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Organizadores:
1ª Edição
Araruama, RJ
2018
Coordenador do Evento
Prof. MSc. Douglas Vieira Barboza (FAP)
Comissão Organizadora
Prof. Dr. Ricardo Luiz Fernandes Bella (UFF)
Prof. MSc. Héctor Napoleão Cozendey da Silva (Unilagos)
Profa. Dra. Aline Mansur Almeida (Unilagos)
Prof. MSc. Nicholas Van-Erven Ludolf (UFF)
Prof. MSc. Leonardo Pimentel Bezerra (UFF)
Prof. Esp. Gioliano Barbosa Bertoni (Unilagos)
Comitê Científico
Prof. Douglas Vieira Barboza – Doutorando em Sistemas de Gestão Sustentáveis
Prof. Ricardo Luiz Fernandes Bella – Doutor em Engenharia de Produção
Prof. Héctor Napoleão Cozendey da Silva – Doutorando em Sistemas de Gestão Sustentáveis
Profa. Aline Mansur Almeida – Doutora em Geoquímica
Prof. Nicholas Van-Erven Ludolf – Doutorando em Sistemas de Gestão Sustentáveis
Prof. Leonardo Pimentel Bezerra – Mestre em Engenharia de Produção
Prof. Gioliano Barbosa Bertoni – Mestrando em Engenharia de Produção e Sistemas
Prof. Carlos Renato Bussinger Guerra – Doutorando em Economia
Correspondência
Rua Mal. Castelo Branco, s/n – Rio do Limão, Araruama – RJ, 28970-000
E-mail: wompproducao@gmail.com
Periodicidade
Anual
3 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
Apresentação:
Esperamos que todos tenham apreciado o evento e lhes aguardamos para o III
Workshop em Materiais e Processos de Produção.
Cíntia Helena Moura da Cunha1*, Elisa Barbosa Marra2, Camila Rocha de Oliveira Fontoura3,
Wilson Ricardo Chimatti4, Cristiane de Souza Siqueira Pereira5
1235
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
4
Mestrado Profissional em Ciências Ambientais da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil,
*cintiamouraa96@gmail.com
INTRODUÇÃO
O Brasil é o 3º maior produtor de frutas tropicais “in natura” no mundo. Uma pequena parcela
dessa produção de frutas é destinada ao processo de frutas cristalizadas, onde o fato de outros
produtos preparados como doces em massa, geléias e polpas possuírem um processamento
mais simples, rápido e um mercado consumidor mais atrativo, fazem com que as indústrias
optem por esses produtos e não por frutas cristalizadas (KITZBERGER et al., 1999). Em
2004, o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) estimou em 350 milhões de litros a
O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma das fruteiras mais comuns em quase todos os países da
América Tropical, sendo descoberto pelos espanhóis na região compreendida entre o sul do
México e o norte da Nicarágua. Após a descoberta, o mamoeiro foi amplamente distribuído
em várias regiões tropicais, estendendo-se a norte e sul do país, com possível introdução no
Brasil em 1587. É considerada como uma das fruteiras mais cultivadas e consumidas nas
regiões tropicais e subtropicais do mundo. Seus frutos, conhecidos como mamão ou papaya,
são excelentes fontes de cálcio, pró-vitamina A e vitamina C (ácido ascórbico), por isso são
amplamente utilizados em dietas alimentares (SERRANO, 2010).
O mamão é uma baga de forma variável de acordo com o tipo de flor, podendo ser
arredondado, oblongo, alongada, cilíndrico e piriforme. A casca é fina e lisa, de coloração
amarelo-clara a alaranjada, protegendo uma polpa com 2,5 cm a 5 cm de espessura e de
10 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
coloração que pode variar de amarela a avermelhada. O fruto pode atingir até 50 cm de
comprimento e pesar desde gramas até 10 quilos. As sementes são pequenas, redondas,
rugosas e recobertas por uma camada mucilaginosa, apresentando coloração diferente para
cada variedade (DANTAS, NETO 2012).
No seu processamento ou até mesmo em seu consumo in natura, em torno de 50% da matéria-
prima é descartada, consistindo em casca e sementes. Deste descarte, entre 15 a 20% do seu
peso é composto pelas sementes. Portanto, o objetivo desse trabalho foi a caracterização do
resíduo de mamão gerados por uma indústria processadora de frutas cristalizadas visando seu
reaproveitamento, parcial ou total, reduzindo impactos ambientais e agregando valor
nutricional ao produto final que possui baixo custo de comercialização.
MATERIAIS E MÉTODOS
Inicialmente foi realizada uma pesquisa pelos alunos da Universidade de Vassouras, sobre
como reaproveitar esses resíduos. Em seguida pesquisou-se por legislações que permitissem a
reutilização desses rejeitos, para então caracterizá-lo.
A legislação utilizada para caracterização do resíduo foi a Instrução Normativa n.º 12, de 30
de novembro de 2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que
estabelece parâmetros máximos e mínimos necessários para a composição de ração animal,
para cães e gatos, apresentados na tabela 1.
Fonte: Os autores.
O fluxograma pode ser explicado conforme Figura 1, bem como a Figura 2 ilustra o resíduo
de mamão após processamento.
Lavagem e
acondicionament
fatiamento
o da fruta em um
Colheita (partes pequenas
tanque de
para
salmoura (48h)
comercialização
Lavagem e Cubetagem
encestamento (acondicionamen Lavagem
dos cubos to em salmoura)
Concentração da
fruta; Maturação; Embalagem e
Cozimento
comercialização
Resfriamento
Fonte: Os autores
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados fornecidos pela empresa e pelo acompanhamento do processo notou-se
que a cada 100kg de mamão, 50kg são de polpa, os outros 50kg são compostos por casca e
semente, onde respectivamente são 40kg de casca e 10kg de semente. A fábrica, processa
aproximadamente 5.000 toneladas de mamão in natura, levando em consideração uma perda
de resíduo de 15%, podendo considerar que 750.000kg de biomassa são geradas por ano.
Tabela 2.
Parâmetros
Acidez em
Polpa Acidez em
solução Valor energético Carboidratos
pH ácido cítrico
normal (Kcal/100g) (g/100g)
(g/100g)
(g/100g)
Tabela 3.
Parâmetros
Polpa Gordura Total
Proteínas (g/100g) Umidade (g/100g) Cinzas (g/100g)
(g/100g)
Fonte – Própria
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J., Filho, J. R. F. Mandioca: uma boa alternativa para alimentação animal. Bahia
agrícola setembro de 2005, p. 50,51.
HARDISON, A. et al. Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island
of Tenerife. Food Chemistry, v. 73, p. 153-161, 2001.
RODRIGUEZ, Guillermo, et al., Olive stone an attractive source of bioactive and valuable
compounds, Food Biotechnology Departament, Instituto de la Grasa (CSIC), Avda.
PadreGarc_ia Tejero 4, Apartado 1078, 41012 Sevilla, Spain, 2007.
Abstract: The papaya residue is a by-product of great energetic value, being able to substitute the
grains in animal feed. In this context, the present work aimed to characterize the papaya residue
generated by a processing industry of crystallized fruits, aiming at its partial or total reuse, reducing
environmental impacts and adding nutritional value to the final product that has a low marketing cost.
In the first stage of the study, the monthly and annual productivity of orange pulp residues and pulp
and papaya seeds were surveyed. The by-products were characterized according to the physico-
chemical parameters following the methodology proposed in the Food Industry Guidance Manual
(Portaria 03/2009 of the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply), Adolfo Lutz Institute
Analytical Standards (Physical-chemical methods for food analysis) and AOAC Official Methods of
Analysis. The analyzes were performed in an accredited laboratory. According to the preliminary
results obtained, the byproducts of papaya present high energy value and may become a viable
alternative for complementation and / or supplementation of animal feed, besides contributing
positively to the reduction of environmental pollution.
Silvia Regina da Fonseca Gonçalves Pires1*; Ricardo Moura dos Santos Marques2; Adriana
Bravo Figueiredo3 & Cecília Batista da Silva Lima4
134
Departamento de Educação da Faculdade União Araruama de Ensino (FAC-UNILAGOS), RJ, Brasil.
2
Pesquisador do Colégio Pedro II (MPPEB), RJ, Brasil.
*silviareginapires@hotmail.com
INTRODUÇÃO
As ações educativas desenvolvidas no âmbito hospitalar são reconhecidas e asseguradas pela
legislação brasileira como direito de todas as crianças e adolescentes. Dentre as bases legais
ligadas à referida questão, destacam-se as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial no
Brasil (BRASIL, 2001) e o documento Classe Hospitalar e atendimento pedagógico
domiciliar (BRASIL, 2002) que recomendam o atendimento pedagógico para crianças que se
encontram hospitalizadas ou em regime domiciliar, impedidas de frequentar a escola regular
(BRASIL, 2002).
(...) o professor precisa estar preparado para lidar com as referências subjetivas do aluno, e
deve ter destreza e discernimento para atuar com planos e programas abertos, móveis,
mutuantes, constantemente reorientados pela situação especial e individual de cada criança,
ou seja, o aluno da escola hospitalar (FONSECA, 2003 p. 26).
Para um eficaz trabalho com o hospitalizado é necessário, no entanto, conhecer variáveis que
expliquem desde os motivos da internação até as interferências que esta causa em diversos
planos da vida daquele. Essa necessidade amplia a rede de relações entre Educação e Saúde
dentro do hospital, deixando as duas disciplinas diluírem as vezes de antagonistas e tornarem-
se sinergéticas, buscando o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos: fisiológico,
cognitivo, psicológico, afetivo e social. Sendo assim, a formação de uma equipe
multidisciplinar com os profissionais da área da Educação e da Saúde, expressa a importância
do pensar o enfermo (aluno/paciente) com todas as suas necessidades específicas e não
somente na necessidade de recomposição do organismo doente. (MATOS e TORRES, apud.
Lucon, 2011)
Entende-se por relações multidisciplinares os contatos éticos entre vários saberes nos intentos
de se conhecer ou intervir sobre determinado objeto (NICOLESCU et al., 2000). No caso
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desta pesquisa, a interação entre as diferentes especialidades profissionais do espaço
hospitalar para alcançar a desejada produção de materiais didáticos que visam a aprendizagem
e a recuperação do aluno/paciente.
Sobre isso, reitera-se a possibilidade dada às ações multidisciplinares nas Classes hospitalares
para o “se fazer conhecer”. Uma vez conhecida a modalidade e reconhecido o seu papel no
ambiente hospitalar, demais áreas envolvem-se em processo colaborativo e produtivos,
voltado a objetivos comuns.
METODOLOGIA
Este texto parte das análises do grupo de estudo Ações Humanizadas a Nível Hospitalar:
Educação, Saúde e Meio Ambiente, da Faculdade União Araruama de Ensino (FAC-
UNILAGOS) formado por professores e alunos pesquisadores dos cursos de Licenciatura em
Pedagogia, que realizaram um levantamento bibliográfico, e seguindo um referencial teórico,
buscou se um plano de ação utilizando a ferramenta 5w2h, levando se em consideração o
trabalho multidisciplinar, para nortear a produção de materiais didáticos que auxiliem na
aprendizagem e na recuperação da saúde do aluno/paciente.
A ferramenta 5w2h foi utilizada neste trabalho, pois segundo Behr et al. (2008, p. 39), esta
ferramenta é uma maneira de estruturar o pensamento de uma forma bem organizada e
materializada antes de se implantar alguma ação. O termo 5w2h, recebe esse nome pois
requer respostas para sete perguntas, a saber, O que? (What), Por que? (Why), Quem? (Who),
Onde? (Where), Quando? (When), Como? (How), Quanto? (How much), sobre o plano de
ação a ser desenvolvido.
Sobre esses,
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do presente estudo, observa se que por ser tão polivalente, é necessário, sim, que a
formação do Pedagogo ocorra sobre sólidas bases acadêmicas, em estudos que levem ao
conhecimento e à reflexão sobre as ações profissionais. No entanto, são as relações
multidisciplinares em serviço que ampliam as competências do pedagogo hospitalar, inserindo
as suas fazer à equipe de saúde; contribuindo na sua capacidade na produção de materiais
didáticos utilizados para o aprendizado e a recuperação do aluno/paciente.
Tabela 1 – Composição dos 5w2h na produção de material didático para ambiente hospitalar
sob os aspectos da multidisciplinaridade
No dia a dia da elaboração do material didático para ambiente hospitalar perceber mais
claramente que muitas questões ocorrem simultaneamente e outras dependem fortemente das
decisões tomadas em algumas circunstâncias específicas. Mesmo tentando expor aqui tudo o
que envolve a elaboração de um material didático hospitalar, é impossível dar conta de todas
as possibilidades existentes. O imprevisto é um fator que deve ser levado em conta e que
modifica a elaboração de qualquer que seja o material. Tais questões devem ser estudadas e
constantemente questionadas, a fim de que se possam perceber novas demandas referentes à
22 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
elaboração desse tipo de material. Visto que, nos objetivos particulares da aprendizagem nas
relações com o espaço escolar, o Pedagogo Hospitalar mantém o link entre o hospitalizado e
sua rotina de “mundo e escola”, deixando o tempo até a alta médica sincronizado ao tempo
corrido na escola, facilitando o retorno a esta. Conforme documento elaborado pelo
Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial,
CONCLUSÕES
A partir das análises dessa pesquisa, é evidente a importância do trabalho do pedagogo nesse
ambiente não escolar, bem como a prática neste contexto é válida para o seu aperfeiçoamento
como profissional. Sem embargo, é essencial a divulgação do trabalho do Pedagogo
Hospitalar e necessárias ações que estabeleçam relações multidisciplinares entre profissionais
de Saúde e profissionais da Educação.
REFERÊNCIAS
BEHR, A. et al. Gestão da biblioteca escolar: metodologias, enfoques e aplicação de
ferramentas de gestão e serviços de biblioteca, Ci. Inf., Brasília, vol 37 nº 2 ago 2008.
24 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
BRASIL. MEC. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e
orientações. Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC; SEESP, 2002.
CARVALHO, M. O. do V. As contribuições da Classe Hospitalar no processo de
escolarização do aluno/paciente. 2009. 53 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia,
Departamento de Educação, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2009. Disponível
em: <http://www.uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-MICHELE-OLIVEIRA-
DO-VALE-CARVALHO.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.
FONSECA, E. S. da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon,
2003.
LIZASOÁIN, O. Pedagogía hospitalaria. Guía para la atención psicoeducativa del alumno
enfermo. Madrid: Editorial Síntesis, 2016.
MATTOS, E. L. M e TORRES, P. L. Teorias e Práticas na pedagogia hospitalar: novos
cenários, novos desafios. 2º Edição, Curitiba, Editora Chanpagnat., 2012.
MATTOS, E. L. M. e MUGIATTI (Orgs.). Escolarização Hospitalar. 2º. Edição, Rio de
Janeiro: Petrópolis, Editora Vozes, 2010.
MATTOS, E. L. M. e MUGIATTI, M. M. T. de F. Pedagogia Hospitalar: a humanização
integrando educação e saúde. 6º. Edição, Rio de Janeiro: Petrópolis, Editora Vozes, 2012.
NICOLESCU, B. Et al (Orgs.). Educação e Transdisciplinaridade. Tradução de VERO, J.;
MELLO, M. F. de; SOMMERMAN, A.. Brasília: UNESCO, 2000 (Edições UNESCO).
RODRIGUES, J. M. C. Classes hospitalares: o espaço pedagógico nas unidades de saúde.
Rio de Janeiro, Editora Wak, 2012.
VIEGAS, D. (Orgs.). Brinquedoteca hospitalar: isto é humanização. 2. ed. Rio de Janeiro:
Wak . 2008.
Abstract: This work has as objective to characterize the importance of multidisciplinarity in the
production of didactic materials that meet the demands of the schooling process in the hospital
environment, aiming at the well-being of the sick child; another objective is to clarify the work of the
Pedagogue in the hospital environment, as well as the knowledge necessary for the development of its
activities in an association between education and health. To do so, a bibliographic survey of the main
authors involved in the topic was carried out, and from the group discussions, it sought to highlight
the most relevant aspects, using as a tool the 5w2h, since its comprehension and ease of use, to guide
the discussion about the production of didactic materials that help achieve the goals of learning with
all the care of the patients' health. The notes set forth in this text are based on studies developed with
students of the Pedagogy course of the FAC-UNILAGOS where debates and strategies such as 5w2h
are intertwined, contributing to the formation of professionals with a breadth of work with
multidisciplinary teams.
Allana Kedry de Matos Mattos1*; Gabriel Pacheco Casemiro2; Maximilliano dos Santos Alves3;
Douglas Vieira Barboza4 & Marcelo Jasmim Meiriño5
1
Departamento de Engenharia Agrícola e Meio Ambiente, UFF – Niterói
23
Departamento de Engenharia e Gestão, Unilagos – Araruama
45
Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente, UFF – Niterói.
*allanakedry@id.uff.br
Resumo: É sabido que a rede pública de saúde costuma não atender as demandas da população com a
qualidade requerida e este pode ser um dos motivos para a proliferação das operadoras de planos de
saúde particulares. Tais operadoras acabam demandando um grande número de profissionais e embora
atue no mercado de saúde, alguns setores de certas unidades podem não ter a atenção requerida em
termos de saúde do trabalhador. Assim este estudo se preocupa em avaliar a carga de trabalho de
operadores que realizam as atividades de tecnologia da informação e marketing em uma organização
deste tipo, para isso foi realizada uma coleta de dados e posterior aplicação do método semiestruturado
para avaliação de fatores humanos, NASA-TLX. É evidenciado nos resultados que o maior fator na
carga de trabalho é a demanda temporal, onde o indivíduo se sente pressionado para que uma tarefa no
menor prazo possível e/ou faça mais tarefas em menos tempo.
INTRODUÇÃO
Os primeiros estudos e experiências de Carga Mental de trabalho ocorreram na década de 70,
na tendência norte-americana, com Moray (1988) como um ponto de essencial importância no
que concerne a análise de aspectos cognitivos e psíquicos do trabalho, sendo sua medição
enriquecida por instrumentos que possibilitam a análise ergonômica do trabalho perante seu
dimensionamento e estudo detalhado dos seus componentes.
Existem inúmeros conceitos para carga de trabalho e assim, diversos autores da ergonomia
apresentam definições para tal e mais especificamente para carga mental de trabalho. A
exemplo citamos um conceito de Moray (1988):
À frente das diversidades de reação do indivíduo em determinada situação, será conforme ele
lida com tal situação ou atividade e como ocorre à organização do trabalho, isso faz com que
os mecanismos de processos psíquicos sejam utilizados acrescentando os esforços mentais e
podendo encaminhá-lo à uma desestruturação psíquica ou à satisfação no trabalho.
As cargas de trabalho podem ser influenciadas pela relação do homem com a organização do
trabalho de maneira a alterar sua saúde mental ou condições psíquicas, porém principalmente
nos casos de organizações “nocivas à saúde”, a colisão deste problema na saúde mental do
indivíduo é mais comum e normalmente estes casos não devem ser menosprezados, tendo em
conta a importância na preservação da característica de saúde que o trabalho pode e deve
promover ao trabalhador (DEJOUR, 1980). Por conseguinte, as políticas e os procedimentos e
a organização do trabalho de uma empresa criam uma suscetibilidade para o desenvolvimento
doenças, visto que no contexto de uma organização no qual o trabalhador é inserido, poderá
27 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
interferir na motivação, na atitude, no comportamento, na satisfação e, consequentemente, na
saúde do trabalhador.
Uma outra questão que merece ser evidenciado é que, os componentes da carga de mental de
trabalho, os opostos da carga física de trabalho são complicados para uma conceituação,
avaliados e terem uma avaliação posterior. Nesta situação determina-se a razão pela qual,
inúmeras vezes, é abdicado o processo de análise da carga mental de trabalho (MANUAL DO
NASA - TLX, 1987).
De acordo com Barboza, Boêta e Silva-Júnior (2016), boa parte dos trabalhos que buscam
analisar a carga de trabalho são focados nos casos da indústria, logo é importante avaliar as
solicitações aos trabalhadores de outros setores, logo é justificado avaliar aqui a Carga com
fatores específicos de situação de trabalho no setor de serviços, levando em consideração a
situação de trabalho, a inter-relação entre o indivíduo e as inúmeras variáveis que intervém na
sua relação com a atividade desenvolvida.
Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a aplicação de um dos métodos mais
reconhecidos, o NASA-TLX em uma situação laboral de prestação de serviços, buscando
avaliar sobretudo a carga cognitiva imputada à operadores de tecnologia da informação e
marketing.
REVISÃO DE LITERATURA
Desenvolvido por Hart e Stevland (1988), o NASA TLX (Índice Carga Tarefa) é um
mecanismo de taxa multidimensional que evidencia uma pontuação universal da Carga de
Trabalho em que baseia-se em uma média poderada de avalições em seis subescalas:
Exigência (Demanda) Mental, Exigência (Demanda) Física, Exigência (Demanda) Temporal,
o Desempenho (Performance) Próprio – percebam-se como Esforço, Frustação e Níveis de
Realização (Santos-Júnior, 2010).
Esta ferramenta alcançou bastante sucesso nos EUA e foi utilizado junto a pilotos da
NASA/USAF, e obtido pelo PSITRAB (Laboratório de Psicologia do trabalho e Ergonomia
da UFSC) (CORRÊA, 2003; BAUMER, 2003, p.3).
Anteriormente, em uma versão mais clássica da escala , tinha nove subescalas ou dimensões,
e esta objetivava a redução da variabilidade da taxa para uma dada carga de trabalho à partida,
definindo os indivíduos para aferir e calcular as subescalas de avaliação. Com grande êxito
Segundo Baumer (2003,p .10), torna claro que realizou consultas à base de dados
internacionais e o NASA – TLX apresentou-se entre os vários outros métodos quantitativos,
ser “dentre todos os instrumentos, o que teve maior valor agregado em relação ao baixo custo
de aplicação e capacidade de respostas incintestáveis a seus resultados.
De acordo com Baumer (2003), a ferramenta NASA-TLX concede uma maneira de pontuação
universal da carga de trabalho segundo a média ponderada da avaliação das demandas
descritas a seguir: Exigência Mental, Física, Temporal, Performance, Nível de Esforço total e
Nível de Frustração.
2. Demanda Física: Quantidade de atividade física que requer a tarefa (pulsar, empurrar,
girar, deslizar etc.).
29 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
3. Demanda Temporal: Nível de pressão temporal sentida. Razão entre o tempo
requerido e disponível.
4. Rendimento: Até que ponto o indivíduo se sente insatisfeito com seu nível de
rendimento.
5. Esforço: Grau de esforço mental e físico que o sujeito tem que realizar para obter seu
nível de rendimento.
6. Nível de Frustração: Até que ponto o sujeito se sente inseguro, estressado, irritado,
descontente etc, durante a realização da tarefa.
MATERIAL E MÉTODOS
O desenvolvimento deste trabalho se deu através de uma pesquisa exploratória e aplicada
através de um estudo de caso, abordando o problema de forma quali e quantitativa por meio
de questionários estruturados e observações.
As fonte de cargas (Pesos) estão ligadas à primeira parte do método, isto é, a apuração de
quanto cada dimensão colaborou para a carga de trabalho em uma tarefa específica. Estes são
responsáveis por duas fontes potenciais entre a variabilidade das taxas: diferenças das
definições de cargas de trabalho das taxas dentro da tarefa, e a distinção das fontes de cargas
de trabalho nas tarefas. Os pesos estão ligados a uma informação de análise sobre a natureza
da carga de trabalho imposta na tarefa.
Dentre as 6 escalas ou dimensões, existem 15 pares possíveis de comparações, cada par está
representado num cartão. O sujeito circula o membro do par no cartão que mais contribui para
a sua carga de trabalho na tarefa. Podem ser selecionados 0 vezes (sem relevância) ou 5 (mais
importante do que algum outro fator).
Diferentes combinações de pesos é obtida para cada tarefa, e uma mesma combinação de
pesos pode ser usada em diferentes versões da mesma tarefa se as contribuições ou se os 6
fatores para a carga de trabalho forem razoavelmente similares.
A segunda ação é a obtenção de uma taxa numérica para cada escala que aponta a relevância
daquele fator em uma determinada tarefa. Os sujeitos respondem marcando cada escala na
posição desejada, e em situações operacionais é mais simples taxar em folhas ou respostas
verbais, porém uma versão computadorizada (disponível no centro de pesquisa do NASA
Ames) é mais eficaz em situações de laboratório. Estas avaliações podem ser obtidas durante
toda a tarefa ou em frações dela.
O NASA-TLX aborda seis sub escalas ou dimensões, onde três delas referem-se à aspectos ou
exigências impostas pelo sujeito (mental, física e temporal) e outras três referem-se com a
interação do sujeito e tarefa (esforço, frustração e realização). Os seis elementos da escala
concebem as admissíveis fontes de carga de trabalho: Demanda Mental, Demanda Física,
Demanda Temporal, Desempenho, Esforço, Nível de Frustração
Em Esforço é avaliado o grau de esforço mental e físico que o indivíduo terá que realizar para
a obtenção de um determinado nível de rendimento. As atividades de trabalho circundam
aspectos que se interagem e correspondem em tal grau com a carga física (consequência do
esforço muscular), como também à carga cognitiva (consequência do esforço mental) que
geram fadiga e diminuição do rendimento do indivíduo (WISNER, 1994).
