Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ceitos e argumentar pela total especificidade das mais influentes foram aquelas que perceberam que
formações sociais latino-americanas. A tentativa a especificidade latino-americana consiste em um
mais clara nessa direção foi de Richard Morse. De diálogo crítico com as estruturas europeias e norte-
acordo com o autor, a especificidade da formação -americana, diálogo este que implica pensar para-
política latino-americana deve ser ligada à rejeição digmas específicos para o entendimento da região
do liberalismo pelo pensamento tomista na Penín- ou pelo menos pensar uma forte adaptação das es-
sula Ibérica. Durante o século XVI, à medida que truturas ocidentais/liberais para a região (Cardoso,
o liberalismo se desenvolvia no mundo anglo- 1976; Canclini, 1990). A teoria da dependência nas
-saxão, desenvolvia-se também uma rejeição a ele suas diferentes versões procurou analisar a especi-
na Península Ibérica (Morse, 1989, pp. 86-7). Essa ficidade da America Latina através de uma adapta-
rejeição à tradição de direitos individuais acabou, ção do conceito de classe social à realidade local.
segundo Morse, gerando uma tradição completa- Para Cardoso e Falleto, uma mudança no ciclo de
mente separada da que irá prevalecer na Europa produção conduzia a uma mudança na aliança de
e que Morse procura valorizar. Só que tal empre- classe predominante e, consequentemente, uma
endimento tem um alto custo, qual seja, a desvin- mudança na estrutura do Estado (Cardoso & Fal-
culação da tradição latino-americana de qualquer leto, 1976). Apesar da clara limitação epistemoló-
tentativa de construir um conceito de direitos hu- gica da teoria empregada, de acordo com a qual
manos, democracia e justiça (Avritzer, 2002). Di- cada grupo de atores sociais existentes em cada
versos autores enfatizaram a mesma questão que parte da América Latina deve ser derivado direta-
Morse, chegando a diferentes conclusões. Alguns mente do tipo de produção econômica existente na
utilizaram a ideia da especificidade cultural para região (Avritzer, 2002), o marco teórico proposto
analisar o autoritarismo ou o corporativismo na por Cardoso e Falleto tem um elemento positivo
região, argumentando que a especificidade cultu- claro, qual seja, a percepção de que conceitos deri-
ral apontava nessa direção (Wiarda, 1980; Hun- vados da tradição europeia ou ocidental devem ser
tington, 1992). Outros autores utilizaram a mesma adaptados e analisados na sua especificidade local
literatura para defender a especificidade das estru- para fazerem sentido na América Latina. O mesmo
turas culturais e políticas alternativas (Damatta, entendimento pode ser derivado da obra de Garcia
1996). O problema com essa linha da análise é que Canclini com o seu conceito de hibridação. Apesar
ela nunca é capaz de demarcar o limite do alter- de o autor não trabalhar a especificidade da Améri-
nativismo e, quando o demarca, nunca é possível ca Latina, ele aborda a especificidade do conceito
saber se aquelas propostas políticas ou culturais de moderno na região. Para ele, a América Latina
que mais se afastam da relação com o paradigma vive “um conflito entre tradição e modernidade
europeu são as melhores. Por outro lado, elas ig- que não aparece como o esmagamento dos tradi-
noram (Mignolo, 2003) aspectos fundamentais da cionalistas pelos modernizantes, nem como uma
formação latino-americana que a tornam distinta resistência constante dos setores populares deter-
de formações como a asiática e de estudos sobre a minados a manterem as suas tradições. A interação
reapropriação da política e do conhecimento nesta é mais sinuosa e mais sutil” (Canclini, 1995, pp.
região2 (Chatterjee, 2000). 9), o que denomina de “hibridação”. Assim, tanto
Nem a teoria da replicação, nem a teoria da Canclini quanto Cardoso e Falleto percebem que o
especificidade completa prosperaram muito na problema para o entendimento da América Latina
região latino-americana. As teorias sobre o en- não passa pela negação dos conceitos emergentes
tendimento da América Latina que se tornaram na literatura denominada ocidental, mas pela sua
aplicação sem levar em conta suas especificidades
sociais, políticas e culturais.
