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Vacinas anticárie: uma revisão do estágio atual

Article  in  ConScientiae Saúde · August 2006


DOI: 10.5585/conssaude.v5i1.436

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6 authors, including:

Kristianne Porta Santos Fernandes Carolina Cardoso Guedes


Universidade Nove de Julho UBC - Universidade BRAZ CUBAS
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Lara Jansiski Motta Sandra Bussadori


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Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal
Sistema de Información Científica

Lara Jansiski Motta, Carolina Cardoso Guedes, Sálua Haidar Reda, Sandra Kalil Bussadori, Kristianne Santos
Porta Fernandes, Manoela Domingues Martins
Vacinas anticárie: uma revisão do estágio atual
ConScientiae Saúde, núm. 5, 2006, pp. 97-107,
Universidade Nove de Julho
Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=92900513

ConScientiae Saúde,
ISSN (Versão impressa): 1677-1028
conscientiaesaude@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil

Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista

www.redalyc.org
Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
Vacinas anticárie:
uma revisão do estágio atual
Lara Jansiski Motta
Unimes. Santos – SP [Brasil]
larajmotta@terra.com.br

Carolina Cardoso Guedes


UBC. Mogi das Cruzes – SP [Brasil]
carolina_guedes@uol.com.br

Editorial
Sálua Haidar Reda
UBC. Mogi das Cruzes – SP [Brasil]
saluareda@msn.com

Sandra Kalil Bussadori


Uninove. São Paulo – SP [Brasil]
skb@osite.com.br

Kristianne Santos Porta Fernandes

Entrevista
Uninove. São Paulo – SP [Brasil]
kristianneporta@terra.com.br

Manoela Domingues Martins


Uninove. São Paulo – SP [Brasil]
mmmartinss@ig.com.br

Artigos
para os autores
Instruções

Atualmente, é grande o interesse dispensado ao estudo


das vacinas anticárie que imunizam os indivíduos contra
o Streptococcus mutans (S. mutans). Este trabalho revisa a
literatura em relação aos meios de imunização ativa e pas-
siva contra a cárie dental e à busca de uma vacina efetiva
na prevenção da doença, que atue seletivamente contra as
cepas cariogênicas do Streptococcus mutans (S. mutans).

Palavras-chave: Cárie dentária. Prevenção. Vacinas.

ConScientiae Saúde, São Paulo, v. 5, p. 97-107, 2006. 97


1 Introdução superfície do dente; o segundo estágio, sacaro-
se-dependente, seria de adesão ao dente e a ou-
A cárie dental tem despertado o interesse tras bactérias, e o terceiro, de desmineralização
dos pesquisadores do mundo inteiro. Nas úl- do dente pelos metabólitos da placa bacteriana.
timas décadas, as pesquisas que tratam desse Segundo Michalek e Childers (1990), o principal
problema, derivadas dos estudos imunológi- alvo das pesquisas é o mecanismo de aderência
cos e biomoleculares dos eventos envolvidos do S. mutans, que abrange desde as proteínas
no processo carioso, tiveram avanços signifi- de membrana, o complexo de enzimas glicosil-
cativos. transferase (GTF), até as proteínas ligadoras de
Considerada doença infecciosa, a cárie glicanas.
é caracterizada por uma desmineralização da Atualmente, três possibilidades vêm sen-
estrutura dentária provocada por ácidos re- do investigadas nos estudos de vacina contra
sultantes do metabolismo de microorganismos cárie: 1) indução do sistema imune comum da
presentes na placa bacteriana. Apesar dos cons- mucosa; 2) indução do sistema imunológico
tantes avanços das pesquisas laboratorial e clí- sistêmico, e 3) imunização passiva com apli-
nica, dos materiais e da dentística restauradora, cação tópica de anticorpos na superfície do
o enfoque preventivo da cárie nunca perdeu sua dente (BALAKRISHNAN; SIMMONDS; TAGG
atratividade. JUNIOR, 2000).
Desde o desenvolvimento de novos pro- A indução do sistema imune comum da
dutos de higiene bucal de ação mecânica (esco- mucosa por meio da imunização bucal estimula
vas e fios dentais) e química (pastas e enxagua- a produção de imunoglobulina A (IgA), espe-
tórios) até o emprego de métodos de prevenção cífica a todas as secreções, incluindo a saliva,
populacional (fluoretação da água ou do sal), os enquanto a imunização sistêmica por injeção
métodos preventivos sempre visaram um alvo: intramuscular ou subcutânea induz somente
a placa bacteriana – um biofilme composto de anticorpos séricos.
diversas espécies de microorganismos e não A maioria dos estudos, até a presente data,
apenas de algumas bactérias como os fungos –, examinou a resposta imune após a imunização
impossível de eliminar. bucal e a indução subseqüente do sistema imune
O Streptococcus mutans (S. mutans) foi iso- comum da mucosa. Essa abordagem tem como
lado pela primeira vez de uma lesão cariosa por benefício a indução de anticorpos somente na
Clark, em 1924; entretanto, não foi dada a devi- saliva, não no soro, que mantém íntimo contato
da importância à descoberta, até que Loesche, com o S. mutans na superfície do esmalte. Já a
40 anos depois, comprovou que o S. mutans se- imunização sistêmica induz os anticorpos séri-
ria o principal agente etiológico da cárie (apud cos que poderiam alcançar a superfície dentá-
MICHALEK; CHILDERS, 1990). Identificado ria, somente via exsudato, pelo fluido gengival
como capaz de aderir ao filme salivar, produzir crevicular, e que talvez não se estendam, signi-
matriz de dextrano e secretar ácidos como me- ficativamente, ao longo da margem gengival.
tabólitos, tem despertado o interesse de muitos
pesquisadores em aumentar a imunidade natu-
ral por meio das vacinas anticárie (BAYONA- 2 Revisão de literatura
GONZÁLEZ; LOPEZ-CAMARA; GOMEZ-
CASTELLANOS, 1990). Em 1984, Wilton revisou as evidências
De forma simplificada, a patogênese da e o mecanismo de resposta imune à cárie em
cárie começaria por um estágio independente pesquisas com vacinas. Experimentos com a
de sacarose, com a ligação do S. mutans às gli- imunização intravenosa ou subcutânea esti-
coproteínas da película de saliva que cobre a mularam respostas com imunoglobulina G