Frustação é a avaliação de quanto sofrimento você adquiri na realização das metas da sua
tarefa.Seria o quanto você se sente inseguro, irritado, desencorajado, com desconforto ou
estressado, em contrapartida, ao quanto se sente contente , tranquilo, seguro, quando está
realizando sua tarefa. Aquele indica o Limite Baixa e este Limite Alto na escala. É também
um dos principais fatores que inibem a realização no trabalho. Objetivando indicar as
conexões dos processos cognitivos em frente às situações na resolução de problemas, a
ergonomia cognitiva aponta ajustar soluções tecnológicas às necessidades dos usuários
(ABRAHÃO; SILVINO; SARMET, 2005).
Assim o procedimento foi realizado em 3 fases: a primeira são perguntas relevantes a vida
social do questionado; a segunda confere a seriedade subjetiva de cada fator por meio do
procedimento da comparação aos pares, que fornece os pesos de importância de cada um; e o
terceiro, é obtido o grau de intensidade de cada fator em uma escala contínua, em
concordância com a percepção de respondente, obtendo-se assim, um índice de carga
separado para cada componente. A soma dos índices de todos os fatores representa, então, o
33 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
índice global de carga exercida por cada funcionário, onde ao final da avaliação de cada um
foi somado e feito a media entre eles. Foram utilizadas informações do quadro 1 proposto por
Hart & Staveland (1988) para facilitar a comunicação com os participantes da pesquisa e
possibilitar que estes pudessem responder com maior precisão às dimensões avaliadas:
Previamente a análise da carga laboral, foram coletados dados pessoais para melhor
caracterizar os trabalhadores da tarefa abordada, onde se pode identificar que 75% dos
trabalhadores são do sexo masculino, 50% possuem nível educacional superior completo e
50% incompleto, 67,5% apresentaram doenças que requereram o uso de medicamento
diariamente, nenhum colaborador é fumante, apenas 25% pratica atividades físicas, embora
50% declarem ter hobbies e 37,5% já identificaram Lesões por Esforço Repetitivo e/ou
Distúrbios osteomusculares realacionados ao trabalho, sendo citadas dores nos pulsos, na
coluna lombar e do nervo ciático. Tais dados podem ser observados na tabela 1.
Fonte – Os autores
Posteriormente foi realizada uma média para se comparar como cada fator afeta globalmente a
população entrevistada, sendo possível identificar qual tem maior relevância na carga de
trabalho destes colaboradores, assim foi notado que o destaque se dá a demanda temporal,
com a que os trabalhadores julgam atuar em jornadas de trabalho demasiadamente extensas e
que em associação a carga mental podem levar ao estresse. O gráfico que demonstra a
comparação entre as demandas pode ser observado na Figura 2.
Fonte – Os autores
A demanda temporal elevada pode se dar ao fato de, conforme relatado, os operadores terem
que lidar com diversos clientes durante o dia, interna e externamente, restando a sensação de
que não conseguiram realizar todas as tarefas dentro de sua jornada de trabalho e muitas vezes
realmente as estendendo, pois várias tarefas de outras áreas da operadora dependem de um
suporte rápido, assertivo e que não pode ficar indisponível para que suas atividades sejam
efetivadas com sucesso.
CONCLUSÃO
Visto que este trabalho teve como objetivo geral aplicar a metodologia NASA-TLX sobre
operadores de tecnologia da informação e marketing de uma operadora de serviços de saúde
na região dos lagos visando avaliar ergonomicamente a carga de trabalho e consequentemente
colaborar para a literatura sobre a ergonomia no setor de serviços, podemos dizer que o
objetivo foi alcançado ao passo que foi realizada revisão de literatura apropriada, foram
colhidas informações através de entrevistas semiestruturadas e os dados foram analisados e
tratados.
É importante ressaltar que o trabalho se torna relevante ao passo que as novas tecnologias
tomam conta de indústrias e o setor de serviços cresce empregando a cada dia mais pessoas,
sendo recomendação para pesquisas futuras que sejam realizados mais estudos sobre a
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Tânia Maria de, PINHO, Paloma de Souza e ALMEIDA, Maura Maria Guimarães
de. Prevalência de transtornos mentais comuns em mulheres e sua relação com as
características sociodemográficas e o trabalho doméstico. Revista Brasileira de Saúde
Materno-Infantil, v.5, n. 3, p.337-348, jul./set. 2005.
Abstract: It is known that the public health network does not meet the demands of the population with
the required quality and this may be one of the reasons for the proliferation of private health plan
operators. Such operators end up demanding a large number of professionals and although it operates
in the health market, some sectors of certain units may not have the required attention in terms of
worker health. Thus, this study is concerned with evaluating the workload of operators that carry out
information technology and marketing activities in an organization of this type, for this purpose a data
collection and subsequent application of the semistructured method for the evaluation of human
factors, NASA-TLX. It is evidenced in the results that the greatest factor in the workload is the
temporal demand, where the individual feels pressured to have a task in the shortest possible time and
/ or do more tasks in less time.
Bruna de Oliveira Santos Pinto1*; João Batista Lopes Coelho-Júnior2; Teresa Cristina Othenio
Cordeiro Carreteiro3
1
Departamento de Engenharia e Gestão da Faculdade União Araruama de Ensino, Rua Baster Pilar, 521, Parque
Hotel, Araruama, RJ.
2 Departamento de Ciências da Fundação Educacional da Região dos Lagos – Ferlagos, Av. Júlia Kubitschek -
Jardim Flamboyant, Cabo Frio, RJ.
3 Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense, Rua Prof. Marcos Waldemar
de Freitas Reis, s/n, Bloco N, Sala 413, Gragoatá, Niterói, RJ
* brunaopinto@gmail.com
INTRODUÇÃO
As modalidades do trabalho e suas formas, as expectativas que lhe são atribuídas têm
contribuído para que seu sentido se modifique ao longo da história. Na Grécia antiga, o
trabalho era designado aos escravos, já que aos que eram considerados cidadãos cabiam
exercitar a razão e o pensamento na vida da polis (Méda, 1996). O lugar compelido ao
trabalho era de sofrimento, e é posto através do próprio significado da palavra, que tem sua
origem do termo romano tripalium, ou seja, instrumento de tortura (Lhuilier, 2006).
O sentido do termo se modifica, e o seu lugar nas relações sociais também. Surge a produção
artesanal e a produção do lucro, e no século XVIII, o trabalho passa a “enobrecer o homem”
(Gondar, 1990). Começa a ganhar contornos de “integrador” (Barel, 1985) a partir da
Revolução Industrial, onde passa a ser considerado como um importante definidor da
significação social dos indivíduos, tornando-se o princípio que organiza a vida das pessoas,
que as integra na coletividade e mantém a sociedade unida:
A aposentadoria passa por um processo semelhante. Se antes tinha regras mais consistentes
em relação a esta, hoje a instabilidade vivida no mundo de trabalho tem, consequentemente,
repercussão neste processo. Alguns acreditam que nunca conseguirão obtê-la, já que contínuas
mudanças de regras de tempos em tempos postergam a saída do cenário do trabalho. Outros
acreditam que não podem viver do valor mensal recebido e elaboram estratégias para
complementar a renda; há ainda aqueles que não querem sair da cena laboral (Felix, 2016).
Planejar como se dará a saída do cenário laboral, logo, está cada mais difícil. A flexibilidade
vivida no campo de trabalho parece se impor no projeto de aposentadoria, fazendo com que as
pessoas se sintam inseguras de retirar-se totalmente do campo de trabalho para se aposentar, e
não ter não só as mesmas condições de vida, como também não se verem reconhecidas
socialmente. É comum a construção de projetos mistos, com pessoas apostando na
previdência pública, como também na previdência privada e em outras fontes de renda, como
em pequenos negócios.
Outro aspecto importante é pensar como a dinâmica populacional poderá refletir nas relações
de trabalho futuras e até mesmo, na organização dos processos de produção. Dados do IBGE
(2018) apontam para um envelhecimento galopante da população brasileira. O número de
idosos cresceu 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. De acordo com o
levantamento, o país tinha 28 milhões de idosos em 2017, o que representaria 13,5% do total
da população. Em dez anos, estima-se que esta população seja de 38,5 milhões (17,4% do
total de habitantes). Em 2042, a projeção é de que a população brasileira atinja 232,5 milhões
de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%), um aumento significativo. O mesmo
estudo detalha que em 2031, o número de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez
o número de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões). Antes de 2050, os idosos
já serão um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.
Acrescido a estes dados, há também a perspectiva de uma população que cresce cada vez
menos. O mesmo estudo estima que, a partir de 2060, o número de habitantes começa a cair
lentamente. Isso também relacionado a uma taxa de fecundidade gradativamente mais baixa,
segundo as estimativas do instituto. Hoje, é de 1,77 filho por mulher. Em 2060, o número
médio de filhos por mulher será de 1,66.
Outro dado relevante para pensar a dinâmica da população e seu impacto nos processos de
produção é a expectativa de vida. O desenvolvimento econômico e social promoveu um
acréscimo importante de anos vividos pela polução, como destaca este estudo do IPEA:
Parte desta insegurança se dá também por não se ter clareza nas previsões sobre o impacto da
tecnologia no campo do trabalho e como ela pode vir a substituir a mão de obra humana ou
ainda, auxiliá-la nos processos de produção.
Este cenário de incertezas e de claro envelhecimento da população nos leva a refletir sobre as
possibilidades de aposentadoria no futuro e também: como manter estes indivíduos na ativa
por tanto tempo, já que há uma tendência maior para que continuem trabalhando? Como
manter as produções com esta nova força trabalhadora? É possível que tenhamos um grande
número de trabalhadores acima dos 65 anos e este grupo ainda terá de lidar com postos de
trabalho que vivem constantes mudanças devido ao avanço da tecnologia.
A HETEROGENEIDADE DA APOSENTADORIA
A partir dos dados expostos, podemos hipotetizar que pensar na aposentadoria como a retirada
do mercado de trabalho pode ser, no futuro, uma realidade distante. Este sentido tem
tendência a ser cada vez mais polissêmico: alguns se aposentarão e escolherão trabalhos com
que mais se identificam; outros, possivelmente, se dedicarão ao trabalho mas em uma carga
horária menor, apenas para completar sua renda.
E hoje já vivemos esta realidade: todas estas configurações são possíveis porque, entre outras
coisas, a crise econômica não possibilita que grande parte da população viva apenas da
remuneração da aposentadoria. De acordo com pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mais
de um terço das pessoas acima de 60 anos que já estão aposentadas no Brasil continuam
trabalhando (cerca de 33,9%). Considerando os aposentados que tem entre 60 e 70 anos, o
percentual dos que trabalham sobe para 42,3%. Dentre os entrevistados, 46,9% afirmam que a
aposentadoria não é suficiente para pagar as contas.
44 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
Esta mesma pesquisa aponta que há ainda um grupo importante de pessoas que continuam no
trabalho por inserção social ou ocupação. 23,2% dizem que continuam no mercado para
manter a mente ocupada e 18,7%, para se sentirem mais produtivos. Estes dados nos
permitem pensar o lugar social do trabalho na atualidade. O trabalho ainda é uma via
importante de reconhecimento, identidade e inserção social. Permite que o trabalhador se sinta
pertencido a um grupo:
“Há duas vias principais para o acabamento da identidade do ser humano: de um lado a conquista da
identidade no campo erótico e do amor; do outro, a conquista da identidade no campo social”
(Dejours: 2001)
Neste sentido, sair do cenário do trabalho está relacionado não somente com aspectos
econômicos, mas com uma vivência social importante. Significa que o trabalhador deverá se
inserir em outros espaços com os quais possa se identificar e sentir-se reconhecido.
Devido a toda esta multiplicidade de incertezas que atingem o tema aposentadoria, algumas
empresas têm investido em propostas para preparar seus trabalhadores para este momento.
Alguns chamam este projeto de pré-aposentadoria, outro de pós-carreira, já que muitos
continuam no mercado, mesmo de forma diferenciada.
A principal preocupação destes projetos é pensar na saúde do trabalhador que vive esta fase e
estruturar planos para vivê-la de forma sustentável, além de possibilitar estabelecer projetos
de vida em que se continue trabalhando, se isso for interessante e viável. Porém, infelizmente,
ainda são poucos o que investem neste tipo de ação.
Embora reconheçam a importância deste trabalho, ainda são poucas as empresas que investem
nestes programas. Segundo França (2008) em uma investigação realizada com 320
organizações brasileiras, apenas 18% adotavam o PPA, ainda que muitos dos seus principais
executivos (75%) tenham admitido que esses programas eram importantes para os
trabalhadores.
Em alguns aspectos, a aposentadoria é vivida como uma espécie de rito, que confronta o
sujeito com o envelhecimento. Até os termos utilizados para estabelecer a situação de
trabalho, “ativo” e “inativo”, podem ter múltiplas significações para aquele que vive este
momento. “Na época contemporânea, ao mesmo tempo em que a sociedade potencializa a
longevidade, ela nega aos velhos o seu valor e sua importância social.”(BULLA, L.C.
KAEFER, C. O. 2003, pág. 02)
A vivência do envelhecimento é muito heterogênea, pois nem todos passaram pelas mesmas
vivências ao longo da vida e logo, não viverão da mesma forma o processo de
envelhecimento. Os valores associados a este momento depende de fatores culturais e de
experiencias de vida, que sempre serão múltiplas e singulares:
A sociedade brasileira valoriza o que é novo, produtivo, eficiente e o idoso acaba sendo
relegado a um lugar desprivilegiado. A maior parte dos postos de trabalho são pensados para
os mais jovens e a experiência no exercício das atividades embora tenha seu lugar, nem
sempre é mais apreciada do que a novidade que representa um trabalhador jovem, recém-
formado, em uma sociedade ávida por inovação:
Para uma parcela grande da população, retirar-se das atividades laborais é reconhecer seu
envelhecimento e receber desta sociedade, o título de inativo. Muitos apresentam depressão e
tentam voltar para o mercado, mas não conseguem se inserir da mesma forma que outrora.
Outros, sequer tentam sair por receio do isolamento social.Em uma sociedade que preza os
padrões de consumo e de produtividade, estar fora das linhas de produção pode significar
exclusão:
O mercado precisa também ter uma aposta em relação a reinserção desta população. A
reintegração deste grupo no trabalho tende a ser gradualmente maior e em momentos de crise
financeira, esse cenário se agrava, visto que há diminuição de postos de trabalho para toda a
população. Se considerarmos a já citada dinâmica populacional, é preciso incrementos de
ações neste sentido. Para que o envelhecimento seja visto como uma conquista, faz-se
necessário garantir a empregabilidade, valorização, saúde e amparo social para este
importante segmento da população.
CONCLUSÃO
A partir de pesquisas anteriores (Pinto, 2014), constatamos que o trabalho continua tendo uma
dimensão de integração e de centralidade na vida das pessoas, apesar de todo o contexto de
Logo, pensar o tema aposentadoria é tão complexo quanto pensar o trabalho. Há uma
pluralidade de estratégias para viver este momento: muitos passam a dedicar-se a outras
atividades; há os que continuam trabalhando e aqueles exercem suas funções, apenas de forma
menos intensa, entre outros. Todos os casos são atravessados por aspectos econômicos,
sociais, de reconhecimento e valorização, que compõem este cenário tão multifacetado.
Apesar deste previsível aumento no número de idosos trabalhando, o Brasil ainda não investe
em políticas e ações que preparem a população para esta realidade. Os serviços de saúde são
precários, há pouco investimento na assistência a população idosa de hoje e nas que serão
idosas no futuro e nossas instituições de educação não problematizam o envelhecimento como
uma conquista. Há ainda pouco incremento para programas que busquem trabalhar projetos de
vida com idosos e jovens, para pensar toda esta complexidade.
Cuidar da população idosa da atualidade também nos leva a ter uma melhor perspectiva sobre
o envelhecimento que todos nós já vivemos.
REFERÊNCIAS
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ANTUNES, R. Adeus ao trabalho. São Paulo: Editora Cortez, 2000. 288 p. ISBN:
9788524923142
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<http://www.crde-unati.uerj. br/publicacoes/pubEletronica.asp>
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pt>
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Universitária, 1987. 204 p. ISBN: 9788449323591
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Formation Emploi. v.2, n.1, p.198-201. 1996. Disponível em:
<https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/102425899600200123>
Abstract: The purpose of this article is to think about the uncertainties of the universe of
pensions in the contemporary world, reflecting on how the retirement of the labor field can be
configured as a challenge for the individuals and the productive processes. To raise this
debate, in the first moment, the the contemporary work/retirement scenario, drawing the main
challenges of this moment. In the second topic, we discuss the aging of the population and
how these data can impact work and retirement in the future.
Marllus Henrique Ribeiro de Paiva1*; Dirlane de Fátima do Carmo2 & Rachel Bardy Prado3
123
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas daUniversidade Federal Fluminense, Rua Passo
da Pátria, 156 bloco D sala 236 - São Domingos, CEP 24210-240, Niterói - RJ.
*marllushenrique.paiva@gmail.com
Resumo: O tipo de uso e cobertura da terra, bem como manejo do solo e da água na agricultura podem
influenciar na quantidade de nutrientes e sedimentos lixiviados pelos processos erosivos, pondo em risco a
qualidade dos serviços ambientais. Neste trabalho, buscou-se identificar o estado da arte de pesquisas realizadas
no Brasil e na América Latina sob seu aspecto metodológico, voltadas à avaliação do impacto de iniciativas
conservacionistas nos serviços ecossistêmicos de perda de solos e controle à erosão. Para tal, realizou-se um
levantamento e organização de publicações científicas em uma base de dados, contendo informações sobre
modelos e parâmetros atualmente empregados. Foram levantados 85 artigos indexados, período (1990 até 2016),
segundo uso de palavras chaves, nas seguintes bases de publicação internacionais: SCOPUS e WEB of
SCIENCE. Os indicadores avaliados foram aplicados em métodos clássicos de estimativa de erosão,
erodibilidade do solo e erosividade da chuva, seguidos de precipitação (26%), turbidez (10%) e vazão (10%).
Dentre os modelos, verificou-se maior aplicação dos tradicionais, USLE, MUSLE, RUSLE e SWAT
para a medição das taxas de potencial erosivo e geração de sedimentos (63%). Poucos (6%) aplicaram
métodos para integração de indicadores na paisagem. 75% dos estudos foram desenvolvidos em áreas
agrícolas, seguidos por florestas (28%) e pastagem (25%). Dos estudos analisados, a maioria foi no
Brasil (65%), seguido de Chile e Costa Rica.
INTRODUÇÃO
O processo erosivo constitui-se a principal causa de degradação dos solos, trazendo, como
consequência, prejuízos ao setor agrícola e ao meio ambiente, com reflexos não só
econômicos, mas também sociais (BENNETT, 1955).
Para Guerra e Mendonça (2004), tal processo tem causas relacionas à própria natureza, como
a quantidade e a distribuição das chuvas, declividade, comprimento, a forma das encostas e o
tipo de cobertura vegetal. Porém, os autores também apontam que as atividades antrópicas,
como o uso e manejo da terra inadequados, tendem a promover desequilíbrio das condições
Justamente por ser o recurso natural mais amplamente e intensamente utilizado, seja para
atividades urbanas quanto agropecuárias, o controle da erosão, torna-se necessário à medida
que a quantidade de solo removida atinge taxas acima de nível considerado aceitável
comprometendo, portanto, a capacidade produtiva do solo e prejudicando os serviços
ecossistêmicos, que segundo Altmann (2008) são as funções ecológicas percebidas como
suporte e proteção das atividades humanas de produção e consumo.
Assim, o conhecimento das relações entre os fatores que causam as perdas de solo e os que
permitem reduzi-las é de fundamental importância para o planejamento conservacionista da
propriedade agrícola. (ROQUE et al., 2001).
Segundo Wischmeier e Smith (1978), tais ferramentas citadas, são muito importantes para a
simulação e quantificação da erosão hídrica, fornecendo meios para o planejamento de
práticas conservacionistas adequadas. No entanto, salienta-se que há certa complexidade em
suas aplicações e carência de informações chaves.
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo identificar o estado da arte de pesquisas
realizadas no Brasil e na América Latina, voltadas à avaliação do impacto de iniciativas
conservacionistas nos serviços ecossistêmicos de perda de solos e controle à erosão, de modo
a verificar quais são as ferramentas metodológicas que estão sendo amplamente empregados
nessas regiões no período de 1990 até 2016.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a seleção dos artigos relevantes, no primeiro passo, utilizou-se a análise combinatória
simples de 10 termos de busca, exclusivamente em inglês, tomados de 3 a 3, nas seguintes
bases de publicações internacionais: SCOPUS e WEB of SCIENCE. Os termos utilizados
foram: Esosion Control, Landscape, Methods, Land Use, Land Cover, Monitoring, Ecosystem
Services, Indicators, Sedimentation e Latin America.
No segundo passo, que consistiu na análise bibliométrica, a seleção dos artigos relevantes foi
dividida em duas fases de peneiramento, a saber:
Este processo, gerou um portfólio com 85 artigos alinhados ao que se procurava. De posse
das publicações selecionadas e organizadas em base de dados, buscou-se através de uma
estatística descritiva quantificar a porcentagem de informações levantadas como: modelos
utilizados para a avaliação do serviço de controle à erosão, parâmetros e indicadores
avaliados, usos e cobertura de terra estudados e países que mais publicaram.
RESULTADOS
Na sequência, buscou-se ler os títulos e resumos dos 1673 artigos resultantes, chegando a
apenas 140 trabalhos com alguma sinergia com a pesquisa proposta.
No segundo momento que consistiu na aplicação dos critérios de seleção referentes à segunda
etapa das peneiras, percebeu-se que 85 deles, possuíam um resumo claro e alinhando ao tema,
e que atendiam a todos os critérios adotados.
Como resultado do processo de seleção dos artigos relevantes, 85 deles apenas possuiam
sinergia com a temática da pesquisa. Observa-se que o número de períodicos se reduziu
bastante, evidenciando talvez que a busca tenha sido ampla demais.
Um dos prováveis motivos para que isto ocorresse foi a não fixação de termos mais
especificos, dentre aqueles previamente determinados, na etapa da análise combinatória, tal
como exemplo Latin America, que caraterizasse o objeto de estudo por exemplo.
Outra justificativa, seria o uso da combinação 3 por 3 que restringiu muito o conjunto
universo. Certamente a adoção de combinação 4 por 4 e/ou 5 por 5, aumentaria as chances de
buscar uma gama maior de periódicos aderentes ao tema. O descarte de publicações que não
estavam disponibilizadas nas bases na íntegra podem ter contribuído também com esse
cenário.
A Fig. 2. apresenta a relação do percentual de publicações obtidas nas bases de dados nos
processos inicial e final da metodologia ProknowC. A partir desses resultados, em função das
palavras-chaves utilizadas, verificou-se que a base de dados SCOPUS ofereceu uma maior
gama de artigos científicos nas duas etapas, o que pode ser justificado pela provável sinergia
das revistas com a temática de estudo, quando comparada com o repositório da WEB of
SCIENCE.
59% 62%
80%
41% 38%
60%
40%
20%
0%
Início Final
Dos 10 termos de busca utilizados, verificou-se que os termos Methods, Erosion Control,
Land Use, Landscape e Ecosystem Services apareceram 53, 38, 29, 20 e 9 vezes,
respectivamente, como palavras-chaves nos resumos dos 85 artigos selecionados. Os demais
termos: Land Cover, Monitoring, Indicators, Sedimentation e Latin America não apareceram
como palavras-chaves, porém foram mencionadas ao longo dos textos dos artigos.
Dos países da América Latina que tiveram maior número de publicação nas bases
internacionais de publicações de periódicos utilizadas, no período de 26 anos a contar pelo
ano de 1990, a partir da busca da combinação dos termos de busca utilizados, observou-se que
o Brasil foi o país que mais teve trabalhos produzidos e publicados sobre a temática, 64,70%,
seguidos do Chile (7,05%), Argentina e Costa Rica (3,52%) respectivamente, conforme
apresentado na Fig. 3.
Tal fato pode ser explicado em virtude do país ser reconhecido como uma potência hídrica no
planeta e, no entanto sofrer com problemas de qualidade, quantidade e distribuição de água
em função da má gestão dos recursos hídricos.
Em relação às classes de uso e cobertura da terra avaliadas nos trabalhos selecionados, vide
Fig. 4., verificou-se que as classes agricultura e pastagens foram as mais frequentes. Entende-
se que tais usos impactam potencialmente os serviços ecossistêmicos, na qualidade e
disponibilidade de água e nos efeitos da erosão, através das perdas de solo e de nutrientes,
devido às formas não conservacionistas empregadas no uso dos recursos naturais.
32,94% 29,41%
7,06% 7,06%
Observa-se que os trabalhos listados utilizavam duas ou mais formas de uso e cobertura de
terra para comparar os estágios de degradação de solo e água em decorrência dos efeitos das
feições erosivas e do processo de produção e transporte de sedimentos para os corpos d’água.
O horizonte dos estudos variou em média de 2 a 3 anos.
Sobre as metodologias e modelos mais utilizados, verificou-se (Fig. 6.) que as tradicionais
USLE, RUSLE, MUSLE foram as mais amplamente empregadas para a medição das taxas de
potencial erosivo e geração de sedimentos. Este fato pode ser explicado pela fácil
aplicabilidade das mesmas em posse de dados de entrada necessários relativamente pequenos
e da rápida compreensão dos resultados, com uma precisão razoável, sendo bons instrumentos
para previsão das perdas de solo, conforme preconizam Amorim et al., (2009).
