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REVISÃO P1 HISTÓRIA MEMÓRIA E PATRIMÔNIO

-O que é patrimônio
1. Conjunto de bens de família; herança familiar.
2. Conjunto de bens próprios, adquiridos ou herdados.
3. Bem ou conjunto de bens, materiais, naturais ou imateriais,
reconhecidos por sua importância cultural (ex.: patrimônio edificado).
4. [Religião] Conjunto de bens necessários para tomar ordens
eclesiásticas. = PECÚLIO

-Patrimônio: fundação das cidades


• O patrimônio religioso foi o instrumento fundiário muito utilizado na formação
de uma considerável rede de cidades. É nesse contexto da doação de terras,
em que a religião realizou o casamento entre a Igreja e o Estado, que reside
“muita informação sobre nossa vida e paisagem urbana peculiar.” (MARX,
2003: p. 27).
Buscavam: normatizar o parcelamento do solo
Os patrimônios religiosos surgiram em terras brasileiras de maneira discreta e tímida.
Eram eles porções de chão cedidas a um santo de devoção, a um santo padroeiro
-Estudo de Caso 1: Buritizal- SP
Ação da Igreja como agente urbanizador.
Cidade de Buritizal, localizada no nordeste do interior do Estado de São Paulo.
A formação e fundação dessa localidade têm o limiar de sua existência nas ações de
movimento do “Caminho dos Goyazes” e na concessão de terras para a fundação da
vila.
-Evolução de um Município
Povoado/Arraial
Capela Curada (Doação do Patrimônio)
Paróquia/ Freguesia
Vila: Tem autonomia municipal, disponibiliza um Pelourinho, Casa de Câmara e a
Cadeia. A Vila tambem demandava um território próprio. O rossio eram terras
designadas pela Coroa, que concedia essas terras para a Câmara.
É um expediente muito utilizado no Brasil Colônia e Brasil Império
-Construção do Patrimônio
Esta era a maneira encontrada de conferir legalidade à terra e dotar a localidade de
valores institucionais. Portanto, para que um povoado se elevasse de categoria um
morador ou um conjunto de moradores deveria, assim, conceder uma determinada
extensão de terra, definindo o patrimônio, isto é, como área destinada à urbe”.
“Os patrimônios constituíam-se em faixas de terras doadas por um senhor ou vizinhos,
procurando atender como moradia e como meio de subsistência, a quem desejasse
morar de forma comunitária em troca de trabalho com os doadores”.
“Depois de instituída a capela ou capela curada, o próximo passo do povoado era
ascender à categoria de freguesia ou paróquia, instituição territorial de domínio do
clero. Para tanto, dentro dos domínios da freguesia encontrava-se uma igreja e um
pároco ou vigário, podendo haver ainda outras capelas e capelães na vizinhança.”
Párocos ou curas tinham obrigações: catequese e sacramentos, ordem, comunidade,
normas eclesiásticas e atividades religiosas em capelas distantes.
-Estudo de Caso 3 : São Paulo dos Agudos
 1898 A cidade foi emancipada e logo transformou-se em comarca, com grande
influência política.
 1903, as duas ferrovias (Paulista e Sorocabana) foram inauguradas,
representando um enorme avanço na produção de café. Até então todas as
mercadorias de Agudos ainda eram levadas em carros de boi até a estação mais
próxima.
 No século XX, Agudos teve a economia dinamizada pela construção da
Cervejaria Vienense, que logo depois foi comprada pela Brahma, e hoje é um
dos maiores polos industriais da AMBEV.
 Além disso, a Duratex tem uma grande área de produção de eucaliptos, com a
respectiva indústria funcionando em Agudos.
 Hoje, com cerca de 37 mil habitantes e elevada qualidade de vida, Agudos
também tem um importante centro universitário.

