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processo constitucional da Venezuela, Equador e Bolívia. Quando questionado sobre a possibilidade das
jurisdições autônomas nestes países, afirmou que optava por uma aplicação mais homogênea do Direito.
Ora, a autodeterminação dos povos indígenas, incluindo a jurisdição especial, é uma das maiores
conquistas para esses povos. A jurisdição indígena autônoma foi prevista e fortalecida nas Constituições
do Equador (art. 171) e da Bolívia (art. 199), e garante o respeito à cultura e as tradições desses povos,
sendo um dos instrumentos mais importantes e originais no constitucionalismo desses países.
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É necessário ressaltar que a divisão em ciclos proposta pela autora não autoriza uma interpretação
linear da história, que já demonstrou que a possibilidade de avanços e retrocessos não são demarcadas
temporalmente. Os ciclos, na nossa interpretação, buscam sistematizar de forma didática os diferentes
avanços e propostas das recentes reformas constitucionais na América Latina, de forma que não pode ser
compreendida como uma sequência lógico-histórica.
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A população indígena na América latina corresponde a 11% de sua população, em mais de 400
comunidades, e encontram-se entre os setores mais pobres e excluídos da América latina (Sieder, 2011, p.
304).
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Por isso, a última parte do nosso trabalho tem como foco os direitos
indígenas e suas conquistas, mas sem deixar de perceber a importância do controle do
Estado e da economia através da participação cidadã para além da questão indígena. Ou
seja, a intensificação das formas tradicionais do Constitucionalismo, como o referendo
revogatório e as novas formas de intervenção popular também serão trabalhadas.
Obviamente, essas questões, muitas vezes, estão entrelaçadas25.
neocolonial. O que nos conduz é um continente marcado, antes de tudo, pela exploração
histórica e pela desigualdade que originaram outros dramas sociais que ainda assolam a
nossa sociedade a qual, como afirmou Eduardo Galeano “especializou-se em perder
desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo
mar e fincaram seus dentes em sua garganta” (Galeano, 2010, p. 17)