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UNIVERSIDADE DE COIMBRA

FACULDADE DE LETRAS

DOUTORAMENTO EM TURISMO, LAZER E CULTURA

DISCIPLINA: TURISMO, INOVAÇÃO E PLANEJAMENTO


PROFESSOR PAULO CARVALHO

REFLEXÃO

PATRIMÔNIO, LAZER TURÍSTICO E DESENVOLVIMENTO

ROSIANE BEZERRA DE OLIVEIRA


(DANE DE JADE)

FORTALEZA-CEARÁ
2

PATRIMÔNIO, LAZER TURÍSTICO E DESENVOLVIMENTO

Rosiane Bezerra de Oliveira1


Paulo Carvalho2

Resumo

Trata-se neste artigo sobre a relação “Patrimônio, Lazer Turístico e Desenvolvimento”, em


que se relatam os benefícios resultantes das atividades turísticas em algumas cidades
históricas, principalmente, as localidades/comunidades consideradas patrimônio cultural do
Brasil. A região do Cariri é uma delas, a qual se destaca no cenário nordestino e brasileiro por
uma diversidade de elementos os quais fazem desta região singular. Nesta região a cultura se
destaca seja nas festas populares, no artesanato, na música na literatura e no rico patrimônio
histórico. Notadamente, este estudo tem como objetivo fazer uma análise reflexiva e crítica a
respeito da importância dos movimentos sociais da história local e, em particular, do
movimento messiânico, o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, uma comunidade coletivista
que foi considerada um dos mais importantes movimentos sociais do século XX. Essas
importantes investigações encontram-se fundamentadas nas concepções de Barros (1988),
Farias (1997 e 2004), Girão (1985), Macedo (1986), Maia (1992), Ramos (2000), Rego
(2005), dentre outros estudiosos. O procedimento metodológico caracterizou-se por uma
revisão de literatura à luz dos referenciais citados.

Palavras-chave: Patrimônio. Lazer Turístico. Desenvolvimento.

Abstract

It is treated in this article on the relationship " Patrimony, Tourist Leisure and Development",
in that they are told the resulting benefits of the tourist activities in some historical cities,
mainly, the localidades/communicates considered cultural patrimony of Brazil. The area of
Cariri belongs one to them, which stands out in the Northeastern and Brazilian scenery for a
diversity of elements which do of this singular area. In this area the culture stands out it is at
the popular parties, in the craft, in the music in the literature and in the rich historical
patrimony. Especially, this study has as objective to do a reflexive and critical analysis
regarding the importance of the social movements of the local history and, in matter, of the
messianic movement, the Large kettle of Santa Cruz of the Desert, a community collectivist
that one of the most important social movements of the century was considered XX. Those
important investigations are based in Barros' conceptions (1988), Farias (1997 and 2004),
Girão (1985), Macedo (1986), Maia (1992), Ramos (2000), Rego (2005), among others
studios. The methodological procedure was characterized by a literature revision to the light
of the mentioned referenciais.

Key-words: Patrimony. Tourist leisure. Development.


1. Introdução
1
Doutoranda em Turismo, Lazer e Cultura pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
E-mail: danedejade@hotmail.com
2
Professor Paulo Carvalho. Disciplina: Turismo, Inovação e Planejamento. .
3

Este artigo traz um enfoque sobre “Patrimônio, Lazer Turístico e Desenvolvimento”


