácil aferir que as camas
hospitalares, os médicos, a alimentação saudável, etc. são inputs
para esse processo, enquanto os níveis de saúde individuais ou da
população são os outputs da produção.
Inputs

JUÍZO DE VALOR — Uma opinião, tanto explícita ou implícita, de


que determinada acção, estratégia, estrutura institucional, etc. deve-
ria ser implementada ou, de que a mesma tem um valor relativo
superior a outras alternativas. Por exemplo, a ideia de que a liber-
dade de escolha do médico torna mais eficiente o mercado de cuida-
dos de saúde é um juízo de valor. Pelo contrário, a afirmação de que
a localização geográfica dos recursos médicos num sistema de mer-
cado se determina pela capacidade de pagar dos utentes não é um
juízo de valor, pois baseia-se na verificação empírica desse fenó-
meno.
Value Judgement

LEI DE ROEMER — A afirmação empírica de que o crescimento do


parque hospitalar induz aumentos da procura dos serviços prestados
por tais instituições ⇒ Indução da Procura pelo Prestador.
Roemer’s Law

LEI DOS RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES — O prin-


cípio de que os aumentos na produção que resultam da utilização
adicional de um factor produtivo tenderão eventualmente a decrescer
à medida que se vai aumentando o uso desse factor. A produção de
ganhos em saúde através da expansão da prestação de cuidados
médicos revela tais características. Se olharmos para os dados his-
tóricos de cada país, verificamos que numa fase inicial obtêm-se
ganhos nos indicadores de saúde com relativa facilidade. Contudo,

29
esse ritmo de melhoramento tende eventualmente a decrescer com
a intensificação da utilização dos serviços de saúde. ⇒ Produtivi-
dade Marginal.
Law of Diminishing Returns

MERCADO ⇒ Mecanismo de Mercado

MECANISMO DE MERCADO — Forma de organização económica


onde consumidores e produtores/prestadores interagem, individual-
mente, para determinar os preços e quantidades de bens e serviços.
Se o preço de mercado for demasiado elevado, a procura diminuirá
e os produtores ver-se-ão obrigados a reduzi-lo para evitarem a
falência das suas empresas. Se o preço de mercado for demasiado
baixo, a procura aumenta e os fornecedores reconhecerão a oportu-
nidade de fazer subir seus preços. A eficiência do mecanismo de
mercado depende da não existência de quaisquer distorções, tais
como externalidades, monopólio, ignorância do consumidor, etc.
Nestes casos é improvável que o preço «clarifique» as escolhas de
consumidores e fornecedores.
Market Mechanism

MÉTODO DO CAPITAL HUMANO ⇒ Valor da Vida Humana

MODELO ECONÓMICO — Representação abstracta das relações


entre um conjunto de variáveis que representam fenómenos econó-
micos, através de análise gráfica ou matemática.
Economic Model

MONOPÓLIO — Situação de mercado onde um só vendedor enfrenta


vários compradores.
Monopoly

MONOPSÓNIO — Situação de mercado onde um só comprador en-


frenta vários vendedores.
Monopsony

NECESSIDADE — Uma noção instrumental, utilizada no sentido de


determinado indivíduo precisar de consumir cuidados para melhorar
o seu estado de saúde. Não existe, todavia, uma definição consen-
sual na literatura, sendo notória a tendência dos economistas para

30
evitar o uso do termo. Uma taxonomia muito utilizada consiste da
distinção entre três tipos de necessidade: as necessidades sentidas
— identificadas como tal pelos indivíduos; as necessidades expres-
sas — aquelas apresentadas pela população aos serviços de saúde
e que são usualmente tomadas como sinónimas da procura de cui-
dados; e as necessidades normativas — definidas e identificadas
pelos profissionais de saúde. Outra noção de necessidade muito
debatida é a da capacidade de beneficiar, defendida pela escola de
York (Williams, 1979). Segundo esta versão, uma necessidade em
saúde existirá apenas quando a produtividade marginal do trata-
mento seja positiva. Esta ideia pressupõe a existência de meios téc-
nicos e económicos para fazer face à disfunção de saúde e implica
a avaliação tanto dos custos como os benefícios dos tratamentos
para determinar a atribuição de recursos. Resulta claro também que
a necessidade não deve ser vista como um conceito absoluto, mas
antes relativo e dinâmico.
Need

OFERTA — A quantidade dum bem ou serviço que fornecedores ou


prestadores estão dispostos a vender, a um dado preço e a determinada
altura. Esta expressão também é utilizada no domínio da saúde para
abreviadamente designar oa agentes da oferta (ie. os prestadores).
Supply