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(IgG) e imunoglobulina M (IgM), o que não na obtenção de uma vacina devido aos riscos
ocorreu em relação à IgA salivar, cuja resposta envolvidos, além de apresentar, como opção, a
foi insuficiente ou nula. Não obstante, houve imunização passiva.
proteção contra cáries em experimentos com Bayona-González, Lopez-Camara e
animais. Na maioria das experiências, a admi- Gomez-Castellanos (1990) avaliaram, em en-
nistração oral desencadeou pequenos aumen- saio clínico, a eficácia da utilização de bacté-
tos na secreção de IgA salivar, mas não o sufi- rias mortas por calor na imunização contra
ciente para proteger, satisfatoriamente, contra cáries. Prepararam tabletes mastigáveis com 10
as cáries. miligramas (mg) de piridoxina (vitamina B6),
Gombos, Serpico e Gaeta (1980) verifica- contendo algumas cepas de lactobacilos e es-
ram os principais grupos de pesquisa voltados treptococos. Os resultados mostraram redução

Editorial
para a busca de uma vacina anticárie, citando significativa de cáries − queda de 42%.
quatro importantes linhas de pesquisa: 1) ten- Moro e Lehner (1990) resumiram os prin-
tativas de induzir a imunidade, por meio de cipais estudos apresentados durante um con-
injeção de bactérias inativadas, que resultaram gresso, no qual discutiram as vacinas contra
em uma imunização duradoura e eficiente, sem cárie. As pesquisas estavam direcionadas para
reações cruzadas com o tecido cardíaco huma- clonagem e seqüenciamento de proteínas an-
no; 2) implantação bucal de cepas artificiais de tigênicas e para aplicação desses peptídeos,

Entrevista
S. mutans, inativadas ou não, ou de proteínas de recombinantes e sintéticos, além da criação de
superfície, que dão bons resultados em símios, anticorpos monoclonais que evitam a coloni-
assim como a imunização passiva com a pro- zação dos S. mutans, ou seja, a adesão dessas
dução de anticorpos monoclonais; 3) estudos bactérias ao biofilme. As principais proteínas
com bactérias inativadas e extratos celulares antigênicas estudadas foram as de superfície
ribossomais, que provocam o aumento da pro- da bactéria, inoculadas em galinhas, cujos anti-
dução de IgA; 4) estudos com frações protéicas corpos seriam transferidos para a gema do ovo,
do S. mutans, que isolaram importantes antíge- tornando-o um produto imune, constituindo,