com relevância na adoção de práticas e estratégias para implementação do desenvolvimento
turístico das cidades consideradas patrimônio histórico.
O patrimônio cultural, mais do que atrativo turístico, é fator de identidade cultural e de
memória das comunidades, fonte que as remete a uma cultura partilhada, a experiências
vividas, a sua identidade cultural e, como tal, deve ter seu sentido respeitado. A opção pelo
desenvolvimento turístico deve conciliar-se aos objetivos de manutenção do patrimônio, do
uso cotidiano dos bens culturais e da valorização das identidades culturais locais.
Nesse sentido, o estudo em questão aponta para os benefícios resultantes das atividades
turísticas em algumas cidades históricas, principalmente, as localidades consideradas
patrimônio cultural do Brasil.
Assim, essa pesquisa aborda algumas experiências como por exemplo, a Secretaria das
Cidades do Estado do Ceará que encontra-se empenhada em promover o desenvolvimento
sustentável e integrado do interior do Estado, e para tanto, prevê, no âmbito do Projeto de
Desenvolvimento Econômico Regional do Ceará – Cidades do Ceará Cariri Central, ações de
inovação e apoio ao setor privado, incluindo estudos como este sobre a gestão de um
importante equipamento turístico, para incrementar o turismo, atrair e fortalecer as empresas
turísticas e outras em geral já existentes na Região.
Os atrativos turísticos do Cariri estão, na sua maioria, relacionados à religiosidade, à
natureza exuberante do ambiente serrano da Chapada do Araripe, ao patrimônio histórico-
arquitetônico e à cultura popular. Destaque para uma singular floresta de rica fauna, estâncias
hidrominerais, grutas e cachoeiras além dos inúmeros fósseis de animais extintos há milhares
de anos. Em relação ao patrimônio histórico, podem ser vistos casarios que guardam prestígio
e riqueza das cidades da região.
Além dessa riqueza histórica, pode-se também ressaltar a importância dos movimentos
sociais da história local e, em particular, do movimento messiânico, o Caldeirão da Santa
Cruz do Deserto, uma comunidade coletivista que foi considerada um dos mais importantes
movimentos sociais do século XX.
Com o objetivo de fazer uma análise reflexiva e crítica a respeito desse tema, as
investigações encontram-se fundamentadas nas concepções de Barros (1988), Farias (1997 e
2004), Girão (1985), Macedo (1986), Maia (1992), Ramos (2000), Rego (2005) e outros
4

estudiosos que tratam do assunto. O procedimento metodológico caracterizou-se por uma


revisão de literatura à luz dos referenciais citados.
A região do Cariri com suas características regionais permitem ampliar e proporcionar
um vasto conhecimento histórico. Convém ressaltar que os deslocamentos motivados por
interesses religiosos, místicos, esotéricos, cívicos e étnicos são aqui entendidos como recortes
no âmbito do Turismo Cultural e podem constituir outros segmentos para fins específicos:
Turismo Cívico, Turismo Religioso, Turismo Místico e Esotérico e Turismo Étnico.
Nesse contexto, o estudo foi estruturado em dois enfoques, a saber: inicialmente,
abordam-se os conceitos de patrimônio, cultura e as cidades históricas, trata-se ainda da
comunidade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto como cidade histórica e as perspectivas
para o turismo cultural e desenvolvimento local.

2. Desenvolvimento

2.1 Patrimônio, cultura e cidades históricas

Ao olhar para a expressão patrimônio cultural, inicialmente cabe-nos indagar: o que é


cultura?, o que é patrimônio?”, conceitos cujo desenvolvimento é de extrema utilidade para a
compreensão da enorme diversidade cultural a ser preservada.
A origem etimológica da palavra cultura remonta ao final do século XVIII e princípio do
seguinte, do termo germânico Kultur, utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais
de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente às
realizações materiais de um povo.
Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor no vocábulo inglês Culture que
“[...] tomado em seu sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo
homem como membro de uma sociedade”, conforme aponta Laraia (2001, p. 25).
Ao longo da história, a palavra “cultura” variou de conceito em função de uma escola de
pensamento a outra, de uma sociedade ou de uma época a outra, assim como de sua aplicação
a um ou outro campo de estudo e as tentativas de delimitá-la conceitualmente não têm
chegado a avanços significativos.
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Entende-se, portanto, segundo Ferreira (2008, p. 212), por Cultura “[...] O complexo dos
padrões de comportamento, das crenças, das instituições,, das manifestações artísticas,
intelectuais, etc., transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade”.
Já, a palavra patrimônio, segundo Martins (2006), designa um bem destinado ao
usufruto de uma comunidade, constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de
objetos que se congregam por seu passado comum: obras e obras-primas das belas artes e das
artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes e savoir-faire dos seres humanos. Em
uma sociedade mutante, constantemente transformada pela mobilidade, a noção de patrimônio
remete a uma instituição e uma mentalidade.
A institucionalização do patrimônio nasceu no final do século XVIII, com a visão
moderna de história e de cidade. Assim, para Martins (2006, p. 138), “[...] Patrimônio são o
conjunto de bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público (União, Distrito Federal,
Estados-Membros, Municípios, autarquias e fundações)”. Como bens que estejam destinados
à prestação de serviços públicos, equiparando-se a estes o conjunto de bens formadores do
patrimônio das pessoas jurídicas de direito privado (empresas públicas e sociedades de
economia mista) criadas pelas entidades estatais, quando prestadoras de serviços públicos.
Ao definir Patrimônio Público, ou melhor, dizer, Bens Públicos, pode-se conceituar,
conforme Mello (2007), como:

Todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, isto é, União,
Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito
Público, bem como os que, embora não pertencentes a tais pessoas, estejam afetados
à prestação de um serviço público (MELLO, 2007, p. 779).

Portanto, na legislação brasileira, a promulgação do Decreto-Lei nº 25, de 30 de


novembro de 1937, organizou a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e
instituiu o instrumento do tombamento. Na realidade, a política preservacionista brasileira
data do início desse século, com a criação da Inspetoria de Monumentos Nacionais, em 1934,
iniciativa pioneira do poder público no sentido de institucionalizar uma ação de proteção do
patrimônio cultural brasileiro.
Para Martins (2006), o patrimônio cultural é integrado, nos termos do artigo 216, da
Constituição da República (BRASIL, 1988), pelos bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: as
formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e
tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
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manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,


artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
O patrimônio ambiental corresponde ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
referido no artigo 225 da Constituição da República (CF/88), como sendo bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).
Moraes (2002), afirma que o patrimônio cultural é a principal base para o
desenvolvimento do turismo nas cidades históricas. O patrimônio tornou-se um componente
essencial do turismo com implicações econômicas e sociais evidentes. Em contrapartida, o
turismo promove a valorização dos recursos patrimoniais, considerando que o interesse do
visitante pelos atributos singulares de uma localidade/comunidade.
O turismo favorece o desenvolvimento harmônico das cidades, promovendo o equilíbrio
entre as necessidades locais e os projetos de crescimento econômico. Assim, a atividade
turística permite que as cidades históricas dêem respostas às suas crises econômicas e
funcionais, solucionando determinados desequilíbrios sociais (VINUESA, 1998). Para isto é
necessário que estes destinos estejam bem administrados no âmbito turístico e urbanístico.
Nessa visão, as cidades históricas brasileiras carregam consigo a imagem de um
patrimônio cultural reconhecido, predominantemente, pelas edificações e monumentos
arquitetônicos dos séculos XVI, XVII e XVIII. As cidades históricas brasileiras, designadas
pelo título de Cidades Patrimônio Cultural da Humanidade, têm se esforçado para
consagrarem-se como destinos de visita, fenômeno incentivado pela atual mudança da
demanda turística que está em busca de novos produtos. A influência do turismo tem sido
cada vez mais percebida como uma fonte de benefícios pelas administrações locais. Contudo,
é importante ser consciente de que a afluência excessiva ou descontrolada de turistas pode
provocar efeitos não desejados ou inclusive de incidir negativamente no patrimônio
(ATLANTE, 2005).
Neste contexto, vale destacar a importância de se criar estratégias para que o processo
de transformação do modelo tradicional de gestão turística em uma gestão integrada promova
um maior envolvimento da administração pública e da iniciativa privada para o objetivo de
planejar de forma mais flexível as políticas e planos para o desenvolvimento, promoção,
gestão e dinamização dos municípios.
Diante deste cenário, destaca Vaquero (2002), que o desafio que se coloca ao turismo é
o de utilizar os recursos patrimoniais numa perspectiva de desenvolvimento sustentável,
assentada em critérios de qualidade, para que os seus benefícios resultem numa efetiva
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melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, tanto daqueles que o praticam como daqueles que
o acolhem.
Portanto, uma vez entendida as características dos termos, cultura e patrimônio, é
possível compreender e agir sobre as principais questões que envolvem o seu
desenvolvimento na região e no município.
Nesse sentido, podemos visualizar os múltiplos aspectos do lazer turístico ligados ao
patrimônio público, como por exemplo, a comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do deserto,
considerado hoje, um espaço voltado ao turismo e com um patrimônio material e cultural com
enorme possibilidade de desenvolvimento local.