OLIGOPÓLIO — Situação de mercado em que um número reduzido


de vendedores oferece um produto a um grande número de compra-
dores.
Oligopoly

ÓPTIMO DE PARETO — Critério bastante usado pelos economistas,


no contexto da teoria do bem-estar, para definir a eficiência econó-
mica na afectação dos recursos. Diz-se que uma situação é óptima
no sentido de Pareto (ou que uma sociedade atingiu esse estado), se
dado um determinado perfil da afectação dos recursos disponíveis, é
impossível alterar esse perfil sem prejudicar pelo menos um indiví-
duo. Poderá assim haver uma melhoria de Pareto até ao ponto onde
é possível beneficiar determinado indivíduo sem prejudicar a situação
dos outros membros da comunidade. Note-se que, neste contexto as
considerações sobre a equidade duma distribuição são irrelevantes.
Uma situação em que 1% da população detém a maior parte da

31
riqueza nacional enquanto os restantes 99% não possuem sequer o
necessário para sobreviver poderá constituir um Óptimo de Pareto.
Idêntica argumentação poderia ser avançada se os atributos a distri-
buir fossem, por exemplo, os recursos de saúde. O critério depende
fundamentalmente da distribuição inicial, daí resultando um conflito
entre os objectivos de eficiência e equidade.
Pareto Optimum

ORÇAMENTOS CLÍNICOS — Forma de racionalização dos gastos


em saúde, caracterizada pela afectação de determinada verba a um
grupo de médicos num hospital ou centro de saúde, com vista a
cobrir as despesas com produtos farmacêuticos, análises clínicas e
em geral todos os actos médicos que prescreveram. Os orçamentos
clínicos, atribuídos geralmente a médicos da mesma especialidade,
incentivam os próprios prestadores a gerirem eficientemente os
recursos disponíveis.
Clinical Budgets

OUTPUTS — Termo inglês, usado internacionalmente para denom-


inar os resultados dum processo produtivo. Os economistas da saúde
utilizam este termo apenas para designar as variações no estado de
saúde da população. Trata-se portanto dos resultados do processo
de produção de saúde, que poderá ter outros inputs para além dos
cuidados de saúde. Há que salientar, para evitar eventuais equívo-
cos, que os epidemiologistas geralmente apelidam tais resultados de
outcomes, reservando o termo outputs para a produção imediata dos
serviços de saúde (p. ex. número de casos tratados, dias de interna-
mento, etc.). Para os economistas estes resultados são outputs inter-
médios (ou throughputs na denominação inglesa).
Outputs

PAGAMENTO AO ACTO — Sistema de remuneração que consiste


do pagamento por cada acto médico prestado, de acordo com uma
tabela pré-estabalecida. Este sistema distingue-se da capitação e do
pagamento por salário, embora possa ser utilizado em conjunto com
essas formas de remuneração.
Fee-for-service

PAGAMENTO DIRECTO — Pagamentos suportados directamente


pelo utente. Incluem os pagamentos efectuados no âmbito de sistemas

32
de seguro, público ou privado, normalmente designados por co-paga-
mento, e ainda os pagamentos a prestadores privados em regime livre.
Out-of-pocket Payment

PREÇOS CONSTANTES — Uma série temporal de valores monetá-


rios a preços constantes (ou reais) é aquela que foi previamente
deflacionada: isto é, corrigida por forma a eliminar os efeitos da
inflação. A transformação de valores correntes para valores reais
faz-se através dum índice de preços apropriado, como por exemplo:
ΣP 1Q0/ΣP0Q0 (índice de Laspeyres), onde P 1 é o conjunto de preços
no ano 1, Q0 é a quantidade de bens consumidos no ano base e P 0
é o conjunto de preços na mesma data. ⇒ Preços correntes.
Constant Prices

PREÇOS CORRENTES — Quando uma série temporal de valores


monetários é apresentada em termos dos valores realmente observa-
dos diz-se que esses valores estão expressos a preços correntes.
Portanto, distinguem-se dos valores a preços constantes por não
levarem em conta os efeitos da inflação.
Current Prices

PREÇO-SOMBRA — Um valor monetário que se aplica a determinado


custo ou benefício quando não existem preços de mercado ou, quando
estes existem sem, todavia, reflectirem o custo de oportunidade ou
benefício decorrente do uso do bem. A segunda situação resulta de
certos tipos de rigidez institucional, da regulamentação de preços, etc.
O preço-sombra é assim aquele preço que vigoraria para determinado
bem ou serviço caso a economia estivesse em equilíbrio e se a con-
corrência fosse perfeita. A utilização de preços-sombra na avaliação
económica de programas de saúde, faz-se com o objectivo de estimar
um preço que se aproxime do valor real dos recursos utilizados.
Dever-se-ão utilizar preços-sombra sempre que não exista um preço
de mercado para determinado bem (p. ex. uma consulta externa num
hospital público) ou quando os preços em vigor sejam um indicador
imperfeito do valor dos custos incorridos ou benefícios recebidos.
Shadow Price

PREÇO DO TEMPO — Estimativa monetária do valor do tempo per-


dido pelo consumidor para utilizar os serviços de saúde. Existem diver-
sas formas de aferir este valor, sendo a imputação dos salários/hora o

