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Demografia

TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Demografia é uma vertente da ciência social que possui como base de estudo, a
população. Leva em conta o fator de crescimento ou diminuição populacional,
considerando pontos estatísticos como: natalidade, mortalidade, matrimónio, entre
outros. (Augustyn, 2016)

Nem sempre foi considerada uma ciência. Essa visão emerge a partir da segunda metade
do século XVIII. (Bäckström, 2007, p. 28)

Nazareth (2004), explicita:

Caracterizar, projetar e sistematizar o ordenamento espacial da população, analisar as


modificações nas estrituras familiares, identificar as consequências do envelhecimento
demográfico, as consequências do crescimento da população e da sua distribuição
espacial, avaliar o efeito da dinâmica populacional no ambiente são alguns, dos inúmeros
aspetos em que se pede à Demografia, uma resposta ou, no mínimo uma colaboração
(Nazareth, 2004, p. 11).

Tendo em conta a definição de Demografia e o objeto de estudo da mesma, pode-se aferir


que esta é importante para o aspeto social, pois contribuirá para a resolução de possíveis
questões ambientais. Visto que ao perceber-se o desequilíbrio populacional, o estudo
demográfico concederá bases para suprir as necessidades provenientes deste
desequilíbrio. Como por exemplo: com o aumento da população, automaticamente
aumenta-se o consumo de energia, da exploração de recursos naturais e da poluição.

É possível dizer que existem 4 teorias de pensamento dentro da Demografia. Sendo elas:
Malthusianismo, Neomalthusianismo, Antimalthusianismo e Transição Demográfica.

A Teoria Malthusiana originou-se com Thomas Malthus que era um observador dos
fenómenos populacionais. Malthus apercebeu-se do crescimento populacional e
estabeleceu um paralelo entre a multiplicação do homem e sua subsistência. Acreditava
que o governo não poderia mudar alguma coisa na natureza da espécie humana. Para ele,
a única solução ou remédio para a miséria seria a limitação do crescimento populacional
e a melhoria da produtividade na agricultura. O seu pensamento baseava-se em 3
fundamentos: população e subsistência (quando a população não é controlada, duplica a
cada 25 anos, crescendo geometricamente, enquanto os recursos crescem
aritmeticamente); obstáculos ao crescimento da população (positivos ou regressivos, que
são todos obstáculos que de algum modo diminui a vida humana, tais como: pobreza e
epidemias; e os preventivos que seria a diminuição da fecundidade, como os casamentos
tardios) e os remédios ( obrigação moral seria o único obstáculo que não danificaria a
felicidade material e moral).(Bäckström, 2007, p. 25,26)

Equiparavelmente surge o Neomalthusianismo e Antimalthusianismo.

A Teoria Neomalthusiana (1960 e1970) preocupa-se com o crescimento populacional nos


países subdesenvolvidos, pois este causa a miséria. Sendo assim, a solução seria o
controle dos nascimentos pelo Estado.

A Teoria Antimalthusiana, consiste na harmonização da população e do meio de


subsistência, melhorando o acesso a saúde, educação, moradia, entre outros. Pois, ao
contrário do neomalthusianismo, acreditava-se que a miséria causava o aumento
populacional.

A Teoria da Transição Demográfica tem sido escrita, rescrita, alterada e


desenvolvida a partir dos anos 40. Como cita Bäsckström(2007), “ a ideia central
da teoria da transição demográfica, que é a de provar a existência dos efeitos
das modernização nos comportamentos demográficos, parece estar mais do que
demonstrada pelos fatos” (Bäckström, 2007, p. 27).

Acredita-se que todas a regiões já passaram ou terão que passar pelas


seguintes fases:

- Quase-equilíbrio: onde a taxa de natalidade é alta e a de mortalidade


também, sendo assim, tem um aumento da população discreto.
- Declínio da mortalidade: a taxa de natalidade continua alta e a mortalidade
é reduzida, aumentando intensamente a população.
- Declínio da fecundidade: a taxa de mortalidade é baixa e a de natalidade
vai sendo reduzida, assim o crescimento populacional diminui a
intensidade.
- Quase equilíbrio: Tanto a taxa de natalidade como a taxa de mortalidade
são baixas, consequentemente, o crescimento populacional é quase nulo.
(Bäckström, 2007, p. 27)

Ao fazer uma breve análise sobre o crescimento populacional mundial, é possível dizer
que no geral estamos na 4ª fase da teoria da transição demográfica.