2.2 Caldeirão da Santa Cruz do Deserto: uma região histórica com perspectivas para o
turismo cultural e desenvolvimento local

A historiografia oficial, embasada ainda na história factual e cronológica dos grandes


heróis, colocou em segundo plano os movimentos sociais que de certa forma transformaram a
vida de muitas pessoas, tais mudanças são de suma importância no trâmite da historia
cotidiana. Os movimentos sociais mostram sua grandeza quando consegue passar a mensagem
às pessoas do poder da união desse povo e isso é história.
Segundo Ramos (1991), nas décadas iniciais do século XX apareceu nas terras do Cariri
mais um movimento messiânico que sustentado pela oração, fraternidade e trabalho,
estabelecendo uma sociedade coletiva e igualitária. Era o Caldeirão, uma comunidade liderada
pelo Beato José Lourenço, seguidor de Cícero e praticante do catolicismo popular típico dessa
região.
O Caldeirão foi uma espécie de Canudos em tamanho menor, que, como este apresentou
o mesmo destino: a destruição fulminante promovida pelo Governo Cearense de Menezes
Pimentel com o apoio dos coronéis e da Igreja.
José Lourenço, chegando a Juazeiro do Norte, talvez por volta de 1891 (não há certeza
sobre a data), dirigiu-se à casa de Padre Cícero e reencontrou seus familiares. Permaneceu
algum tempo na cidade. Vivia-se um momento de expressão do catolicismo popular. Para os
sertanejos, não restavam dúvidas sobre a veracidade do "milagre" – Juazeiro havia sido
escolhido por Deus para ser o centro da salvação da humanidade pecadora.
Não há informação sobre o período de permanência de Lourenço em Juazeiro. Certo é
que ali foi "introduzido" na religiosidade popular e na crença a Pe. Cícero. Este se torna, além
de amigo, o guia espiritual. Lourenço incorpora as maneiras de agir e pensar do Padre Cícero.
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Aquele ambiente profundamente místico influencia-lhe bastante. Dedica-se ao trabalho


missionário, realizando pregações e longas jornadas de oração e penitência. Chega até a fazer
parte da Ordem dos Penitentes da Santa Cruz, grupo religioso secreto bastante conhecido em
todo o Nordeste.

Pelo menos até a data de 1920, José Lourenço pertenceu a Ordem dos Penitentes,
uma seita secreta bastante conhecida em todo o Nordeste, organizada pelos
missionários quando faziam pregações pelos sertões do século XIX. Tal ordem
comumentemente realizava reuniões nas ruas, tarde da noite, reunindo inúmeros
adeptos, os quais cobriam os rostos com capuzes para não serem identificados.
Delas as mulheres não podiam fazer parte, nem sequer olhar a passagem das
procissões, aonde os penitentes cantavam e recitavam orações até chegarem a
algum cemitério abandonado, local escolhido para autoflagelarem-se com laminas
cortantes presas a um chicote; tudo no intuito de obter o perdão divino para seus
pecados. (FARIAS, 1997, p. 202).

A partir daí fica conhecido como Beato Zé Lourenço, dando início a sua vida de Beato,
ou seja, passa a ser uma pessoa dedicada à religião, a Deus e mantendo-se casto.
Figura 1 - O Secretário Isaías e o Beato José Lourenço

Fonte: (RAMOS, 1991).

Provavelmente em 1894, por conselho de Pe. Cícero, José Lourenço, sua família e
alguns romeiros arrendaram um lote de terra no Sítio Baixa Dantas, de propriedade de um
coronel chamado João de Brito, localizado no município do Crato. Conforme Ramos (1991),
muito caridoso, Lourenço permite que outros romeiros venham morar no Sítio. Sua casa
começa a ficar rodeada por outras moradias construídas e habitadas por camponeses humildes.
Ali os sertanejos encontram terras para o trabalho e condições dignas de vida. Surgia, dessa
maneira, uma rústica comunidade.
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Na época, conforme Farias (1997), Floro Bartolomeu exercia o cargo de Deputado


Federal. A história do ''Boi Santo" atingia sua carreia política - tanto que na sessão de 3 de
setembro de 1923 pronunciou-se sobre o assunto. Queria com isso abafar os comentários da
imprensa e limpar o próprio nome e a carreira política. Numa atitude autoritária:

Floro mandou chamar Lourenço a Juazeiro e ordenou a prisão deste. Determinou


ainda que o Boi fosse abatido em frente à cadeia, devendo o Beato comer da carne.
José Lourenço nem o mais necessitado dos mendigos de Juazeiro ousaram prová-la.
Muitos dos romeiros, inclusive, chegaram a chorar no momento do abate do animal.
(FARIAS, 1997, p. 203).