33
método mais comum. De notar, todavia, que este método se aplica
apenas aos trabalhadores empregados. No cálculo do preço do tempo
dever-se-á incluir tanto o tempo de permanência no local de atendi-
mento como o tempo de deslocação para esse local. O conceito
reflecte a ideia de que os preços monetários não constituem a única
barreira de acesso aos serviços de saúde. Em estudos empíricos efec-
tuados em vários países têm-se observado correlações negativas entre
os preços do tempo e as taxas de utilização dos cuidados.
Time Prices

PROCURA — A quantidade dum bem que o consumidor está dispos-


to a adquirir a cada nível do preço, mantendo-se inalterá-veis todos
os outros factores que afectam o consumo desse bem (p. ex. o ren-
dimento do consumidor, o seu nível de instrução, o seu grau de
morbilidade, etc.). No domínio da saúde, os estudos empíricos
interessam-se igualmente pelos efeitos dessas outras variáveis sobre
o consumo de cuidados; e a noção de preço estende-se para além
do preço de consumo para incluir o preço do tempo e o preço de
deslocação ao local de atendimento. Dois modelos fundamentais são
utilizados pelos economistas para estudar a procura no campo da
saúde: (i) o modelo tradicional que analisa o consumo de cuidados à
semelhança de outros bens económicos, isto é, em função do preço,
rendimento, gostos, etc.; e (ii) o modelo de Grossman, em que a
procura de cuidados é derivada da procura de saúde pelos indiví-
duos, ⇒ capital humano. O conceito económico da procura é dis-
tinto dos conceitos de necessidade e utilização, muito embora
alguns autores, erradamente, nem sempre façam essa distinção.
Demand

PRODUTIVIDADE MARGINAL — A variação na produção total resul-


tante do aumento em uma unidade de um dos recursos que con-
tribuem para essa produção. ⇒ Função de Produção, Lei dos Ren-
dimentos Decrescentes.
Marginal Productivity

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) — Medida da produção total


gerada no seio duma Economia. O PIB é a produção realizada em
território nacional por factores produtivos nacionais ou estrangeiros.
⇒ Produto Nacional Bruto
Gross Domestic Product

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PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) — Medida da produção total
duma Economia. O PNB é a produção realizada em território nacional
ou no estrangeiro por factores produtivos pertencentes aos residen-
tes em território nacional. Assim, o PNB equivale ao Produto Interno
Bruto, mais o rendimento resultante da produção no estrangeiro por
entidades nacionais e, menos o rendimento obtido por factores pro-
dutivos estrangeiros no mercado nacional.
Gross National Product

QALY ⇒ Anos de Vida Ajustados pela Qualidade

RACIONAMENTO — Mecanismo de repartição de bens ou serviços.


O mercado competitivo constitui um sistema de racionamento
baseado na vontade e capacidade individuais de pagar, e que se
regula automaticamente através do mecanismo de preços. Outras
formas de racionamento no domínio da saúde são as listas de
espera, os orçamentos clínicos, os tectos orçamentais, as listas de
medicamentos comparticipáveis, etc.
Rationing

RELAÇÃO DE AGÊNCIA — Situação em que o indivíduo delega as


suas decisões sobre consumo ou produção numa outra pessoa que
passa a actuar como seu «agente». O fenómeno surge no sector da
saúde como consequência da ignorância do consumidor com res-
peito às suas próprias necessidades e às características dos bens
que as possam satisfazer, daí resultando uma delegação de poderes
de aquisição de bens no prestador de cuidados.
Agency Relationship

RISCO — Situação na qual um acontecimento futuro (p. ex. a


contração de uma doença contagiosa) é incerto, mas a probabilidade
de ele vir a acontecer é conhecida. O risco distingue-se da incerteza
pelo facto de permitir a previsão de determinado evento em termos
probabilísticos. Toda a actividade seguradora baseia-se no cálculo
dos riscos associados a determinada situação. ⇒ Seguro-doença.
Risk

RISCO MORAL — Tradução directa do termo inglês moral hazard,


por vezes também designado por abuso do segurado. Trata-se de
uma forma de comportamento racional que se observa quando os

35
consumidores aumentam a sua utilização de cuidados devido ao
facto de não terem que suportar o custo total dos tratamentos. O con-
sumidor racional depreende que os seus benefícios são elevados
enquanto os custos de utilização se repartem por todos os restantes
agentes (p. ex. segurados, contribuintes fiscais, etc.). Haverá assim,
de acordo com alguns autores, uma tendência para a procura de
cuidados aumentar sempre que o indivíduo não seja responsabilizado
pelo custo total do tratamento. Outros, porém, argumentam que o
fenómeno tem pouca importância dado que a grande fatia dos gastos
em saúde estão dependentes da prescrição médica e não da inicia-
tiva do consumidor.
Moral Hazard