35%
20%
10% 11%
4% 6% 6%
1% 1% 1% 1% 1% 3%
Observou-se que os modelos de perda de solos como SWAT, WaTEM e WEPP também
foram empregados para a estimativa de erosão de forma isolada ou combinada com
Precipitação 29%
Vazão 11%
Turbidez 11%
CONCLUSÃO
Apesar da singularidade dos resultados obtidos, verificou-se que o uso de métodos e modelos
empíricos e ou paramétricos hidrológicos de erosão para caracterização de áreas vulneráveis a
erosão e sedimentação em bacias hidrográficas são os mais empregados para estimativa das
taxas de erosão. Tais modelos consistem basicamente no produto dos fatores referentes aos
dados hidrometerológicos, topografia, vegetação, uso e cobertura da terra e outras
informações gerais da área, de modo a auxiliar no entendimento da atuação dos processos de
erosão hídrica e sedimentação, bem como a susceptibilidade dos solos.
Através da proposta metodológica, por meio do estudo do tipo “estado da arte” foi possível
contribuir com a percepção da não linearidade da produção acadêmica em relação aos
modelos matemáticos usados para predizer erosão hídrica e sedimentação no Brasil e na
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de solo em áreas agrícolas. In: Pruski, F. F. (ed.), Conservação de solo e água: Práticas
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Ulisses Coelho de Amorim1, Ana Paula Carvalho Faria2, Cristiane de Souza Siqueira Pereira3,
Sandro Pereira Ribeiro4, Moisés Teles Madureira 5
12345
Curso de Engenharia Química, Universidade de Vassouras - Vassouras, RJ, Brasil.
ulissescamorim@gmail.com
INTRODUÇÃO
A produção mundial de aço gera por ano aproximadamente 300 milhões de toneladas de
resíduos. De acordo com o Instituto Aço Brasil, em 2013, a produção de co-produtos de
siderurgia foi de l7 milhões de toneladas e dentre os co-produtos gerados no processo, 66%
são compostos por escórias, também denominadas como agregados siderúrgicos (IAB, 2014).
A escória é gerada na fabricação do ferro gusa nos altos fornos, por isso, é convencionalmente
chamada de “escória de alto forno” e pode ser classificada de acordo com a relação CaO/SiO 2
em ácidas (<1) ou básicas (>1). As matérias primas utilizadas nos processos de produção do
aço, tais como, óxidos de metais alcalinos na forma de óxidos de silício, alumínio, cálcio e
magnésio, e outros, conferem a escória as características de sua composição.
No processo siderúrgico, a escória sai do alto forno na forma de líquido com uma temperatura
na faixa de 1300°C e 1500°C e pode ser resfriada de duas formas: resfriadas ao ar
65 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
constituindo-se na escória cristalizada, também denominada de escória bruta de alto forno; e
pode ser resfriada rapidamente com água, constituindo-se na escória granulada.
De acordo com JOHN e AGOPYAN (2000) no estado cristalino a escória não possui
capacidade aglomerante, sendo utilizada como agregado para concreto, pavimentação e lastro
de vias férreas.
Fontes:
*http://tubarao.arcelormittal.com/produtos/co_produtos/catalogo_produtos/escoria_fo
rno/introducao.asp
**SILVA et al., (2015)
CP I 95-100 0-5
Cimento Portland comum CP I-
90-94 0 0 6 - 10
S
Cimento Portland
CP II-
composto com escoria 51-94 6 - 34 0 0 - 15
E
granulada de alto forno
Cimento Portland
CP II-
composto com material 25, 32 ou 71-94 0 6 - 14 0 - 15
Z
pozolânico 40
Cimento Portland
CP II-
composto com material 75-89 0 0 11 - 25
F
carbonático
Cimento Portland
CP IV 45-85 0 15-50 0 - 10
pozolânico
METODOLOGIA
Os ensaios foram realizados em uma empresa do ramo siderúrgico (nome confidencial). Para
análise da hidraulicidade e ativação da escória granulada de alto-forno, foram realizados
procedimentos de caracterização físico-química, estrutural e morfológica da escória. Os
ensaios realizados foram: índice de basicidade, grau de vitrificação e índice da atividade
hidráulica das escórias (resistência a compressão). O fluxograma básico de preparação e
caracterização da amostra pode ser visualizado na Figura 1.
A escória de alto forno tem a granulometria próxima a da areia e para sua aplicação na
produção do cimento deve ter sua granulometria reduzida para que a mesma possa ser
utilizada como aglomerante. Para isso, utilizou-se um moinho de bolas para a redução do
tamanho. A escória de alto forno pode ser vista em sua granulometria normal e moída na
Figura 2.
(A) (B)
Fonte: Própria
ENSAIOS LABORATORIAIS
O grau de vitrificação foi determinado segundo o método “Mac Master”, com microscopia
óptica de luz transmitida e o índice de atividade hidráulica da escória foi determinado através
da resistência mecânica ao uso de uma solução alcalina de NaOH a 20%.
Foram realizadas as moldagens dos corpos de prova e em seguida realizado a cura acelerada e
normal dos corpos de prova. Os ensaios foram realizados conforme a metodologia NBR-7215.
Consideraram-se dois tipos de cura dos corpos de prova: cura acelerada onde os corpos de
prova foram mantidos no molde cilíndrico em estufa a uma temperatura de 550 ºC + 20ºC por
aproximadamente 24 horas; e cura normal, onde os corpos de prova foram mantidos no molde
cilíndrico em sala climatizada com temperatura controlada de 230 ºC + 20 ºC e umidade
relativa >50%, por 48 horas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Escória de Alto-Forno
Quanto aos resultados do grau de vitrificação das escórias, os mesmos evidenciaram que a
escória de alto-forno apresenta mais de 85% de sua estrutura vítrea. Este comportamento se
deve principalmente aos processos de resfriamento. A escória de alto-forno é resfriada
bruscamente com jatos de água vitrificando quase toda sua estrutura, não havendo tempo
hábil para que os íons se organizem em forma cristalina.
CONCLUSÃO
O uso de escória granulada de alto forno em substituição parcial ou total ao cimento Portland
tem sido objeto de estudo de diversas pesquisas. No entanto as escórias de alto forno
apresentam composições químicas distintas e análises de caracterização físico-química,
estrutural e morfológica devem ser realizadas de forma a garantir os parâmetros de qualidade
da matéria prima.
71 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
Os resultados apresentados no presente trabalho evidenciam os benefícios da utilização da
escória de alto forno como matéria prima para a produção de cimento Portland e na
substituição do clínquer.
A reciclagem da escória de alto forno produzida nas siderúrgicas contribui para a redução da
poluição ao meio ambiente, minimizando os impactos ambientais.
REFERÊNCIAS
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ground granulated blast-furnace slag, Building and Environment, 2007, 42: pp. 3060–3065.
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cimento portland de alto-forno. ABCP - Associação brasileira de Cimento Portland, 1988.
123.
CARVALHO-PUPPATTO, J.G.; BÜLL, L.T. & CRUSCIOL, C.A.C. Atributos químicos do
solo, crescimento radicular e produtividade do arroz com a aplicação de escórias. Pesq.
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CERF (Civil Engineering Research Foundation). Meio ambiente: um grande problema.
Disponível em <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/a_construcao_e.htm>. Acesso em: 14 de
Nov. de 2018
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JACOMINO, V. M. F. et al.. Controle ambiental das indústrias de produção de ferrogusa em
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JOHN,V. M. A construção e o meio ambiente. Disponível em:
<http//www.recycle.pcc.usp.br//artigos1.htm.> Acesso em: 12 de Jan, 2013.
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INDUSTRIAIS. 2000, São Paulo: SEMA-SP/FIESP/CETESB.
KELES, KAREN COSTA. Influência da basicidade da escória de alto forno como adição ao
concreto. 2011.
Abstract: The iron and steel industry generates large amounts of waste during its production
processes, with blast furnace slag being the main waste. Reusing such waste in processes is
essential, both for economic issues and for social and environmental concern. The slag is
generated in the manufacture of the pig iron in the blast furnaces, so it is conventionally
called "slag. blast furnace ". One of the largest applications of blast furnace slag is civil
construction, with emphasis on cement production. However, in order to meet the ideal
characteristics for cement production, it is necessary to characterize and monitor the quality
parameters of this raw material. The objective of this study was to evaluate the physico-
chemical, structural and morphological characterization of the slag through the parameters
such as: basicity index, degree of vitrification and hydraulic activity index of the slag
(compressive strength).
Júlia Santos Pedro1*; Amanda Bahia de Souza2; João Vitor Cabral Gonçalves3; Cristiane de
Souza Siqueira Pereira4; Moisés Teles Madureira5
12345
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
*jusantos.pedro@gmail.com
Resumo: O pré-tratamento constitui uma etapa do processo da pintura automotiva, onde torna-se
indispensável um tratamento de superfície devido a necessidade de remover as sujidades (óleo e
limalha) residuais das etapas anteriores, para posterior pintura. Dessa forma, é considerado um dos
principais fatores que influenciam na resistência à corrosão pelo seu efeito na aderência da camada de
tinta. As atuais exigências do mercado referentes a desempenho têm colocado a indústria automotiva
numa busca por novas alternativas, não somente no âmbito da engenharia de materiais com foco em
composição de chapas metálicas, como também de novos tratamentos de superfície utilizados no
processo de pintura. Visando máxima otimização, simultânea aos requisitos ambientais e manutenção
da resistência à corrosão, característica fundamental nas garantias oferecidas pelas montadoras e
determinante na durabilidade do veículo. Dito isso, o pré-tratamento é composto por 12 estágios,
tornando o foco deste estudo reduzir de forma assertiva os custos, otimizando o processo tal como a
retirada de uma etapa considerada obsoleta e indiferente quanto a qualidade final apresentada.
INTRODUÇÃO
O automóvel nos últimos 50 anos tem sido um bem de importância vital para grande parte da
humanidade. A partir da década de 80, houve um aumento significativo na robotização das
montadoras de automóveis (MAINIER, 1997) sendo praticamente aceitável em todos os
níveis que em ambientes de alta tecnologia, os trabalhadores com funções repetitivas, como
apertar parafusos ou aplicação de soldas ponteadas, tendem a ser substituídos por máquinas e
robôs.
Dessa forma, toda a peça fica recoberta com uma camada uniforme e aderente de tinta, com
espessura na faixa 20-40 µm. A gestão eficiente da aplicação de tintas automotivas está
baseada nas normas de aplicação, na avaliação crítica da tinta acabada, na qualidade dos
produtos que compõe a formulação, no nível dos contaminantes, na qualidade da água e,
finalmente, no controle e na disposição dos efluentes visando à preservação ambiental.
Em uma planta de pintura automotiva muitos fatores podem impactar no processo causando,
inconformidades. Controladamente, defeitos são aceitáveis, desde que a qualidade seja
mantida e o range dos parâmetros pré-estabelecidos, sejam respeitados. O fundamental é que
haja o mínimo de peças rejeitadas por lote produtivo.
PROCESSO PRODUTIVO
Para que a qualidade final do produto seja garantida, é necessária, a realização de etapas que
são consideradas exigências básicas para uma pintura por eletrodeposição. Espera-se obter
uma película insolúvel de tinta sobre a superfície metálica que alcance sua máxima resistência
contra corrosão. Os estágios do pré-tratamento e posterior otimização que será descrita nos
próximos tópicos, são descritos na figura 1:
Fonte: Os autores
1° estágio Desengraxe por spray - Neste primeiro estágio utiliza-se um material de base
alcalina com a função de promover a limpeza da superfície. Nesta etapa óleos, graxas e
dejetos provenientes da etapa de funilaria, como a limalha, são retirados. Possui temperatura
controlada pra melhor desempenho de sua função. Como meio de protelar a substituição por
completa deste banho, para sua limpeza, medidas diárias são tomadas para que o banho não
perca suas propriedades e saia dos parâmetros de qualidade pré-estabelecidos, por isso, o
resíduo gerado água-óleo é separado diariamente. Em relação à limalha, a separação ocorre
por meio de um cilindro magnetizado que por diferença de polaridade atrai as partículas
metálicas, que ocorre logo após um processo de filtração, tornando a manutenção do banho
mais eficiente.
2° estágio Desengraxe por imersão - Possui a mesma função do estágio que o antecede,
com forma de aplicação modificada. Agindo também em partes internas e ocas da cabine,
aprimorando a etapa anterior.
3° estágio Lavagem por imersão - Promove-se o enxague da cabine com água industrial,
diminuindo a contaminação por arraste para os banhos posteriores.
6° estágio Lavagem por imersão - Promove-se o enxague da cabine com água industrial,
diminuindo a contaminação por arraste para os banhos posteriores.
7° estágio Passivação - Trata-se de um sal à base de Flúor e Zircônio. Este banho lineariza
a camada de fosfato, tornando possível a formação de um cristal. A importância desta etapa
deve-se a porosidade dos recobrimentos fosfóricos. Os poros se constituirão em áreas
anódicas, altamente ativas, reduzindo áreas livres de poros e passivando a superfície metálica
exposta. Isto influi de forma direta na proteção do acabamento posterior, estabelecendo
aderência superior nas próximas etapas do processo. Contudo, quanto melhor o refinador de
cristais, melhor ativação da camada de fosfato, resultando em uma aprimorada reação de
fosfatização. Eximindo a necessidade desta etapa do processo produtivo. A partir disso, testes
foram desenvolvidos para analisar a necessidade desta etapa no processo.
8° estágio Lavagem DI (água deionizada) - O oitavo estágio serve para enxágue das
cabines com água desmineralizada para minimizar o arraste de sais para os banhos
posteriores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fonte: Os autores
A Figura 3 apresenta as imagens feitas por microscopia eletrônica de varredura das superfícies
das amostras obtidas após o processamento na linha pré-tratamento, com 1.000 vezes de
ampliação. Verifica-se que o pré-tratamento com fosfato resulta em uma morfologia com a
forma de cristais, semelhante nos materiais com passivador e sem passivador.
Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura com 1.000 vezes de ampliação nas amostras de
chapas metálicas da linha de pré-tratamento.
Fonte: Os autores
As imagens da Figura 4 apresentam o teste dos materiais em estudo após ensaio acelerado de
corrosão, levando em consideração Tempo x Temperatura. Observa-se que os painéis 1 e 2
possuem menor avanço da corrosão em relação aos painéis 5 e 6. Porém, essa menor
resistência à corrosão dos painéis 5 e 6 deve-se principalmente a menor relação de área
anódica/catódica apresentada por este material, devido a menor espessura da camada de tinta
e tempo de ensaio. Enquanto nos painéis 1 e 2 a camada de tinta possui espessura de 115 µm e
113 µm (respectivamente) e duração de 30 ciclos, os painéis 5 e 6 possuem 108 µm e 112 µm
(respectivamente) e duração de 60 ciclos.
Figura 4. Teste de corrosão por exposição às névoas salinas em substratos tratados e pintados.
Fonte: Os Autores.
80 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
4.4 CUSTO E HHT (HORA HOMEM TRABALHADA)
Os dados abaixo se referem ao estágio 7, o mesmo que foi excluso, fornecendo economia no
custo de processo e mão de obra.
O preço do produto Bonderite MP54 é mantido sob sigilo, pois se trata de uma cotação
específica para a empresa. Vale ressaltar que é uma economia significativa de 30% do custo.
CONCLUSÃO
Verificou-se que os materiais com pré-tratamento com número de estágios reduzidos, ou seja,
a exclusão do 7º estágio apresentou aderência ao sistema de pintura e resistência à corrosão
semelhante ou levemente inferior à dos materiais com pré-tratamento que possui o 7º estágio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo: Desde que foi descoberto como funcionava a fissão do núcleo do átomo, tem-se aumentado
cada vez mais o interesse nesse segmento. Nos reatores nucleares em funcionamento nos dias atuais
para a produção de energia, o ciclo de combustível utilizado é o Urânio-Plutônio (U-Pu), porém
estudos buscam vantagens para a implementação do ciclo de combustível Tório-Urânio (Th-U) nesses
reatores. Segundo estudos anteriores, esse novo ciclo de combustível tem o potencial de uso fácil na
maioria dos tipos de reatores operados com combustíveis nucleares baseados em urânio, sem qualquer
modificação considerável. A maioria das reservas de tório é estimada, das reservas conhecidas a Índia
é líder nesse quesito com o Brasil sendo o segundo país com mais reservas de tório no mundo. Esse
ponto pode ser importante no momento de avaliar a importância do tório no segmento nuclear, já que
não é encontrado em grandes proporções nas principais potencias mundiais em tecnologia.
1. INTRODUÇÃO
Em 1938, Otto Hahn junto com Fritz Strassmann e Lise Meitner estavam bombardeando
átomos de urânio com nêutrons para tentar a produção de átomos mais pesados, os chamados
transurânicos. Através desse experimento acabou-se descobrindo que o núcleo do urânio
poderia ser fissionado em outros átomos menores e com isso liberar uma grande quantidade
de energia. A partir dessa descoberta se deu início a era nuclear, infelizmente por estar à beira
da segunda guerra mundial que durou entre 1939 e 1945 as primeiras utilidades dessa
descoberta foram com as bombas nucleares Little Boy (fissão de urânio) e Fat Man (fissão de
plutônio) explodidas no Japão, em Hiroshima e Nagasaki respectivamente.
(1)
Atualmente, os reatores utilizados para produção de energia elétrica em uma usina nuclear são
alimentados principalmente por urânio, e ainda há casos de se utilizarem o plutônio como
combustível nuclear. Ambos os combustíveis estão ligados diretamente com a proliferação de
armamento nuclear, devido a isso, muitos estudos estão sendo feitos para que o novo
combustível nuclear seja o tório, já que suas propriedades físseis dificultam um pouco mais
essa proliferação.
Os isótopos naturais do urânio encontrados na Terra são: 238U e o 235U, sendo suas ocorrências
na proporção de 99,28% e 0,72% respectivamente. Já o tório só é encontrado na Terra na
232
forma do isótopo natural Th. Ambos os elementos são da classe dos actinídeos e por isso
possuem algumas características semelhantes que os ajudam para essa função: possuem
núcleos instáveis e sofrem decaimento radioativo. Por serem elementos que ocorrem na
natureza e por possuírem uma grande quantidade na crosta terrestre não podem ser, de modo
algum, considerados raros. Algumas das características de ambos os elementos são
comparadas na tabela 1.
Símbolo Th U
O único estado de oxidação estável do tório é o IV, no caso do urânio o mais estável é o VI. O
tório possui uma alta facilidade de oxidação.
2. HISTÓRICO
O tório foi descoberto em 1828 por Jöns Jakob Berzelius do Real Instituto Karolinska, de
Estocolmo. O químico sueco recebeu, de um mineralogista amador, em seu laboratório uma
amostra de rocha da qual ele extraiu tório, esse minério era na forma de silicato de tório que
hoje é conhecido como torita. O tório recebeu esse nome em homenagem ao deus escandinavo
Thor. Sua radioatividade, portanto, só foi demonstrada pela primeira vez por Gerhard Schmidt
em 1898, depois acabou sendo confirmada por Marie Curie.
3. COMBUSTÍVEIS NUCLEARES
Dentre os materiais utilizados como combustíveis nucleares existem dois tipos de materiais,
os físseis e os férteis:
Físseis: são aqueles que, sob ação de nêutrons sofrem uma reação de fissão,
decompondo-se e produzindo fragmentos radioativos de massa atômica média, e ainda
outros nêutrons, sendo todo o fenômeno acompanhado de liberação de grande
quantidade de energia, resultante da desintegração do núcleo. (AMORIM, 1991, p.
11).
Férteis: são aqueles que, normalmente são utilizados em consequência da propriedade
que possuem de reagirem com nêutrons, por absorção do mesmo, seguida de
desintegrações “beta” sucessivas até se transformarem em nuclídeos com propriedades
de fissão. Esses últimos são denominados materiais físseis artificiais ou especiais.
(AMORIM, 1991, p. 11).
238 232
Na categoria dos materiais férteis encontram-se os já falados U e Th, o processo de
239 233
transformação deles para elementos físseis produz Pu e U respectivamente. Já na
categoria dos materiais físseis encontram-se os isótopos artificiais produzidos através dos
235
materiais férteis e o também já falado U. As produções desses elementos físseis são
demonstradas pelas figuras 1 e 2.
A tabela 2 mostra a relação entre os materiais físseis/férteis e seus respectivos tempos de meia
vida.
Meia vida é o tempo necessário para desintegrar a metade dos átomos radioativos existentes
em uma dada amostra. Pode também ser chamado de período de semidesintegração.
A tabela 3 mostra uma comparação das características específicas dos elementos físseis.
A seção transversal da fissão é a probabilidade de haver uma colisão com o núcleo e com isso
desencadear a reação, o rendimento de nêutrons é quantidade de nêutrons liberados no
processo da fissão nuclear, já o fator de fissão tem relação direta com os nêutrons produzidos.
4. MINÉRIOS DE TÓRIO
5. RESERVAS DE TÓRIO
Segundo Ünak (2000), a maior parte das reservas de tório ao redor do mundo são reservas
estimadas. Entre as reservas de tório convencional identificadas, os países que mais possuem
tório em toneladas são: Índia, Brasil, Estados Unidos, Austrália, Egito e Turquia
respectivamente, sendo igual entre Estados Unidos e Austrália. Na tabela 4 é demonstrado
com detalhes as distribuições de recursos entre países e regiões mundiais. Após a análise da
tabela, observou-se que os continentes com maiores quantidades em tório são: Ásia,
Américas, Europa e África, respectivamente.
Noruega 87000
Finlândia* 60000
Suécia 50000
França 1000
(Continuação)
Brasil 632000
Venezuela* 300000
Canadá 172000
Peru 20000
Uruguai* 3000
Argentina 1300
Total 1723300
Marrocos* 30000
Nigéria* 29000
Madagascar* 22000
Angola* 10000
Moçambique 10000
Malawi* 9000
Quênia* 8000
RD Congo* 2500
Outros* 1000
Total 649500
Índia 846500
Malásia 18000
Austrália 595000
Mesmo o Brasil sendo um dos líderes mundiais em reservas totais de tório, não há muitos
estudos nesse segmento, talvez se investissem mais nessa nova tecnologia poderíamos estar
um passo à frente quando o assunto fosse produção de energia nuclear. A pouca quantidade de
estudos feitos pelo Brasil foi verificada por Ault, Krahn and Croff (2017).
A fissão do tório pode produzir um produto secundário que é o 232U, esse isótopo do urânio
se decompõe em outros isótopos fazendo com que haja uma liberação intensa de radiações
7. VANTAGENS
Reatores nucleares à base de tório produzem mais combustíveis nucleares do que consomem,
podendo então serem considerados importantes como a base dos reatores regeneradores. Isso
significa que se houver reprocessamento do combustível, não necessitará adicionar mais
minérios na alimentação, fazendo com que haja abaixamento do custo de energia produzida e
um aumento da vida das reservas de combustíveis nucleares.
Por não irradiar 238U, não há produção de elementos transurânicos (maiores que o urânio).
Devido a isso, os resíduos serão menos tóxicos do que os obtidos atualmente. Elementos
transurânicos são a principal preocupação de saúde do lixo nuclear a longo prazo.
O tório é mais abundante do que o urânio na crosta terrestre, 8,1 e 2,3 ppm respectivamente,
aproximadamente 3,5 vezes a mais.
Por ser utilizado juntamente com o 235U na fissão do mesmo, ocorrerá uma diminuição na
demanda por este elemento e além disso um menor gasto com enriquecimento de urânio.
No processo de fissão e decaimento do tório até chegar no elemento físsil desejado (233U)
não há produção de 239Pu que é utilizado também como armamento nuclear, ou seja, no ciclo
92 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
de combustível Th-U haverá uma queda considerável na produção desse elemento físsil
fazendo com que diminua a proliferação de armas nucleares.
8. DESVANTAGENS
É um método relativamente novo de produção de energia nuclear e com isso tem-se pouca
experiência operacional, necessitando ainda muitos estudos e testes. De acordo com as
características físicas do tório e do urânio observa-se que o tório possui uma maior
temperatura de fusão e uma maior temperatura de ebulição, necessitando de temperaturas
altíssimas para se obter combustíveis de alta qualidade.
Segundo Amorim (1991), mesmo havendo uma imensa quantidade de tório na crosta terrestre,
a disseminação é bastante grande, sem possibilidade de aproveitamento econômico.
Os minérios de tório possuem baixo teor de tório, tornando difícil a extração e um custo
elevado para a realização dessa extração, além disso a maior quantidade das reservas são
estimadas.
Por possuir uma dissolução mais difícil, o dióxido de tório (ThO2) requer mais esforço em um
futuro reprocessamento de combustível do que o dióxido de urânio (UO2).
Mesmo utilizando o 232Th como combustível nuclear ainda é necessária a utilização de 235U
para ocorrer a fissão desejada, não sendo possível puramente com 232Th.
Segundo Humphrey and Khandaker (2018), 90% das fissões de 233U produzem apenas 10%
do combustível irradiado, o que representa uma maior queima de combustível em comparação
com o urânio.