 A economia é impulsionada pela indústria, por um comércio ativo,


além de agricultura, pecuária e uma movimentada rede de turismo
rural e histórico.
 O centro da cidade está muito bem preservado, com suas
construções históricas ocupadas por empreendimentos particulares
e municipais, como lojas, museus e escolas. Agudos fica a 23
quilômetros a sudeste de Bauru.
O QUE É CULTURA?
A cultura é um conceito multifacetado que engloba uma ampla gama de
elementos e aspectos da vida humana. Não existe uma única definição
universalmente aceita para cultura, mas, em termos gerais, a cultura refere-se
ao conjunto de valores, crenças, normas, costumes, tradições, arte,
conhecimento e práticas compartilhadas por um grupo de pessoas em uma
sociedade ou comunidade específica. Aqui estão alguns dos principais aspectos
do significado de cultura:
1. Valores e Crenças: A cultura inclui os valores e crenças que orientam o
comportamento das pessoas. Isso abrange noções de certo e errado, ética,
moral e as ideias fundamentais sobre o mundo e a vida.
2. Normas e Comportamento: Cultura envolve normas sociais e comportamentais
que ditam como as pessoas devem se comportar em diferentes situações. Essas
normas variam de uma cultura para outra e podem abranger desde etiqueta à
maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras.
3. Costumes e Tradições: Cultura inclui os costumes e tradições específicos de um
grupo ou sociedade, como festas, cerimônias religiosas, celebrações culturais,
rituais de passagem e práticas de vida cotidiana.
4. Linguagem: A linguagem é uma parte fundamental da cultura. A forma como as
pessoas se comunicam, os idiomas que falam e os significados associados às
palavras e expressões são todos elementos culturais.
5. Arte e Expressão: A cultura também é expressa por meio da arte, seja na forma
de música, dança, pintura, escultura, literatura, teatro ou outras formas de
expressão artística.
6. Conhecimento e Educação: A cultura inclui o conhecimento acumulado e a
educação transmitida de geração em geração. Isso abrange a ciência, a
tecnologia, a filosofia, a religião e outros campos de estudo.
7. Identidade e Pertencimento: A cultura desempenha um papel crucial na
formação da identidade individual e coletiva das pessoas. Ela cria um senso de
pertencimento a um grupo cultural específico.
8. Mudança e Evolução: A cultura não é estática; ela evolui ao longo do tempo
em resposta a mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas. As
culturas estão em constante transformação.
9. Diversidade Cultural: O mundo é marcado por uma grande diversidade de
culturas, cada uma com suas próprias características distintas. Essa diversidade
cultural enriquece a experiência humana.
10. Transmissão Cultural: A cultura é transmitida de uma geração para outra por
meio da socialização, da educação formal e informal, da observação e da
interação com outros membros da sociedade.
Em resumo, a cultura é um conceito abrangente que engloba os aspectos
sociais, comportamentais, cognitivos, emocionais e criativos da vida humana.
Ela desempenha um papel fundamental na maneira como as pessoas se
relacionam, se comunicam e dão significado às suas experiências no mundo.

QUAL A RELAÇÃO DE CULTURA E PATRIMÔNIO


A cultura e o patrimônio histórico estão intrinsecamente relacionados, e a
preservação do patrimônio histórico é uma parte importante da preservação da
cultura de uma sociedade. Aqui estão algumas das maneiras pelas quais a
cultura e o patrimônio histórico estão interligados:
1. Expressão da Identidade Cultural: O patrimônio histórico, incluindo edifícios,
monumentos, artefatos e locais históricos, muitas vezes reflete a identidade
cultural de uma comunidade ou sociedade. Esses elementos representam a
história, os valores, as tradições e as realizações da cultura em questão.
2. Preservação da História e Memória: O patrimônio histórico atua como um
registro tangível do passado de uma cultura. Ele preserva a história e a
memória coletiva de uma sociedade, permitindo que as gerações futuras
aprendam sobre suas raízes e experiências passadas.
3. Fomento do Turismo Cultural: O patrimônio histórico muitas vezes se torna um
ponto de atração para o turismo cultural. Visitantes de outras regiões ou países
têm a oportunidade de experimentar e aprender sobre a cultura local por meio
da visita a locais históricos e museus.
4. Promoção da Arte e Criatividade: Muitos patrimônios históricos incluem obras
de arte, arquitetura e artesanato que demonstram a criatividade e a habilidade
dos artistas e artesãos da época. Essas formas de expressão artística são parte
integrante da cultura.
5. Manutenção de Tradições: Alguns patrimônios históricos, como festas
tradicionais e locais de culto religioso, desempenham um papel ativo na
manutenção de tradições culturais. Eles fornecem um espaço para a prática de
rituais e cerimônias que têm significado cultural.
6. Educação e Conscientização: Os locais de patrimônio histórico servem como
locais de educação e conscientização sobre a cultura local e nacional. Eles
oferecem oportunidades para programas educacionais, exposições e atividades
que informam as pessoas sobre a cultura.
7. Integração Cultural: O patrimônio histórico pode ser um ponto de encontro
para a comunidade, onde as pessoas se reúnem para eventos culturais, festivais
e celebrações. Isso ajuda a promover a coesão social e a coexistência pacífica
entre diferentes grupos culturais.
8. Desenvolvimento Sustentável: A preservação do patrimônio histórico pode
contribuir para o desenvolvimento sustentável de uma área, atraindo
investimentos, turismo e revitalização de espaços urbanos.
9. Desafios de Preservação: A preservação do patrimônio histórico também pode
ser um desafio, pois exige recursos financeiros e esforços contínuos para
manter e proteger esses recursos culturais da degradação ou destruição.
Em resumo, o patrimônio histórico desempenha um papel fundamental na
preservação e promoção da cultura de uma sociedade. Ele serve como uma
ponte entre o passado e o presente, enriquecendo a compreensão da história,
valores e tradições que moldaram a identidade cultural de uma comunidade ou
nação. Portanto, a relação entre cultura e patrimônio histórico é
profundamente interconectada e valiosa para a preservação da herança
cultural.