SEGURO-DOENÇA — Acordo entre duas partes, em que a primeira


— o segurado — paga à segunda — a entidade seguradora — uma
contribuição monetária periódica (designada por prémio), comprome-
tendo-se esta última a cobrir total ou parcialmente os custos da uti-
lização de cuidados de saúde efectuados pelo primeiro. A função do
seguro-doença é de distribuir os riscos individuais por um colectivo.
Existem dois grandes tipos de seguro-doença: os individuais e os de
grupo.
Health Insurance

SELECÇÃO ADVERSA — Situação observada no mercado de segu-


ros-doença individuais e que poderá levar ao seu fracasso. A activi-
dade seguradora baseia-se na distribuição dos riscos individuais por
um colectivo. No domínio da saúde, revela-se particularmente difícil
discriminar entre os riscos dos segurados, dada a heterogeneidade
do bem cuidados de saúde. Frequentemente, as companhias segu-
radoras calculam prémios de seguro relativamente uniformes. Nestas
condições, alguns consumidores (usualmente os mais jovens e sau-
dáveis) tenderão a não adquirir o seguro por considerarem o seu
risco menor do que aquele implícito no prémio a pagar. Por outro
lado, os consumidores de mais alto risco terão interesse em participar
no seguro, fenómeno este que se denomina pelo termo selecção
adversa. Eventualmente, as seguradoras ver-se-ão obrigadas a
aumentar os prémios ou a rejeitar consumidores de elevado risco.
Em ambos os casos alguns indivíduos (provavelmente os idosos e
doentes crónicos) encontrarão dificuldades na obtenção dum seguro
individual, e o mercado em si poderá fracassar. A selecção adversa

36
constitui um argumento importante a favor dos seguros de saúde
obrigatórios ou do financiamento da saúde através do Estado.
Adverse Selection

SOBERANIA DO CONSUMIDOR — Princípio normativo segundo o


qual se reconhece o consumidor como aquele agente que melhor
pode ajuizar sobre a hierarquização das escolhas económicas. Situa-
ção em que a repartição de recursos reflecte apenas as preferências
do consumidor e não aquelas propostas por terceiros (p. ex. médicos,
políticos, etc.). Muito embora, no domínio da saúde, existam diversas
escolhas que são da exclusiva responsabilidade do consumidor
(p. ex. o contacto inicial com o médico em situação de doença) difi-
cilmente se poderá afirmar que no mercado de cuidados de saúde o
consumidor é soberano.
Consumer Sovereignty

TAXA DE ACTUALIZAÇÃO ⇒ Actualização.


Discount Rate

TAXA DE DESCONTO ⇒ Actualização.


Discount Rate

TAXA DE RENTABILIDADE — A taxa de lucro obtida por um pro-


jecto. O resultado líquido e actualizado, expresso como percentagem
do valor dos recursos empregues na produção de determinado bem
ou serviço.
Rate of Return

TRADE-OFF — Palavra inglesa sem tradução adequada para portu-


guês, embora por vezes seja denominada pelo termo opção. Equivale
à noção de que é preciso sacrificar parte do consumo dum bem caso
se pretenda aumentar o consumo de um outro. Os trade-off são
assim consequência fundamental da escassez de recursos. O termo
aplica-se também no contexto de escolhas entre objectivos a atingir
(p. ex. eficiência e equidade).
Trade-off

TRANSFERÊNCIA - Qualquer alteração no rendimento ou poder de


compra de um grupo de pessoas em consequência da redistribuição
desse poder de compra entre indivíduos. Uma transferência não dá,

37
assim, lugar a qualquer variação líquida no rendimento global duma
Economia. Exemplos de transferências são os impostos, os subsí-
dios, as doações e... o furto.
Transfer

UTILIDADE — O benefício sentido ou satisfação obtida pelo indiví-


duo em consequência do consumo de bens ou serviços. A ciência
económica baseia-se no princípio de que o consumidor racional actua
de forma a maximizar a sua própria utilidade. Todavia, há que notar
que esse objectivo pode ser atingido através do consumo por parte
de outrém, como no caso da utilização de cuidados de saúde pelos
mais necessitados. O consumidor-tipo sente satisfação ao saber que
essas pessoas têm acesso a um bem tão fundamental para a vida
humana. O termo utilidade tem também outro significado específico
na literatura de economia da saúde em particular no âmbito da ava-
liação económica: é utilizado para denominar uma quantificação da
qualidade de vida associada ao estado de saúde. Neste caso, são
representações numéricas (na escala 0-1) das preferências indivi-
duais por determinados resultados, em ambiente de incerteza. Ao
refletirem as preferências dos indivíduos quanto à qualidade de vida
associada aos estados de saúde, podem servir para ponderar os
anos de vida ganhos nas medidas tipo QALY.
Utility

UTILIZAÇÃO — A intensidade do uso de recursos médicos em deter-


minado período. A utilização é o resultado da interacção entre a
quantidade oferecida e a quantidade procurada; o ponto de equilíbrio
onde se cruzam as curvas da oferta e da procura. Daí que seja pouco
ajustado o termo procura/utilização por vezes empregue por alguns
autores.
Utilization

