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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 01 - O AVIVAMENTO ESPIRITUAL - 1º TRIMESTRE 2023
(2Cr 7.12-15; Ag 2.5-9)
INTRODUÇÃO
Nesta primeira lição de 2023, estudaremos sobre avivamento espiritual a partir das Escrituras. Definiremos o que é
avivamento, abordaremos sobre a necessidade de um verdadeiro avivamento, quais as atitudes para um verdadeiro
avivamento espiritual, e, por fim, estudaremos sobre os resultados do avivamento espiritual.

I – O QUE É AVIVAMENTO

1.1 Definição exegética do termo avivamento. A palavra avivamento deriva-se do verbo avivar, em hebraico “hayah” (Hc
3.2). Verbo que significa: “estar vivo, viver, manter vivo”; é usado várias vezes nas Escri-turas. É usado no Antigo
Testamento com o sentido de prosperar (Dt 8.1; 1Sm 10.24; Sl 22.26,27); ou para indicar que um objeto está a salvo (Gn
12.13; Nm 14.38; Js 6.17). O sentido é reviver em Ezequiel 37.5 e 1 Reis 17.22 ou curar em Josué 5.8 e 2 Reis 8.8.

1.2 Definição bíblica de avivamento espiritual. À luz das Escrituras, o despertamento espiritual faz alusão a mudança de
ânimo de uma pessoa quanto ao interesse acentuado pelas coisas de Deus (Cl 3.1), por viver uma vida pautada na vontade
do Senhor, ocorrendo uma verdadeira mudança interior, demonstrada pela vida prática (Rm 12.1,2; 2Co 5.17). Em relação à
igreja, esse avivamento é a restauração do primeiro amor dos cristãos, resultando no despertamento, arrependimento e na
busca incessante pela presença de Deus (Ap 2.4,5).

II – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL

2.1 Ausência de entusiasmo. A falta de entusiasmo aponta para a necessidade de um despertamento espiritual. Quando se
perde o prazer de se adorar a Deus (Ml 1.10-13), quando não há alegria em contribuir para a obra de Deus (Ag 1.1-6; 2Co
9.7), são sinais de um esfriamento na vida devocional, uma vez que a recomendação bíblica para o crente é que este seja
fervoroso: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

2.2 Ausência do lugar da adoração. No passado, alguns dos judeus haviam perdido o valor de se estar no templo,
apresentando-se muitas vezes apenas para cumprir um ritual (Ml 1.6-8), mas, sem a essência da verdadeira adoração (Os 6.6;
Sl 51.17), por esta e outras razões, Deus permitiu a destruição do templo de Jerusalém (Dn 1.2). No processo da restauração
espiritual, uma das primeiras ações de Deus para a nação, foi a reedificação da sua casa (Ed 1.2,3), resgatando no povo o
desejo pela casa do Senhor (Sl 42.2-4).

2.3 Ausência de moralidade. No período pós cativeiro. os que viviam em Jerusalém, além de estarem passando por inúmeras
privações (Ne 1.3); também viviam e uma cidade em total ruína (Ne 2.17). Não havia segurança pública visto que os muros
continuavam derrubados, e de igual modo, a justiça social estava comprometida bem como a vida espiritual (Ne 5.1-5; Is
1.1-6). A ruína da cidade ilustrava também a espiritualidade do povo, pois havia contraído casamento misto (Ed 9.1,2), como
também, tolerando pessoas desautorizadas em posições de importância religiosa (Ne 13.1-9). Daí a necessidade urgente de
um avivamento espiritual.

III – ATITUDES PARA O AVIAVAMENTO ESPIRITUAL

3.1 Priorizar a Palavra de Deus. No período do rei Josias, enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote
Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b).
O Registro Sagrado diz que o rei Josias: (a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs
22.8); (b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); (c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e (d) agiu por causa da
Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs
22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver avivamento espiritual sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).

3.2 Oração perseverante. Todos que buscaram a Deus em momentos de decadência espiritual, ou em grande tristeza, foram
por Ele atendidos, pois é compromisso do Senhor com o seu povo (2Cr 7.14). É através da oração que podemos superar toda
e qualquer crise. Foi isto que fez Abraão (Gn 20.17), Isaque (Gn 25.21), o rei Josafá (2Cr 20.5-12), Paulo e Silas (At 16.25)
e outros. O salmista Asafe disse: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50.15).