A RELAÇÃO DE MEMÓRIA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO


A relação entre memória e patrimônio histórico é intrínseca e profunda, pois
ambos estão ligados à preservação, documentação e compreensão da história e
da cultura de uma sociedade. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a
memória e o patrimônio histórico estão interconectados:
1. Preservação da Memória Coletiva: O patrimônio histórico, que inclui edifícios,
monumentos, artefatos e locais históricos, atua como um repositório físico da
memória coletiva de uma sociedade. Esses elementos representam eventos,
pessoas e realizações que são significativos para a história e a identidade
cultural de uma comunidade ou nação.
2. Documentação Histórica: O patrimônio histórico fornece evidências tangíveis
do passado, que ajudam a documentar a história de uma região. Esses registros
físicos são importantes fontes de informação para historiadores, pesquisadores
e estudiosos que desejam entender o passado.
3. Transmissão de Histórias e Narrativas: Muitos locais de patrimônio histórico
são acompanhados por histórias e narrativas que são transmitidas de geração
em geração. Essas histórias contribuem para a preservação da memória
cultural.
4. Criação de Conexões com o Passado: O patrimônio histórico permite que as
pessoas se conectem emocionalmente com o passado. Visitantes de locais
históricos frequentemente experimentam uma sensação de continuidade com
aqueles que vieram antes deles, reforçando a importância da memória.
5. Aprendizado e Educação: O patrimônio histórico é uma ferramenta
educacional valiosa para ensinar as gerações futuras sobre a história, cultura e
valores de uma sociedade. Museus, sítios históricos e exposições proporcionam
oportunidades de aprendizado.
6. Preservação de Testemunhos Vivos: Em algumas culturas, especialmente as
que têm tradições orais fortes, o patrimônio histórico também pode incluir
indivíduos idosos ou especialistas que são portadores vivos de memória
histórica. Eles desempenham um papel crucial na transmissão de
conhecimento e narrativas históricas.
7. Lidando com Traumas e Feridas do Passado: Locais de patrimônio histórico
também podem servir como lugares de reflexão e lembrança de eventos
traumáticos ou dolorosos do passado, ajudando as sociedades a lidar com seu
histórico de maneira construtiva.
8. Desafios de Preservação: A preservação do patrimônio histórico muitas vezes
envolve desafios relacionados à memória, como garantir que eventos e
histórias menos conhecidos também sejam preservados e que a história seja
contada de maneira precisa e imparcial.
9. Conexão entre Passado, Presente e Futuro: O patrimônio histórico atua como
uma ponte entre o passado, o presente e o futuro, lembrando as gerações
atuais de sua herança cultural e inspirando uma apreciação da história e da
memória.
Em resumo, a memória e o patrimônio histórico estão intrinsecamente ligados,
pois ambos desempenham um papel vital na preservação da história, cultura e
identidade de uma sociedade. O patrimônio histórico serve como uma
expressão física da memória coletiva de uma comunidade e desempenha um
papel fundamental na transmissão dessas memórias às gerações futuras.