2 Vale a pena ressaltar duas grandes diferenças entre a América Neste trabalho, iremos aplicar essa mesma
Latina e a Ásia. A América Latina sempre teve um vínculo
com a tradição ocidental e ainda que tenha experimentado concepção metodológica à ideia da construção
institucionalidades paralelas, estas últimas sempre estive- democrática na América Latina. Para isso iremos,
ram em relação com a modernidade ocidental. No caso da
Ásia, a relação com o Ocidente, que varia entre diferentes em primeiro lugar, abordar a obra de Guillermo
países, é muito mais distante (Chatterjee, 2005). O´Donnell e a sua percepção dos problemas para
assenta-se no fato de que as democracias carecem Outros países latino-americanos também amplia-
de um elemento de qualidade que deteriora algu- ram fortemente o reconhecimento das suas comu-
mas instituições, entre as quais a accountability e nidades tradicionais, como foi o caso da Bolívia,
o Poder Judiciário. Na próxima seção deste artigo em que o artigo 1 da Constituição estabeleceu
irei mostrar a evolução dessas questões, para vol- o princípio do Estado plurinacional, entendendo
tar mais à frente com o problema do delegativis- a pluralidade como jurídica, política, cultural,
mo e da divisão dos poderes nesses últimos anos econômica e linguística (Bolívia, 2008). O artigo
que marcam o fim de uma hegemonia de esquerda 256 também compatibilizou a tradição de direitos
na região (Levitski & Roberts, 2011). plurais com os tratados internacionais firmados
pelo país, estabelecendo um marco mais amplo
do que o do Estado nacional para a vigência de
CONSTITUCIONALISMO, PARTICIPAÇÃO
direitos (Uprimny, 2012).
E EQUILÍBRIO DE PODERES O Brasil reconheceu, na sua Constituição de
1988, o direito das comunidades tradicionais, mas
O novo constitucionalismo latino-americano é de forma indireta e incompleta quando comparado
um processo que tem a sua origem na elaboração aos países andinos. A Constituição brasileira de
de novas Constituições, o que ocorreu no Brasil 1988 reconheceu os direitos dos povos indígenas
em 1988, na Colômbia em 1991, no Paraguai em nos artigos 20, 22, 129, 216, 231 e 232. Todos eles
1992, no Peru em 1993, na Venezuela em 1999, no são formas indiretas de reconhecimento. No artigo
Equador em 2008 e na Bolívia em 2009 (Uprimny, 20, as terras indígenas passam a pertencer à União;
2012). Essas novas Constituições tiveram diversas no artigo 22, a União passa a ter o direito privativo
características enumeradas por diversos autores de legislar sobre terras indígenas; no artigo 129,
(Gargarella, 2012; Uprimny, 2012). Neste artigo, o Ministério Público torna-se defensor dos direi-
irei sustentar que o novo constitucionalismo tem tos indígenas; no artigo 216, os indígenas passam
três características principais: a primeira delas é a fazer parte do patrimônio cultural e imaterial
a forte ampliação de direitos, em especial dos di- brasileiro; no artigo 231, há o reconhecimento dos
reitos das comunidades tradicionais, o que altera costumes, línguas, crenças e tradições indígenas,
o desenho das comunidades políticas; em segun- considerando-se nulos e sem efeitos os títulos de
do lugar, a ampliação das formas de participação propriedade sobre terras indígenas concedidos
existentes ao largo da deliberação pelo Executivo e a particulares; e no artigo 232, aos índios é re-
pelo Legislativo, o que altera o escopo do exercício conhecida a capacidade para ingressar em juízo
da soberania; e, em terceiro lugar, um novo papel para a defesa de seus direitos (Brasil, 1988). Assim,
do Poder Judiciário, o que muda o equilíbrio de no caso brasileiro, são produzidas garantias em
poderes tradicional na América Latina. Permitam- relação à posse da terra, um problema recorrente
-me elaborar essas três dimensões. na história do país, mas não são garantidos direitos
O primeiro ponto importante a ser destacado de autogoverno e autolegislação (Baldi, 2012). O
é que o novo constitucionalismo amplia os di- mesmo é verdadeiro em relação às comunidades
reitos, em especial, os direitos das comunidades quilombolas: o Brasil reconheceu o direito das
tradicionais. Esse é o caso das Constituições do comunidades quilombolas à propriedade coleti-
Brasil, da Colômbia, da Bolívia, do Equador e das va das terras por elas ocupadas no artigo 68 do
reformas constitucionais mexicanas entre 1992 e Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
2002 (Baldi, 2012). Esses direitos são reconheci- mas esse direito tem sido pouco garantido devido
dos de modo diferenciado. No caso da Colômbia à necessidade de desapropriação dessas terras pela
– que foi pioneira nesse aspecto –, a Constituição, União, diferentemente do caso da terra indígena
nos seus artigos 7 e 10, reconheceu a diversidade (Gomes, 2009).
