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Resenha crítica do filme:.

Um sonho de liberdade

O filme relata a história de Andy, um bancário, que foi acusado e condenado à


prisão perpétua,pelo homicídio de sua esposa e seu amante,de fato tal delito Andy
não cometeu. Encaminhado para o sistema prisional, onde conhece Red ,onde se
aproximam depois de inúmeras atrocidades sofridas por ambos.
Andy e Red iniciam uma amizade, e com o passar dos dias, ele acaba descobrindo
e conhecendo a história dos outros detentos. Diante de todos os acontecimentos
que acabam ocorrendo com sua nova realidade dentro da prisão, Andy mantém sua
sanidade, e consciência e em nenhum momento se rebela contra o sistema
prisional, mesmo sabendo dos atos de crueldade e os maus tratos com a dignidade
humana dos colegas de prisão.Muito resiliente diante das adversidades do dia a dia,
mas sempre acreditando em si mesmo,é possível parafrasear Aristóteles, onde ele
afirma que a felicidade do homem não está nas coisas, más em si mesmo.
Porém Andy se destaca por ter uma habilidade incrível com contabilidade e
finanças, onde pode solucionar demandas e problemas dos guardas e outros
funcionários, conseguindo em troca dos seus serviços,condições e benefícios
estruturais melhores para os presos do local, o que, também, a de seu amigo Red.

Red destarte sobre como é a chegada dos presos a detenção e todo o


sofrimento e a adaptação ao presídio:

“A primeira noite é a mais difícil. Não há dúvida quanto a isso. Eles mandam você
marchar nu como no dia que nasceu, com a pele queimando e meio cego por causa
do pó mata-piolhos. E, quando o colocam na cela e a entrada se fecha, você cai na
realidade. A vida lá fora desaparece num piscar de olhos. Nada resta senão todo o
tempo do mundo para pensar a respeito. A maioria dos novatos ficam quase loucos
na primeira noite. Sempre alguém começa a chorar. Acontece todas as vezes.”

Uma das histórias que o Andy achou interessante foi a de Brooks Hatlen ,um
senhor de idade que trabalhava como bibliotecário no presídio Shawshank, que,
após 50 anos de cumprimento de pena, teve concedida sua liberdade condicional.
Durante o cumprimento da pena, o presídio recebe a comissão da revisão da
prisão perpétua, que se reunia para poder analisar a viabilidade da liberdade
condicional para alguns casos.
Red conta a Andy que o que todos os detentos queria, para Brooks se tornou
uma verdadeira amargura, alcançou a tão sonhada liberdade condicional porém,
não se adaptou a realidade fora do presídio, pois para ele que viveu por anos no
presídio , ao se deparar com a dificuldades e ânsias ao tentar se adaptar à liberdade
após anos preso:
“Queridos companheiros, é inacreditável como tudo anda rápido aqui fora. Vi um
automóvel uma vez quando era criança, mas agora estão em toda parte. O mundo
mudou e se transformou numa grande correria. O Comitê da Condicional me
colocou neste lugar chamado “Brewer” e me arranjou um emprego de empacotador
na Food-Way. É duro e tento me adaptar, mas minhas mãos doem muito. Às vezes,
depois do serviço dou comida aos pássaros (...). Não durmo à noite. Tenho
pesadelos como se eu estivesse caindo. Acordo com medo. Às vezes levo algum
tempo para me lembrar de onde estou. Se roubasse a Food-Way, armado, me
mandariam de volta ao lar. Poderia atirar no gerente nesse assalto. Seria como um
prêmio. Acho que estou muito velho para cometer um absurdo desses. Não gosto
daqui. Cansei de ter medo o tempo todo. Eu decidi partir. Duvido que se importarão
com um ladrão velho como eu.”.

Depois dessa carta encaminhada aos colegas de confinamento, o preso Brooks


veio a cometer suicidio,por ser reincidente na realidade e a vivência na sociedade ,
gerou drásticas mudanças em sua vida, mesmo emprego e moradia.
Com o tempo Andy consegue mostrar para o governo americano para a situação
precária do presídio, e assim começam a receber verbas para manutenção e
melhorias, com isso o diretor do presídio ganha visibilidade política e acaba
lucrando com a instituição carcerária, gerando uma grande corrupção e lavagem de
dinheiro, tornando a prática ilícita frequente dentro do presídio, porém com os ideais
do diretor , que deseja que Andy não seja inocentado ,ele acaba planejando durante
seus 20 anos um plano para conseguir fugir da prisão.
Andy é cheio de surpresas, inteligente e estratégico o bastante para surpreender a
todos,com a influência do diretor sobre a comissão da revisão da perpétua, onde
Andy acaba não ganhando sua liberdade, ele decide fugir pelo túnel que cavou
durante sua prisão, com o dinheiro pelos serviços prestados ao diretor , na lavagem
de dinheiro e entregando todo o esquema prisional para as autoridades
competentes.
Quando configura um litígio, a solução viria através da imposição da vontade de
um agente a outro diretamente, ou seja, mediante força ou consentimento,com o
surgimento das aglomerações e sociedades, a solução de conflitos passou a ser
feita pelos senhores, administradores, gestores da comunidade que com a
necessidade de assegurar a paz e harmonia de seu grupo, começou a julgar e
condenar bruscamente os réus.

A prisão apenas servia como meio para as torturas primitivas e apenas mais tarde
passou a ser a punição em si, com característica punitiva, houve, a necessidade de
criação de grandes centros de detenção, que,passaram a ser grandes polos de
proliferação de violência, tendo grande atenção da mídia e críticas da sociedade
descontente com as condições em que se remeteram os presídios.

Mencionando que o filme faz uma análise do cotidiano de presos em


cumprimento da pena de prisão perpétua, pois é vedada no ordenamento brasileiro,
inclusive em face do art. 75 do Código Penal Brasileiro, o qual dispõe que 30 anos é
o período máximo de efetivo cumprimento de penas privativas de liberdade.
Mas nota se que ambos o modelos se enquadra no sistema prisional brasileiro,
onde encontra-se com a superlotação, descaso, violações contra a dignidade
humana e as garantias fundamentais e com os direitos humanos violados
em um sistema punitivo irracional, baseado em punições desproporcionais e torturas
com proporcionalidade das penas, com novo paradigma de punições, de modo que
o tempo de cumprimento da pena passa a ser a punição da alma, por meio do
tempo que se passa no cárcere.

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