A MEMÓRIA ORGANIZACIONAL
A memória organizacional refere-se ao conjunto de conhecimentos,
informações, experiências e práticas acumuladas por uma organização ao longo
do tempo. É a capacidade de uma organização reter, acessar e utilizar o
conhecimento adquirido para melhorar suas operações, tomar decisões
informadas e se adaptar às mudanças. A memória organizacional é
fundamental para o aprendizado organizacional e o desenvolvimento contínuo.
Aqui estão alguns elementos-chave relacionados à memória organizacional:
1. Conhecimento Taciturno e Explícito: A memória organizacional pode incluir
conhecimento tácito (saber-fazer, intuição) e conhecimento explícito
(documentado, formalizado). Ambos são importantes para o funcionamento
eficaz de uma organização.
2. Documentação: Parte da memória organizacional é frequentemente capturada
por meio de documentos, relatórios, manuais, procedimentos operacionais,
registros de projetos anteriores e outras formas de registro.
3. Experiência dos Funcionários: A experiência e a expertise dos funcionários
desempenham um papel fundamental na memória organizacional. À medida
que os funcionários adquirem conhecimento e habilidades ao longo do tempo,
eles contribuem para a base de conhecimento da organização.
4. Aprendizado com Erros e Sucessos: A memória organizacional também inclui a
capacidade de aprender com erros passados e sucessos, de forma a evitar a
repetição de erros e a alavancar o que deu certo.
5. Cultura Organizacional: A cultura de uma organização pode influenciar a
maneira como ela valoriza e usa sua memória organizacional. Culturas que
incentivam a aprendizagem e a inovação tendem a tirar maior proveito desse
recurso.
6. Sistemas de Informação e Tecnologia: Muitas organizações usam sistemas de
informação e tecnologia para armazenar, organizar e acessar sua memória
organizacional de maneira eficiente.
7. Tomada de Decisão: A memória organizacional é essencial para a tomada de
decisões informadas. Ela permite que os líderes e gestores tenham acesso a
informações históricas e análises relevantes ao tomar decisões estratégicas.
8. Adaptação às Mudanças: Uma boa memória organizacional ajuda uma
organização a se adaptar a mudanças internas e externas, pois permite que ela
capitalize sobre o que funcionou bem no passado e aprenda com desafios
anteriores.
9. Transferência de Conhecimento: A memória organizacional é fundamental
para a transferência de conhecimento entre gerações de funcionários. Quando
funcionários experientes se aposentam ou deixam a organização, a memória
organizacional ajuda a garantir que seu conhecimento não se perca.
10. Competitividade: Organizações que têm uma memória organizacional bem
desenvolvida têm uma vantagem competitiva, pois são mais capazes de inovar,
resolver problemas e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.
Em resumo, a memória organizacional é um recurso crítico para o sucesso a
longo prazo de uma organização. Ela ajuda a preservar o conhecimento
acumulado e a experiência, permitindo que a organização aprenda com o
passado e se adapte às demandas em constante evolução do ambiente
empresarial.

FACULDADE: UMA MEMÓRIA ORGANIZACIONAL


Uma faculdade ou universidade pode ser vista como uma instituição que abriga
e cultiva uma rica memória organizacional. Essas instituições de ensino superior
acumulam conhecimento, informações e experiências ao longo de décadas, e
até mesmo séculos, e têm sistemas e práticas para preservar e transmitir esse
conhecimento. Aqui estão algumas maneiras pelas quais uma faculdade se
relaciona com a memória organizacional:
1. Acervo de Conhecimento e Pesquisa: Uma parte fundamental da memória
organizacional de uma faculdade reside em seu acervo de conhecimento. Isso
inclui bibliotecas, arquivos, bases de dados de pesquisa e registros acadêmicos
que armazenam informações sobre as descobertas, pesquisas e trabalhos
produzidos por professores e alunos ao longo do tempo.
2. História e Tradição: As faculdades frequentemente têm uma rica história e
tradição que faz parte de sua memória organizacional. Isso pode incluir a
fundação da instituição, a evolução de programas acadêmicos, a contribuição
de professores notáveis e marcos importantes em sua história.
3. Corpo Docente e Experiência: Os professores e instrutores de uma faculdade
acumulam uma riqueza de conhecimento e experiência ao longo de suas
carreiras. Suas pesquisas, ensinamentos e contribuições acadêmicas fazem
parte da memória organizacional da instituição.
4. Alunos e Ex-Alunos: A memória organizacional de uma faculdade também
inclui o legado deixado por seus ex-alunos, que podem se tornar líderes em
suas áreas de atuação. As realizações dos ex-alunos e sua contribuição para a
sociedade fazem parte dessa memória.
5. Inovação e Mudança: A forma como uma faculdade se adapta a mudanças,
inova e evolui ao longo do tempo também é um aspecto da memória
organizacional. Isso inclui a introdução de novos programas, abordagens de
ensino e tecnologias educacionais.
6. Práticas e Políticas: As políticas acadêmicas, administrativas e operacionais de
uma faculdade, bem como suas práticas e procedimentos, fazem parte de sua
memória organizacional. Isso inclui regulamentos, estruturas de governança e
processos de tomada de decisão.
7. Compartilhamento e Transmissão de Conhecimento: Faculdades têm a
responsabilidade de compartilhar e transmitir conhecimento e habilidades a
gerações futuras de estudantes. Isso envolve métodos de ensino, currículos
acadêmicos e a cultura de aprendizado.
8. Símbolos e Marcas: Símbolos, logotipos, hinos e outros elementos visuais ou
culturais associados à faculdade também fazem parte de sua memória
organizacional.
Portanto, uma faculdade é uma instituição rica em memória organizacional,
pois ela acumula e transmite conhecimento, cultura, experiência e história ao
longo do tempo. Essa memória desempenha um papel fundamental na
identidade e no propósito da instituição de ensino superior.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO SEGUNDO GIANNI VATTIMO