étnica da nação colombiana e também sua diversi- Assim, no que diz respeito à invenção das co-
dade linguística. A Constituição colombiana tam- munidades, pode-se afirmar que o novo constitu-
bém transformou os dialetos locais em oficiais cionalismo iniciou um processo ativo de reinven-
nos seus próprios territórios (Colômbia, 1991). ção das comunidades, ao reconhecer e redefinir
Nacional Isidoro Sécure. A partir do protesto con- reconhecimento de formas de participação direta
tra a passagem da rodovia no interior do parque, o previstas na própria Constituição. O Título IV da
governo boliviano convocou uma consulta popular Constituição, que define a organização e parti-
sobre o assunto, demonstrando a operacionalida- cipação no poder, além de elencar os princípios
de das formas de participação introduzidas pela de participação, lança amplo conjunto de outras
Constituição, não obstante haver um movimento de formas de participação, tal como nos casos da
questionamento da própria constitucionalidade da Bolívia e Venezuela, entre as quais se destacam
lei de consulta, discutindo-se inclusive a represen- a consulta popular, o referendum e a revocatória
tatividade do conselho indígena a ser consultado. de mandato. O caso do Equador, junto ao da Ve-
Por fim, temos as formas de participação na nezuela, é o mais instrutivo em relação à introdu-
Venezuela e no Equador. A Venezuela e o Equa- ção de formas de participação top-down, que têm
dor são casos um pouco distintos dos do Brasil, da sido apontadas pela literatura como muito pouco
Colômbia e da Bolívia, no que diz respeito à ori- efetivas ou frequentemente antidemocráticas, tal
gem dos mecanismos de participação. É possível como foi o plebiscito de revisão da Constituição
afirmar que, no Brasil, na Colômbia e na Bolívia, realizado em 2011 (Simon, 2010).
os mecanismos de participação são resultado da Assim, podemos afirmar que o novo constitu-
interação entre Estado e sociedade e de fortes rei- cionalismo latino-americano possui, de fato, uma
vindicações participativas da sociedade (Avritzer, concepção de participação política que se expressa,
2009; Garavito, 2002). Na Venezuela e no Equa- em primeiro lugar, em uma definição da soberania
dor, as formas de participação são top-down (Fung e do governo diferente daquela que se encontra nas
& Wright, 2003) e têm origem no próprio processo Constituições das democracias mais consolidadas
constituinte. Ainda assim, as duas Constituições e também nas Constituições latino-americanas do
têm um conjunto de artigos participativos. No caso século XX. Nessa definição, a soberania é amplia-
da Constituição venezuelana, esses artigos são o 6 da e se desdobra em algumas formas de participa-
e o 70. O artigo 6 afirma que a república boliva- ção como conselhos, “consejos comunales”, auto-
riana da Venezuela terá um governo “[...] demo- nomias indígenas, orçamento participativo, planos
crático, participativo, electivo, descentralizado, diretores, entre outras. É verdade que essas formas
alternativo, responsable, pluralista y de manda- funcionam diferenciadamente (Seele & Peruzzotti,
tos revocables”. Ainda que muitos elementos dessa 2010), mas o princípio de uma maneira diferente de
definição não estejam claros, como a ideia de um definir soberania política é parte comum da tradi-
governo alternativo, a Constituição da Venezuela ção do novo constitucionalismo, o que o diferencia
estabelece uma definição ampliada de democracia, da tradição constitucionalista anterior.