VALOR DA VIDA HUMANA — Os programas de saúde produzem


benefícios comuns tais como reduções na mortalidade e acréscimos
na esperança de vida. A avaliação económica desses programas
requer por vezes a quantificação do valor da vida humana, tarefa
para qual existem três abordagens principais. O método do capital
humano assenta na medição do rendimento esperado para as pes-
soas afectadas pelo programa. Tem sido profundamente criticado por
considerar apenas o potencial produtivo dos indivíduos e por subva-

38
lorizar a vida dos idosos, incapacitados ou das mulheres. O método
dos valores implícitos em decisões sociais procura inferir o valor da
vida a partir de decisões tomadas anteriormente pelo Estado. Por
exemplo, se um programa de obrigatoriedade da introdução no mer-
cado de embalagens de comprimidos com tampas de segurança
fosse rejeitado pelo Governo e, o custo por morte evitada tivesse sido
calculado em 4000 €, então poder-se-ia dizer que o valor médio da
vida dos indivíduos em risco (crianças, p. ex.) seria inferior a 4000 €.
O problema principal deste método é a variabilidade e inconsistência
das decisões tomadas. O último método, denominado pelo valor do
risco prevenido ou disposição a pagar, baseia-se na inquirição dos
indivíduos com vista à identificação da quantia máxima que estariam
dispostos a pagar para conseguir uma redução na sua probabilidade
de morrer. É dos três métodos, aquele que mais se adequa à teoria
económica. Todavia, alguns autores sustentam que seria perigoso
basear o planeamento da saúde em juízos que se sabe estarem
condicionados pela ignorância do consumidor no mercado da saúde.
Value of Life

39
REFERÊNCIAS

Barros, P. P. e J. Simões (coord.) (1999) Livro de Homenagem a Augusto


Mantas. Princípia, Lisboa; Campos, A. C. e J. Pereira (coord.) (1987) Socie-
dade, Saúde e Economia. Escola Nacional de Saúde Pública, Lisboa.
Campos, A.C. (1983) Saúde: O Custo de um Valor sem Preço. Ed. portu-
guesa Livros Técnicos e Científicos, Lisboa.
Clewer, A. e D. Perkins (1998) Economics for Health Care Management.
Prentice Hall, London.
Culyer, A. e J. Newhouse, (2000) «Introduction: the state and scope of health
economics» In: A.J. Culyer and J. Newhouse (eds.) Handbook of Health
Economics, vol. 1. Elsevier, Amsterdam
Drummond, M. F., G. L. Stoddart, B. O’Brien and G. W. Torrance (1997)
Methods for the Economic Evaluation of Health Care Programmes, Oxford
University Press, Oxford.
Folland, S., A. C. Goodman e M. Stano (1997) The Economics of Health and
Health Care. Prentice Hall, New York.
Fuchs, V. (1987) «Health economics» In: J. Eatwell, M. Milgate and P.
Newman (eds.) The New Palgrave. A Dictionary of Economics. MacMillan,
London.
Giraldes, M. R. (1991) «Desigualdades no financiamento de cuidados de
saúde primários» In: J. Pereira, M. R. Giraldes, e A. C. Campos (eds.)
Desigualdade e Saúde em Portugal, IED, Lisboa.
Kutzin, J. (1998) «The appropriate role for patient cost-sharing» In R.
Saltman, J. Figueras, and C. Sakellarides (eds.) Critical Challenges for
Health Care Reform in Europe. Open University Press, Buckingham.
Lima, M. E. (2000) A produção e a estrutura de custos dos hospitais públicos:
uma aplicação de um modelo translogarítmico. Associação Portuguesa de
Economia da Saúde, Documento de Trabalho 2/2000, Lisboa.
Pereira, J., «O regresso das taxas moderadoras: desviar o alvo para que a
bala lhe acerte» Boletim de Economia da Saúde, n.o 1, Abril de 1987.
Pereira, J. (1993) «What does equity in health mean?» Journal of Social
Policy, vol. 22, n.o 1, pp. 19-48
Pereira, J. «Inequality in infant mortality in Portugal, 1970-1991» In: P. Zweifel
(ed.) Health, the Medical Profession and Regulation, Kluwer Academic,
Boston, 1998.