3.3. Temor. Era outra característica da igreja primitiva. É interessante observar que o texto diz: “E em toda a alma havia
temor...” (At 2.43a). Não era apenas em alguns cristãos, ou na maioria dos cristãos, e sim, “em toda a alma”. Nenhuma igreja
poderá ser avivada, se não houver temor ao Senhor.

3.4. Desprendimento dos bens materiais. Uma igreja avivada não se apega aos bens materiais. Por isso, a igreja primitiva
repartia seus bens com os necessitados, como uma prova de amor ao próximo e desprendimento dos bens terrenos (At 2.44,45;
Cl 3.1-3).

3.5. Perseverança em ir ao templo. O médico Lucas diz que aqueles cristãos “perseveravam todos os dias no templo...”
(At 2.46a). Isto nos ensina que uma igreja avivada reconhece a necessidade de estar na casa de Deus (Sl 122.1). É lamentável
que, nos dias atuais, muitos cristãos não perseveram em ir ao templo.

3.6. Louvor a Deus. Quando a igreja é avivada, Deus é louvado no seu templo (At 2.47). Não há lugar para show e muito
menos estrelismo. Uma igreja avivada ocupa-se com a genuína adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Jo 4.23,24).

IV – AVIVAMENTO DEMONSTRADO NO AT E NT
Ao contrário dos que defendem que o avivamento é apenas fruto de Atos 2, a Bíblia demonstra que tal avivamento
já era experimentado no AT e trazia muitos resultados, senão vejamos:

4.1 No Antigo Testamento. O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como:
reinado de Asa (2Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (2Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2Rs 18. 4-7); no reinado de Josias
(2Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de
crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:

• Obediência aos mandamentos divinos (2Rs 18.6; 2Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
• Retorno do culto ao Senhor (2Cr 15.8; 2Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
• Destruição dos ídolos (2Cr 15.8; 2Rs 18.4; 2Rs 23.4-20);
• Arrependimento, confissão e abandono do pecado (2Rs 22.11; Ne 9.1-3);
• Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (2Cr 15.11; 2Rs 11.11; 22.4-7);
• Prosperidade espiritual (2Rs 18.6; 23.25).

4.2 No Novo Testamento. As experiências vividas na Igreja Primitiva nos revelam a plenitude do que acontece quando a
igreja é avivada. Vejamos:
• Pregação do Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças (At 4.20,29; 5.29);
• Conversão de almas (At 2.14-42; 5.14; 8.12; 11.21);
• Batismo com o Espírito Santo (At 8.14-17; 10.44-46; 19.1-6);
• Milagres e maravilhas (At 3.6-9; 8.5-8; 9.32-42);
• Dedicação a obra missionária (At 1.8; 13.1-4);
• Ação social (At 6.1-3; 9.36).

V – RESULTADOS DO AVIVAMENTO ESPIRITUAL

• O genuíno avivamento produz uma mudança de vida (Rm 8.15-17; 11.1-2; 2Co 5.14-17);
• O genuíno avivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito (Pv 3.13; Cl 1.9; Tg 1.5);
• O genuíno avivamento produz frutos do Espírito Santo (G1 5.16-26; Ef 5.18);
• O genuíno avivamento abrange todo o ser do homem (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; 1Ts 5.23);
• O genuíno avivamento produz unidade cristã (1Co 12.4-7; At 4.32);
• O genuíno avivamento tem a oração como elemento fundamental (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
• O genuíno avivamento produz um autêntico quebrantamento (1Pd 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).

CONCLUSÃO
Concluímos que o avivamento espiritual é uma necessidade para os dias de hoje. Deus é o maior interessado que a
Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos
dons espirituais. Portanto, que neste trimestre não estudemos apenas sobre o tema, mas mergulhemos em uma experiência
mais profunda com Deus e sua Palavra.

REFERÊNCIAS
• RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD
• SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD
• SOARES, Esequias. O Ministério profético na Bíblia. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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