9. CONCLUSÃO
De acordo com as informações levantadas através dos livros e artigos lidos, chegou-se à
conclusão de que o tório possa ser um bom motivo para que haja mais investimentos em
pesquisas sobre esse combustível alternativo na produção de energia nuclear, já que suas
vantagens são mais interessantes como motivadoras da realização de mais pesquisas do que as
desvantagens que possam inviabilizar o processo. Porém, deve-se ter cuidado com o uso dessa
nova tecnologia, se usada para o bem será de grande avanço na área nuclear e, com isso,
possibilitará melhoras no segmento. Um fato que pode explicar os poucos estudos e
93 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
investimentos no tório como combustível nuclear é que as principais potências mundiais não
possuem uma grande quantidade de reservas, fazendo com que haja um investimento maior
no urânio, se houvessem mais reservas de tório nos países líderes em tecnologia, pode ser que
o tório fosse muito mais utilizado e estudado do que é hoje em dia.
10. REFERÊNCIAS
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risks. Nature, 492(7427), 31-33. doi: 10.1038/492031ª.
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technology? Progress In Nuclear Energy, 37(1-4), 137-144. doi: 10.1016/s0149-
1970(00)00038-x.
123
Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade União Araruama de Ensino - Unilagos, RJ, Brasil.
4
Departamento de Engenharia e Gestão da Faculdade União Araruama de Ensino – Unilagos, RJ, Brasil.
*aline.geoq@gmail.com
INTRODUÇÃO
Como afirma Daly (2004), os ecossistemas da Terra possuem, todos, um limite, uma vez que
apenas se desenvolvem, não crescem. Este autor, dentre muitos outros, como Veiga (2008), já
atentaram ao fato de que há uma sutil diferença conceitual entre os termos “crescimento” e
“desenvolvimento”: conforme Amora (2009), o primeiro é quando ocorre um aumento em
estatura, intensidade, número, volume, enquanto o segundo é aumentar no sentido de
melhorar ou progredir. Dessa forma, os sistemas sociais e econômicos deveriam crescer
apenas até certo ponto e, a partir daí, mudar seu foco para o desenvolvimento, permanecendo
num crescimento estacionário (DALY, 2004). Num modelo de sociedade em constante
crescimento, o que ocorre é a utilização massiva de matérias-primas sem que haja, entretanto,
preocupação com um dos princípios naturais da vida apresentados por Miller e Spoolman
(2012): a ciclagem química dos elementos, que aplicada aos materiais é o foco da presente
pesquisa.
Num breve estudo histórico retrospectivo sobre a sustentabilidade nas sociedades, vê-se que,
assim como Baumgarten (2014, p.16), Veiga (2008) e Daly (2004) perceberam, foram ínfimas
as vezes em que “crescimento econômico, equidade social e equilíbrio ecológico”
permaneceram juntos na história do Brasil, da América Latina ou do mundo como um todo; e
mesmo assim muito se fala sobre o que é ser sustentável, ou sobre como a sustentabilidade
tem sido aplicada, desde a forma como os bens de consumo são produzidos até o manejo e o
descarte dos resíduos sólidos.
É neste quadro de debates que se tem visto muitas empresas e indivíduos apelando pela
utilização de embalagens de celulose enquanto refreando o uso de plásticos: aproximadamente
47,5% do papel e papelão consumidos no Brasil são embalagens, valor muito superior ao
consumo de recipientes e embrulhos fabricados com outros materiais, como o plástico (apenas
14,5% do consumo aparente deste é em embalagens) (IPEA 2012). Surge então uma relevante
questão em relação ao tema: em que medida a substituição e utilização de embalagens de
papel no comércio pode ser considerada sustentável frente ao uso de plásticos?
Como sinalizam Pereira, Silva e Carbonari (2011), é muito mais fácil postergar a discussão e,
consequentemente, a prática em torno da sustentabilidade; porém, tudo na Terra possui um
limite, faz parte de um ciclo fechado, o que mostra a necessidade da adoção de modelos de
vida mais sustentáveis (DALY, 2004). A partir disso, a discussão da dicotomia papel/plástico
contida neste trabalho é extremamente importante, uma vez que o conceito de sustentabilidade
não está completamente consolidado e requer, para atingir esta consolidação, diversos debates
(ZANGALLI JR., 2012), que podem trazer os mais variados benefícios à população, já que o
tripé da sustentabilidade proposto por Elkington contempla os aspectos ambientais,
econômicos e sociais (PEREIRA; SILVA; CARBONARI, 2011).
O objetivo desse trabalho é avaliar se, de fato, existe uma vantagem sustentável na utilização
de embalagens de papel em detrimento das embalagens de plástico.
METODOLOGIA
A presente pesquisa apresenta caráter qualitativo, pois, segundo Minayo et al., (2009), ela
trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos
valores e das atitudes, não trabalhando apenas com a intenção de analisar valores numéricos:
faz-se uma análise sobre a fabricação e decomposição de papéis e plásticos, além da utilização
e manejo sustentáveis de ambos. Quanto aos objetivos metodológicos, ao apresentar
comparações entre os materiais, a pesquisa é estabelecida como exploratória, que, para Gil
(2002, p.41), tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, utilizou-se a pesquisa
bibliográfica, com foco em artigos, teses, livros e outras publicações científicas (GIL, 2002).
De acordo com a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel – AB-TCP (2004 apud
GALLON; SALAMONI; BEUREN, 2015), todo tipo de papel fabricado, seja virgem ou
reciclado, utiliza como matéria-prima básica a celulose, um polissacarídeo linear das células
vegetais que é constituído por unidades de monossacarídeos D-glucose e possui configuração
98 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
alongada e diâmetro pequeno, sendo constantemente chamada de fibra. Este carboidrato pode
ser dividido em dois grupos: fibras longas – extraídas de araucárias e Pinus –, utilizadas para
papéis de embalagens, e fibras curtas – obtidas a partir de acácias, bétulas, eucaliptos,
Gmelina, entre outras –, usadas, em geral, para papéis de impressão, de escrita e de uso
sanitário (GALLON; SALAMONI; BEUREN, 2015; NAVARRO; NAVARRO;
TAMBOURGI, 2007). Outros elementos utilizados são a hemicelulose, que é um
polissacarídeo, e a lignina, que é um polímero amorfo de composição química complexa.
Essas substâncias conferem firmeza e rigidez ao conjunto de fibras de celulose”, segundo
Nikitin (1996 apud NAVARRO; NAVARRO; TAMBOURGI, 2007, p.2).
12
10
6
PAPEL BRANCO
4
PAPEL RECICLADO
2
0
Produção Produção Celulose Produção Extração
do papel do papel virgem de de fibra
branco reciclado madeira longa
Analisando os gastos de produção dos papéis reciclado e comum, nota-se que o papel branco
consome 1.500 litros a menos de água por tonelada (RIBEIRO et al., 2012). Além de grande
quantidade de água, diversos compostos químicos são misturados no branqueamento e na
formação do papel. Conforme a WBCSD (1996 apud GALLON; SALOMANI; BEUREN,
2015), o maior dano ocasionado ao meio ambiente pela fabricação de artigos de fibra
celulósica (papéis) é, de fato, a emissão de efluentes, no entanto, novas tecnologias estariam
diminuindo a geração destes resíduos com o fechamento já comentado do ciclo de água. A
Tabela 1 mostra a comparação entre o papel branco e papel reciclado, considerando alguns
parâmetros.
PAPEL PAPEL
PARÂMETROS
BRANCO RECICLADO
Para Seragini (1997 apud SANTOS et al., 2010), a embalagem é um amplo empreendimento,
em conclusão do mundo, movimentando aproximadamente US$ 500 bilhões. Diferentes
mercadorias possuem diversas características, e serão elas que influenciarão na seleção dos
inúmeros tipos de embalagens: o tipo de produto, legislação, custo, dependência tecnológica,
sistema de distribuição, desenvolvimento tecnológico, reciclagem, entre outros, são exemplos
de fatores que irão influenciar. O objetivo do sistema é diminuir o custo dos matérias de
embalagens, e a maneira mais eficiente disso é a produção de embalagens ecológicas e
recicláveis. A produção de embalagens recicláveis vem crescendo em escala mundial, em
virtude do conhecimento ecológico e da sustentabilidade.
3.2 POLÍMEROS
Os polímeros possuem diferentes formas classificação, e uma delas está relacionada com
características mecânicas, que os separa em termoplásticos – os mais comercializados, que
podem ser fundidos de uma vez, se dissolvem em diversos solventes e estão aptos a uma
possível reciclagem –, termorrígidos (termofixos) – são muito estáveis à variação de
temperatura, não se fundem mais depois de prontos e a decomposição é feita sob
aquecimento, trazendo complicações à reciclagem – e elastômeros (borrachas) – são
intermediários aos outros dois: a fusão não é possível, porém possuem elevada elasticidade e a
reciclagem sendo complicada (GORNI, 2003; FRANCHETTI; MARCONATO, 2006).
CONCLUSÃO
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, publicação elaborada pela Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2016, p. 30),
verifica-se crescente evolução na geração dos resíduos, sendo parte deles depositados em
locais inapropriados e sem nenhum controle com relação às características desses resíduos.
Dentre esses resíduos destacam-se as embalagens alimentícias ou de fármacos, compostas
principalmente por polímeros e celulose.
Portanto, a compreensão e discussão, baseadas em análises e comparações, dos processos pelos quais
papéis e plásticos são fabricados e como eles se decompõem na natureza e se encaixam no ciclo
natural do carbono são de fundamental importância para culminar numa conscientização e mobilização
indispensáveis para a alteração das bases econômicas em torno do manejo, da utilização e do descarte
dos plásticos e papéis, que trazem impactos não só às áreas urbanas. As análises realizadas no
presente trabalho serão de grande valor também para a comunidade acadêmica, que poderá
propor resoluções para o conflito entre desenvolvimento e preservação do meio ambiente sob
outra ótica. Assim, os resultados da pesquisa poderão ser aplicados em diversas áreas do
conhecimento, como a química, ciência e engenharia dos materiais e engenharia de produção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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papel e celulose pela floculação/coagulação e degradação fotoquímica. Química Nova, São
Paulo, v.25, n.5, p.736-740, 2002. Disponível em:
<http://submission.quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2002/vol25n5/05.pdf>. Acesso em: 29
out. 2017.
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GORNI, Antonio A. Introdução aos plásticos. Revista Plástico Industrial, v.10, n.9, 2003.
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<http://ingaprojetos.com.br/download/INTRODUCAO_AOS_PLASTICOS[1].pdf>. Acesso
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MINAYO, Maria C. S. (org.); DESLANDES, Suely F.; GOMES, Romeu. Pesquisa social:
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Pesquisa (Graduação em Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação), UNICAMP,
2012. Disponível em:
<http://www.ib.unicamp.br/dep_biologia_animal/sites/www.ib.unicamp.br.site.dep_biologia_
WANG, X.W.et al. Global scope assessment: a novel method and its application to the
Chinese paper industry. Energy Policy, v.35, n. 3, p. 1610-1615, 2006.
123
Departamento de Engenharias Civil da Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil.
*cristianotravassos@id.uff.br
Resumo: A metodologia de gestão de projetos em BIM vêm crescendo no mercado brasileiro nos
últimos anos, acompanhando o crescimento da construção civil. Por meio deste novo paradigma na
forma de projetar, é possível alavancar os lucros nas fases de construção, operação e manutenção. O
presente trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo prático em um edifício residencial em
concreto armado, aplicando a metodologia BIM para a gestão de projetos de diversas disciplinas. Para
tanto, desenvolveu-se o modelo virtual 3D de todas as disciplinas do projeto executivo e,
posteriormente, foi feita a compatibilização entre disciplinas e extração de quantidades para aumentar
a produtividade da obra. Foram utilizadas como ferramentas BIM, o Revit e o Navisworks, ambos da
Autodesk. Como resultado, obteve-se a redução de erros nos pedidos de materiais, melhoria na
qualidade dos serviços na obra, economia no HH do engenheiro e operários da obra. Por fim, o
presente trabalho comprova que a implementação parcial do BIM na gestão de projetos da empresa
garantiu redução de custos e prazos na indústria da construção civil.
Palavras-chave: Gestão de projetos; BIM; construção civil; edificação residencial; estudo de caso.
INTRODUÇÃO
Na indústria da construção civil, algumas barreiras são comuns e críticas para o sucesso de
um empreendimento, como por exemplo atrasos no prazo de entrega, custos excedentes aos
planejados, escopos sem definição clara, entre outros. Esses desafios implicam, por
conseguinte, na maior adoção por parte das organizações em melhores práticas de
gerenciamento de projetos, que vêm crescendo nas últimas décadas. Tais melhorias, no
entanto, devem ser tomadas na linha top-down partindo de diretrizes e estratégias nas
lideranças corporativas. Assim, é trazido à tona a necessidade de repensarmos o nosso modelo
atual de gestão de projetos.
Neste contexto, nasce o paradigma do Building Information Modeling (BIM), que consiste na
utilização de modelos virtuais da construção consistentes, com uma base de dados sólida e
com todas as informações necessárias para alimentar as tarefas das equipes, em colaboração e
integração multidisciplinar, por todo o ciclo de vida do empreendimento (NBIMS, 2015). O
emprego desta metodologia de processos vêm auxiliando a gestão de projetos e maximizando
Além disso, o BIM está sendo tratado como uma evolução da metodologia de projetos em
Computer-Aided Design (CAD) e a sua implementação prevê uma melhora também na
colaboração entre players da construção civil (arquitetos, engenheiros, construtores, etc.).
Desta forma, pode-se afirmar que o principal atrativo do uso de BIM não está somente na fase
de projeto e desenho propriamente dita, mas na quantidade e qualidade de informações
disponíveis por todo o ciclo de vida de uma edificação. Logo, são geradas economias
substanciais em todas as etapas, que permitem rápidas análises e estudos de alternativas tais
como programação e estimativa de custos, listas de materiais acuradas, detecção antecipada
de interferências e melhor gestão de recursos (MIGILINSKAS et al., 2013).
Nesse sentido, o presente trabalho envolve um estudo de caso direcionado para a gestão de
projetos utilizando a metodologia BIM em um edifício residencial situado no Estado do Rio
de Janeiro. O estudo é organizado da seguinte forma: no capítulo 2 são apresentados breves
conceitos para entendimento do tema; o capítulo 3 elucida a estrutura adotada para realização
do estudo prático; o capítulo 4 apresenta o estudo aplicado e seus resultados; e, por fim, o
capítulo 5 apresenta as conclusões e discussões acerca do caso prático.
REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo, é feita uma breve revisão de literatura para esclarecimento dos principais
conceitos que orientam o trabalho. São discutidos dois tópicos principais: gestão e
planejamento de projetos, e metodologia de projetos em BIM. Vale ressaltar que foi realizada
previamente uma revisão sistemática da literatura, a fim de coletar trabalhos mais relevantes e
recentes acerca do tema.
Dentro deste contexto, a metodologia BIM surge com a proposta de auxiliar na gestão e
planejamento de projetos voltados à construção civil, integrando os processos que envolvem
todas as etapas do ciclo de vida de um empreendimento.
Por fim, mas não menos importante, estão as pessoas. O ambiente BIM só de fato funciona
com a colaboração dos players, pois as máquinas isoladamente não criam os projetos por
conta própria. Neste campo, entram os estudos cognitivos para entender por exemplo como
eliminar a clássica rivalidade entre engenheiros e arquitetos, questões que não conseguem ser
representadas com fluxogramas, programas computacionais nem resolvidas facilmente. Por
conta disso, este pilar é o mais complicado para resolver e ser bem sucedido, pois medidas
mitigadoras não consertam preconceitos antigos. É preciso, então, grande esforço nos campos
do ensino, pelas escolas e faculdades, e cultural, por lideranças de organizações, para que haja
a mudança de paradigma necessária ao BIM (GHAFFARIANHOSEINI, 2017).
METODOLOGIA
Neste trabalho, foi adotado o fluxograma ilustrado na figura 1 para o estudo prático de aplicação do
BIM na gestão de projetos de uma obra. Este fluxo de trabalho refere-se à atual prática do mercado
relacionada à gestão de projetos utilizando a metodologia BIM. Vale ressaltar que não há uma
implementação completa do BIM no mercado atual, porém mesmo com uma maturidade baixa,
benefícios substanciais podem ser observados.
Ao final desta etapa, garantido que não havia erros individuais nas disciplinas, pode-se
realizar uma compatibilização entre disciplinas, principalmente por meio da detecção de
interferências físicas entre elementos. Para tanto, todos modelos foram unificados em um só,
111 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
criando então o modelo central do empreendimento que continha todas as informações de
todas disciplinas em um só arquivo. Assim, puderam ser identificadas por exemplo esquadrias
de janelas que conflitavam com vigas, entre outros clashes entre disciplinas e, então, os erros
foram comunicados aos projetistas responsáveis.
Com os quantitativos, pode-se encaminhá-los à obra para correção e revisão dos pedidos de
materiais aos fornecedores. Desta forma, eliminou-se a necessidade do levantamento de
materiais in situ e criou-se um viés de comunicação e colaboração entre projetistas e
construtores, permitindo um melhor ambiente de trabalho em BIM.
ESTUDO DE CASO
Neste capítulo, são apresentados os detalhes do objeto de estudo bem como os resultados da
aplicação do fluxograma proposto.
Concreto (m³)
Total por
317,99 527,00 1089,32 17,29 214,98 160,20 22,20
Elemento
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Conclui-se das tabelas 2 e 3 que, caso todo o levantamento de material concreto fosse feito no
Revit, a empresa economizaria aproximadamente R$ 76.466,16. Por outro lado, se a empresa
mantivesse a maneira tradicional (CAD) de fazer os levantamentos de materiais, por meio
plantas 2D, seria requisitado um total de 687,24 m² de fôrma a mais que o necessário. Vale
ressaltar no entanto, que esta análise preliminar não levou em consideração economia de HH
dos operários nem possível correção dos quantitativos ao longo da obra baseada no contexto
empírico, porém indica uma alta capacidade que o BIM pode impactar nas estimativas de
custo de um empreendimento.
Além disso, foi feita uma análise comparativa do quantitativo planejado em BIM com a
quantidade de material fornecida na obra. Nesta análise, levou-se em consideração apenas o
volume de concreto necessário para a concretagem de toda a laje do G1 (primeiro andar de
garagem), 10 pilares neste piso e a escada do mezzanino ao G1. Na construção, foi executado
o volume de concreto de 121,5 m³, o que representa um erro de 0,5 % do estimado pelo Revit
(122,10 m³) sem considerar a perda. Portanto, duas observações podem ser feitas: a equipe de
obra realizou um bom trabalho executando o projeto com exatidão sem desperdícios e o
quantitativo do Revit em BIM apresenta alto índice de confiabilidade.
De maneira análoga, foi realizada outra análise comparativa entre executado e planejado.
Dessa vez, levantou-se, em m³, o número necessário de concreto para todas os pilares que vão
do G1 ao G2, além de todas as vigas e lajes do G2. Para este caso, obteve-se um valor de
133,5m³, segundo o quantitativo em BIM, levando em consideração 5% de perda. No entanto,
ao final da concretagem, observou-se a falta de 2 m³ de concreto.
Inicialmente, pensava-se que a falta de concreto havia sido por conta de um erro de
levantamento no próprio Revit, porém, a partir de uma análise mais profunda com o uso do
116 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
mapa de concretagem da obra, constatou-se que na verdade a empresa responsável pelo
fornecimento de concreto enviou menos material que o requisitado. Observa-se, portanto, que
a metodologia de gestão de projetos em BIM favorece não somente os custos como também a
qualidade na construção civil, permitindo analisar qualitativamente a produtividade da mão de
obra e o fornecimento de material.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, a implementação parcial da gestão de projetos em BIM na cultura
organizacional e estratégica da construtora rapidamente retornou impactos positivos no
empreendimento. Foram constatados: redução de erros nos pedidos de materiais, aumento da
qualidade de execução dos serviços, maior controle de qualidade no recebimento de materiais,
previsão e antecipação de erros que iriam para a obra, identificação de erros conceituais de
projeto, economia de HH com engenheiro e operários na construção, entre outros.
Sendo assim, apesar do máximo esforço no aprofundamento ao tema, não foi possível esgotá-
lo. Desta forma, como sugestão para futuros trabalhos recomenda-se um estudo mais
aprofundado em relação às economias geradas com redução de HH, devido a previsão erros e
imprevistos na obra. Para tanto, é imprescindível o acompanhamento da obra alinhada com a
evolução do modelo virtual, que também pode ser atualizado e aperfeiçoado.
REFERÊNCIAS
ABANDA, F. H.; VIDALAKIS, C.; OTI, A. H.; TAH, J. H. M. A critical analysis of Building
Information Modelling systems used in construction projects. Advances in Engineering
Software Vol. 90, p. 183-201, 2015.
AVILA, T. C. F.; Gestão de projetos na construção civil - Avaliação do processo em duas
empresas construtoras de florianópolis. Dissertação de mestrado em engenharia civil,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010. p.14
EASTMAN, C., TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. BIM Handbook: A Guide to
Building Information Modeling for Owners, Managers, Designers, Engineers and
Contractors. 2ª Edição. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., Hoboken, 2011.
Abstract: Recently, the BIM methodology applied to project management has been growing in
the Brazilian market, following the construction industry development. In this new paradigm
of project, it can be possible to increase the profits in construction, operation and
management phases. This work has the objective of develop a case study of residential
building with reinforced concrete, by applying the BIM methodology in the project
management of diverse disciplines. For that end, it was developed a virtual 3D model for all
disciplines involved in detailed design and, after that, it was done a compatibilization study
with disciplines and also was carried out the material takeoff, aiming enhancing the
construction productivity. As BIM tools, were used Revit and Navisworks, both from Autodesk
developer. As results, it was achieved better material requests, better quality in construction
services, savings in MH consumption for engineers and workers. Finally, this study intended
to prove that the partial BIM implementation in the project management can guarantee cost
and time savings in the construction industry, specifically in companies.
Keywords: Project management; BIM; civil construction; residential building; case study
Diego Ramos Inácio1*, Douglas Vieira Barboza2 & Sávio Freire Bruno3
1
Instituto de Geografia, UERJ – Rio de Janeiro
2
Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente, UFF – Niterói.
3
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas, UFF - Niterói
*diegori.geo@gmail.com
Resumo: Este estudo tem como objetivo utilizar o Sensoriamento Remoto para classificação
supervisionada e monitoramento do uso e cobertura da terra, no município de Miracema, no Estado' do
Rio de Janeiro. Para Classificação supervisionada foram usadas imagens de satélite SENTINEL 2
correspondentes aos anos de 2016 a 2018. Os resultados obtidos mostram uma crescente degradação
ocorrida no município. Esse resultado esta relacionado a gestão municipal, associado à cultura local. O
foco desce trabalho é avaliar a microbacia hidrográfica do Baixo Ribeirão Santo Antônio que recebeu
uma terraplanagem não licenciada, o que contribui para o crescimento na área degradada/antropizada
não agricultável.
INTRODUÇÃO
O município de Miracema localizado na região noroeste do Estado do Rio de Janeiro, e
também na região hidrografia do Baixo Paraíba do Sul ou RH IX, possuindo uma área de
303,816 Km² e uma densidade populacional de 88,15 habitantes por Km². (IBGE, 2018)
O café no séc. XIX e no inicio do séc. XX assim como, a cana de açúcar em menor escala,
foram atividades econômicas predominantes, na região, após esse período, a agropecuária
então, cresceu devido as adaptação sofridas pelos produtos locais, de acordo com a
necessidade e demanda, se torna a nova realidade econômica. (PMMA – Miracema, 2015)
Figura 1 - Mapa de localização da MBH Baixo Ribeirão Santo Antônio, Miracema RJ.
Fonte: Os autores.
Este trabalho busca trazer a luz para conservação ambiental no município de Miracema, com
foco na microbacia hidrográfica Baixo Ribeirão Santo Antônio, com base no Plano
Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Miracema/PMMA
Miracema, Código Florestal, Lei 12.651 de 25/05/2012, Estatuto da Cidade, Lei 10.257 de
10/07/2001 e o Código Ambiental do Município de Miracema, Lei 1.412 de 20 de dezembro
de 2012. E assim como, a finalidade de apresentar uma ferramenta de Sensoriamento
Remoto e Geoprocessamento, que atua e pode tornar possível o monitoramento e
preservação, que se faz tão importante como o proposto no PMMA de Miracema de 2015.
Após a classificação e analise das amostras que é o algoritmo de confusão, que consistem
em analisar de forma percentual, que esta se confundindo no treinamento elaborado pelo
usuário, próximo passo é a pós-classificação, que geralmente é automática com peso 2 e
limiar 5. A execução dessa etapa suaviza e generalizam as classificações, enquadrando na
escala cartográfica, no caso 1:25.000.
Mapeamento é o ultimo passo, que seria, classificação e construção das classes de forma
automática, no modelo matricial, que irá identificar em toda a imagem os valores de pixels
da classe correspondente, pixel a pixel. Com isso, exporta se o arquivo na extensão
shapefile, shp, desenvolvido pela Ersi.
Com o softwares QGIS versão 2.18.10 -64 bits é elabora o recorte em relação ao município
de Miracema e as MBHs desenvolvidas no PMMA – Miracema, após também é feita uma
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado final desse trabalho é o mapeamento do uso e ocupação da terra em uma escala
temporal de três anos, que são: 2016, 2017 e 2018. Em uma escala cartográfica de analise de
1:25.000, do município de Miracema (Figura 2) e posteriormente das micro bacias
hidrográficas discutidas e levantadas no PMMA Miracema (Figura 3). Bem como obter as
classificações dentro das APPs, conforme a Figura 4.