O beato ficou na prisão por 18 dias, sem comer quase nada, até quando Pe. Cícero foi
libertá-lo, mandando-o de volta ao Sítio Baixa Dantas.

Em tal episódio, Padre Cícero nada fez para evitar as humilhações de seu seguidor.
Foi mais uma concessão feita pelo astuto religioso perante o poder político,
demonstrando que Juazeiro não era um reduto de fanáticos, nada acontecendo ali de
condenável ou herético. (FARIAS, 1997, p. 203).

Entretanto, especula Barros (1988, p. 301), “[...] uma atuação sua aumentaria com
certeza as repercussões e o preconceito”. O silêncio não poderia ser entendido como uma
forma de proteger a comunidade contra uma sindicância externa mais profunda? Padre Cícero
possuía pleno conhecimento de todo passado do Beato e de que no Sítio Baixa Dantas, como
depois no Caldeirão, tinha-se uma sociedade diferente, igualitária, coletiva e cooperativista,
muito semelhante a Canudos que havia sido destruído.
Segundo Farias (1997), em 1926, pouco tempo antes da morte de Floro Bartolomeu,
João de Brito decidiu vender o Sítio Baixa Dantas. O novo proprietário exigiu de imediato
que Lourenço e a comunidade deixassem as terras. Dessa maneira, dali o Beato humildemente
se retirou, sem nenhuma indenização ou compensação pelas mais de duas décadas de trabalho
e melhorias que transformaram aquela área em uma das mais prósperas da região.
Desta feita, foi o Beato pedir ajuda ao Padre Cícero, que prontamente, ainda no ano de
1926, resolveu alojar o Beato e seus seguidores em uma grande fazenda de sua propriedade,
denominada: Caldeirão dos Jesuítas. Situada no município do Crato, nas encostas da Chapada
do Araripe, com uma área de cerca de 880 hectares, possuía tal nome devido à existência no
local de uma depressão natural de pedra (com mais ou menos 2 metros de profundidade)
capaz de acumular água (era também alimentada por um pequeno riacho) e do fato, segundo a
tradição popular, de ter servido de esconderijo para dois jesuítas fugitivos das perseguições
movidas pelo ministro português Marquês de Pombal no século XVIII.
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Ao chegar ao Caldeirão, o Beato só encontrou "mato e pedra", nada que lembrasse


produção. Iniciou, então, em companhia de algumas famílias um novo trabalho comunitário
igual ao que praticara no Sítio Baixa Dantas. A partir daí, criou-se então, uma sociedade
igualitária, de sistema econômico coletivo, que impunha aos seus membros a cooperação para
assegurar a existência e o desenvolvimento, tendo como base de tudo a religião.

Um dos primeiros trabalhos a ser realizado foi a construção da casa do Beato, que
ficou conhecida como a “Casa Grande”, por ser bem que as habitações construídas
posteriormente. Essa casa foi construída com tijolo e coberta com telha. As outras
moradias que foram surgindo eram feitas, em geral, de taipa e cobertas com palha
ou telha. O piso era de barro batido. (RAMOS, 1991, p. 93).

Ergueram-se também cercas, barragens, armazéns, reservatórios d'água e rudes sistemas