40
Pereira, J., e C. G. Pinto (1993) «Equity in the Finance and Delivery of Health
Care in Portugal» In: E. van Doorslaer, A. Wagstaff and F. Rutten (eds.)
Equity in the Finance and Delivery of Health Care: An International
Perspective. Oxford University Press, Oxford.
Pereira, J., C. Mateus e M. J. Amaral, Custos da obesidade em Portugal
Associação Portuguesa de Economia da Saúde, Documento de Trabalho
4/99, Lisboa, 1999.
Piola, S., e S. M. Vianna (eds.) (1995) Economia da Saúde: Conceito e
Contribuição para a Gestão da Saúde. IPEA, Brasilia.
Samuelson, P., W. Nordhaus (1999) Economia, McGraw-Hill de Portugal, Lis-
boa.
Silva, E. A., C. G. Pinto, C. Sampaio, J. A. Pereira, M. Drummond, e R.
Trindade (1999) Orientações Metodológicas para Estudos de Avaliação
Económica de Medicamentos. Ministério da Saúde, Infarmed, Lisboa.
Torrance, G. (1986) «Measurement of health state utilities for economic
appraisal» Journal of Health Economics, vol. 5, pp. 1-30 [Disponível em A.
J. Culyer (ed.) (1991) The Economics of Health. International Library of
Critical Writings in Economics 12, Edward Elgar, Aldershot].
Vaz, A., C. G. Pinto, F. Ramos, e J. Pereira (coord.) (1996) As Reformas dos
Sistemas de Saúde. APES, Lisboa.
Wagstaff, A., et al, «Equity in the finance of health care: some further
international comparisons» Journal of Health Economics, vol. 18, pp. 263-
-290, 1999.
Williams, A. (1979) «Need — an economic exegesis» In: A. J. Culyer and K.
Wright (eds.) Economic Aspects of Health Services, Martin Robertson,
London.

41
INGLÊS-PORTUGUÊS

Adjusted capitation — Capitação ajustada


Adverse Selection — Selecção Adversa
Agency Relationship — Relação de Agência
Allocative Efficiency — Eficiência na Afectação
Assymetrical Information — Informação Assimétrica
Average Cost — Custo Médio

Balance of Care — Adequação da Intensidade de Cuidados


Benefits — Benefícios

Capitation — Capitação
Clinical Budgets — Orçamentos Clínicos
Concentration Curve — Curva de Concentração
Concentration Index — Índice de Concentração
Constant Prices — Preços Constantes
Consumer Sovereignty — Soberania do Consumidor
Copayment — Co-Pagamento
Cost — Custo
Cost Analysis — Análise de Custos
Cost-Benefit Analysis (CBA) — Análise Custo-Benefício (ACB)
Cost-Effectiveness Analysis (CEA) — Análise Custo-Efectividade
(ACE)
Cost of Illness — Custos da Doença
Cost-Minimization Analysis (CMA) — Análise de Minimização de
Custos (AMC)
Cost-Utility Analysis — Análise Custo-Utilidade (ACU)
Current Prices — Preços Correntes

Deductible — Franquia
Demand — Procura
Demand Curve — Curva da Procura
Direct Costs — Custos Directos
Discounting — Actualização
Discount Rate — Taxa de Actualização

42
Econometrics — Econometria
Economic Evaluation — Avaliação Económica
Economic Model — Modelo Económico
Economics — Economia
Economies of Scale — Economias de Escala
Effectiveness — Efectividade
Efficacy — Eficácia
Efficiency — Eficiência
Elasticity — Elasticidade
Engel Curve — Curva de Engel
Equity — Equidade
Externalities — Externalidades
Fee-for-Service — Pagamento ao Acto
Fixed Costs — Custos Fixos

Good — Bem Económico


Gross Domestic Product — Produto Interno Bruto
Gross National Product — Produto Nacional Bruto

Health Economics — Economia da Saúde


Health Indicator — Indicador de Saúde
Health Insurance — Seguro-doença
Health Status Index — Índice de Saúde
Human Capital — Capital Humano

Incentives — Incentivos
Incremental Analysis — Análise Incremental
Indifference Curve — Curva de Indiferença
Indirect Costs — Custos Indirectos
Inferior Good — Bem Inferior
Inputs — Inputs

Law of Diminishing Returns — Lei dos Rendimentos Marginais


Decrescentes
Lorenz Curve — Curva de Lorenz

Marginal Cost — Custo Marginal


Marginal Productivity — Produtividade Marginal
Market — Mercado
Market Failure — Fracasso de Mercado

43
Market Mechanism — Mecanismo de Mercado
Merit Good — Bem de Mérito
Monopoly — Monopólio
Monopsony — Monopsónio
Moral Hazard — Risco Moral

Need — Necessidade
Normal Good — Bem Normal
Normative Analysis — Análise Normativa

Oligopoly — Oligopólio
Opportunity Cost — Custo de Oportunidade
Out-of-pocket Payment — Pagamentos directos
Outputs — Outputs

Pareto Optimum — Óptimo de Pareto


Physician Induced Demand — Indução da Procura pelo Prestador
Positive Analysis — Análise Positiva
Price Discrimination — Discriminação de Preços
Price Index — Índice de Preços
Private Good — Bem Privado
Production Function — Função de Produção
Productivity Costs — Custos de Produtividade
Public Good — Bem Público

Quality Adjusted Life Years (QALY) — Anos de Vida Ajustados pela


Qualidade

Rate of Return — Taxa de Rentabilidade


Rational Behaviour — Comportamento Racional
Rationing — Racionamento
Risk — Risco
Roemer’s Law — Lei de Roemer