Artigos
nos. Entre as vias de administração, Gombos, assim, a imunização passiva. Tais proteínas
Serpico e Gaeta (1980) deram preferência à via bacterianas também poderiam ser inoculadas
oral, alegando maior praticidade e segurança, em macacos e humanos – a imunização ativa
e concluíram que a vacina seria um “auxiliar – e ser combinadas ou não a toxinas da cólera B
preventivo” em alguns locais, e uma “medida (em inglês cholera toxin B [CTB]), para aumentar

para os autores
preventiva”, em outros. a reatividade do hospedeiro, ou aos peptídeos

Instruções
Mosci e Marconi (1989) salientam a im- sintéticos para a imunização via nasal. Outro
portância dada ao sistema imune mucoso, ao método utilizado nos estudos revisados por
tecido linfóide presente nas tonsilas palati- Moro e Lehner (1990) foi a administração de
nas e nas glândulas salivares e à IgA especí- cápsulas contendo bactérias de S. mutans mor-
fica. Eles consideram a IgA conveniente, não tas, para indução da imunização ativa por via
apenas por ser secretada na cavidade bucal e gastrintestinal. Também salientaram o uso de
em razão de sua especificidade, mas também lipossomos como sistemas de administração
por ser capaz de aderir a superfície dentária à de antígenos e a necessidade de mais estudos
mucosa. Entre os estudos consultados, Mosci sobre a imunidade da mucosa, especialmente
e Marconi (1989) ressaltam a importância da em relação a uma resposta prolongada do an-
identificação das proteínas de superfície do S. ticorpo IgA.
mutans e das pesquisas, bem ou mal-sucedi- Childers, Zhang e Michalek (1994) investi-
das, sobre a imunização de animais por meio garam a eficácia do sistema de distribuição por
dessas proteínas, e justificam as dificuldades meio de lipossomos desidratados na indução

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de resposta imune ao antígeno S. mutans. Sete parenteral. Entre as estratégias consideradas
adultos, de 21 a 38 anos, com histórico de cá- mais promissoras, o autor apontou a adminis-
rie, mas ausência de lesões ativas, participaram tração oral, que tem o potencial de estimular a
deste estudo. Cada voluntário submeteu-se, resposta imune salivar.
previamente, a uma análise microbiológica da Considerações sobre a incidência da cárie
placa bacteriana. Os participantes foram ins- nos países em desenvolvimento foram tecidas
truídos a tomar as cápsulas antes do desjejum por Cirino e Scantlebury (1998). Devido a uma
e a aguardar 30 minutos para fazer a refeição. mudança na política dos países industrializa-
As respostas de IgA foram variadas: em cinco dos, os países produtores passaram a consu-
dos sete participantes, o nível salivar de IgA mir a própria produção de açúcar, aumentando
aumentou, em média, 77%, com pico no 35° dia a incidência de cárie. O flúor, como principal
(175%) em relação aos valores basais. Não houve meio preventivo, foi adotado, basicamente, sob
resposta de IgG ou IgM, e os níveis plasmáticos duas formas: fluoretação do sal, utilizada com
de anticorpos foram baixos. sucesso em vários países da América do Sul e
Gregory (1994) revisou os resultados Central, ou do leite, para comunidades ou paí-
científicos e a evolução das vias de aplicação ses que, por motivos técnicos, não implementa-
das vacinas anticárie. Atualmente, seriam três ram a fluoretação do sal, como o Reino Unido,
as principais estratégias: indução do sistema Bulgária, Rússia, China e Chile. Em todas as
imune das mucosas; indução do sistema imu- nações, o índice de dentes permanentes caria-
ne sistêmico e a imunização passiva. Na via dos, perdidos e obturados (CPO-D) foi reduzi-
mucosa ou salivar, as respostas mais efetivas do drasticamente. Entre outras estratégias para
foram alcançadas com antígenos particulados, prevenção da cárie foram citadas a imunização
mais facilmente absorvidos e processados pe- ativa, por meio de peptídeos sintéticos de S.
las placas de Peyer, localizadas no intestino. A mutans, conjunção de antígenos de S. mutans e
via sistêmica, por sua vez, induz a produção de subunidades de CT, fusão de genes de S. mutans
anticorpos tanto pelo fluido gengival quanto com salmonela não virulenta e lipossomos, e a
pela saliva, importante na prevenção de cáries. imunização passiva com anticorpos monoclo-
Entre as perspectivas estariam as vacinas com nais tópicos, leite e soro bovino, gema de ovo e
antígenos idiotípicos que são, estruturalmente, planta transgênica com anticorpos. A introdu-
similares ao antígeno original e que evitariam ção de uma vacina anticárie evitaria os desafios
as reações imunes cruzadas contra outros teci- do tratamento da cárie, sejam eles tradicionais
dos do hospedeiro. ou alternativos, nos países em desenvolvimento
De todos os meios que podem, potencial- que não dispõem de recursos financeiros ade-
mente, controlar e inibir a ação bacteriana bu- quados para tal.
cal, a vacina é o método mais específico. Russell Childers e colaboradores (1999) determi-
(1994) relatou que, de uma gama de componen- naram a efetividade de uma vacina de lipos-
tes celulares que já foram investigados como somos de proteínas comparada a uma vacina
potenciais antígenos para o desenvolvimento de uma única proteína na indução de respos-
de vacinas anticárie, os maiores progressos fo- tas imunes em humanos. Dois grupos de in-
ram obtidos com a GTF e as proteínas da pare- divíduos foram imunizados, intranasalmente,
de celular. Apesar dos resultados animadores com um preparo de antígeno rico em GTF de S.
em ratos com o uso da GTF, estudos realizados mutans ou em lipossomos. Foi coletada saliva
com macacos não mostraram efeito protetor. No de parótida, secreção nasal e soro plasmático,
entanto, duas proteínas da parede celular do S. antes e em intervalos semanais após a imuni-
mutans foram utilizadas com sucesso: o antíge- zação, e testada a atividade anti-GTF por meio
no A e os antígenos B e I/II, administrados via de análise enzimática. Após a imunização, os