tal como nos casos do Brasil e da Bolívia. Ainda O novo constitucionalismo latino-americano
no artigo 70, temos uma série de instrumentos de também ampliou o papel do Judiciário no sistema
participação democrática, tais como o referendum, de decisão política, que é um tema central nes-
a consulta popular, a revocatória do mandato, as te artigo devido a prognósticos muito pouco oti-
iniciativas legislativas, o cabildo aberto e a as- mistas feitos por O’Donnell sobre a estrutura de
sembleia de cidadãos. Assim, temos também, na equilíbrio de poderes na região. Segundo Tate e
Venezuela, um amplo cardápio participativo, que Vallinder (2002, p. 28), a judicialização possui dois
gerou iniciativas de participação infraconstitucio- elementos principais: a transferência de decisões
nais, tais como os “conselhos ciudadanos”. O que sobre políticas públicas, antes tomadas pelo Poder
está claro no caso da Venezuela é que esse cardápio Legislativo, para o Poder Judiciário, e o processo a
participativo está fortemente vinculado ao chavis- partir do qual a tomada de decisões na arena polí-
mo e sua proposta de politização da sociedade civil tica assume elementos quase judiciais. Baseando-
(Lopes Maia, 2011). -nos nesses autores, podemos afirmar que o novo
Por fim, temos o Equador, que, nesse sentido, constitucionalismo aumentou as prerrogativas do
se assemelha muito à Venezuela. Em seu artigo Judiciário e abriu caminho para o seu crescente
1, a República do Equador é definida como tendo protagonismo. Sabemos que a tradição latino-ame-
um governo republicano e descentralizado, com ricana, até o final dos anos 80, era mais orientada
tabela 1
tante diferentes. O caso da Venezuela é o mais reitos de proteção, no artigo 75 e seguintes. Além
instrutivo em relação à manutenção de um velho disso, há no caso equatoriano um forte debate so-
padrão latino-americano de intervenção do Exe- bre o Consejo de la Judicatura de Transición, o
cutivo no Judiciário. O presidente Chávez demitiu qual está encarregado de reestruturar o Poder Ju-
o presidente da Suprema Corte venezuelana e a diciário no país e que, para fazê-lo, tem removido
Constituição reestruturou o sistema de equilíbrio um grande número de juízes.
de poderes em cinco poderes, retirando algumas Assim, é possível mostrar um padrão de mu-
das prerrogativas da Suprema Corte (Villa, 2005). dança na atuação do Poder Judiciário na região,
Os outros dois casos, o do Equador e o da Bo- o qual perpassa todos os países, com exceção da
lívia, parecem bastante diferentes. Ambos estão Venezuela e, provavelmente, do Equador. Em to-
estruturados em Constituições que ampliaram dos os casos, não só as Constituições ampliaram
fortemente a tradição de direitos e a autonomia fortemente a estrutura de direitos, mas foi possível
do Poder Judiciário. Ainda assim, vale a pena também ampliar o papel do Judiciário na imple-
diferenciá-los. Na Bolívia, temos efetivamente mentação desses mesmos direitos. O Poder Judici-
a tentativa de instalação do pluralismo jurídico, ário é hoje mais ativo na América Latina em duas
com fortes autonomias indígenas, baseadas em funções: na contenção de ilegalidades cometidas
uma justiça alternativa. A Constituição boliviana pelo Estado, tal como fica muito claro nas ações
entende o país como “um estado unitário social de tutela na Colômbia, e na efetivação da amplia-
de direito plurinacional comunitário” (Bolívia, ção de direitos no Brasil, Colômbia e Bolívia. O
2009). Essa pluralização se manifestou de forma Judiciário constitui também um instrumento de
ambígua em muitos conflitos, mas aguarda de- ampliação dos direitos plurinacionais, especial-
cisões importantes da Corte, especialmente no mente no caso da Bolívia e, em alguma medida,
caso recente da suposta inconstitucionalidade no do Equador4. Assim, temos de fato um consti-
da Lei Corta (Lei 180, de outubro de 2011) e da tucionalismo que mudou um padrão histórico de
Lei de Consulta Prévia (Lei 222, de fevereiro de exercício do poder, na medida em que moderou
2012). A “Lei Corta”, que é fruto da assim cha- uma tendência de Executivo presidencial e criou
mada “oitava marcha indígena”, acabou gerando uma estrutura de direitos e um Judiciário mais
a necessidade de um plebiscito entre a população independente. A questão, no entanto, que irei dis-
indígena, o qual se tornou polêmico, haja vista cutir na seção final deste artigo, é se podemos
a suposta violação do caráter prévio da consulta dizer se especificidades históricas que impediam
e a parcialidade da representatividade indígena. uma democratização mais profunda da região
Há casos, como o da Sentença Constitucional continuam existindo ou foram superadas.