Sensitivity Analysis — Análise de Sensibilidade


Shadow Price — Preço-sombra
Social Cost — Custo Social
Supply — Oferta
Supplier Induced Demand — Indução da Procura pelo Prestador
Supply Curve — Curva da Oferta

44
Tastes — Gostos
Technical Efficiency — Eficiência Técnica
Time Price — Preço do tempo
Trade-off — Trade-off
Transfer — Transferência

Uncertainty — Incerteza
Utility — Utilidade
Utilization — Utilização

Value Judgement — Juízo de Valor


Value of Life — Valor da Vida Humana
Variable Costs — Custos Variáveis

45
EDIÇÕES DA APES

Documentos de trabalho

1/86 CAMPOS, A. C. — Eficiências e ineficiências, privilégios e estigmas, nas


combinações público/privadas de saúde. (1.25 €) (esgotado)
2/86 GIRALDES, M. R.; CORTÊS, M. F. — O impacte sobre a equidade do
sector privado dos serviços de saúde em Portugal. (1.25 €) (esgotado)
3/86 RAMOS, F.; COSTA, C.; ROQUE, M. — O mercado hospitalar português.
(1.25 €) (esgotado)
4/86 CAMPOS, A. C.; PATRÃO, L.; CARVALHO, R. — A privatização de um
sistema público. O caso das tecnologias de diagnóstico e terapêutica em
Portugal. (1.25 €) (esgotado)
1/89 PEREIRA, J. — The economic interpretation of equity in health and health
care. (1.25 €)
2/89 CACHO, P. M. — Programa de prevenção da tuberculose na Cantábria.
Contributo da análise custo-benefício. (1.25 €)
3/89 MANTAS, A.; COSTA, C.; RAMOS, F. — Financiamento hospitalar: Que
contributo para a equidade? O caso português. (1.25 €) (esgotado)
1/90 ROCHAIX, L. — Oferta de cuidados. Regulação ou desregulação? (1.25 €)
2/90 PEREIRA, J.; PINTO, C. G. — Regressivity in an NHS-type system. The
financing of portuguese health care. (1.25 €)
1/93 PEREIRA, J. — Economia da Saúde. Glossário de termos e conceitos.
(5 €) (4.a edição)
2/93 CABRAL, A. J.; DURÃO, J. R. — O medicamento na África Sub-
-sahariana: Uma grande despesa mal controlada. (2.50 €) (esgotado)
1/95 PINTO, C. G. — Competition in the health care sector and welfare. (2.50 €)
2/95 BARROS, P. P. — The black box of health care expenditure growth
determinants. (2.50 €)
3/95 GIRALDES, M. R.; RIBEIRO, A. C. C. — Desigualdades socioeconómicas
na mortalidade em Portugal, no período 1980/82-1990/92. (3.75 €)
4/95 PEREIRA, J. — Inequity in infant mortality in Portugal, 1971-1991. (2.50 €)
5/95 MATIAS, A. — O mercado de cuidados de saúde. (2.50 €)
6/95 BARROS, P. P. — Technology levels and efficiency in health care. (2.50 €)
1/96 CULYER, T. — The impact of health economics on public policy. (2.50 €)

46
2/96 MATEUS, C. — Vertical and horizontal equity in the finance of health care
services: A comparative study of user charges in Denmark, Portugal and
United Kingdom. (2.50 €)
3/96 CAMPOS, A. C. — Yellow light at the crossroads: wait for green or
cross on yellow. Uncertainties about the future of the Portuguese NHS.
(2.50 €)
1/97 NUNES, J. FERRAZ — Comparação de duas técnicas em histerectomia.
Uma análise de custo-consequência (3.75 €)
2/97 PEREIRA, J.; CAMPOS, A. C.; RAMOS, F.; SIMÕES, J.; REIS, V. —
Health care reform and cost containment in Portugal (3.75 €)
3/97 BARROS, P. PITA — Eficiência e modos de pagamento aos hospitais.
(3.75 €)
4/97 APES — Financiamento da saúde em Portugal. Resumo de um debate.
(2.50 €)
1/98 MOSSIALOS, E. — Regulação das despesas com medicamentos nos países
da União Europeia. (3.75 €)
2/98 DISMUKE, C. E.; SENA, V. — Hospital productivity and efficiency
measurement in the presence of undesirable output. (3.75 €)
1/99 CABRAL, J; BARRIGA, N. — Listas de espera hospitalares. Produtividade
dos profissionais e contexto. (3.75 €)
2/99 CABRAL, J; BARRIGA, N. — Economias de escala, eficiência e custos
nos hospitais distritais. Evidências empíricas. (3.75 €)
3/99 CARREIRA, C. M. G. — Economias de escala e de gama nos hospitais
públicos portugueses: uma aplicação da função de custo variável translog.
(3.75 €)
4/99 PEREIRA, J.; MATEUS, C.; AMARAL, M. J. — Custos da obesidade em
Portugal. (3.75 €)
1/2000 BARROS, P. P.; MARTINEZ-GIRALT, X. — Public and private provision
of health care. (3.75 €)
2/2000 LIMA, M.E. — A produção e a estrutura de custos dos hospitais públicos:
uma aplicação de um modelo translogarítmico. (3.75 €)
3/2000 MACHADO, M. P. — Dollars and performance: cost effectiveness of
substance abuse treatment in Maine. (3.75 €)
4/2000 LIMA, M. E. — The financing systems and the performance of portuguese
hospitals. (3.75 €)
1/2001 OLIVEIRA, M.; BEVAN, G. — Measuring geographic inequities in
the portuguese health care system: an estimation of hospital care needs.
(5 €)
2/2001 BARROS, P. P. — Procura de cuidados de saúde — os efeitos do estado de
saúde, tempo, co-pagamento e rendimento. (5 €)