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níveis de IgA e a atividade anti-GTF na secre- queriam a aplicação de grandes quantidades de
ção nasal de ambos os grupos aumentaram em anticorpos. Estudos com leite bovino ou plantas
cinco vezes no 28º dia. A indução de IgA anti- geneticamente modificadas têm-se mostrado
GTF na saliva foi menor. No soro, a IgG e IgA bastante efetivos.
anti-GTF foram observadas no 14º dia. Houve Embora Giachini e Pierleoni (2002) te-
uma produção maior de IgA da subdivisão nham considerado que, em países desenvolvi-
de classe 1, ou seja, de IgA1. Esses resultados dos, a cárie seja uma doença que se apresenta
mostraram que a vacina GTF foi mais efetiva em níveis aceitáveis, eles afirmam que uma
na indução de IgA local do que em uma res- vacina seria recomendável para indivíduos
posta na saliva ou no soro quando administra- de alto risco, ou seja, mais suscetíveis a esse
dos intranasalmente. mal. Em sua revisão de literatura, discorrem

Editorial
Com o objetivo de estudar a relação en- não apenas sobre vacinas baseadas em meca-
tre o sistema imune secretor e as cáries den- nismos de adesão do S. mutans e/ou proteínas
tais, Naspitz e colaboradores (1999) avaliaram de superfície, mas também sobre a necessidade
49 crianças de 3 a 5 anos de idade, com denti- de definir uma idade ideal para tomá-las – que
ção decídua, classificadas em três grupos, da acreditam seja o período que antecede à erup-
seguinte forma: sem cárie (grupo I), uma ou ção dentária. Em relação à imunização passi-
duas superfícies com lesões de cárie (grupo va, consideram que sua vantagem é reduzir a

Entrevista
II) e muitas cáries (grupo III). Constatou-se possibilidade de reações cruzadas, apontando
baixa incidência de S. mutans no grupo I em como desvantagem a diminuição do volume
relação aos grupos II e III. A IgA secretada necessário de produção de anticorpos mono-
anti-S. mutans e os níveis de IgA, IgG e IgM clonais no leite bovino e nas plantas transgê-
não foram, significativamente, diferentes nos nicas, bem como a incorporação de anticorpos
grupos. A análise enzimática mostrou que al- sintéticos em enxaguatórios, cremes dentais
guns anticorpos foram reconhecidos na saliva. ou alimentos.
Concluíram que mais estudos seriam necessá- Para avaliar a efetividade de uma baixa