de irrigação. Passaram a cultivar cereais e frutas e a criar diversos animais domésticos. O
trabalho em pouco tempo começou a dar resultados positivos. Em princípio, o Caldeirão era
uma fazenda apenas agrícola. Posteriormente, em conseqüência da chegada cada vez maior de
sertanejos atraídos pelo estilo de vida ali praticados, a comunidade vai ganhando novas
atividades produtivas.
No início da década de 1930 integrava-se à Comunidade, como convidado de Lourenço,
um "engenheiro prático" de nome Manuel Maria de Morais (o Manuel Silva), que orientou a
construção de muitas obras, entre as quais uma capela, iniciada em 1931 e não concluída
devido à invasão da polícia em 1936. O Beato desejava proporcionar assistência aos
seguidores. Queria que algum padre viesse praticar atos religiosos que ele, como Beato, não
podia celebrar (missas, batizados, casamentos etc.).
Todos da comunidade davam sua contribuição de esforço na obra, mesmo depois do
trabalho duro na roça - nas épocas das secas (como a de 1932) ou de menor trabalho na
lavoura, os serviços da capela eram intensificados.
Com o tempo, verificou-se uma espécie de divisão interna do trabalho - os membros da
comunidade desempenhavam tarefas específicas: cuidavam dos roçados, manufaturas,
engenho, horta, pomares, animais e construções. Tudo era coordenado pelo Beato José
Lourenço e, com o aumento do número de habitantes, por algumas pessoas de sua confiança,
como Isaías, uma espécie de secretário.
Enfim, o Caldeirão tornou-se atrativo e refúgio dos desprotegidos e espoliados, dos
errantes e perseguidos, daqueles que não suportavam mais a exploração dos coronéis
nordestinos. Quem desejasse entrar para a Comunidade deveria entregar os próprios bens (se
por acaso os possuísse); ali, como diziam os moradores, "nada era de ninguém e tudo era de
todos".
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A coletivização do trabalho não excluía a organização familiar. Cada família possuía


uma casa, e Lourenço reconhecia a autoridade dos pais. Os órfãos eram afilhados do beato e
deviam-lhe obediência. Aliás, no Caldeirão, todos os tratavam como o “Padim Zé Lourenço”.
Não há dados precisos sobre a quantidade de habitantes da fazenda, mas o certo é que
cada vez mais ele crescia. Cariry e Barroso (1982, p. 303), dizem que “[...] em 1930 a
população passava dos mil habitantes”.
Nesse ano, segundo os referidos autores, inclusive, ao romper da revolução de 1930, os
revolucionários marcharam sobre o Cariri, desarmando coronéis e fanáticos. Em uma dessas
investidas, tentaram prender Zé Lourenço, sob a acusação de que guardava armas. Avisado
com antecedência, o beato fugiu. Os getulistas nada encontraram no Caldeirão, a não ser
camponeses e rudimentares instrumentos de trabalho. No entanto, a comunidade foi
parcialmente destruída; soltaram o gado nas plantações, arrombaram as portas de suas
residências e lhes roubaram todos os objetos pessoais. Finda as perseguições, Lourenço,
retornou e sem mágoas, reconstruiu tudo, continuando o trabalho coletivo.
Com a grande seca de 1932, o número de habitantes do Caldeirão aumentou. Enquanto
pelo estado milhares de sertanejos retirantes morriam de sede e de fome, os que chegaram à
comunidade tiveram total assistência do beato. Esse comportamento evidencia a coerência das
pregações e práticas do beato.
Entre os muitos que chegaram e fixaram-se no Caldeirão, em 1932, estava um líder
messiânico do Rio Grande do Sul, chamado Severino Tavares. Esse passara anos
peregrinando pelos sertões nordestinos profetizando o fim do mundo e pregando os
mandamentos do caminho reto, a união entre os povos e o respeito pelo sagrado. Severino em
pouco tempo, tornou-se o braço direito do Beato, exercendo grande influência sobre a
comunidade, embora continuasse a fazer periodicamente pregações pelos sertões.
Após a morte de Padre Cícero, em 1934, muitos nordestinos passaram a considerar o
beato José Lourenço como sucessor daquele e, ante a notória prosperidade da fazenda, a ela
corriam cada vez mais contingentes de pobres do campo. Nesse ano, o Caldeirão já contava
com uma população fixa de três mil habitantes e uma população flutuante em torno de seis
mil habitantes, muitos deles camponeses que haviam abandonado a vida de trabalho árduo dos
sítios vizinhos.
As romarias, o crescimento da comunidade e a grande influência de José Lourenço
começaram a chamar a atenção das elites sobre o núcleo dos fanáticos. Essa situação, na visão
Cariry e Barroso (1982), para muitos políticos e fazendeiros causou medo. O medo que têm os
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poderosos quando vêem o povo unir-se e organizar-se. A Igreja, os coronéis e o Estado, então
assim como em Canudos, uniram-se e destruíram covardemente o Caldeirão.