A escolha da escala temporal, foi realizada devido a disponibilidade das imagens pois, o
Sentinel 2 deu inicio ao imageamento no ano de 2015.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Como podemos observar existem, áreas de preservação permanente – APP, que se encontram
classificadas como Área Antropizada Não Agrícola - ANA, e recentemente a terraplanagem
acabou por afetar a APP de um curso hídrico que é contribuinte do Ribeirão Santo Antônio na
micro bacia hidrográfica Baixo Ribeirão Santo Antônio, local esse especulado para receber
um aterro sanitário, esse processo de terraplanagem afeta de forma erosiva o solo, causando
assoreamento de cursos hídricos e alterando a paisagem de forma até impactar em nascentes, e
alterações de cursos hídricos, quando não planejado, e não haja os procedimentos cabíveis,
como, sondagem, para verificar a profundidade do lençol freático, é previsto por lei que antes
de qualquer alteração haja a confecção de um Estudo de Impacto Ambiental – EIA, caso
contrário o s impactos em alguns casos podem ser irreversíveis e talvez trazer até danos a
população local.
MBH Ha %
1 MBH Médio Ribeirão Santo 5679,400 18,69
Antônio
2 MBH Baixo Ribeirão Santo 8341,878 27,46
Antônio
3 MBH Córrego Carangola 2532,021 8,33
4 MBH Baixo Ribeirão do Bonito 1977,092 6,51
5 MBH Alto Ribeirão do Bonito 2638,308 8,68
6 MBH Médio Ribeirão do Bonito 5256,543 17,30
7 MBH Alto Ribeirão Santo Antônio 3956,351 13,02
Município de Miracema/Total 30381,593 100
Fonte: Os autores.
Em relação às APPs e as classificações é possível observar que assim como mostra a Figura
4. existe muita classe ANA dentro de APPs, não obstante a MBH que mais apresenta ANA é
a do Baixo Ribeirão Santo Antônio, como pode ser notado na Tabela 3.
Tabela 3 - Resultado 2018 com as classes Área Natural Florestada – ANF e Área Antrópica
não Agricultável – ANA
Foi comprovado que recentemente uma empresa iniciou sua operação em Miracema no
segundo semestre de 2018 realizando a atividade econômica principal de coleta de resíduos
não perigosos (CNAE 3811400), e em janeiro de 2019 se encontra com o status Ativa
segundo o seu Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral, disponível no sítio
eletrônico oficial da receita federal do Ministério da Fazenda.
Fonte: Os autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil o manuseio e eliminação de resíduos sólidos é um dos fatores de maior impacto
ambiental que põe em risco a saúde pública (DIDONET, apud MATOS et al, 2011).
A falta de locais adequados para disposição final dos RS ainda é um problema enfrentado
pela maioria dos municípios brasileiros. Segundo dados obtidos na pesquisa nacional de
saneamento básico, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de
50,8% dos resíduos produzidos no país ainda são lançados em vazadouros a céu aberto.
(ABRELPE, apud MATOS et al, 2011)
Com a elaboração dos dados obtidos e levantados para esse relatório, pode se concluir que o
município de Miracema RJ, necessita licenciar, e apresentar a população o planejamento
relacionado à área que recebeu a terraplanagem, além de estruturar, estudos tecnicos, com a
finalidade de planejamento urbano e ambiental, assim como, um ordenamento visando
buscar compreender os possíveis impactos, que possam acontecer futuramente no local que
recebeu a intervenção e em seu entorno.
Esse trabalho também objetiva sugerir a mudança/alteração do ambiente que já passou pela
terraplanagem, e segundo populares irá receber o suposto aterro sanitário. Sugere que seja
revitalizado, como uma forma de compensação ambiental, visando minimizar os impactos
ocorridos no local, onde já diagnosticado que a proximidade, da atual localidade, com
contribuintes do Ribeirão Santo Antônio, e o fato de esta afetando de uma APP de curso
hídrico, assim como a área esta sendo pleiteada para criação de um Refúgio de Vida
Silvestre Municipal, que visa proteger espécimes importantes, e ameaçadas de extinção, por
exemplo, Callithrix Aurita, popularmente conhecido como, sagui-da-serra-escuro.
Sendo assim pode se afirma que a confecção desse uso e cobertura da terra, confirma que
existe um processo de degradação intenso dentro do município de Miracema, e o que agrava
esse diagnóstico é a ausência de planejamento e também a falta de consideração com as leis
federais, estaduais e municipais não havendo um meio de compensação desses ambientes
degradados, dentro de uma região que no Estado do Rio de Janeiro a meso região do
Noroeste Fluminense é a mais degradada levando em consideração o Estado como um todo.
BIBLIOGRAFIA
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Uso do Solo na Área de Proteção Ambiental Suruí, Magé RJ, com base em Classificação
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Remoto, 2017, Santos. XVIII SBSR - Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto.
São José dos Campos - SP: Galoá - SELPER - INPE, 2017. v. 18. p. 6898-6905.
O Vagalume. O Biólogo Márith Scot Fala Sobre a Polêmica Construção do Aterro Sanitário
Regional em Miracema. Miracema, 2018. Disponível em <
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uffinfes.html?m=1 > Acesso em 15/10/2018
Keywords: Supervised classification; Remote sensing; Image processing; Use and land cove
Alan Marinho Costa1*, Allana Kedry de Matos Mattos2, Nathália Monteiro Rodrigues3 &
Douglas Vieira Barboza4
1
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas, UFF – Niterói.
2
Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente, UFF – Niterói.
3
Departamento de Engenharia e Gestão da Faculdade União Araruama de Ensino - Unilagos, RJ, Brasil.
4
Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente, UFF – Niterói.
*alanmarinhocosta@gmail.com
Resumo: Com a intensa competitividade presente no mercado atual, se faz necessário que desde o
início das suas atividades empresariais os gestores alinhem seus processos de forma estratégica.
Através de técnicas de gerenciamento dos processos aplicados a pequenos negócios, o objetivo deste
estudo é mapear os processos de modo que possam promover a maximização dos resultados, redução
de custos, aumento da satisfação dos clientes e otimização do desempenho de suas atividades através
da remodelagem com apoio da tecnologia da informação. Para isso foi realizado um estudo de caso,
onde se observou os processos realizados na retificadora e através no software Bizagi, foi realizado um
mapeamento. Gerou-se uma interface gráfica dos atuais processos e foi proposto um novo modelo com
a utilização do ERP para integração de informações e consequente melhoria na produção.
INTRODUÇÃO
De acordo com a ISO 19510 (2013) o Business Process Model and Notation (BPMN) é uma
linguagem gráfica baseada em fluxo de trabalho que surgiu como o padrão de fato para
definições de processos de negócios, visando fornecer uma notação que seja prontamente
compreensível por todos os usuários de negócios, desde os analistas de negócios que criam
os rascunhos iniciais dos processos, até os desenvolvedores técnicos responsáveis pela
implementação da tecnologia que executará esses processos e, finalmente para os
empresários que irão gerenciar e monitorar esses processos. Muitos negócios são complexos,
assim um modelo poderá consistir de diversos diagramas com o objetivo alvo de ilustrar um
processo completo, fazendo com que os gestores e colaboradores melhorem o fluxo e
aperfeiçoem processo.
Nos últimos dez anos, o gerenciamento de processos de negócios tornou-se uma atividade
estratégica nas organizações, pois a racionalização do uso de tempo e recursos tem o
potencial de aumentar as margens de lucro, já que podem orientar o gerenciamento de
faturamento, linhas de produção, serviços pós-venda e pagamentos de salários, sendo tal
Contudo ao ser buscado na base de dados Scopus em outubro de 2018, os termos “BPMN” e
“Small business” não foi retornado nenhum resultado em formato de artigo que indica-se o
estudo da aplicação da ferramenta em pequenos negócios, logo o objetivo deste trabalho é
avaliar a efetividade da aplicação da Modelagem de Processos de Negócios e Notação em
um pequeno negócio, para isso realizando um estudo de caso em uma retífica de motores
familiar localizada na cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, em que se efetiva a
utilização do método, tão como se propõe a utilização conjunta da ferramenta Enterprise
Resource Planning (ERP).
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A MODELAGEM DE PROCESSOS
Para Albuquerque (2012) as empresas têm buscado se renovar visando a melhoria de suas
atividades, por isso nas últimas décadas, o Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM)
tem ganhado grande popularidade, visto que visa dois objetivos de difícil conciliação: a
formalização dos processos de negócio em modelos para estruturar efetivamente o trabalho e
a flexibilidade organizacional com capacidade de responder a situações novas e imprevistas.
Tendo um modelo de processo de negócio, na prática, o papel de elo entre o mundo "social"
das práticas organizacionais e o mundo "técnico" da tecnologia de informação, sendo, assim,
um híbrido sociotécnico por excelência, visto que consegue relacionar a formalização e a
flexibilidade de forma multidimensional.
De acordo com Van der Aalst, La Rosa & Santoro (2016), o BPM tornou-se uma disciplina
madura com um conjunto bem estruturado de princípios, métodos e ferramentas ao interligar
tecnologia da informação, administração e engenharia, tendo conseguido alguns avanços
notáveis como:
Beretta (2004, apud Ensslin et al., 2017) alinha os processos de negócios à estratégia
organizacional, entendendo que o desempenho organizacional deve associar a avaliação de
desempenho, baseada em processos de negócio, com uma visão estratégica institucional e
com sua estrutura funcional, onde sistemas de avaliação de desempenho baseados em
processos de negócios podem dar suporte à disseminação do BPM dentro da organização,
tornando os processos de negócios notados através da medição de seus resultados
intermediários e finais que podem permitir o desenvolvimento do hábito de aferir o
desempenho, a fim de utilizar práticas que promovam a melhoria dos processos, estimem
custos e entendam corretamente os processos da empresa.
Adesola & Baines (2005) sugerem uma abordagem processual genérica como guia para a
execução do gerenciamento de processos de negócios que busque a reengenharia e melhoria
de processos que se dá em sete etapas: avaliação da facilidade, o esboço do processo sob
revisão, a coleta detalhada de dados; a modelagem do processo atual; a avaliação e o
redesenho do novo processo, a implementação, e a revisão do processo.
2.1.1 BPMN
Entre as notações de modelagem de processos, em destaque, está o BPMN se tornando padrão
nas empresas de negócio, devido praticidade de organizar e visualizar os processos e obtendo
melhor comunicação com os responsáveis de tecnologia de informação da organização, que
possuem associação com a automatização dos processos modelos, sendo uma extensão do
BPM. O Business Process Management foi desenvolvido para fácil entendimento de negócio
até mesmo aos mais complexos, porém é um padrão que está longe da perfeição, mas em
evolução.
2.1.2 SPEM
O SPEM é um modelo para a definição de processos e seus componentes. Com seu meta
modelo é possível manter e apoiar uma extensa gama de fragmentos de métodos e processos
de desenvolvimento de projetos. Esse método é útil para arquitetos, gerente e engenheiro de
software que buscam soluções para aprimorar a modelagem de processos de softwares.
Ainda de acordo com Khande (2019), embora as pequenas empresas também possam ser
classificadas de acordo com outros métodos, como receitas anuais, remessas, vendas, ativos,
ou por receita bruta ou líquida anual, o número de funcionários é uma das medidas mais
amplamente utilizadas, podendo de acordo com alguns especialistas serem classificadas como
pequenas empresas àquelas que possuem 100 ou menos funcionários, independente do tipo de
trabalho que executem ou da estrutura que possuem, estando cinquenta por cento da força de
trabalho privada atualmente trabalhando em pequenas empresas em todo o mundo, podendo
estas terem sido estabelecidas iniciando novos negócios ou comprando um negócio existente
ou comprando e executando uma franquia.
As micro e pequenas empresas representam um contexto especifico, por essa questão deve-se
analisar as diversas características pelas quais se destacam para o estabelecimento de
processos, que são: Investimento compatível com a realidade da Empresa, Transferência de
conhecimentos da área de estabelecimento de processos de software para a Empresa, Ser
Explícito, Ser Flexível e Adaptável, Incluir técnicas de Gerenciamento, Considerar as
principais normas e modelos na área de Qualidade de Software, Ser de Domínio Público,
Considerar a cultura já existente da Organização, Prover orientação sobre como disseminar e
implantar processos, Gerar resultados rápidos e poder ser aplicado de forma Incremental,
Suportar todo o estabelecimento de processos, incluindo a definição e a Implantação.
(WEBER, 2005).
Para Everton Júnior (2017) as micro e pequenas empresas no Brasil servem de janela de
oportunidade para milhões de trabalhadores e empreendedores com potencial de
transformação social ao gerar emprego, renda, consumo e pagamento de impostos. Existindo
aos milhões, elas se encontram espalhadas por todo o território nacional e são as maiores
empregadoras do país, responsáveis por 27% do produto interno e por empregarem mais
profissionais com carteira assinada do que as médias e grandes.
Hehn (1999) exibe o sistema ERP como um enriquecimento do MRP II. Eles concebem uma
coletânea integrada de sistemas que suprem as necessidades de um negócio: finanças, controle
de produção, contabilidade, vendas, compras e outros. Todos estão integrados e compartilham
os mesmos dados. Geram em si processos de trabalho padronizados, buscando representar os
melhores exercícios mundiais de cada posto. A adequação destes sistemas determina
disciplina e os usuários devem mantê-los atualizados.
Segundo Dempsey (1999), o ERP é um conjunto de programas que são capazes de ligar
aspectos da manufatura e aliar procedimentos originados por outros aplicativos e contábeis.
Conquanto seja muito útil, as empresas não reconhecem sua necessidade e não sabem como
usá-lo.
De acordo com Buckhout et al. (1999), ERP é um sistema de planejamento dos recursos
empresariais que integra funções criando operações mais eficientes. Associa os dados-chave e
a comunicação entre as áreas da empresa, abastecendo dados detalhados sobre as operações
da mesma.
Segundo Corrêa et al. (2007), o ERP é formulado por módulos que suprem às necessidades de
dados de sustentação à tomada de decisão de todos os setores empresariais, integrados entre
si, a partir de uma base de dados singular e não pleonástica. Podem ser entendidos como
evolução do MRP II na medida em que controlam tanto os recursos diretamente utilizados na
manufatura quanto os demais recursos da empresa.
Segundo Miltello (1999), o ERP domina a empresa, manejando e conferindo seus dados. Os
procedimentos são documentados e contabilizados, originando normas de negócio definidas e
admitindo maior controle sobre determinados pontos vulneráveis do meio empresarial, como
a administração de custos, controle fiscal e estoques. A escolha desses sistemas assenta fim
aos diversos sistemas que trabalhavam de forma fechada na corporação, com informações
excessivas e não confiáveis.
Em acordo com um dos objetivos deste estudo, que é propor as melhores práticas de negócio
para uma organização de pequeno porte, pode-se observar que a otimização dos processos de
pequenas organizações baseadas nas modelos metodologias do ERP e BPMN, se feitas de
forma planejada e eficaz, conseguem recolocar essa organização no mercado em posição mais
competitiva. Vejamos que Havey (2005) destaca que a formalização dos processos ocasiona
aumento de produtividade e eficiência dos mesmos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento efetivo deste trabalho foram traçados os procedimentos
metodológicos visando à utilização ferramentas relevantes às necessidades abordadas nos
pequenos negócios, para isso os procedimentos técnicos foram realizados de forma
interdisciplinar, iniciando pelo levantamento bibliográfico, seguido da coleta de dados em
estudo do ambiente e organização de uma retificadora de motores, para inserção no software
Bizagi e análise dos dados inseridos.
O estudo de caso foi realizado em uma pequena empresa localizada no bairro Jardim
Caiçara, no município de Cabo Frio – RJ, cuja atividade econômica principal se trata do
recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores, para tal contando
com 7 colaboradores: quatro operadores de retificadora, três ajudantes e uma gerente que
também acumula a função de operadora de Caixa.
Para gerar os mapas de processos, foi utilizado o software Bizagi, que admite a cooperação
entre as empresas e os setores de TI na elaboração e experimentação acelerada de aplicativos
de processos, somando a produtividade operacional e a rapidez, conservando o controle de
TI. Por meio deste programa, os processos podem ser personalizados e utilizados em
qualquer lugar, facilitando a utilização na empresa visando a continuidade de melhorias no
processo.
143 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A técnica de modelagem de processos utilizada neste trabalho foi basicamente o BPMN. A
ferramenta BPMN foi utilizada para fazer o fluxograma do ambiente de trabalho das
empresas, visando à remodelagem onde há indigência. Um fluxograma no ambiente presente
e outro com as características de melhorias. Com isto se propôs a aplicação do ERP para
gerenciar as tarefas da organização, assim como foi proposto o treinamento dos funcionários
sobre suas funções, visando reduzir os casos de funções dispersas e mal definidas que
acarretam a dificuldade na resolução de problemas.
Fonte – Os autores
O sistema ERP foi sugerido, onde sua função é integrar as áreas da empresa para melhor
conversação entre setores. Este sistema trará benefícios organizacionais como a padronização
dos processos (podendo ser melhorados conforme necessário), redução de custos e riscos,
aceleração dos processos, controle de pedidos de clientes, redução de erros, gestão unificada,
etc. A aplicação deste sistema nesta empresa pode ser feito de forma gratuita, com o software
YetiForce (O sistema YetiForce foi criado para empresas que procuram soluções flexíveis e
personalizadas com uma ampla gama de ferramentas de configuração e uma interface
amigável) ou Dolibarr (Dolibarr é um software livre/open source projetado para empresas de
porte pequeno e médio), fundações e freelances. Você pode instalá-lo e usá-lo como um
aplicativo autônomo, ou on-line em um servidor compartilhado ou dedicado. Dolibarr
144 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
funciona via web em qualquer dispositivo (desktop, smartphone e tablets). que apesar de
poderem não ser tão completos quanto os softwares privativos, auxiliarão no início da
implantação para adaptação. O ERP defende a tese de que com a integração os setores passam
a ser conhecidos por todos os interessados e procedendo em avanços nas ações.
Fonte – Os autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que, com a utilização destas ferramentas e sistemas, as empresas serão mais
qualificadas para o mercado de trabalho, visto que sua ordenação trará avanços tecnológicos
com a intenção de ciclo contínuo dos procedimentos. Estas metodologias são de grande valia
para as empresas, aquelas que adotarem terá total controle do negócio e consequentemente
um aumento em seus lucros e visão mais limpa dos acontecimentos internos e também
externos.
Com a utilização do BPMN será mais fácil à mudança e melhoria nos setores, pois este
estará ordenando da forma que a empresa adapte-se. O SPEM mostrará o quanto é
necessário à definição de funções até no meio empresarial de pequeno porte e juntamente o
interesse de treinamentos e qualificação dos funcionários. O ERP fará a função da integração
de todos os setores e contará com todas as melhorias anteriormente feitas pelos métodos
elucidados a cima, pois ficará mais clara a sua organização perante as obrigações dos
departamentos e dos funcionários.
145 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
Visto todos estes pontos, observa-se que é necessária a manutenção empresarial seja ela de
qualquer porte, e que sistemas utilizados por grandes empresas também podem auxiliar as de
pequeno porte. Este projeto será indicado a estas empresas com o intuito de por em prática.
Um assunto não abordado neste trabalho, porém de relevância a trabalhos futuros seria a
utilização de indicadores de treinamento para os colaboradores, onde serão calculados metas
por hora trabalhadas a fim de utilizar uma ordem de produção organizada pelo ERP, que tem
a capacidade de criar através de informações enviadas de diversos setores como o vendas,
engenharia, compras, etc. Outro método seria o mapeamento de cada atividade dentro da
empresa, um padrão de como são efetuados os serviços, esta forma irá contribuir para
posteriores colaboradores estarem de acordo com as normas da empresa e estarem a par de
como devem ser feitos os serviços.
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Nayara Montella da Silva1*; Elisa Barbosa Marra2; Moisés Teles Madureira3; Raphael Alves dos
Santos4; Luiz Felipe Caramez Berteges5; Luciene Pinto Soares6
123
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
4
Curso de Engenharia Elétrica, Universidade de Vassouras, Vassouras, Brasil, RJ
5
Curso de Engenharia de Produção, Universidade de Vassouras, Vassouras, Brasil, RJ
6
Engenheira Ambiental, Universidade de Vassouras, Vassouras, Brasil, RJ
*nayaramontella@hotmail.com
Resumo: O para-raios atua de modo que a descarga atmosférica possa entrar ou sair do solo sem
passar através das partes condutoras da estrutura ou através de seus ocupantes, não danificando-os ou
causando acidentes. Porém, sua eficiência depende de o solo onde o aterramento seja feito, esteja com
uma baixa resistividade, ou seja, dentro dos valores de Ohms permitidos para segurança pela ABNT
NBR 7117 e ABNT NBR 5419. O exogel é utilizado para tratamento dos solos onde a resistividade
está acima da permitida. Ele apresenta características técnicas excepcionais para o aterramento tendo
em vista sua formulação à base de óxidos, o mesmo possui boa condutividade elétrica (dispersão
elétrica), alto grau de higroscopia, estabilidade no valor da resistência de aterramento, além de não
agredir o solo. O objetivo do artigo é otimizar a funcionalidade do exogel, substituindo o Óxido de
Sódio pelo óxido de Ouro III, de forma que o mesmo diminua ainda mais a resistividade do solo sem
agredi-lo. A escolha do componente a ser substituído e do substituto, deu-se através de pesquisa
bibliográfica. Obtendo-se resultado satisfatório.
INTRODUÇÃO
É possível que as descargas elétricas atmosféricas tenham contribuído para a geração de
moléculas orgânicas necessárias à formação de qualquer forma de vida. Harland & Hacker
(1966), registraram a formação de fósseis por descargas elétricas há 250 milhões de anos
atrás. Historicamente, descargas elétricas e trovões foram objetos de adoração e fascínio por
civilizações antigas. Por exemplo, Gary (1994) e Rakov & Uman (2003) fazem uma revisão
de perspectivas mitológicas de descargas em diferentes culturas. Além disto, uma tempestade
elétrica constitui um fenômeno atmosférico de beleza ímpar. Entretanto, a ocorrência de
descargas elétricas atmosféricas pode gerar transtornos para a sociedade. As descargas podem
provocar colapsos ou desligamentos na rede de distribuição de energia elétrica, incêndios,
acidentes na aviação e embarcações marítimas, danos aos sistemas de telefonia e de
Os raios podem ser do tipo em nuvem e nuvem-terra. Os raios em nuvem, podem acontecer de
três formas: intra nuvem (que ocorre no interior de uma mesma nuvem), nuvem-nuvem (que
ocorre entre duas nuvens) e descargas para o ar (que ocorrem da nuvem para o ar). Já os raios
tipo nuvem-terra, podem ser denominados nuvem-solo ou solo-nuvem, variando com o
sentido do movimento da carga que os origina
Os tipos de descargas atmosféricas considerados nesse artigo, são os que tem contato com o
solo. Raios nuvem-solo são raios que acontecem na maioria das vezes. Solo-nuvem, são mais
raros. Os raios também podem ser classificados de acordo com a polaridade da carga que
inicia a descarga, como negativos ou positivos. A maioria das descargas nuvem-solo é
negativa, assim os raios transferem cargas negativas da nuvem para o solo. Os raios positivos,
partem de uma região de polaridade positiva da nuvem e comumente são mais perigosos, pois
a corrente contínua dura mais tempo e carrega mais energia. (SABER ELÉTRICA, 2018)
Para se alcançar o objetivo de blindar uma estrutura, seus ocupantes e conteúdos, é necessário
se obter sistemas de proteção em regiões onde se pretende diminuir os danos causados pelas
descargas atmosféricas. Os principais componentes para um sistema de proteção contra essas
descargas são terminais de aterramento, terminais aéreos, condutores de descida, condutores
de ligação equipotencial. Os terminais aéreos, são mais conhecidos como para-raios e nada
mais são que, hastes condutoras rígidas, montadas em uma base com objetivo de capturar
relâmpagos. Eles devem ser instalados nos pontos mais altos da estrutura. Algumas vezes,
estas hastes são interligadas através de condutores horizontais. Os condutores de descida são
cabos que conectam os terminais aéreos aos terminais de aterramento. Os terminais de
aterramento são condutores que servem para conectar os condutores de descida ao solo. Eles
são tipicamente condutores de cobre ou revestidos com cobre enterrados no solo. O nível de
aterramento depende bastante das características do solo. Os condutores de ligação
equipotencial, por sua vez, são condutores que visam igualar o potencial entre os diferentes
condutores para impedir descargas laterais.
MATERIAIS E MÉTODOS
A partir de então, pesquisas sobre cada composto, definiu qual dos compostos seria mais
agressivo ao solo e que não tirassem a característica principal do gel em caso de substituição.
Em seguida, após definido o Na2O para ser substituído, a pesquisa seguiu, a fim de que se
encontrasse um metal menos agressivo ao solo e tivesse resistividade elétrica mais baixa que
o mesmo. Desta forma, ocorre a obtenção da maior diminuição da resistividade do solo,
Abre-se um orifício
Mistura-se o Hexogel Coloca-se a metade
em torno do eletrodo
com enxada ou pá na do solo tratado
tratado 80 cm largura
metade do solo novamente no
x 80 cm
retirado orifício do eletrodo
profundidade
Fonte: Os Autores
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através das pesquisas, pode-se observar que os compostos do exogel, são todos óxidos
metálicos, isso porque, o gel é composto em sua maior parte por argila (argilominerais). Os
metais têm baixa resistividade elétrica, dessa forma, facilitam a dissipação da descarga
elétrica ao solo. O maior objetivo desse artigo é substituir um desses metais por outro menos
poluente e menos resistivo, conduzindo mais eletricidade.