47
1/2002 FERREIRA, L. N. — Utilidades, Qalys e medição da qualidade de vida.
(5 €)
2/2002 PEREIRA, J. (org.) — Centro de documentação da APES: publicações não
periódicas. (5 €)
1/2003 PINTO, C. G.; ARAGÃO, M. — Health care rationing in Portugal.
A retrospective analysis (5 €)
2/2003 FRANCO, F.; FORTUNA, M. — O método de fronteira estocástica na
medição da eficiência dos serviços hospitalares: uma revisão bibliográfica
(5 €)

Divulgação científica

PEREIRA, J.; MOURINHO, R. — Revistas de Economia da Saúde e Disciplinas


Afins. 1990-1995. Volume I. Setembro 1996 (5 €)
PEREIRA, J.; MOURINHO, R. — Revistas de Economia da Saúde e Disciplinas
Afins. 1990-1995. Volume II. Outubro 1996. (5 €)
PITA BARROS, P.; HARFOUCHE, A. — Revistas de Economia da Saúde e Disci-
plinas Afins. 1996-1997. Julho 1998. (5 €)

Edições especiais

PEREIRA, J.; PINTO, C. G. — Público e privado no sector da saúde: Um relatório


das VI Jornadas de Economia da Saúde, Valência, 1986. Relatório 1/87. (1.25 €)
(esgotado)
APES — Centro de Documentação da APES: Lista de livros e publicações periódi-
cas. Lisboa, 1993. (1.25 €)
APES — III Encontro da APES: Comunicações Apresentadas. Lisboa, 1993. (5 €)
(esgotado)
VAZ, A.; PINTO, C. G.; RAMOS, F.; PEREIRA, J. (coord.) As Reformas dos Siste-
mas de Saúde: Actas do IV Encontro de Economia da Saúde. Lisboa, 1996.
(10 €)
PESTANA, M. F. — A Procura de Saúde e de Cuidados de Saúde. Dissertação apre-
sentada para o grau de Mestre em Economia e Política Social. Instituto Superior
de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa, 1996. (3.75 €)
BARROS, P. P.; SIMÕES, J. (coord.) Livro de Homenagem a Augusto Mantas. Lis-
boa, 1999. (17.50 €)

48
COMO PODERÁ OBTER AS PUBLICAÇÕES DA APES?

As publicações da APES poderão ser obtidas no Serviço de Publicações da Escola


Nacional de Saúde Pública ou por correio, mediante o envio de cheque para:

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ECONOMIA DA SAÚDE


Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa
Avenida Padre Cruz
1600-560 Lisboa
Tel. 21 751 21 04/21 757 35 36
Fax. 21 757 35 36
email: apes@ensp.unl.pt

Os Documentos de Trabalho da APES são gratuitos para os sócios.

Os estatutos da APES prevêm duas categrias de sócios: individuais e colectivos (hos-


pitais, ARS’s, empresas, organismos centrais, etc.). Se desejar tornar-se sócio contacte
o Secretariado da Associação.

ÓRGÃOS SOCIAIS DA APES

DIRECÇÃO

Presidente: João Pereira


Vice-Presidente: Pedro Lopes Ferreira
Vogal: Mónica Oliveira
Vogal: Sofia Crisóstomo
Vogal: Ana Sofia Ferreira
Vogal: Victor Raposo
Tesoureiro: Céu Mateus

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente: Jorge Simões


Vice-Presidente: Carlos Gouveia Pinto
Secretário: Miguel Gouveia

CONSELHO FISCAL

Presidente: Pedro Pita Barros


Vice-Presidente: Artur Vaz
Relator: Suzete Gonçalves

49
A Associação Portuguesa de Economia da Saúde (APES) é uma
associação sem fins lucrativos aberta a todos os profissionais e ins-
tituições que se interessam pelas matérias e métodos aplicados no
domínio da Economia da Saúde. A Associação tem por objectivos:

• a promoção da Economia da Saúde através da divulgação técnica


e científica;
• o desenvolvimento da cooperação na matéria a nível internacio-
nal;
• a criação e manutenção de um centro de documentação;
• o desenvolvimento e organização de Conferências, Seminários e
Jornadas;
• a colaboração em estudos e projectos de análise económica apli-
cada à saúde.

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