Artigos
rios para determinar o possível efeito da rea- dose solúvel ou um preparo de lipossomos
tividade para esse antígeno, na colonização S. rico em GTF na indução de respostas imunes
mutans, nessa faixa etária. da mucosa após a imunização intranasal, Li e
Balakrishnan, Simmonds e Tagg Junior colaboradores (2003) imunizaram 12 adultos
(2000) discutiram os novos métodos para a eli- pelo período de sete dias, por via intranasal,

para os autores
minação de bactérias cariogênicas da cavidade com 62,5 microgramas (μg) de solução de GTF

Instruções
bucal, entre os quais as vacinas. Existem três ou L-GTF. Aumento na resposta de IgA sali-
abordagens no desenvolvimento de vacinas var anti-GTF (p < 0,03) foi visto no L-GTF, mas
anticárie: oral, sistêmica e imunização passi- não no grupo de solução de GTF. Um aumen-
va. Estudos com a imunização sistêmica resul- to significante (p < 0,05) na média da ativi-
taram em anticorpos IgG com reação cruzada dade específica do anticorpo da IgA também
dos tecidos do coração e do fígado, excluindo o foi constatado na secreção nasal em ambos os
uso desse tipo de preparação em estudos com grupos. Embora as respostas à secreção nasal
humanos. A administração oral, por sua vez, tenham sido mais altas com L-GTF, ela não foi,
gerou uma resposta mediada por anticorpos significativamente, diferente da observada no
IgA, presente nas secreções, e não desenvolveu grupo GTF. O grupo imunizado com E-GTF
resposta por anticorpos do soro, minimizando mostrou uma resposta sérica de IgG maior que
os riscos de danos a outros tecidos do corpo. a do grupo imunizado com L-GTF no 90º dia
Os experimentos com imunização passiva tam- (p < 0,05). Esses resultados indicam que pouco
bém foram muito promissores e, em geral, re- mais de 62,5 μg de GTF, quando administrados

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pela via intranasal, induzem resposta de IgA Essas imunoglobulinas são produzidas
nas secreções. nas placas de Peyer, tecidos especializados de
Zhu e colaboradores, em 2006, ressaltam imunização, localizadas ao longo da mucosa do
que o maior fator de virulência do S. mutans é intestino grosso. Células com microvilosidades
a sua habilidade de unir-se à superfície dental. (M) revestem a placa de Peyer e são responsáveis
Seguindo essa linha, utilizaram uma proteína pela captação de antígenos na luz do intestino.
denominada WapA (antígeno A ou antígeno Essas células M servem de células apresentado-
III), que se mostrou envolvida no processo de ras de antígeno aos linfócitos B e T na placa de
união do microorganismo à parede dental, para
Peyer, ou seja, fagocitam e processam os antíge-
a imunização intranasal de ratos contra a cárie
nos, para depois expressá-los na própria mem-
dental. Concluíram que, com a utilização dessa
brana, levando os linfócitos a produzir os an-
proteína, o anticorpo anti-WapA inibiu a ade-
ticorpos adequados (MOSCI; MARCONI, 1989;
rência do S. mutans.
GREGORY, 1994).
Com base na estrutura genética dos mi-
Como o S. mutans é, virtualmente, um
crorganismos cariogênicos S. mutans, Han,
habitante natural da cavidade bucal de todas
Zhang e Dao (2006) estudaram a eficiência imu-
nológica de uma vacina contendo a proteína ge- as pessoas – portanto deglutido –, as células
nética WapA, participante do processo de ade- M, regularmente, captam e processam os antí-
são do microorganismo ao dente. Utilizada em genos S. mutans no intestino grosso. Uma vez
um grupo de ratos resultou em um anticorpo apresentados como determinantes antigênicos,
salivar específico e em anticorpos sistêmicos os linfócitos B e T deixam a placa de Peyer e
IgG, após duas doses aplicadas no intervalo de viajam pela circulação sangüínea e pela linfa,
três semanas. Foram observados um nível sa- migrando para as mucosas, incluindo o reves-
livar mais elevado de IgA nos animais e a ini- timento do trato gastrintestinal, respiratório
bição, pelo anticorpo anti-WapA, da aderência e geniturinário, glândulas salivares, mamá-
sacarose-dependente do S. mutans. rias e lacrimais (MOSCI; MARCONI, 1989;
GREGORY, 1994).
Nesses locais, os linfócitos B se diferen-
3 Discussão ciam dos plasmócitos, que sintetizam anticor-
pos IgA, específicos aos antígenos encontrados
O papel desempenhado pela IgA secre-
no intestino grosso, nesse caso S. mutans deglu-
tada é de suma importância na preservação
tidos, e secretam em outros fluidos, incluindo
da integridade do corpo, tanto que banha as
saliva, lágrimas, colostro e leite. Dessa manei-
superfícies de todas as mucosas e, portanto,
ra, são encontrados em todas as secreções an-
protege somente as portas naturais de entra-
ticorpos IgA naturais contra microorganismos
da de qualquer microorganismo patogênico.
da flora normal e contra outros patógenos. Os
A imunoglobulina predominante em todo o
corpo, é do tipo A. Embora haja outros fatores modos de ação desses anticorpos na proteção
de defesa não específicos nesses locais, a IgA contra a patogênese da cárie envolvem neutra-
secretada é a principal e está presente na sali- lização das enzimas microbianas, das toxinas
va, no leite materno, no colostro, nas lágrimas e dos vírus, aglutinação dos microorganismos,
e nas secreções que banham as superfícies inibição da adesão, colonização e penetração
mucosas do trato gastrintestinal, respirató- do antígeno na mucosa e ativação do siste-
rio e geniturinário (MOSCI; MARCONI, 1989; ma complementar (MOSCI; MARCONI, 1989;
GREGORY, 1994). GREGORY, 1994).

