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Carnaval - Patrimônio Cultural Imaterial.

A riqueza de uma sociedade se mostra pela grandeza e relevância da sua cultura, simbolizada pelo
patrimônio que ela apresenta. E é a partir da compreensão sobre o que é patrimônio cultural que se
consegue dimensionar a importância que a cultura tem para uma sociedade.
De uma forma objetiva, pode-se entender patrimônio cultural como o conjunto de atividades,
conhecimentos, costumes, hábitos, arte, ou tudo aquilo que possui um valor simbólico significativo
para a história e a cultura de um dado agrupamento de pessoas, que pode ser uma nação ou uma
pequena comunidade.
Nesse contexto, o patrimônio cultural pode ser classificado em dois tipos, a partir da sua natureza: o
patrimônio material e o patrimônio imaterial. Mas qual a diferença entre eles?
Enquanto o patrimônio material faz referência aos bens materiais e tangíveis de um povo, como
museus, bibliotecas, igrejas, monumentos arquitetônicos, dentre outros, o patrimônio imaterial é
aquele considerado inatingível. É a riqueza cultural expressada por meio de danças, festas, músicas,
saberes e outras manifestações de transmissão e troca de conhecimentos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o
patrimônio imaterial pode ser entendido como o conjunto de práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas que determinadas comunidades ou grupos de indivíduos reconhecem
como parte integrante do seu patrimônio cultural. 

O carnaval de São Paulo se tornou patrimônio imaterial. O Secretário de Cultura e Economia Criativa
Sérgio Sá Leitão homologou a aprovação do registro das Práticas Carnavalescas do Estado como
patrimônio imaterial, valorizando a cultura popular e tradicional de São Paulo.
A proposta inicial, apresentada pela Liga Independente das Escolas de Samba de SP, solicitava o
registro dos “Desfiles das Escolas de Samba” como patrimônio cultural imaterial. O Conselho analisou
que havia necessidade de elaboração de um plano mais amplo, à altura da importância da
manifestação cultural, capaz de “garantir a salvaguarda e reprodução da prática, a preservação dos
saberes e a perenização da memória coletiva envolvida”. Concluiu-se que a forma mais adequada de
preservar e valorizar o carnaval de São Paulo seria ampliar o objeto e registrar, como patrimônio
imaterial, as “Práticas Carnavalescas do Estado de São Paulo”, não apenas os desfiles, e que estes são
a finalização de um processo diversificado e de grande riqueza cultural.
Segundo o parecer, “o caminho mais adequado para preservar e valorizar o carnaval realizado no
Estado de São Paulo é identificar e preservar as práticas preparatórias dos desfiles, e mesmo as
atividades das escolas de samba que por algum motivo não chegam a desfilar na avenida, mas que
realizam atividades relacionadas ao carnaval ao longo do ano”, considerando que é nestas práticas e
rituais que se encontram os saberes dos bambas – mestres antigos do samba -, sua relação com o
samba paulista, seu enraizamento nas comunidades e sua inserção no cotidiano dos bairros onde
estão as sedes das escolas de samba.
As justificativas do Condephaat para a aprovação do reconhecimento consideram que as escolas de
samba são territórios onde se concentram práticas culturais coletivas ligadas ao samba e à produção
do Carnaval; que as Escolas surgem a partir dos cordões, que se configuraram como as primeiras
organizações da prática do samba em formato de procissão; que estes lugares são, historicamente,
locais de sociabilidade de camadas mais populares, principalmente negros, que encontraram uma
forma legitima de realizar suas práticas.
* Condephaat- Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado de São Paulo
https://www.sabra.org.br/site/patrimonio-imaterial-2/

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