Patrimônio histórico seria, portanto, uma noção moderna, construída a partir da idéia
de ruptura entre um passado pré-industrial e a era da máquina. Esta idéia promoveria
a tomada de distância do passado, fundamental para que ele se constitua como
patrimônio no sentido que entendemos hoje. Também faria com que todos os
vestígios do passado, não importa de que período, fossem agrupados sob uma única
denominação, genérica, de “histórico”, no sentido de pertencentes ao período pré-
industrial.
No Brasil da década de 1920, a arte moderna foi motivada pelo desejo de ruptura dos
laços de dependência cultural em relação à Europa, determinados, aos olhos dos
artistas que participaram do movimento, pela dominância dos cânones acadêmicos na
arte. A questão da “identidade nacional” colocava-se, portanto, como tema central nas
obras dos artistas que participaram da Semana de 1922. E esta busca da “brasilidade”
teve como foco a cultura popular

SPHAN
O SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que mais tarde se
tornou o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), foi criado no
Brasil em 1937 com o objetivo principal de preservar, conservar e promover o
patrimônio histórico, artístico e cultural do país. Sua criação foi motivada por várias
razões:
1. Preservação da Identidade Nacional: O Brasil possui uma rica diversidade
cultural e histórica devido à sua colonização, influências indígenas, africanas e
europeias, e ao longo do tempo, muitos elementos dessa cultura estavam em
risco de desaparecimento devido ao desenvolvimento e modernização.
2. Valorização da História e Cultura Brasileira: Havia uma crescente preocupação
com a valorização da história, cultura e arte brasileiras, e com o
reconhecimento da importância de proteger e conservar os bens culturais que
refletiam a identidade nacional.
3. Preservação de Monumentos e Sítios Históricos: A degradação e o abandono
de muitos monumentos e sítios históricos, incluindo edifícios coloniais, igrejas
antigas, sítios arqueológicos e outros bens culturais, chamaram a atenção para
a necessidade de sua preservação.
4. Influência do Movimento Modernista: O Movimento Modernista no Brasil,
liderado por figuras como Mário de Andrade e Lúcio Costa, promoveu a
valorização da cultura e arte brasileiras, incentivando a criação de políticas e
instituições para a preservação do patrimônio.
5. Reconhecimento Internacional: A criação do SPHAN também estava alinhada
com tendências internacionais de preservação do patrimônio cultural, como a
Convenção de Haia de 1954 sobre a Proteção de Bens Culturais em Caso de
Conflito Armado.
6. Promoção do Turismo Cultural: O Brasil reconheceu o potencial do turismo
cultural como uma fonte de receita e uma maneira de promover a riqueza
cultural do país, o que incentivou a preservação de locais históricos e culturais.
Portanto, o SPHAN e, posteriormente, o IPHAN, foram criados para enfrentar desafios
relacionados à preservação do patrimônio histórico e artístico do Brasil e para
promover o reconhecimento e a valorização da rica diversidade cultural do país. Essa
instituição desempenha um papel fundamental na proteção e promoção do
patrimônio brasileiro desde sua criação.