Para substituição, foi escolhido o óxido de ouro (III) na mesma porcentagem de aplicação.
Diferente do sódio, o ouro é pouco reativo e tem baixa resistividade elétrica. Ou seja, sua
152 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
condutividade elétrica é maior, uma corrente elétrica passa através do ouro com muita
facilidade. Além disso, ele não reage com a água e também não sofre facilmente lixiviação
A diferença de resistividade entre os componentes é de 0,025 Ωm. O que significa que o Óxido de
Ouro III é 46,80% menos resistivo a correntes elétricas. Como a condutividade elétrica é diretamente
proporcional a resistividade, podemos considerar que o Au2O3 (Óxido de Ouro III) é 46,80% mais
condutor que o Na2O, (Óxido de Sódio) totalizando uma diferença positiva significante.
CONCLUSÃO
De acordo com estudo de caso realizado, pode-se chegar a conclusão que é viável a
substituição do óxido de sódio pelo óxido de ouro III. Ainda que a adição do ouro aumente o
custo do produto, ele atinge o objetivo principal que é diminuir a agressão ao solo e aumentar
a condutividade elétrica. Sendo assim, torna-se o solo menos resistivo, atingindo um campo
maior de aplicação, pois o mesmo passa a ser mais indicado também para proteções em locais
de grandes descargas atmosféricas, é o caso das subestações, por exemplo, que hoje, em sua
maioria, utilizam outros métodos de proteção. Expandindo o campo de aplicação, o retorno
financeiro também passa a ser maior, tornando viável o processo. Com isso, conclui-se que o
objetivo alcançado, e que as questões propostas no artigo foram solucionadas.
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<https://www.sabereletrica.com.br/descargas-atmosfericas/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
1
Instituto de Ciência e Tecnologia, UFF – Rio das Ostras
2
Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente, UFF – Niterói.
*ricardobella@id.uff.br
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, as vantagens competitivas organizacionais estão intimamente relacionadas à
sua capacidade de lançar produtos com conceito inovador, mas sem perder as características
de qualidade e preço. Na literatura, existem muitos tipos de metodologia para o
desenvolvimento de produtos inovadores, mas a questão que se coloca sobre qualquer um
deles é: a responsabilidade social tem feito parte das discussões sobre produtos?
MÉTODO
O método de pesquisa foi aplicado na base de dados bibliográficos Scopus. Foram Utilizados
os recursos de busca online para encontrar os artigos mais relevantes para analisar. Com a
intenção de fazer uma busca assertiva, as palavras de busca foram utilizadas exatamente como
elas normalmente são apontadas na literatura internacional: “Corporate Social Responsibility”
e “Product Development”. Estes termos foram inseridos nos buscadores com as aspas para
procurar a correspondência exata das palavras.
Essa abordagem foi muito restritiva e retornou como resultado um pequeno número de
publicações. Por isso, uma segunda iteração menos restritiva, na qual se substituiu a expressão
“Product Development” pela palavra “Product” foi realizada. Nesta iteração foram
encontradas cerca de mil publicações a serem investigadas.
Para investigar essa quantidade de publicações, em primeiro lugar, o escopo dos resultados foi
limitado pelo tipo de publicação, concentrando assim os resultados em pesquisas do tipo
artigos. Essa estratégia levou a oitocentos artigos, os quais foram abordados lendo os
primeiros oitenta artigos das categorias: data mais recente, data mais antiga e os mais citados.
Excluindo as repetições, essa amostra representou cerca de quarenta por cento do total de
artigos encontrados. Depois disso, os artigos mais relevantes foram selecionados para analise,
aonde os textos foram revisados em busca de discussões sobre a intersecção dos dois temas
propostos. A técnica de seleção se baseia na leitura dos resumos dos artigos e em alguns casos
em uma visão geral do artigo para esclarecimento.
Para analisar os artigos selecionados e alcançar o objetivo de rever a intersecção dos temas,
duas perguntas nortearam a leitura dos artigos: a responsabilidade social corporativa foi
RESULTADOS
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
A Responsabilidade Social Corporativa (RSC), segundo o Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, é a forma de gestão que define o relacionamento ético entre a
organização determinada e seus stakeholders interessados nos negócios de forma socialmente
responsável. Na maioria dos casos, essas relações são endireitadas pelo estabelecimento de
metas e indicadores de monitoramento, à luz do desenvolvimento sustentável, preservando a
cultura e as fontes ambientais para geração futura, levando em consideração a diversidade
ambiental e social e a redução da desigualdade social. Nesse contexto, no Brasil, a
desigualdade social é tão grande que a demanda social se tornou mais relevante para a RSE.
• ISO 14001: Criado em 2004 pela International Organization for Standardization (ISO).
A ISO 14000 destaca as ações ambientais da instituição certificada.
• AA1000: Criado em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability. A
AA1000 destaca a parceria entre a organização e seus stakeholders internos e externos.
• SA8000: Criado em 1997 pela Agência de Credenciamento de Prioridades
Econômicas do Conselho (CEPAA). A SA8000 destaca as relações de trabalho e foco,
principalmente, trabalho infantil, trabalho escravo ou discriminação.
• ABNT-ISO 26000: Criada em 2010, pela International Organization for
Standardization (ISO). A ISO 2600 se concentra nos princípios da RSC.
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
O desenvolvimento de produtos é um conjunto de etapas que inclui a conceituação, o design,
o desenvolvimento e o marketing de produtos ou serviços. O objetivo do desenvolvimento de
produtos é manter e aumentar a participação de mercado de uma empresa, satisfazendo a
demanda do consumidor. Sabe-se que nem todo produto atrai a todos, portanto, definir o
mercado-alvo para um produto é um componente crítico que deve ocorrer no início do
processo de desenvolvimento do produto.
PROJECT PLANNING
PRODUCT LAUNCH
DISCUSSÃO
A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) descreve os valores e esforços voluntários das
empresas para se engajar em práticas de negócios que não se concentram exclusivamente nos
lucros dos acionistas, mas também considera interesses mais amplos das partes interessadas,
como sustentabilidade ecológica e justiça social (Sperry e Jetter 2012).
CONCLUSÃO
O desenvolvimento de produtos pode suportar estratégias proativas de RSC, alterando
recursos, materiais e processos de produtos, a fim de reduzir ou até mesmo eliminar os
impactos ambientais e sociais negativos. No entanto, a literatura sobre RSC fornece pouca
orientação prática para o desenvolvimento de novos produtos, mas promove princípios gerais
para responder a questões ambientais e sociais.
REFERÊNCIAS
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Driven Innovation in Food and Personal Care Products, 2010.
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12
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas daUniversidade Federal Fluminense, Rua Passo
da Pátria, 156 bloco D sala 236 - São Domingos, CEP 24210-240, Niterói - RJ.
*josianetorres@outlook.com.br
INTRODUÇÃO
A biomassa das plantas tornou-se importante estratégia para suprir energia renovável,
principalmente após o Acordo de Paris (COP-21), ocorrido em 2015. Nesse acordo os países
se comprometeram em reduzir as emissões de gases do efeito estufa, principalmente com
relação ao dióxido de carbono liberado durante a queima de combustíveis fosseis,
considerados não renováveis. Para viabilizar o comprometimento das metas estipuladas deve
ser estimulada pelos países a inclusão de fontes renováveis para gerar energia (ONU, 2015).
Comparado aos combustíveis fósseis que deriva do petróleo, o uso de biomassa vegetal tem
como benefício menor emissão de gases que ocasionam o efeito estufa. Além disso, a
biomassa oriunda das plantas é considerada energia sustentável, pois o carbono liberado na
combustão seria o mesmo carbono previamente incorporado às plantas na etapa da
fotossíntese. No cenário atual a biomassa como fonte de energia representa 8,3%, enquanto
o gás natural corresponde a 9,1% e as hidroelétricas 68,1% da oferta nacional de energia
(EPE, 2017).
Uma importante qualidade da biomassa que deve ser levada em consideração, quando
avaliado é o poder calorífico, ao que se diz respeito a combustão de mesma fonte de energia
a substituir combustível fóssil. Com tudo, a umidade e a densidade baixa se tornam não
desejáveis para que a biomassa seja utilizada como insumo energético, que através do
processo de decomposição pode danificar a matéria. O processo de secagem por secador
rotativo ou secagem ao sol, se tornam necessários para remover a umidade. (Embrapa
Tabuleiros Costeiros, 2015). A geração da biomassa como gramíneas produtivas, a exemplo
do capim elefante (Pennisetum purpureum), é promissora nos países tropicais. Nessas
plantas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No tratamento realizado aos 120 dias de idade de corte nas quatro repetições como mostra o
gráfico 1 abaixo, verificou-se que a altura média da planta (AP) entre as variáveis da parcela
identificada como repetição 1 ficou em 268cm, a média do número de entre-nos (EN),
14. O diâmetro do caule (DC) registrou uma média de 13mm. O número de perfilhos (NP)
contabilizado foi de 22 unidades por m2 e a produção de folha (PF), 2.105Kg/ha-1. Na
repetição 2 a altura média da planta (AP) entre as variáveis ficou 270cm, com 14 em média
de número de entre-nos (EN). O diâmetro do caule (DC) atingiu a média de 12mm, enquanto
o número de perfilhos (NP) chegou a média de 18 por m2 e a produção de folha (PF),
1.650Kg/ ha-1. A repetição 3 mostrou a altura (AP) média de 276cm e média de 14 entre-
nos (EN). O diâmetro do caule (DC) apresentou média de 13mm, foram contabilizados 34
perfilhos (NP) por m2 em média e 3.000 Kg/ ha-1 de produção (PF). Já na repetição 4,
apresentou altura média da planta (AP) de 239cm e média de 13 entre-nos (EN), 13mm de
diâmetro do caule (DC) e 23 perfilhos (NP) por m2 em média. A produção (PF) foi de
169 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
3.030kg/ ha-1. Através de análise laboratorial serão mensurados, comparados e
caracterizados os teores de fibra, cinzas, lignina, carbono e por fim o poder calorífico, entre
os próximos cortes do capim. A questão ambiental atualmente é uma notável preocupação de
empresas no mundo, a relevância negativa dos gases de efeito estufa (GEE) e consequências
para o aquecimento global, se for considerado que a principal fonte de emissão de GEEs
seria a queima dos combustíveis fósseis, torna necessário se buscar por alternativas
energéticas, sobretudo, de combustíveis renováveis. A responsabilidade no contexto ao meio
ambiente aumenta cada dia mais no setor industrial. Para minimizar índices de degradação
no ambiente empresas vêm buscando certificados, assim também a economia dos recursos,
por tanto, se faz necessário que haja novas estratégias que consigam conciliar economia não
desprezando o desenvolver social e ambiente conservado.
O uso do Capiaçu vislumbra interesse pelo fato de estar contribuindo de forma positiva na
diversificação da matriz energética brasileira.
Gráfico 1. Altura (A), Entre-nos (B), Diâmetro (C), Perfilhos (D) e Produção (E) do capim
elefante BRS-Capiaçu com a idade de corte de 120 dias nas quatro repetições.
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Marianna Soares de Almeida1*, Ana Paula de Carvalho Faria2, Larissa Dionísio da Silva3, Hídila
Souza Teixeira da Silva4, Cristiane de Souza Siqueira Pereira5
12345
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
*mariannasoares403@yahoo.com
INTRODUÇÃO
A atividade metabólica produz constantemente radicais livres no organismo humano, esses
quando gerados in vivo reagem com proteínas, RNA, DNA, dentre outras substâncias
oxidáveis, causando assim o envelhecimento das células e favorecendo a instalação de
doenças degenerativas no organismo, como por exemplo o câncer. RAMARATHNAM, 1995
aponta que o processo oxidativo mais frequente no organismo humano é a autoxidação de
ácidos graxos em membranas celulares.
MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Os autores
Utilizou-se como solvente de extração o etanol (99,5%). Os procedimentos foram realizados em
triplicata em diferentes tempos de extração: 2 horas, 4 horas e 6 horas.
Primeiramente foi criado um fluxograma a fim de prever as etapas do processo de extração. Essas
etapas são demonstradas na figura 3.
Fonte: Os autores
Foi realizado um levantamento dos principais componentes da cebola, esse serviu como
referencial teórico do presente estudo. De acordo com dados do IBGE, 2005, HUBER, 2008 e
ARABBI, 2004, a cebola roxa é composta basicamente por vitaminas do complexo B,
vitamina C e água além de quercetina que é o flavonóide de interesse.
Considerou-se uma alimentação a uma razão de 8 kg\dia resíduo seco, alimentando-se 703,7 L
de solvente (etanol-99,5%). Cadastrou-se no banco de dados do programa a alimentação
composta pela mistura representada na Tabela 1. Constituiu-se também como alimentação o
fluxo de solvente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao analisar os dados obtidos, foi observado que ao utilizar o etanol, como solvente, o rendimento foi
satisfatório. A literatura apresenta o trabalho de Galo et al., (2018) em que os autores concluíram que o
melhor processo de extração da quercetina da cebola roxa ocorreu quando utilizou-se etanol a 60% e
tempo de extração de 2 horas. A Tabela 2 apresenta os rendimentos obtidos para cada tempo de
extração.
Em todas as amostras analisadas o rendimento médio da extração de 6 horas foi maior que o
rendimento médio das extrações realizadas em 2 horas e 3 horas. Diante deste fato, observa-se
que o tempo de extração influencia diretamente no rendimento do processo, uma vez que ao
comparar o rendimento em cada tempo, em 6 horas, mais ciclos são realizados e mais extrato
da cebola tende a ser extraído.
CONCLUSÃO
No presente trabalho avaliou-se o rendimento de extratos do resíduo da cebola roxa com foco no
reaproveitamento de seus componentes de valor agregado como os flavonoides. Após estudos,
concluiu- se que o melhor tempo de extração foi de 6 horas obtendo-se o rendimento de
aproximadamente 26,65% ± 9,45 %. Os resultados obtidos na simulação e no procedimento
experimental permitem avaliar que é possível a extração. Novos estudos deverão ser feitos
considerando a purificação do extrato e quantificação do teor de flavonoides em especial a quercetina.
Esta etapa de purificação deverá ser desenvolvida também na simulação, assim como o reciclo do
solvente.
REFERÊNCIAS
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Maria Carolina de Barros Lima1*; Odileia da Silva Rosa2; Orlando dos Santos Pereira3;
Cristiane de Souza Siqueira Pereira3
124
Universidade de Vassouras - Vassouras, RJ, Brasil
3
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica, RJ, Brasil.
*mariacarolinadebarros@gmail.com
Resumo: Este trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo de distribuição de recursos no
processo produtivo, contribuindo para redução do desperdício de matéria prima, da mão de obra e
consequentemente dos custos e maximizar os lucros de uma empresa de pequeno porte no ramo de
confeitaria. Neste contexto, foi utilizada como metodologia a aplicação dos conceitos da programação
linear, permitindo o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis para fabricação de três tipos de
bolos da empresa “Brigaderia Carol”, situada na cidade de Paraíba do Sul-RJ. Foram consideradas
como variáveis do modelo, os três bolos mais vendidos pela Brigaderia semanalmente e como
limitações dos recursos, as quantidades disponíveis dos insumos: farinha, ovos, leite, açúcar, óleo,
leite condensado e custos de mão de obra. Definida como a função objetivo 55,7X1+38X2+21,35X3,
devido à receita por unidade de cada variedade de bolo comercializado. O resultado da otimização, que
maximizou o lucro da empresa identificando o quantitativo da produção de determinados bolos,
devido ao maior lucro semanal foi de R$304,79.
INTRODUÇÃO
A partir do século XXI, o setor de Confeitaria no Brasil obteve considerável crescimento,
estimulando em alguns segmentos o interesse por alimentos com produção artesanal. Com os
segmentos cada vez mais rigorosos e exigentes, a demanda por doces diferenciados exige, não
só manter a originalidade e sabor, como também dispor de novas experiências que auxiliam a
procura do “doce” dos seus sonhos. A competitividade na gastronomia tem exigido análises,
informações e conhecimentos de determinadas confeitarias, sendo utilizadas como
ferramentas para se estabelecer no mercado.
Segundo Milhomem et al (2015, p.2), a Pesquisa Operacional tem por objetivo encontrar a
combinação de recursos, dentro do sistema de produção, mais próxima do ótimo possível
possibilitando a empresa alcançar seus objetivos, seja para minimizar os custos ou maximizar
os lucros.
O método escolhido para aplicação foi o Simplex, definido como “uma técnica utilizada para
se determinar, numericamente, a solução de um modelo em Programação Linear” (SILVA,
2016, p 34).
REVISÃO DA LITERATURA
A Pesquisa Operacional foi utilizada no ano de 1938, na Grã-Bretanha, por um grupo de
especialistas com o intuito de caracterizar o estudo de problemas estratégicos resultantes das
operações militares, onde avaliaram e reposicionaram os radares do sistema de defesa aérea
durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo Silva et al (1998), a programação linear é um modelo utilizado para auxiliar nas
decisões estratégicas no que tange a maior eficiência possível dos recursos disponíveis em
cada sistema de produção para fins de alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa.
• Não negatividade: deve ser sempre possível desenvolver dada atividade em qualquer
nível não negativo e qualquer proporção de um dado recurso deve sempre ser utilizado;
Para obter resultados mais eficientes e exatos deve-se manter as características citadas acima,
para desenvolver de forma adequada um problema de programação linear.
Milhomem et al (2015, p.2) considera o Método Simplex o mais recomendado para resolução
de problemas de Programação Linear, executado com o auxílio do Solver. As restrições de
MATERIAIS E MÉTODO
O método utilizado no presente trabalho foi o Método Simplex, inserido na ferramenta Solver
do Microsoft Excel®, onde considerou-se como variáveis do modelo os três bolos mais
vendidos semanalmente pela Brigaderia Carol, denotados por X1, X2 e X3 (Figura 1) e como
restrições dos recursos, as quantidades disponíveis de: farinha, ovos, leite, açúcar, óleo, leite
condensado, quantidade disponível de cada recurso, custos de mão de obra e tempo para a
realização das atividades fundamentais na produção dos bolos.
Definiu-se como a função objetivo (Equação 1) devido à receita por unidade de cada tipo de bolo
vendido.
(1)
RESULTADOS
DISCUSSÃO
O relatório de sensibilidade identifica as alterações que podem ser feitas durante o processo
de produção sem que ocorra alteração na programação. Os coeficientes da função objetivo e
das restrições podem assumir valores de máximo e valores de mínimo, representados na
Tabela 2.
CONCLUSÃO
De acordo com os dados adquiridos mediante a resolução do problema de programação linear
pelo método Simplex, obteve-se o resultado da otimização da produção de bolos. A
maximização do lucro total da Brigaderia Carol foi de R$304,79, sendo R$ 170,66 o lucro
pela venda de 3 unidades do bolo tipo X1 e R$ 134,13 o lucro com a venda de 4 unidades do
bolo X2 . O bolo do tipo X3 não apresentou maximização do lucro positiva, induzindo a
empresa a não ter produção do mesmo.
REFERÊNCIAS
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do mercado de panificação e confeitaria. Disponível em:
http://www.abip.org.br/site/tendencias-de-mercado-e-indicadores-2018/. Acesso em: 07 de
outubro 2018.
MILHOMEM, D.A.; PORTO, M.L.; MACHADO, A.A.; LIMA, A.C.; TEIXEIRA, A.A.
Utilização da programação linear e do método simplex para otimização da produção de
pães em uma empresa de panificação. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE
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Acadêmica – Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2011.
SILVA, Ermes Medeiros da, SILVA, Elio Medeiros da, GONCALVES, Valter. Pesquisa
operacional: programação linear, simulação. 3° ed. São Paulo: Atlas, 1998.
AGRADECIMENTOS
Cristina Valeria Gomes1*; Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas2; Leonardo Bezerra Pimentel3 e
Leandro Ribeiro De Cicco4
1234
Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente, UFF – Niterói.
*cristinagomes@gmail.com
Resumo: Este trabalho objetiva propor e caracterizar uma sistemática para gestão estratégica de
pessoas em uma instituição pública de ensino. Para tal, se realizou uma Revisão Bibliográfica e um
Estudo de Caso em uma Instituição Pública Educacional para o levantamento atual das práticas.
Houve a formulação de uma proposta de sistemática para a gestão estratégica de pessoas em uma
instituição pública através das medidas identificadas pela revisão da literatura, em conjunto com o
plano de desenvolvimento institucional e o estudo de caso. As aplicações deste trabalho têm como
base o interesse em se estudar a aplicação da gestão estratégica de pessoas em instituições públicas de
ensino, tendo como meta a inovação e sua relação com um melhor desempenho organizacional da
instituição pesquisada.
INTRODUÇÃO
A GESTÃO DE PESSOAS atua na organização e motivação, visando o alcance dos objetivos
e a realização da missão institucional. Dessa maneira, Camões, Fonseca e Porto (2014, p. 34)
dizem que:
Desta forma, as instituições passaram a ter mais mecanismos de planejamento e alocação para
o desenvolvimento do funcionalismo público em instituições de ensino, definindo as políticas
e ações para o aperfeiçoamento de um programa direcionado para a probabilidade de
satisfação em todos os setores constituintes do sistema, garantindo assim, a manutenção e a
sustentabilidade do trabalho desempenhado nesse contexto (CHAVES; AMARAL, 2015).
188 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
As instituições públicas necessitam de agentes públicos para que suas funções possam ser
executadas. Posto isso, é necessário que seja criado todo um processo no qual os agentes
devem seguir para que as atividades sejam realizadas com sucesso e sejam respeitados os
preceitos éticos e legais estabelecidos no sistema jurídico brasileiro. As pessoas, nesse
contexto, devem ser geridas de modo a satisfazer tanto as necessidades organizacionais
quanto as individuais. Consequentemente, haverá melhoria na qualidade do serviço público
(TACHIZAWA, 2015).
Deste modo, é imperativo que a gestão pública atue cada vez mais no desenvolvimento dos
servidores (VITURINO, 2015). É relevante destacar que, as teorias de Gestão para o setor
público são diferentes das aplicadas na esfera privada, de acordo com Viturino (2015).
Para obter o aperfeiçoamento esperado, surgem interferências dos fatores internos e externos
ao ambiente organizacional, que precisam ser observados pelo gestor do setor para ampliar a
gestão estratégica. (DIAS; GUIMARÃES, 2016).
Neste sentido, diversos países têm buscado criar sistemas de capacitação de recursos humanos
direcionados para a formação de servidores públicos alinhados com as novas demandas,
embora atualmente, ainda seja uma atuação tímida (VITURINO, 2015).
Com o passar dos anos, o trabalho passou por transformações, com a finalidade de atender
outras necessidades do ser humano e, por fim, as exigências do patrão. Sendo assim, à medida
que o tempo passava e a sociedade capitalista evoluía, o trabalho se tornava mais complexo e
acabava sofrendo fortes influências da cultura e do momento histórico, passando a receber
conceituações que se modificam com o passar dos anos (MAGALHÃES FILHO; PEREIRA,
2013).
A partir da Segunda Guerra Mundial, as condições do fator humano, como saúde, lazer,
soluções de conflito passaram a ser mais priorizadas (MAGALHÃES FILHO; PEREIRA,
2013).
Estudos afirmam que as empresas, sejam públicas ou privadas, são desafiadas a aceitarem que
seus servidores ou funcionários são servidores e não meros trabalhadores, já que possuem
capacidades, habilidades únicas e capital intelectual para gerarem melhores resultados
(CASSOL et al, 2014).
Foram essas dificuldades de gerir as instituições com tanta burocracia que levou as essas
instituições a buscarem profissionais mais qualificados, motivados com o trabalho para que a
produção fosse expandida e suprir a demanda, que métodos e formas de motivação dos
servidores foram sendo implantados, e assim chamar a atenção dos melhores profissionais
para os trabalhos oferecidos (Melo et al, 2012).
Com todas as dificuldades expostas na gestão de pessoas dentro das organizações de trabalho,
os processos de mudança, as estratégias, foram sendo planejadas, organizadas e assim
promovendo um trabalho mais eficiente, a produção e a qualidade do trabalho foram
alcançando níveis de excelência. (Marinho et al, 2014)
Assim as instituições e organizações são desafiadas a criar espaços de trabalho que se adeque
a essa nova visão, isto é, o servidor não é apenas um par de mãos para o trabalho, mas um
servidor que produz bens e serviços e que interfere no ambiente em que trabalha (Cassol et al,
2014).
De acordo com Lacombe (2012), o próprio capital é, em última instância, resultado da remuneração
do trabalho já conquistado, que em vez de consumida, é reinvestida novamente para aumentar a
quantidade ou a eficiência da produção e a maximização dos lucros desejados para a organização.
O local de trabalho é o lugar em que o trabalhador passa a maior parte do dia, ocupando mais o seu
tempo. Sendo assim, as condições ambientais de trabalho estão relacionadas com as condições
físicas, químicas e biológicas de trabalho (MONTEIRO et al., 2015).