O Caldeirão foi um movimento semelhante à Canudos só que em proporções bem


menores e já no final tinha uma ala tida como radical que via no govemo do Ceará,
tendo à frente o governador Menezes Pimentel e na polícia seus inimigos mortais
(CARIRY; BARROSO, 1982, p. 21).

Voltando aos pensamentos dos referidos autores, na visão de Laureno (2005), podemos
refletir sobre a citação:

O beato cada vez mais conseguia o respeito e a admiração de todos que viviam na
comunidade, tinha o hábito de dirigir novenas e ladainhas. Porém essa vida da
comunidade de rezas e tranqüilidade logo estaria sendo ameaçada por poderosos
interesses de “botas”, os “coronéis". (LAURENO, 2005, p. 22).

Como já ressaltado, a partir desses fatos, começou um processo de articulação para


acabar com a comunidade do Caldeirão. A destruição da comunidade está ligada de certa
forma ao longo processo repressivo que acontecia no país depois da revolução de 1930 e mais
ainda com a criação e vigência do Estado Novo de Getúlio Vargas, que criara um movimento
anticomunista no país, já se preparando para o golpe. Getulio destruía qualquer movimento ou
foco social que fosse tido como diferente.
A paz que até então era comum no Caldeirão estava ruindo, o beato chegou a reconhecer
em um dos retirantes como sendo um espião enviado pelo governo com o objetivo de passar
informações de dentro do sítio. Foi levantada por esse tal espião a possibilidade de haver
armamentos escondidos entre os que ali habitavam. Daí em diante a população passou a ver
naquela comunidade como uma organização comunista perigosa da quais as autoridades
deveriam imediatamente intervir com uma ação militar.
Dessa forma em setembro de 1936 foi enviada para região do Cariri onde o sítio se
localizava uma expedição militar fortemente armada comandada pelo então tenente José Góis
de Barros. O beato José Lourenço, sabendo· da invasão militar conseguiu fugir e deixou o
sítio sob o comando do nomeado secretário chamado Isaías, que foi orientado pelo beato à
receber bem os policiais. No entanto, os policiais não tiveram dó nem compaixão na hora que
começaram a destruição da comunidade, os sertanejos tiveram suas casas vasculhadas à
procura de armas, mas nada encontraram além de instrumentos de trabalho como pás, enxada
dentre outros.
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Figura 2 - Moradores do Caldeirão quando da invasão do sítio pela


polícia em 1936

Fonte: (RAMOS, 1991).

As pessoas que moravam no Caldeirão passaram dias sendo tratados como animais,
estavam famintos, pois quase não eram alimentadas, mulheres grávidas, crianças e velhos
eram amontoados como se fossem bichos. O cinismo das autoridades cearenses era
impressionante, chegando ao ponto de propor aos camponeses que fossem embora para sua
terra natal e deixassem para traz tudo o que construíram durante todos os anos que viveram na
comunidade, mas os mesmos se recusaram. Foi então tomada uma decisão: o Caldeirão
deveria ser destruído.
Então após alguns dias de reclusão no sítio, o Capitão Cordeiro Neto, resolveu destruir
toda a estrutura do Caldeirão. A polícia saqueou e incendiou toda a comunidade às vistas dos
olhos tristes dos pobres sertanejos que assistiam incrédulos todos os seus sonhos virarem
cinzas. É nesse contexto triste que podemos refletir com a fala de Laureno (2005, p. 26)

Um sonho que foi destruído pelos ignorantes. Ignorantes e ambiciosos que


acabaram não só com a comunidade do Caldeirão, mas também com o sonho de
uma população de lutadores. [...] Mas o beato José Lourenço era um homem de
muita fé e muito calmo. Conseguiu fugir e formar uma comunidade, localizada na
serra Araripe, onde a maioria das pessoas foram se refugiar e mais vez tentar
construir suas vidas e sonhos.
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O Caldeirão foi destruído por militares sob um comando nojento de pessoas que não
estavam ali só seguindo ordens, eram pessoas com o espírito mau que via naquelas pessoas
inocentes uma ameaça que na verdade não era verdadeira estavam revoltados por aquele povo
ter conseguido sucesso econômico num período onde o mundo inteiro passava por uma
grande crise financeira.
Contudo, a comunidade que foi organizada na serra do Araripe ficou dividida em duas
alas, algumas pessoas revoltadas com a violência que sofreram no sítio Caldeirão e
influenciadas por Severino Tavares, que era uma espécie de profeta radical, foram contra as
idéias pacifistas do beato Lourenço, que era avesso à violência, organizaram-se, segundo
Farias (1997), como o objetivo de preparar uma armadilha para a polícia.
E dessa forma aconteceu, na tal emboscada morreram o Capitão José Bezerra e os dois
filhos dele. A ação foi um estopim para que a população juntamente com o governo e toda a
força militar pusessem para sempre um fim aos sonhos daquelas pessoas.