SOBRE O ANTEPROJETO DE MARIO DE ANDRADA (1936)


Refletiria a entrada da cultura popular no rol dos bens culturais
Lança um olhar erudito e coloca a cultura popular em um outro patamar,
diferenciando-a das Belas Artes (+ culta)
“Na sua quase longa trajetória, a questão do patrimônio cultural tem em Mario de
Andrade o seu mito fundador, quando da criação, em 1937, do então SPHAN (Serviço
de Patrimônio Histórico, Artístico Nacional) e atual IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional), a partir da necessidade de uma patrimonialização que
justificasse uma dada narrativa histórica sobre o Brasil, independente das propostas
inovadoras à época que o projeto trazia No contexto, a política de Getúlio Vargas,
claramente nacionalista, incentivava as pesquisas, os estudos e a musealização com
foco nesse viés.
Nesse mesmo enquadramento, são publicadas importantes obras de pensadores que
procuraram compreender a gênese do Brasil, incluindo em quase todas elas a palavra
“Formação” em seu título. Assim, no espaço de duas décadas, entre 1930 e 1950,
chega ao grande público os textos de Caio Prado Jr., “Formação do Brasil
Contemporâneo”, de Antonio Candido, “Formação da Literatura Brasileira” E de
Gilberto Freyre, “Casa Grande e Senzala”, no qual se destaca nesse seguimento o
primeiro capítulo intitulado “Formação de uma Sociedade Agrária, Escravocrata e
Híbrida

PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL


O patrimônio cultural pode ser dividido em duas categorias principais: patrimônio
material e patrimônio imaterial. Essas categorias são usadas para descrever diferentes
tipos de bens culturais e práticas que têm valor histórico, cultural e artístico. Aqui está
uma explicação de cada uma delas:
1. Patrimônio Material:
O patrimônio material refere-se a bens culturais tangíveis, ou seja, objetos físicos e
estruturas que podem ser tocados e vistos. Isso inclui:
 Edifícios e Monumentos: Isso abrange construções históricas, como
igrejas, palácios, castelos, casas antigas, pontes, entre outros, que
possuem valor arquitetônico, histórico ou artístico.
 Sítios Arqueológicos: Áreas onde vestígios do passado, como ruínas de
antigas civilizações, foram descobertos e escavados.
 Obras de Arte: Isso inclui pinturas, esculturas, mosaicos, murais e
outras formas de expressão artística.
 Objetos Culturais: Itens como móveis antigos, joias históricas, roupas
tradicionais e utensílios domésticos que têm significado cultural ou
histórico.
 Acervos de Museus e Bibliotecas: Coleções de artefatos, documentos
históricos, manuscritos, livros raros e outros materiais preservados em
museus, bibliotecas e arquivos.
2. Patrimônio Imaterial:
O patrimônio imaterial refere-se a elementos culturais intangíveis, ou seja, práticas,
tradições, expressões e conhecimentos que são transmitidos oralmente ou por meio
de ações. Isso inclui:
 Expressões Orais: Narrativas, lendas, mitos, canções, poemas e outras
formas de narrativa oral transmitidas de geração em geração.
 Tradições e Rituais: Práticas culturais e religiosas, festivais, cerimônias,
danças e rituais que desempenham um papel importante na cultura de
uma comunidade.
 Conhecimentos e Habilidades: Técnicas artesanais, conhecimento
tradicional sobre a natureza, medicina tradicional, habilidades de
construção, entre outros.
 Expressões Artísticas e Performances: Danças, música, teatro, dança
folclórica e outras formas de expressão artística e performance.
 Línguas e Dialeto: A língua é um componente fundamental do
patrimônio imaterial, e a preservação de línguas indígenas, dialetos e
línguas ameaçadas é uma parte importante desse patrimônio.
Ambas as categorias de patrimônio cultural são valorizadas por sua importância na
preservação da identidade cultural, na promoção da diversidade cultural e na
compreensão da história e das tradições de uma sociedade. Muitas vezes, os esforços
de preservação se concentram em ambas as categorias para garantir que o legado
cultural seja transmitido às gerações futuras. A UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconhece e promove a preservação do
patrimônio cultural, tanto material quanto imaterial, em todo o mundo.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção
de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza
material e imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o
Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de
30 de novembro de 1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações,
paisagens e conjuntos históricos urbanos.
O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza, conforme os quatro livros do tombo:
arqueológico, etnográfico e paisagístico e
histórico;
belas artes; e
artes aplicadas.
O patrimônio cultural é uma parte fundamental da identidade de uma sociedade e
desempenha um papel crucial na preservação da história, das tradições e da
diversidade cultural. No entanto, também é importante reconhecer que existem
desafios e críticas relacionados ao conceito e à gestão do patrimônio cultural. Abaixo,
apresento algumas críticas e desafios comuns associados ao patrimônio cultural:
1. Exclusão e Representatividade Limitada: Uma crítica importante é que o
patrimônio cultural muitas vezes destaca apenas determinadas narrativas e
tradições, excluindo outras. Isso pode resultar na sub-representação de grupos
étnicos, culturas indígenas, minorias e suas contribuições para a sociedade.
2. Apropriação Cultural: Em algumas situações, o patrimônio cultural pode ser
apropriado ou comercializado de maneira insensível por pessoas ou empresas
que não pertencem à cultura de origem. Isso levanta questões de respeito,
autenticidade e exploração.
3. Especulação e Turismo Desenfreado: A proteção do patrimônio cultural pode
levar a um excesso de turismo e especulação imobiliária em áreas históricas, o
que pode prejudicar a autenticidade e a preservação do local.
4. Falta de Recursos: Muitas vezes, a preservação do patrimônio cultural é
prejudicada pela falta de financiamento e recursos. A manutenção de edifícios
históricos, sítios arqueológicos e coleções de museus requer investimento
contínuo.
5. Conflitos Políticos e Ideológicos: Em algumas situações, o patrimônio cultural
pode ser politizado e usado para promover agendas ideológicas, o que pode
distorcer a maneira como a história é interpretada e apresentada.
6. Decisões de Restauração e Intervenção: A restauração de edifícios históricos e
monumentos é muitas vezes um assunto delicado, pois envolve decisões sobre
o que preservar, o que restaurar e como fazê-lo sem comprometer a
autenticidade.
7. Desafios da Digitalização: A digitalização e a conservação digital do patrimônio
cultural apresentam desafios técnicos, éticos e de longo prazo relacionados à
preservação de dados digitais.
8. Perda de Identidade Cultural: Em algumas comunidades, a ênfase no
patrimônio cultural pode levar à perda de identidade cultural, à medida que as
tradições tradicionais são deixadas de lado em favor de uma versão
estereotipada ou comercializada da cultura.
É importante reconhecer essas críticas e desafios como oportunidades para melhorar a
gestão e a preservação do patrimônio cultural. A inclusão de diversas vozes e
perspectivas, o respeito pela autenticidade cultural e o investimento em educação e
sensibilização podem ajudar a enfrentar esses problemas e garantir que o patrimônio
cultural seja preservado de maneira significativa e respeitosa.
O patrimônio cultural desempenha um papel fundamental na história brasileira e é de
grande importância por várias razões:
1. Preservação da Identidade Nacional: O patrimônio cultural brasileiro é um
testemunho da diversidade étnica, cultural e histórica do país. Ele reflete a
mistura de influências indígenas, africanas, europeias e de outras culturas que
moldaram a identidade do Brasil ao longo dos séculos.
2. Registro da História: Os monumentos, edifícios históricos, sítios arqueológicos
e objetos culturais preservados no Brasil são registros tangíveis da história do
país. Eles contam a história da colonização, da luta pela independência, da
escravidão, da imigração e de outros eventos e processos históricos.
3. Promoção da Cultura e Arte Brasileira: O patrimônio cultural brasileiro inclui
uma rica diversidade de expressões culturais e artísticas, como samba,
capoeira, literatura, música, dança, culinária e artesanato. Essas manifestações
culturais desempenham um papel crucial na preservação e promoção da
cultura brasileira.
4. Turismo e Economia: Muitos locais de patrimônio cultural no Brasil são
destinos turísticos populares, atraindo visitantes nacionais e internacionais. Isso
contribui para a economia local e nacional, criando empregos e estimulando o
setor de turismo.
5. Fomento à Educação: Museus, arquivos e bibliotecas que fazem parte do
patrimônio cultural brasileiro são importantes recursos educacionais. Eles
oferecem oportunidades de aprendizado e pesquisa, permitindo que as
pessoas explorem a história e a cultura do Brasil.
6. Reconhecimento Internacional: Vários locais de patrimônio cultural no Brasil
foram reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio Mundial, destacando sua
importância para a humanidade. Isso eleva o prestígio internacional do Brasil
como guardião de um patrimônio cultural valioso.
7. Preservação da Memória e Identidade Local: Em muitas comunidades
brasileiras, o patrimônio cultural local desempenha um papel importante na
preservação da memória coletiva e da identidade cultural. Isso pode incluir
festivais tradicionais, práticas religiosas e tradições locais.
8. Desenvolvimento Sustentável: A preservação do patrimônio cultural também
pode ser um motor para o desenvolvimento sustentável, incentivando a
reabilitação de áreas urbanas históricas, o uso responsável de recursos naturais
e o estímulo ao turismo cultural.
Em resumo, o patrimônio cultural desempenha um papel vital na história brasileira,
preservando a riqueza e a diversidade da cultura e história do país. Ele contribui para a
construção da identidade nacional, a promoção da educação, o desenvolvimento
econômico e o enriquecimento da experiência cultural de todos os brasileiros. Além
disso, o patrimônio cultural brasileiro é um tesouro que merece ser valorizado e
protegido para as gerações futuras.