De acordo com Chizzotti (2017), as relações de qualidade e produtividade estão sempre em foco de
estudos, principalmente sobre a ótica do comportamento humano e a grande velocidade dos avanços
tecnológicos, portanto, o ser humano ainda é a melhor “estratégia” para o alcance desses objetivos
dentro de uma empesa.
Problemas de saúde expõem mais o trabalhador à tomada de decisão, influenciado sempre por
fatores pessoais e organizacionais que o condicionam, não sendo uma escolha totalmente livre
(GERICH, 2015).
Seu Objetivo Geral é propiciar um modelo de gestão de pessoas, onde o servidor se sinta
valorizado, ampliando os seus talentos através de políticas de qualidade de vida e de
desenvolvimento pessoal e profissional, em um clima organizacional saudável e inovador,
levando-os a se comprometerem com a missão e a excelência do ensino. Já os objetivos
específicos podem ser elencados em:
O PDI da escola relaciona as seguintes metas para o período, no âmbito da Gestão de Pessoas:
14. Ampliar a Pesquisa de Satisfação para os Setores de Gestão de Pessoas (SGP) dos Campi;
15. Buscar convênios e parcerias que se traduzam em benefícios para o servidor através de
descontos em produtos e serviços;
17. Aprimorar as condições de trabalho dos servidores da PROGESP e SGP dos campi; 18.
Iniciar o mapeamento de competências da instituição;
19. Promover visita aos campi através do programa “PROGESP MAIS PERTO DE VOCÊ”;
20. Realizar atendimento psicossocial aos servidores que solicitarem ou que forem
encaminhados por suas respectivas chefias;
METODOLOGIA
Desse modo, este trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa qualitativa exploratória,
com a finalidade de verificar a relação da realidade com o objeto de estudo. Do ponto de vista
dos objetivos, foi realizada a pesquisa descritiva do tipo revisão bibliográfica, com a
finalidade de evidenciar conclusões baseadas em informações sobre o tema estudado através
do método de estudo de caso, o qual visa à compreensão global do objeto.
Em relação à técnica dessa pesquisa, foi adotado o tipo de estudo de caso, no qual apresenta
como estratégia de pesquisa, a contribuição com o conhecimento que se tem do fenômeno
individual, organizacional, social, político e de grupo, além de outros fenômenos
relacionados.
A pesquisa foi realizada num colégio de ensino fundamental e médio de âmbito federal,
localizado no estado do Rio de Janeiro, e se constituiu pela observação da realidade da
organização, pela análise de documentos institucionais e pelo levantamento de dados com os
membros da instituição - corpo docente, equipe técnico-pedagógica e gestores - para avaliar o
processo de gestão de pessoas. Cabe salientar que foram resguardadas as identidades dos
participantes.
A instituição conta com 1000 alunos do ensino fundamental do 1º ao 9º ano, e 700 alunos do
ensino médio, divididos em três turnos (matutino, vespertino e noturno). O colégio oferece
salas especiais com recursos para proporcionar o reforço escolar no contra turno para os
alunos que necessitam de uma atenção especial na aprendizagem.
O Colégio conta com 1 (um) diretor geral, 1 (um) diretor adjunto pedagógico e 1 (um diretor
administrativo, 1 (uma) assessora, em média 3 (três) técnicas em assuntos educacionais,
auxiliares administrativos e em média 60 professores - entre efetivos e contratados - das
diversas disciplinas oferecidas pelo currículo escolar.
Tomando-se como base que o objetivo do colégio é a aprendizagem dos alunos, tornou-se
evidente que o clima organizacional da instituição tem influência direta nos resultados
satisfatórios, no comportamento de professores, técnicos pedagógicos-administrativos e
alunos.
Verificou-se que a cultura organizacional do colégio acaba por motivar a equipe, ampliando a
sua capacitação e reduzindo barreiras para que os servidores tornem-se um grupo coeso e
dinâmico, incentivando a mentalidade de que o trabalho deve ser eficiente e transformador,
que é o proposito de toda organização de ensino.
As leis que regem as instituições são inflexíveis e tomando como base essa premissa, muitos
gestores não se preocupam em modernizar e agilizar o trabalho, em tornar o ambiente mais
estimulante para seus servidores. Assim, as escolas vão se tornando um amontoado de pessoas
insatisfeitas, doentes que não produzem quanto deveriam, e o resultado é a evasão escolar, já
que o ambiente não favorece o aprendizado. A escola, objeto dessa pesquisa, segue na
contramão deste cenário.
Verificou-se que a gestão atual se apresenta de forma democrática, tendo por meta a
valorização do docente, e assim dignificar o profissional da educação com condições de
trabalho dignas, valorizando suas competências e habilidades, com respeito a sua identidade
profissional.
A gestão atual do instituto reconhece que sem uma gestão democrática não existirá a
participação da comunidade escolar, sendo direção da escola a principal incentivadora da
comunidade escolar para que participem ativa e eficazmente do cotidiano da instituição, de
Com base no arcabouço teórico levantado neste estudo e no PDI da instituição, além do
estudo de caso, propõe-se a seguir uma sistemática teórica de gestão estratégica de pessoas
representada no Quadro 2 a seguir, utilizando-se da ferramenta PDCA
Mudanças na gestão de pessoas na comunidade escolar são metas em longo prazo, visto que o
ambiente escolar tem alta rotatividade, e essa questão torna o trabalho mais lento e árduo, mas
não impossível quando o bom senso e a vontade de mudar se faz presente em ações
dinamizadoras, mesmo que alguns servidores prefiram se alienar e permanecerem neutro no
processo de mudança da instituição.
Neste sentido é relevante a proposição de uma sistemática que guie a melhoria contínua da
gestão estratégica de pessoas da instituição, fomentando e clarificando ações para a instituição
busque a excelência de suas atividades.
Ao adotar uma proposta sistemática de gestão estratégica de pessoas, a escola deve ter como
base uma liderança eficaz por parte da equipe gestora, focada na busca de um ambiente cada
vez mais acolhedor, no aprendizado e aculturamento do aluno, na superação em conjunto das
dificuldades que possam surgir e nos recursos humanos, tendo como prioridade a capacitação
e o aprimoramento do conhecimento e o envolvimento total de toda equipe de professores,
além de toda comunidade escolar. Gerir pessoas não é um ato isolado.
A gestão estratégica de pessoas nas escolas é um processo relativamente novo, que visa a
melhoria dos trabalhos prestados pelas instituições de ensino e a satisfação da clientela da
comunidade escolar: os alunos. Portanto, deve ser levada a termo de forma ética,
considerando a responsabilidade social que cabe as essas instituições.
CONCLUSÃO
Responde-se a questão problema deste estudo através do quadro 2, que tem por objetivo
propor e organizar uma sistemática de gestão estratégica de pessoas para uma instituição de
ensino. O referido quadro é advindo da literatura pesquisada juntamente com o estudo de caso
realizado, cumprindo-se dessa maneira o objetivo desse trabalho.
Percebeu-se pelo estudo de caso na instituição que a gestão atual aplica importantes práticas
de gestão estratégica de pessoas, de que há um reconhecimento pelos servidores quanto ao
comprometimento da direção da instituição em valorizar, motivar e capacitar o seu principal
capital: seu corpo de servidores.
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Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
*marlon_debossan@hotmail.com
Resumo: O etanol é um dos principais contribuintes para o combustível, cerca de 20 - 25% de etanol
anidro é misturado à gasolina a fim de aumentar seu índice de octanagem. Para que o etanol anidro
seja adicionado à gasolina, é necessário que o mesmo tenha teor de pureza igual ou superior a 99,6 %
em peso. O desafio dessa purificação é devido à formação do azeótropo no sistema etanol - água, cuja
separação se torna inviável por destilação convencional. Uma das alternativas é a destilação extrativa,
que consiste em adicionar um terceiro componente no sistema a fim de alterar as propriedades da
mistura e aumentar a volatilidade relativa dos componentes de interesse, possibilitando a separação
dos componentes. Dentre os solventes utilizados para a destilação extrativa citam - se os glicóis que
contribuem para a mudança da curva equilíbrio líquido - vapor, promovendo a produção do álcool
anidro. Os resultados da simulação indicaram que o dipropilenoglicol não contribuiu para a formação
de azeótropo entre os componentes do sistema etanol-água. Objetivou-se com o presente trabalho
realizar uma destilação extrativa a fim de se produzir etanol anidro utilizando o dipropilenoglicol
como solvente de extração.
INTRODUÇÃO
Com a crise mundial de petróleo durante a década de 1970, questões políticas e
governamentais impulsionaram o Brasil a fim de buscar novas opções de fontes energéticas
alternativas. Com condições climáticas favoráveis, em 1975 foi criado o Programa Nacional
do Álcool (Proálcool), que tinha como finalidade o estímulo de preço, crédito e garantia de
comercialização da produção de álcool anidro para mistura em até 22% na gasolina. Sendo
assim as indústrias automobilísticas passaram criar adaptações em motores com o objetivo de
melhorar o rendimento da mistura gasolina-álcool e um motor exclusivo para álcool como
combustível (SOARES, 2010).
Para isso, processos especiais são necessários para a produção de etanol anidro (etanol isento
de água), uma vez que a mistura etanol-água forma azeótropo com ponto de bolha mínimo.
Diversas alternativas estão disponíveis para essa separação como: pervaporação, adsorção,
extração líquido-líquido, “swing-pressure” distillation, destilação extrativa, a destilação
azeotrópica, bem como métodos híbridos, que combinam estas opções. No entanto, a
destilação extrativa continua sendo o método mais amplamente usado para se obter o etanol
anidro, na maioria das indústrias de etanol (PLA-FRANCO, 2013).
A busca por solventes, ou agentes de separação é bem conhecida e já foi estudada por
numerosos autores, de acordo com (SOUZA, 2013) e (LEE e PAHL, 1985) os glicóis
possuem propriedades físicas que favorecem a “quebra” do azeótropo, influenciando
positivamente na curva de equilíbrio líquido-vapor .Entre os glicóis utilizados destaca-se o
glicerol (SILVA, 2012), etilenoglicol (NEVES, 1985) e o propilenoglicol (SILVA, 2017);
visto que os glicóis são mais utilizados neste processo de destilação.
A escolha do agente extrativo é de extrema importância que o mesmo não colabore com a
formação de azeótropo, tenha baixa pressão de vapor e tenha maior afinidade com a água,
além de proporcionar menor quantidade de solvente utilizado para que ocorra a separação
desejada. A literatura reporta diferentes trabalhos objetivando-se a obtenção de etanol
anidro utilizando o processo de destilação extrativa com diferentes solventes. Percebe-se
que entre os solventes mais estudados estão o glicerol e o etilenoglicol.
A aplicabilidade dos parâmetros propostos em simuladores permite prever as condições do
sistema, realizar cálculos de balanço de massa e energia para diversos setores industriais a
fim de otimizar processos. O ProsimPlus por exemplo oferece em seu banco de dados um
extenso conjunto de modelos termodinâmicos com a ferramenta SimulisThermodinac,
onde mais de 2300 componentes são sugeridos e oferece mais de 70 operações unitárias
MATERIAIS E MÉTODOS
Para o cálculo dos parâmetros binários foi considerado o modelo termodinâmico NRTL.
Segundo (Renon, H.,1968), o modelo NRTL é fundamentado no modelo de Wilson onde
define que a concentração local em torno de uma molécula se diferencia de concentração em
grandes quantidades. A diferença entre a quantidade de moléculas se dá devida energia de
interação da molécula central com as moléculas em sua espécie ou de outro tipo “Uij”. A não-
aleatoriedade ao nível molecular também introduz a uma diferença de energia. Foi
considerada a equação 1.
Esta operação permite apresentar uma coluna de destilação de multicomponentes, onde opera
em estado estacionário, e transferência de massa em contracorrente entre uma fase liquida e
211 Araruama – RJ, 21-23 de novembro de 2018
uma fase vapor. A coluna é baseada no modelo matemático do conceito de estágios teóricos.
Entretanto, para a eficiência da coluna é possível introduzir o conceito de Murphree.
Para identificar os números de pratos teóricos, considera-se a ordem numérica de cima para
baixo onde o primeiro prato refere-se ao topo, e o ultimo prato a parte inferior da coluna.
Deve ser considerado uma alimentação, um destilado de vapor e um produto de fundo líquido.
Se houver um destilado líquido, considera-se um efeito secundário no primeiro estágio. O
algoritmo da coluna calcula automaticamente a posição de cada estágio de três fases
(PROSIMPLUS, 2017). A coluna pode ser visualizada na figura 3:
Baseados nos estudos de obtenção de etanol anidro através de uma destilação extrativa
realizado por (Souza et al., 2013) e (Souza, 2012), a “quebra” do azeótropo ocorre quando a
alimentação de etanol está em uma concentração superior a 0,8 molar. Para a alimentação de
solvente foi considera as razões solvente/carga (S/F) de 0,5/0,7/0,9 através da equação 2:
Através do software ProsimPlus foi simulado a produção do etanol anidro com recuperação de
solvente. Considerou-se duas alimentações, a alimentação 1 foi determinado o sistema etanol-
água com a concentração proposta em 0,82 molar de etanol, e alimentação 2 o solvente em
questão, dipropilenoglicol. Foram aplicadas duas colunas de destilação. A coluna 1, tratou-se
de uma coluna de destilação condensador total responsável por obter o etanol anidro em seu
destilado, e a coluna 2, uma coluna de destilação trifásica, com a finalidade de recuperar o
solvente em seu produto de fundo.
Para a configuração das colunas foi considerado os valores mínimos de pratos eficientes para
realizar a destilação, assim dizendo, na primeira coluna foram estabelecidos trinta estágios e a
alimentação no prato quinze, a taxa de refluxo igual a dois. A segunda coluna o total de pratos
foram vinte, e a alimentação ocorreu em seu décimo prato. A simulação do processo pode ser
observada na figura 4.
Dipropileno
Etanol -2,59E-06 -2,59E-06 0,2 -9,46E-09 -9,46E-09 -
glicol
Dipropileno
Água -2,59E-06 -2,59E-06 0,2 -9,46E-09 -9,46E-09 -
glicol
Componente Componente
aij aji bij bji cij cji dij dji eij eji fij fji gij gji
i j
Os resultados obtidos da tabela 3 representam a simulação em massa (kg/h) nos dois modelos
estudados.
Correntes de
1 2 3 4 5 6 7 7
Fluxo Parcial
Dipropileno
0 6708,7 6708,7 2,73E-05 6708,7 3,16E-05 6708,7 6708,7
glicol
fluxo total (kg/h) 4101,9 6708,7 10811 3684,4 7126,2 417,45 6708,7 6708,7
S/F=0,5
NRTL NRTL Prosim
Componente Etanol Água Dipropilenoglicol Etanol Água Dipropilenoglicol
Fração Mássica 0,9998 0,0002 0 0,9998 0,0002 0
Fração Molar 0,9995 0,0005 0 0,9995 0,0005 0
S/F=0,7
NRTL NRTL Prosim
Componente Etanol Água Dipropilenoglicol Etanol Água Dipropilenoglicol
Fração Mássica 0,9998 0,0002 0 0,9998 0,0002 0
Fração Molar 0,9995 0,0005 0 0,9995 0,0005 0
S/F=0,9
NRTL NRTL Prosim
Componente Etanol Água Dipropilenoglicol Etanol Água Dipropilenoglicol
Fração Mássica 0,9998 0,0002 0 0,9998 0,0002 0
Fração Molar 0,9995 0,0005 0 0,9995 0,0005 0
Visto que os valores de (SILVA et.al., 2013) variaram em sua fase vapor de etanol, as
composições de destilado obtidas neste trabalho, assim como nos resultados de (DA SILVA,
L.F et. al., 2017), não variaram nas diferentes razões de S/F. De acordo com os resultados
obtidos, observa-se que assim como o glicerol e o propilenoglicol, o dipropilenoglicol além de
não contribuir para o azeótropo formado no sistema etanol-água, ele pode ser considerado
como um solvente extrator de acordo com o resultado da concentração de etanol obtido na
simulação.
CONCLUSÃO
Foi observado que em ambos os modelos utilizados os resultados não se diferem, validando o
modelo NRTLProsim encontrado no simulador.
Observou-se também que não houve alteração de valor entre as razões solvente/carga (S/F)
admitindo a mesma configuração de coluna em todas elas. Sendo assim, foi concluído que a
razão mais indicada é 0,5 devido ao baixo consumo de solvente mostrando a eficiência de
produzir o etanol anidro.
REFERÊNCIAS
SOARES, R.B. Estudo da destilação extrativa salina em coluna recheada para a produção de
etanol. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Instituto de Tecnologia,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2010.
PLA-FRANCO, J.; LLADOSA, E.; LORAS, S.; MONTÓN, J.B. Phase equilibria for the
ternary systems ethanol, water + ethylene glycol or + glycerol at 101.3 kPa. Fluid Phase
Equilibria, Volume 356, 25 de outubro de 2013, Pagina 374.
LEE, F. M.; PAHL, R. H.Solvent screening study and conceptual extractive distillation
process to produce anhydrous ethanol from fermentation broth. Ind. Eng. Chem. Processo
Des. Dev., 1985, 24 (1), pp 168-172. Janeiro de 1985.
PROSIMPLUS (2017). ProSimPlus Library (Standard version + rate base option). Acesso em:
10/10/18.
Abstract: Ethanol is a major contributor to the fuel, about 20-25% of anhydrous ethanol is
mixed with gasoline in order to increase its octane number. For anhydrous ethanol to be
added to the gasoline, it must have a purity content of 99.6% or more by weight. The
challenge of this purification is due to the formation of the azeotrope in the ethanol - water
system, whose separation becomes impracticable by conventional distillation. One of the
alternatives is extractive distillation, which consists in adding a third component in the system
in order to alter the properties of the mixture and increase the relative volatility of the
components of interest, allowing the separation of the components. Among the solvents used
for extractive distillation are the glycols that contribute to the change in the liquid - vapour
equilibrium curve, promoting the production of anhydrous alcohol. The results of the
simulation indicated that dipropylene glycol did not contribute to the formation of azeotrope
between the components of the ethanol-water system. The objective of this work was to carry
out an extractive distillation in order to produce anhydrous ethanol using dipropylene glycol
as extraction solvent.
Marcelo dos Santos Damasio Gomes¹, Hídila Souza Teixeira da SILVA¹, Eduardo Nunes da Silva
FILHO¹, Lígia Marcondes Rodrigues dos SANTOS2, Cristiane de Souza Siqueira PEREIRA3
Resumo: Pesquisas sobre biocombustíveis têm recebido atenção mundial nos últimos anos, devido à
preocupação com o desenvolvimento de fontes de energias renováveis, menos prejudiciais ao meio
ambiente. Entretanto, para atingir níveis desejados, sérias dificuldades confrontam a produção destes
biocombustíveis convencionais, pois são originados, em geral, de plantas com cultivares extensos,
limitando a produção de alimentos, o que constitui um grande estímulo à adoção de tecnologias
avançadas. Por isso, ao invés de ocupar novos campos com mais cultivares, atuais pesquisas sinalizam
como emergente tecnologia de combustíveis renováveis a produção de etanol a partir de resíduos
descartados em grande parte do território nacional. Nesse cenário, a fim de minimizar o desperdício de
alimentos e maximizar o reaproveitamento destes como matéria primas renováveis, destaca-se a
batata-doce como alternativa de matéria-prima para produção do bioetanol. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar o potencial energético do resíduo de batata-doce para produção de bioetanol
utilizando para a fermentação alcoólica um fermento comercial onde sua composição possui a
levedura Saccharomycescerevisiae. Esses resultados foram comparados com a simulação no software
SuperProDesing e estudos realizados usando fontes energéticas. Através das análises preliminares
físico-químicas, ensaios experimentais e a simulação do processo de fermentação, estes constataram a
viabilidade da produção de álcool utilizando a batata-doce como resíduo. Os resultados mostraram um
volume de álcool promissor. Como a produção de etanol envolve o uso total dos resíduos como fonte
energética, isso contribui com a diminuição de resíduos desperdiçados anualmente no mundo.
INTRODUÇÃO
Em níveis mundiais, entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente para o
consumo humano se perde ou é desperdiçado. Isso é equivalente a aproximadamente 1,300
bilhões toneladas de alimentos, na qual inclui 30% dos cereais, entre 40 e 50% das raízes,
frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.
Segundo uma estimativa, cerca de 6% das perdas mundiais de alimentos ocorrem na América
Latina. No Brasil, a fome afeta cerca de 14 milhões de pessoas. Na venda, o desperdício
nacional chega a 22 bilhões de calorias, o que seria capaz de satisfazer as necessidades
nutricionais de 11 milhões de pessoas (FAO, 2018).
Neste contexto, a batata-doce, usada em maior parte para alimentação, tem sido direcionada
como alternativa de matéria-prima para produção de bioetanol devido seu curto ciclo de
produção (duas safras anuais), fácil adaptação a solos de baixa fertilidade e por se enquadrar
no sistema de agricultura familiar (RIZOLLO, 2014).
De acordo Rizzolo et al. (2014) a batata-doce é uma matéria-prima contém alto teor de
carboidratos na forma de amido. O amido da batata-doce, depois de hidrolisado à glicose,
juntamente com outros açúcares redutores presentes na planta em quantidades menores, pode
ser fermentado para a produção de etanol.
Não é possível fermentar de forma direta o amido, sendo assim, é necessário hidrolisar suas
cadeias para obter glicose. Durante o processo hidrolítico, é necessário o uso de enzimas
eficientes para quebrar as ligações glicosídicas (ZANIN et al, 2000).
MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Os Autores.
Como a batata doce é rica em amido, é necessário um pré-tratamento para hidrólise do amido.
Para isso, utilizaram-se as enzimas α-amilase fúngica (SPRING ALFA 40.000) e a enzima
amiloglucosidase (SPRING AG). Para o processo de fermentação utilizou-se um fermento
biológico comercial contendo em sua composição a levedura Saccharomycescerevisiae. As
Figuras 2 e 3 ilustram o fermento biológico e a enzima α-amilase, respectivamente.
Fonte: Os Autores.
Fonte: Os Autores.
Batata-doce
Trituração
Gelatinização
α-amilase Pré-sacarificação
Amiloglucosidase Sacarificação
Saccharomycesce Fermentação
revisiae
Destilação
Etanol Co-produto
Inicialmente a matéria prima foi lavada para remoção das impurezas. Utilizou-se 300 gramas
de biomassa e as mesmas passaram por um processo de trituração. Em seguida, adicionou-se a
esta 400 ml de água destilada, totalizando uma quantidade aproximada de 800 ml de mosto.
Na etapa de gelatinização do amido, o mosto foi submetido ao aquecimento por cerca de 20
minutos na faixa de temperatura entre 68 – 74 °C. Após gelatinização, ajustou-se o pH do
mosto em 8,5 com uma solução de hidróxido de sódio 1M e a temperatura foi elevada para 90
°C. Após esta etapa adicionou-se a enzima α-amilase (0,625 g/L de mosto) responsável pela
hidrólise das ligações (1,4)-alfa-D-glicosídicas do amido. O processo ocorreu por 60 minutos.
Em seguida, o mosto foi resfriado até 60 °C e o pH foi ajustado para 4,5 com uma solução de
ácido clorídrico 1M (pH ideal da enzima amiloglucosidase). Adicionou-se a enzima
amiloglucosidase(0,625 g/L de mosto) e o processoocorreu por 60 minutos.
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Composição Química %
Água 70,00
Carboidrato 26,1
Para a alimentação do sistema considerou-se uma corrente de fluxo mássico de 100 kg/dia e o
fermentador operou a 1 atm e 25ºC. A reação de fermentação no simulador é representada na
equação 3.
Quantidade
Componente
(kg/dia)
Água 70,00
Amido 30,00
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A concentração de álcool anidro obtida em escala de bancada foi de 10,25 ± 0,90 mL, através
da metodologia 217/IV de (ADOLFO LUTZ, 2008). O Gráfico 1 representa os resultados das
análises físico-químicas realizadas durante cada dia do processo de fermentação.
12
Fermentação Alcoólica do Bioetanol
10 10,0
8 8,0
Concentração
4,63 4,77
4 3,95 3,85 3,82
3,71 3,65
3,62
° Brix
2
pH
0
0 1 2 3 4 5 6
Dias de fermentação
Fonte – Autor.
Na simulação o álcool pode ser obtido no topo do destilador, com um fluxo mássico de 2,75
kg/dia ou 3,48452 L/dia, convertendo as unidades.O fluxo mássico no fundo do destilador foi
de 27,00 kg/dia e 63,00kg/dia para água e sub-produto da geração respectivamente. A Tabela
3 descreve as saídas de topo e fundo do destilador.
Fluxo
Componente mássico
(kg/dia)
Topo
Álcool 2,75
Fundo
Água 27,00
CONCLUSÃO
Samantha Cardoso Ferreira1*, Hídila Souza Teixeira da Silva2, Elisa Barbosa Marra3, Marcela
Galdino de Freitas4, Luis Felipe Caramez Berteges5, Cristiane de Souza Siqueira Pereira6
1236
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
4
Departamento de Engenharia Química da UFRRJ, Seropédica, RJ, Brasil,
5
Curso de Engenharia de Produção da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
*samanthacardoso2010@bol.com.br
INTRODUÇÃO
O ramo de papel e celulose no Brasil é uma área bastante competitiva, fruto da alta
produtividade da atividade florestal, derivada de décadas de investimentos intensivos em
pesquisa e desenvolvimento, assim como das condições edafoclimáticas do Brasil. Entre os
anos de 1970-2013, houve um aumento da produção brasileira de celulose cerca de 7,1% ao
ano, onde consequentemente refletiu na produção de papel, com uma taxa de 5,4% ao ano,
colocando o Brasil como um dos maiores produtores de celulose no mundo (IBÁ, 2015).