1ª fase: século IV a.C. até o século XVIII;


2ª fase: de 1800 a 1950;
3ª fase: 1950 a 1980;
4ª fase: 1980 até os dias de hoje.
(Silvester, 2019)

Gráfico analisando a transição demográfica mundial:

Fonte: World Population Growth, 2018

De acordo com o documento “Uma crónica sobre a nossa relação com o planeta” e o gráfico
acima é plausível destacar alguns pontos importantes:

• Nos anos de 1960 (1950 e 1980) ouve uma explosão demográfica, pois tinham-se muitos
filhos e ao mesmo tempo não haviam tantas mortes (surgimento de remédios e vacinas
para variadas doenças);
• Com o aumento da produção agrícola, aumentaram os pesticidas e fertilizantes
contaminando a terra, o ar, mares e lagos;
• A projeção futura prevê que a população mundial continuará a crescer, mas num ritmo
muito lento; em contrapartida, há países onde não se nota esse crescimento;
• Antigamente não se tinha uma preocupação ecológica e muito menos a educação sobre
esse assunto nas escolas, o importante era crescer e evoluir sem se preocupar com o meio
ambiente e os recursos naturais;
• Em 1972 na Conferência da Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, começou-se a
discutir os problemas ambientais e soluções, soluções essas que até hoje estamos a tentar
obtê-las;
• A evolução trouxe consigo o consumismo, o descartável e o imediato;
• No decorrer do tempo, houve várias convenções, tratados e leis ao redor do mundo para
amenizar os efeitos negativos com o meio ambiente, algumas medidas tiveram muito
sucesso e outras nem tanto;
• Aglomerações urbanas (urbanização) está a se tornar irrefreável no mundo;
• O consumo de energia, alimento (ex: carnes) e recursos naturais estão muito altos e
• Acredita-se ser possível que um dia os recursos se acabem. (Garcia, 2019).

Pode-se dizer que a explosão demográfica não é um acontecimento novo, mas apresenta algumas
particularidades novas, sendo elas: a divisão do mundo em dois segmentos (países desenvolvidos
e países em desenvolvimento); a unidade de contagem (antes era milhão, depois dezenas de
milhão e agora é milhar de milhão; unidade de tempo utilizada para a avaliação ( a contagem
passou de a ser feita de séculos para anos) e a capacidade de poder projetar dados e
tendências. (Nazareth, 2004, pp. 99,100)

Um dado importante a ter consideração é que hoje a informação chega praticamente a todos, e
mesmo se não chegasse é possível ver a degradação ambiental ao redor de cada indivíduo do
globo terrestre. Não é preciso esperar o governo tomar atitudes e formar leis a favor do meio
ambiente, todos têm sua parcela de culpa dentro dessa degradação e consumo de recursos. É
necessário agir, e esse agir pode começar individualmente; afinal se cada um fizer sua parte, o
impacto será relevante. Pois, a verdade é que o ser humano precisa desse meio-ambiente, com
oxigênio, água pura, alimentos saudáveis, entre outros.

Como Garcia (2019) cita: “Mais velhos ou mais novos, seremos mais sobre a Terra na mesma:
nove mil milhões em 2037, dez mil milhões em 2057 e quase onze mil milhões em 2100. Há pelo
menos meio século sabemos o que temos de fazer para que essa presença crescente não sufoque
a Terra. Mas por alguma razão, o caminho feito até agora não chega para as encomendas” (Garcia,
2019).

É preciso cuidar da natureza para que ela cuide do ser humano. Dado que só há uma sociedade,
se houver um ambiente para essa sociedade viver.

Bibliografia

Augustyn, A. (2016). Demografia. In Encyclopædia Britannica. Retrieved from


https://www.britannica.com/topic/demography

Bäckström, B. (2007). Demografia. Lisboa.

Garcia, R. (2019, November 18). Uma crónica sobre a nossa relação com o planeta.
Retrieved from https://fronteirasxxi.pt/infografiaestadodoplaneta/

Nazareth, M. (2004). Demografia A ciência da população (2a edição). Lisboa: Editorial


Presença.

Silvester. (2019). População - Transição e Teorias Demográficas - Malthusiana,


Neomalthusiana e Reformista. Retrieved from https://www.youtube.com/watch?v=acU-
dfwALgk

Max Roser and Esteban Ortiz-Ospina (2018) – “World Population Growth”. Published
online at OurWorldInData.org

https://ourworldindata.org/world-population-growth

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