LIVRO DO TOMBO HISTÓRICO


• Neste livro são inscritos os bens culturais em função do valor histórico. É
formado pelo conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no Brasil e cuja
conservação seja de interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis
da história do Brasil. Esse Livro, para melhor condução das ações do Iphan,
reúne, especificamente, os bens culturais em função do seu valor histórico que
se dividem em bens imóveis (edificações, fazendas, marcos, chafarizes, pontes,
centros históricos, por exemplo) e móveis (imagens, mobiliário, quadros e
xilogravuras, entre outras peças).
EX: IGREJAS E ARQUITETURAS DE EDIFICIOS E COMÉRCIOS
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico
• Onde são inscritos os bens culturais em função do valor arqueológico,
relacionado a vestígios da ocupação humana pré-histórica ou histórica; de valor
etnográfico ou de referência para determinados grupos sociais; e de valor
paisagístico, englobando tanto áreas naturais, quanto lugares criados pelo
homem aos quais é atribuído valor à sua configuração paisagística, a exemplo
de jardins, mas também cidades ou conjuntos arquitetônicos que se destaquem
por sua relação com o território onde estão implantados.
• EX: Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) Presença de pinturas rupestres
Livro do Tombo das belas artes
Reúne as inscrições dos bens culturais em função do valor artístico. O termo belas-
artes é aplicado às artes de caráter não utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes
decorativas. Para a História da Arte, imitam a beleza natural e são consideradas
diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade. O surgimento das academias de
arte, na Europa,, a partir do século XVI, foi decisivo na alteração do status do artista,
personificado por Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564). Nesse período, o termo
belas-artes entrou na ordem do dia como sinônimo de arte acadêmica, separando arte
e artesanato, artistas e mestres de ofícios.
Ex: Profetas de Congonhas, Santuário do Bom Jesus de Matozinhos (MG)

Livro do Tombo das artes aplicadas


Onde são inscritos os bens culturais em função do valor artístico, associado à função
utilitária. Essa denominação (em oposição às belas artes) se refere à produção artística
que se orienta para a criação de objetos, peças e construções utilitárias: alguns setores
da arquitetura, das artes decorativas, design, artes gráficas e mobiliário, por exemplo.
Desde o século XVI, as artes aplicadas estão presentes em bens de diferentes estilos
arquitetônicos. No Brasil, as artes aplicadas se manifestam fortemente no Movimento
Modernista de 1922, com pinturas, tapeçarias e objetos de vários artistas
Exemplo: Painéis do teto da Igreja Matriz de São José de Ribamar - Aquiraz, CE
Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da
vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações;
formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como
mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas). A Constituição
Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao
reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial.
Nesses artigos da Constituição, reconhece-se a inclusão, no patrimônio a ser
preservado pelo Estado em parceria com a sociedade, dos bens culturais que sejam
referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. O patrimônio
imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas
comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e
de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo
para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
EXEMPLOS: TOQUE DE SINOS EM IGREJAS, MODO ARTESANAL DE FAZER QUEIJO
DERIVANDO DE REGIÃO PARA REGIÃO, PASSEATAS COMO A FOLIA DE REIS EM MG,
FESTAS RELIGIOSAS

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