Figura 1. Representação da tela formadora que sofreu hidrólise nas fibras de poliamida.
Hidrólise da
tela formadora
Fonte: Os autores.
A descoberta do dióxido de cloro (ClO2) foi feita por Sir Humphrey Davy em 1811,
acidificando clorato de potássio com ácido sulfúrico e por fim, produzindo um gás verde-
amarelo vindo a chamar-lhe “euchlorine”(SHIN & JUNG, 2006).
Com isso observa-se a necessidade que sejam desenvolvidas rotas tecnológicas visando à
produção de dióxido de cloro.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para reatores do tipo CSTR o SuperPro Designer conta com uma ferramenta que propõe o
fluxo mássico da alimentação do processo. Esse fluxo foi calculado através da equação 2.
Fonte: Os autores
Reagentes Produtos
Total 344,969
Para a realização do balanço de massa, foram definidos os reagentes sendo o fluxo de entrada
e o fluxo de saída o produto dióxido de cloro.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A solução aquosa de dióxido de cloro produzida está substancialmente livre de ácido cloroso
e de preferência está livre de outros subprodutos, tais como cloreto de sódio e cloro livre.A
tabela 3 representa as correntes da saída do sistema.
Saída do sistema
Fluxo mássico
Componente
(kg/s)
Para fins de comparação, analisou-seos resultados experimentais obtidos por uma planta de
processo de produção de dióxido de cloro in siterepresentada na figura 3.
A solução aquosa de clorato de sódio com peróxido de hidrogênioe o ácido sulfúrico são
bombeadas separadamente através de bombas dosadoras eletromagnéticas e misturadas em
um reator onde é gerado o gás ClO2. No topo do gerador existe um ejetor por onde passa a
água industrial e forma-se um vácuo, esse vácuo que é gerado pela passagem de água de
arraste no ejetor faz com que o ClO2 seja solubilizado na água e removido do reator. A
solução de ClO2 então é aplicada em diversos pontos do processo de fabricação de papel.Na
prática, o que é observado, é uma solução líquida amarela.A planta geradora possui sistemas
de alarme e na hipótese de falta de água ou a bomba de água não funcionar, o vácuo não é
gerado, logo o equipamento é desligado.Em caso da falta do componente A ou ácido, ou as
Fonte: Os autores.
37 36 97%
Fonte – Os autores
Considerando a sua ação rápida e suas propriedades de oxidação seletiva, o dióxido de cloro é
capaz de reduzir a atividade microbiológica de modo significativo, rápida e eficientemente, a
uma taxa de alimentação menor do que os biocidas oxidantes tradicionais. O controle
microbiológico é obtido com o uso de menos dióxido de cloro e as taxas de corrosão são
reduzidas.
REFERÊNCIAS
ROBUSTI, et al. Papel. 1 ed. São Paulo - SESI SENAI Editora, 2015. 566 p. ISBN: ISBN
978-85-8393-930-6
1234
Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, Brasil.
*lumacsilva@yahoo.com.br
Resumo: Todos os processos inseridos na cadeia de produção de alimentos devem ser rigorosamente
controlados. Um dos agentes dessa cadeia é representado pela indústria de Aditivos Alimentícios, cuja
eficiência de processo deve manter os mesmos níveis de qualidade da indústria que fabrica o produto
final para consumo. Umas das formas de dar suporte ao controle das etapas de produção são oriundas
de Normas Internacionais reconhecidas como referências de mercado, dentre as quais se cita a Food
Safety System Certification (FSSC 22000). Desta norma se desdobram os requisitos que devem ser
seguidos de acordo com o escopo almejado pelas empresas. Objetivou-se com esse trabalho relatar o
projeto de implantação da Norma ISO 22000 em uma empresa do ramo de aditivos alimentícios. Com
o uso das ferramentas de software MS Project e Bizagi Modeler, avaliou-se o processo produtivo
desde o diagnóstico inicial até a obtenção da aprovação da certificação. Com isso, foi possível obter
uma visão sistêmica da situação anterior e posterior à mudança. O projeto mobilizou uma equipe
responsável pelo treinamento e transformação dos processos, resultando na certificação após 6 meses
de atividades programadas.
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Food Agriculture and Organization
(FAO) os aditivos para alimentos são substâncias que entram no processo produtivo de
alimentos industrializados visando atender a uma série de finalidades, tais como: conferir um
padrão estético, conferir sabor, aroma, textura, conservação e/ou a segurança para seu
consumo.
Com relação à segurança, esta consiste em uma função que pode ser admitida como
predominante para que o produto final não ofereça riscos à saúde do consumidor. Nesse
sentido, os aditivos para alimentos devem cumprir rigorosos padrões de qualidade e higiene.
Para que a garantia desses padrões seja assegurada, é necessário o empenho de um conjunto
de ações desenvolvidas com a integração de recursos materiais, equipes de profissionais
Os consumidores estão cada vez mais exigentes com a qualidade dos alimentos. Assim, as
empresas estão investindo em selos de certificação de segurança do alimento para garantia de
produção do mesmo, sem que este não cause danos à saúde do consumidor. Os sistemas de
segurança dos alimentos fazem com que as empresas tenham que cumprir rigorosos
requisitos, com base nas próprias normas internas. Em alguns casos, algumas empresas não
conseguem atender tais requisitos e por este motivo optam pela contratação de empresas
especializadas em certificação para assegurar que seus processos produtivos estejam bem
estruturados e monitorados.
Para a escolha da norma adequada a ser seguida, deve-se observar alguns aspectos da empresa
para definição do Sistema de Gestão de Segurança do Alimento (SGSA), tais como: tipos de
produtos fabricados, estilo do cliente, certificação exigida pelo cliente, o mercado que deseja
atingir, a certificação dos concorrentes e etc. As principais normas internacionais de
Segurança do Alimento que podem ser seguidas são, segundo a Revista Alimentare (2015):
Safety Quality Food (SQF), International Feature Standards (IFS Food), Food Safety System
Certification (FSSC 22000) e a International Organization for Standardization (ISO 22000).
Onde a norma SQF baseia-se nos princípios do Hazard Analysis and Critical Control Point
(HACCP), nos requisitos do sistema de gestão e no controle da qualidade. A norma IFS Food
tem seu padrão desenvolvido pelas empresas de varejo da Alemanha, Itália e França e suas
normas são publicadas através do HDE Trade Services Gmbh, em Berlim (Revista
Alimentare, 2015).
A FSSC 22000 é uma certificação internacional e usa a norma ISO 22000 e a norma ISO/TS
22002-1, como os requisitos para certificação de indústrias de alimentos (Revista Alimentare,
2015).
Em resposta a esse estímulo, no ano de 2005, a norma ISO 22000 foi desenvolvida por
profissionais da indústria alimentícia junto com especialistas de organizações internacionais.
Em 2006 foi oficialmente traduzida para o português, quando substituiu a NBR 14900. A
norma contém requisitos a serem cumpridos de forma a assegurar alimentos íntegros e
Diante do exposto, destaca-se a importância das empresas que atuam no setor de alimentos,
em especial, as empresas do setor de aditivos, para que as mesmas adequem seus sistemas
operacionais às normas reconhecidas como padrão de segurança e qualidade. Isto possibilitará
a estas empresas a abertura de novos mercados consumidores, que exijam cumprimento de
requisitos rigorosos, tornando-as cada vez mais competitivas.
METODOLOGIA
Após as devidas análises por parte do fornecedor foi tomada a decisão de que a implantação
da norma ISO 22000 seria estrategicamente mais vantajosa pois possibilitaria prospecção de
novos negócios com mercados nacionais e internacionais.
Fonte: Os Autores
Subitem 10.2 -
Criar cronograma de análise microbiológica dos colaboradores e
Contaminação
equipamentos em conjunto com um Programa de higienização.
Microbiológica
Item 15 – procedimento Criar sistemas ara processo de recolhimento e informar aos órgãos
de RECALL competentes.
Item 17 – Informações do Corrigir a rolagem para informar alérgicos, lactose e glúten de acordo com
produto suas respectivas legislações.
Item 18 – Defesa do Criar programa de Food Defense e Food Fraud para avaliar riscos de
alimento sabotagem, vandalismo e terrorismo
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do mapeamento levantado na situação inicial, foi possível realizar uma análise crítica
dos processos, à luz dos requisitos especificados pela Norma ISO 22000, e implementar as
mudanças necessárias para a transformação, o que culminou com o desenvolvimento do novo
diagrama de processos.
Tais intervenções resultaram da análise de que a atividade de PCP pôde ser incorporada à área
de controle da qualidade, proporcionando maior agilidade aos processos. A sistemática de
aprovação de fornecedores, antes não contemplada, representou um relevante salto de
qualidade, não apenas em função de ser um requisito obrigatório da norma, mas também de
conferir à empresa um nível de maturidade em gestão mais elevado, com equipes integradas a
uma perspectiva de crescimento e aprendizado.
O projeto de intervenção obteve pleno sucesso em sua implementação, uma vez que a
certificação foi atingida ao término de aproximadamente 6 meses de trabalho empenhado.
Para além da certificação, o projeto refletiu-se como uma etapa do desempenho da empresa no
sentido de se manter ágil e competitiva num mercado cada vez mais sujeito à mudanças, e que
exige capacidade de rápida adaptação dos ambientes corporativos, sejam eles de pequeno à
grande porte, à tais mudanças. Importante lembrar que o processo de transformação em busca
da melhoria deve ser contínuo, para orientar as atividades à um sentido de agregar valor ao
mercado.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REVISTA ALIMENTARE. Como escolher a certificação adequada para sua empresa, 2015.
Disponível em < http://revistaalimentare.com.br/author/revistaalimentare/>. Acesso em: 08 de
Novembro de 2018..
Luiz Cláudio Rego Campos1; Alessandra de Souza de Macedo2; Diego Meireles Lopes3*
1
Engenheiro Eletricista pelo Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM e Tecnólogo em Sistemas
Elétricos pela Universidade Gama Filho – UGF, RJ, Brasil.
2
Engenheira Industrial Eletricista pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca –
CEFET/RJ, RJ, Brasil.
3
Doutorando em Engenharia Mecânica e Tecnologia dos Materiais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica
Celso Suckow da Fonseca – CEFET/RJ e Professor da Coordenação de Engenharia da Universidade Santa
Úrsula - USU, RJ, Brasil.
*diego.lopes@usu.edu.br
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar o sistema subterrâneo de energia elétrica e as
suas principais configurações, assim, determinando a melhor forma de operação dos equipamentos
empregados ao longo da extensão da rede elétrica de sistemas de cabos subterrâneos em baixa tensão e
em média tensão, de forma a garantir uma maior qualidade de serviço, elevar a segurança e diminuir o
impacto visual que as linhas aéreas produzem nos grandes centros urbanos. Na metodologia aplicada
foi necessário compreender quais os materiais e as suas características mais para aplicação dos cabos
subterrâneos. Em suma, deste modo é necessário utilizar os métodos aqui apresentados, recorrendo a
equipamentos específicos, pois os defeitos em cabos subterrâneos são mais complicados de identificar
e de localizar.
INTRODUÇÃO
O sistema de distribuição de energia é aquele que se confunde com a própria topografia das
cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente o sistema de
transmissão, ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos consumidores
finais da energia elétrica. (BIBIANO, 2014)
Assim como ocorre com o sistema de transmissão, a distribuição é também composta por fios
condutores, transformadores e equipamentos diversos de medição, controle e proteção das
redes elétricas. Entretanto, de forma bastante distinta do sistema de transmissão, o sistema de
distribuição é muito mais extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios e endereços
de todos os seus consumidores (ABRADEE, 2014).
As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão. Apesar de
algumas transmissoras também possuírem linhas com tensão abaixo de 230 kV, as chamadas
Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de transmissão com tensão
entre 69 kV e 138 kV são de responsabilidade das empresas distribuidoras. Essas linhas são
também conhecidas no setor como linhas de subtransmissão (ABRADEE, 2014).
Além das redes de subtransmissão, as distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão,
também chamadas de redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão
são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem vistas em
ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por 3 fios aéreos sustentados
por cruzetas de madeira em postes de concreto. (ABRADEE, 2014).
As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas
que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que sustentam as redes de média
tensão, localizam-se a uma altura inferior. As redes de baixa tensão levam energia elétrica até
as residências e pequenos comércios/indústrias por meio dos chamados ramais de ligação. Os
supermercados, comércios e indústrias de médio porte adquirem energia elétrica diretamente
das redes de média tensão, devendo transformá-la internamente para níveis de tensão
menores, sob sua responsabilidade (ABRADEE, 2014).
Este trabalho tem como objetivo apresentar o sistema subterrâneo de energia elétrica e as suas
principais configurações, provenientes das concessionárias de energia elétrica, assim,
determinando a melhor forma de operação dos equipamentos empregados ao longo da
extensão da rede elétrica de sistemas de cabos subterrâneos em baixa tensão e em média
tensão, de forma a garantir uma maior qualidade de serviço, maior confiabilidade e diminuir o
impacto visual que as linhas aéreas produzem nos grandes centros urbanos.
Inicialmente, pretende-se demonstrar, sob visão macro, de que forma se estrutura o sistema
elétrico de potência – SEP brasileiro. O SEP abrange a geração, assim compreendida a
barragem, a saída do gerador e a subestação elevadora; a transmissão, que é composta pelas
linhas de transmissão; e a distribuição de energia elétrica, que engloba todas as redes de
distribuição existentes nas cidades (LMDM, 2017).
Entretanto, segundo o autor, deve-se considerar que, para a construção de redes subterrâneas,
impacta-se, sim, o meio ambiente, devendo ser este fator considerado quando da opção por
esse tipo de rede de distribuição de energia elétrica.
b) Eliminação total dos circuitos aéreos, contribuindo para melhorar a aparência do sistema,
ajudando, também, na preservação das árvores. Tudo isso concorre para a promoção de
melhorias no aspecto visual das cidades, contribuindo, também, para a preservação do meio
ambiente;
No sistema radial é fornecida uma distribuição de energia composta por dois ou mais
percursos, de forma que, se um alimentador falhar, toda a carga do mesmo é suprida por
outra, sem interromper qualquer consumidor. Todos os alimentadores desse arranjo devem ter
capacidade reserva para alimentar toda a carga do outro, em caso de defeito.
As configurações para o projeto de rede do sistema Radial com Primário em Anel podem ser
observadas nas figuras 1,2 e 3.
A seguir está representada uma câmara transformadora subterrânea típica que é utilizada no
arranjo radial em anel (figura 4):
Nota-se pela figura 4 que chega ao circuito de MT através de bancos de linhas de dutos, e vai
à chave de três vias que alimenta o transformador e dá a continuidade ao circuito. A
alimentação do transformador é realizada em MT através da rede primária e, então,
transformada em BT para alimentar o barramento. Desse barramento sai à rede, protegida por
fusíveis, novamente através de bancos de dutos para alimentar os consumidores.
Para a construção de um projeto com a configuração do sistema radial com primário em anel,
deve-se primeiramente, fazer a avaliação da demanda do sistema para dimensionar os dois
alimentadores nas subestações, de forma a assegurar a condução da carga total, em caso de
falha de um equipamento ou dos cabos. Na ocorrência de uma falha, a chave que interliga os
A seguir, é analisada a rede primária do arranjo que vai desde o alimentador até as UT’s.
Nessa rede podem ser utilizados condutores de cobre ou de alumínio, com seções
especificadas pelas concessionárias de energia de acordo com o dimensionamento feito pelas
mesmas para garantir que, quando um dos alimentadores assumirem a carga total do sistema,
a capacidade térmica dos cabos não atinja a temperatura de emergência. (LIGHT,2012)
Em relação às UT’s elas podem ser de rede ou dedicadas. Às UT’s de rede são ligadas as
redes que interligam vários consumidores, enquanto que as UT’s dedicadas são exclusivas
para um determinado consumidor. Nas UT´s são instalados equipamentos como
transformadores e chaves. (LIGHT,2012)
As chaves nesse arranjo normalmente são de três vias, uma para a chegada do cabo em MT,
outra para alimentar o transformador e a outra para dar continuidade ao circuito que mais
adiante será visto com mais detalhes.Os transformadores normalmente são trifásicos ligados
em delta estrela, com tensões primárias mais usuais de 13,8 kV e 13,2 kV e tensão secundária
mais usada de 220/ 127 V com potências geralmente de 150 kVA, 300 kVA, 500 kVA e 1000
kVA. (LIGHT,2012). As UT´s apresentadas nas configurações acima possuem um único
transformador, mas nelas podem existir mais de um transformador formando assim os
módulos típicos do arranjo. Os módulos podem conter, por exemplo, dois transformadores de
150 kVA ou três de 500 kVA, desde que as potências dos transformadores sejam as mesmas.
Na rede secundária também são utilizados condutores de cobre ou de alumínio, com seções
também especificadas pelas concessionárias de acordo com o dimensionamento feito pelos
mesmos, mas com uma condição: quando há previsão para a transformação em sistema
reticulado no futuro, não se pode utilizar alumínio, pois no sistema reticulado se utiliza o
condutor de cobre com seção de 120 mm2 que funciona como fusível através da queima livre,
rompimento do condutor, pelo mesmo ser auto extinguível, onde a corrente de curto circuito
no ponto deverá ser no mínimo de 2kA. (LIGHT,2012).
Nesses sistemas o arranjo é do tipo primário em anel, que se estende conectando-se através
dos transformadores ligados no sistema. Os alimentadores geralmente são conectados com um
único alimentador aéreo, o qual não oferece uma grande confiabilidade ao sistema.
(AZEVEDO,2010; NAKAGUISHI,2011)
A aplicação desse sistema é em regiões residenciais com baixa densidade de carga, para o
atendimento de loteamentos de alto nível, onde o uso de redes subterrâneas é imposto por
razões de estética ou legislação municipal. (LIGHT,2012)
Essa manobra é feita por uma chave normalmente fechada em um dos pontos da alimentação
e a outra chave normalmente aberta num outro ponto. Em seguida, a rede primária do arranjo
é analisada desde o alimentador até as UT’s simplificadas. (LIGHT,2012)
Nessa rede podem ser utilizados condutores de cobre ou de alumínio isolados com seções
especificadas pelas concessionárias de energia para garantir a alimentação do sistema por dois
pontos diferentes da rede. As UT’s simplificadas são localizadas ao nível do solo, onde são
instalados os transformadores pedestais. (LIGHT,2012)
Portanto esse arranjo deve possuir uma malha de aterramento que interliga todas as partes
metálicas energizadas ou não que esteja sujeito a toque de terceiros. (LIGHT,2012).
Os circuitos da rede primária que chegam diretamente enterrados, vão à chave de três vias que
alimenta o transformador pedestal e dá continuidade ao circuito. Os transformadores pedestais
No sistema D.R.S também pode ser utilizado como opção a câmara transformadora
subterrânea. Segue abaixo um modelo dessas CTS (figura 7).
Na prática, é utilizada essa CTS quando por questão de estética o consumidor não aceita a
construção de CTC.
O sistema radial com primário seletivo é um sistema de distribuição com uma configuração
composta por dois alimentadores radiais. Estes são denominados, alimentador preferencial e
alimentador reserva que são projetados para atendimento da carga por um ou por outro em
tempo integral. É aplicado em regiões de atendimento de consumidores primários, onde a
densidade de carga é elevada, exigindo assim um alto grau de importância na continuidade e
qualidade de serviço. (AZEVEDO,2010)
Para a construção de um projeto do sistema de distribuição radial com primário seletivo, deve-
se, primeiramente, realizar a avaliação da demanda do sistema para dimensionar os
alimentadores nas subestações, de forma assegurar a carga total em tempo indeterminado, no
caso de falha de um equipamento ou dos cabos. Pois nesse sistema na ocorrência de uma falha
a chave de transferência automática de carga (DTAC) transfere automaticamente a carga do
A seguir, é analisada a rede primaria do arranjo que vai desde o alimentador até as UT´s.
Nessa rede podem ser utilizados condutores de cobre ou de alumínio. Em relação às UT’s elas
podem ser de rede ou dedicada. Elas podem ser do tipo dedicado no caso do arranjo primário
seletivo, e de rede no caso do arranjo primário generalizado, que é onde são instalados os
equipamentos como transformadores e chaves. (LIGHT,2012).
As chaves no arranjo primário seletivo normalmente possuem várias vias para que haja
recurso para o alimentador em melhores condições de receber a carga, no caso da perda de um
alimentador. Os transformadores normalmente são trifásicos ligadas em delta estrela, com
tensões primárias mais usuais de 13,8 kV e 13,2 kV e tensão secundária mais usada de
220/127 V com potências geralmente de 75 kVA, 150 kVA, 300 kVA, 500 kVA e 1000 kVA.
(LIGHT,2012)
No arranjo primário seletivo podem ser usados os módulos típicos das UT’s, formados por
mais de um transformador que contém, por exemplo, dois transformadores de 300 kVA ou
três de 1000 kVA. (LIGHT,2012)
Além da ocorrência de falhas, o sistema está sujeito a manobras e seccionamentos, tanto para
manutenção como para substituição de equipamentos e cabos, daí a necessidade da instalação
do sistema de aterramento nas CTS nas CI’s e nas CP’s onde são feitas essas manobras e
seccionamentos para evitar acidente como o pessoal de manutenção. Pela configuração da
rede apresentada no projeto de rede nota-se que a alimentação do sistema é feita por dois
alimentadores diferentes de subestações diferentes e que deles saem os circuitos de MT de
Nota-se pela configuração da figura 9 que nesse sistema existem dois arranjos, o arranjo
reticulado generalizado (Network) e o arranjo reticulado exclusivo (Spot network). O arranjo
reticulado generalizado é utilizado para atendimento de cargas distribuídas e elevadas. Esse
arranjo consiste de um determinado número de transformadores, carregados em condições
normais de funcionamento, de 30% a 40% (nenhuma contingência) para garantir que quando
da ocorrência de perda de um transformador (primeira contingência) ou de dois
Nessa rede podem ser utilizados condutores de cobre ou de alumínio. Em relação às UT’s elas
podem ser de rede ou dedicada, sendo que as UT’s de rede são construídas quando da
instalação do sistema reticulado generalizado enquanto que as UT’s dedicadas são construídas
quando da instalação do arranjo reticulado exclusivo e é onde são instalados equipamentos
como transformadores cabos e chaves.
As chaves utilizadas são de uma via, pois o fluxo de potência é num único sentido. Os
transformadores utilizados nesse sistema normalmente são trifásicos ligados em delta estrela,
com tensões primárias mais usuais de 13,8 kV e 13,2 kV e tensão secundária mais usada de
216,5 V/ 125 V com potências geralmente de 500 e 1000 kVA. (LIGHT,2012)
As cargas de toda uma região do sistema reticulado é atendida por uma grande malha
secundária de distribuição alimentada por vários transformadores equipados com os protetores
network que interrompem o circuito quando da inversão de fluxo de potência.
Dessa malha secundária de distribuição sai à alimentação para os consumidores que deve ser
através de condutores de cobre com seção de 120 mm2, pois o condutor de cobre com essa
secção possui uma particularidade, funciona como fusível através da queima livre, que é o
rompimento do condutor, para proteger a rede secundária, desde a corrente de curto circuito
no ponto seja de no mínimo 2kA.
Então é utilizado um relé de sobre corrente para proteger a rede. O aterramento do sistema
reticulado deve ser efetivo, portanto a malha de aterramento é toda interligada de modo que
quando da ocorrência de falha monofásica no lado de MT envolvendo o neutro da BT, os
potenciais transferidos não ultrapassem os limites toleráveis pelo corpo humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sistemas de distribuição subterrânea de energia elétrica realmente são bem mais confiáveis
que os sistemas de distribuição aérea, pois como foi visto ao longo desse trabalho, esses
sistemas possuem muitos recursos quando da ocorrência de falha. Mas justamente por serem
mais confiáveis esses sistemas exigem estruturas mais complexas e, portanto, os custos são
bem mais elevados no mercado nacional.
Dentre os sistemas descritos nesse trabalho, destaca-se o sistema Reticulado por apresentar
algumas características próprias, de como alimentar os consumidores através da malha de
baixa tensão, utilizar protetor de rede para evitar inversão de fluxo, funcionar adequadamente
mesmo na perda de até dois alimentadores (segunda contingência) e utilizar condutores de
cobre com espessura de 120 mm2 que funcionam como fusíveis através da queima livre.
Em linhas gerais o presente trabalho desmistifica uma típica instalação dos sistemas de
distribuição subterrânea empregada pelas concessionárias de distribuidora do sistema elétrico
brasileiro especificamente da LIGHT (Concessionária Light SESA).
Apresentada de forma sucinta que atendem a uma estrutura preparada para o futuro potencial
energético de cada região com folga razoável na expansão do potencial elétrico de consumo,
comercializado hoje, mas que a cada dia vai se aproximando do limite de sua capacidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GAUCHE, Edward; ANDRADE, Fabiano F.; COELHO, Jorge; et al. “Monitoração de Redes
Subterrâneas para a Melhoria da Qualidade na Distribuição”. VII CBQEE – Conferência
Brasileira Sobre Qualidade da Energia Elétrica. Santos, 2007.