Centenas de mortos, alguns acreditam que em torno de mil vidas humanas que se
acabaram, bombardeios aéreos do Ministério da Guerra, incêndios e destruição de
casas, espaçamentos de crianças, mulheres e velhos, enfim, uma verdadeira
aniquilação de trabalhadores rurais que só tinham um sonho: trabalhar, viver em
paz uns com os outros e com Deus. (FARIAS, 1997, p. 208).

Nos relatos que se seguem observa-se, o que houve foi um grande genocídio em volta do
interesse em comum dos coronéis, do Estado e da Igreja, que se sentiram ameaçados de seus
poderes de manipulação do povo.
Após várias tentativas o governo juntamente com a ignorância do povo conseguiu
destruir a paz e o sonho daquelas pessoas. Quanto ao beato José Lourenço, morreu aos 74
anos e mesmo com vários pedidos do povo para que se rezasse ou fosse celebrada uma missa
em sua homenagem, os padres da região negaram-se com a desculpa de que não celebravam
missa para bandidos.
Finalizando, cabe destacar que o beato e seus seguidores eram pessoas de fé, sendo este
muito respeitado em todo Estado por aqueles que nele acreditavam. Embora, fosse analfabeto,
conseguiu com sua simplicidade e espírito de líder, o respeito e a admiração daquelas pobres
almas que um dia fizeram parte daquela comunidade que um dia conseguiu mexer com a
estrutura e o poder nesse país.
Atualmente, 47 famílias revivem o sonho coletivo de produção idealizado por José
Lourenço, num sítio denominado Assentamento 10 de Abril, a 37 km do centro do Crato. No
local encontram-se 47 casas, sendo que 44 de alvenaria e uma escola, porém sem ostentar a
grandeza atingida pelo então Caldeirão do beato José Lourenço.
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As famílias residentes mantém uma horticultura orgânica (couve, coentro, cenoura,


macaxeira, alface, pimentão e espinafre estão entre as hortaliças cultivadas) e uma lavoura
para auto-abastecimento. Parte dos homens também mantém um produtivo apiário, que
contribui para os rendimentos do grupo.
Com base nesse relato, considera-se o prognóstico do comportamento do fluxo turístico
permitido, para estimar, por exemplo, o volume de recursos que podem ser injetados na
economia regional pelos turistas e servir de referência para justificar a viabilidade de tal
evento. Nos últimos dois anos, tem-se observado uma maior preocupação dos gestores
estaduais de turismo com relação a um acompanhamento regular e detalhado, através de
pesquisas específicas, da demanda de visitantes pelos produtos turísticos do interior do Ceará,
incluindo aí a Região do Cariri. Portanto, os dados ainda são esparsos e com várias lacunas,
que devem ser preenchidas à medida que as pesquisas recebem continuidade.

Considerações finais

Considerando os objetivos que envolveram este estudo, percebe-se que inúmeras são as
possibilidades para o desenvolvimento de diferentes experiências turísticas.
O turismo tem um altíssimo potencial econômico, social, cultural e ambiental, esses
itens são elementos extremamente ligados ao turismo, pois estabelecem reciprocidade entre
os elementos. O turismo é, principalmente, grande gerador de receita, é social por gerar
grande número de postos de trabalho direto e indireto, cultural porque preservam a identidade
do lugar, como monumentos históricos, e ambientais por aliar renda e preservação.
Portanto, são várias as causas que podem motivar o indivíduo a realizar uma viagem de
turismo, sendo importante ressaltar que as viagens são motivadas, na maior parte das vezes,
pela fé dos peregrinos, pelo passeio, pelos negócios e compras, entre outros, aliando
patrimônio, lazer turístico e desenvolvimento.

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