295/03, nos quais a Corte Constitucional da Bo-
lívia já se pronunciou, reconhecendo os direitos
NOVOS IMPASSES NA DIVISÃO
indígenas. Nessa sentença, especificamente, a
Corte concedeu o pedido de tutela de um casal E EQUILÍBRIO DE PODERES
de uma comunidade indígena, o qual estava sen-
do ameaçado de expulsão, afirmando, todavia, O fim de uma década de governos de esquerda
que o mencionado casal deveria respeitar as nor- na América (Levitski & Roberts, 2011) e de um
mas comunitárias. Assim, é possível apontar a boom de crescimento econômico volta a colocar
Bolívia como um caso de pluralização do direito dilemas para a democracia na América Latina. Es-
com ativismo judicial. ses dilemas, mais uma vez, estão concentrados em
Por fim, temos o Equador, que se encaixa em torno do funcionamento do Executivo e do Judici-
um padrão semelhante ao da Bolívia. No que diz ário e da estrutura de equilíbrios de poder.
respeito ao texto constitucional, a Constituição
equatoriana também reconheceu o direito indígena
e ampliou a competência do Judiciário, garantindo,
4 O caso equatoriano é um pouco mais ambíguo que o
principalmente, fortes direitos de acesso ao Poder boliviano, em especial no que diz respeito às relações
Judiciário no seu capítulo oitavo, que trata dos di- entre Poder Executivo e Suprema Corte.
estão presentes na cena política, o que mais uma no começo dos anos 90, em relação aos poderes e
vez é altamente positivo. Mas a volta à tona de um ao seu equilíbrio, mas há um problema de fundo
projeto conservador na região e a disputa do poder no conceito de democracia delegativa que conti-
ou da hegemonia por meios pouco democráticos nua operando, qual seja, o da obediência às regras
mostram que, mais uma vez, o problema históri- do jogo democrático por aqueles que atuam nas
co que se coloca para a construção democrática instituições. Esse será provavelmente o problema
é resolver conflitos, quando eles emergem, dentro que irá indicar, ao final deste período de forte ins-
da institucionalidade democrática. Talvez tenha- tabilidade política que atinge a América do Sul, o
mos superado o dilema apontado por O’Donnell, quanto a democracia na região avançou.
Bibliografia
AVRITZER, L. Democracy and the Public Space in Latin America. Princeton, Princeton
University Press, 2002.
. Dinâmica da Participação Local no Brasil. São Paulo, Cortez, 2010.
O’DONNELL, G. “Delegative Democracy”, in Journal of Democracy 5 (1), 1994, pp. 55-69.
. “Uma Outra Institucionalização”, in Lua Nova n. 37, 1995, pp. 5-32
. “Horizontal Accountability in New Democracies”, in Journal of Democracy,
vol. 9, n. 3, 1998, pp. 112-26.
O’DONNELL, G.; SCHMITTER, P. Transitions from Authoritarian Rule, vol IV. Baltimore,
John Hopkins University Press, 1986.
ROSEN, K. “The Jeito”, in American Journal of Comparative Law, 1980.
SEELE, A.; PERUZZOTTI, E. Participatory Innovation and Representative Democracy in Latin
America. Washington, Wilson Press/John Hopkins University Press, 2010.
TATE, C.; VALLINDER, T. The Global Expantion of Judicial Power. New York, New York
University Press, 1995.
UPRIMNY, R. “Las Transformaciones Constitucionales Recientes en América Latina:
Tendencias y Desafíos”, in César Rodríguez Garavito (coord.). El Derecho en América
Latina: Un Mapa para el Pensamiento Jurídico del Siglo XXI. Buenos Aires, Siglo Veintiuno,
2012, pp. 109-37.
VAN COTT, D. L. Radical Democracy in the Andes. Cambridge, Cambridge University Press,
2008.
VELIZ, C. The Centralist Tradition in Latin America. Princeton, Princeton University Press,
1980.