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Existem duas classes de IgA, isto é, A1 Entre as vias de imunização a das glân-
e A2, que são encontradas em proporções se- dulas salivares e a da mucosa nasal são, signi-
melhantes. No entanto, a IgA1 é suscetível à ficativamente, melhores que a imunização por
proteó­lise por uma enzima, a protease IgA1, via tonsilar (RUSSELL et al., 1999; SAITO et al.,
produzida por quase todos os patógenos da 2001; CHILDERS et al., 2002). Childers e colabo-
mucosa – S. sanguis e S. mitis. A IgA2 difere da radores (1999), assim como Li e colaboradores
IgA1 pela ausência de um aminoácido na sua (2003), verificaram que uma vacina contendo a
estrutura, não sendo suscetível à proteólise GTF da membrana do S. mutans foi mais efetiva
na indução de IgA local do que uma resposta na
pela protease IgA1. Portanto, especula-se que
saliva ou no soro, quando administrados sobre
a IgA2 tenha evoluído contra a protease IgA1
a mucosa nasal.
(GREGORY, 1994).

Editorial
Para Tenovuo e Aaltonen (1991), os níveis
Há outras diferenças nos papéis poten-
de IgM no soro não parecem relacionados aos
ciais das duas subclasses de IgA. Os antígenos
índices de cárie verificados nas crianças, ocor-
protéicos e carboidratos estimulam, predomi-
rendo uma associação mais freqüente da titu-
nantemente, resposta de IgA1, enquanto os li- lação com lactobacilos do que com S. mutans. A
pídeos induzem, primariamente, os anticorpos IgG e os índices de cárie também não apresen-
IgA2. Isso é importante, pois a vacina contra tam vínculo; parecem participar da prevenção

Entrevista
cárie poderia ser mais eficaz se anticorpos IgA2 à colonização do dente por S. mutans, e sua pre-
fossem produzidos, contornando a neutraliza- sença nos infantes estaria inversamente relacio-
ção dos anticorpos IgA1 pelas proteases na sali- nada à atividade de cárie materna.
va (GREGORY, 1994). Há receio de que a proteína “M” da su-
Bactérias mortas provaram ser mais efeti- perfície de certos estreptococos provoque uma
vas na imunização bucal do que os fragmentos reação imune contra o tecido cardíaco. No en-
de antígenos bacterianos na indução de respos- tanto, segundo Ma (1999), não está claro que os
antígenos de S. mutans provoquem tal reação.

Artigos
tas imunes salivares. Essas bactérias induzem
respostas do sistema imune secretor maiores Balakrishnan, Simmonds e Tagg Junior (2000)
do que os fragmentos de antígeno, porque as também observaram a mesma preocupação em
placas de Peyer, no sistema imune comum da relação à IgG.
mucosa, são mais eficientes na captação e no A imunização passiva é outra abordagem
processamento de célula bacteriana. Por outro de vacina contra cárie que oferece muitos bene-

para os autores
fícios. Animais alimentados com leite contendo
lado, fragmentos de antígenos em determina-

Instruções
anticorpos de vacas imunizadas têm, significa-
dos adjuvantes solúveis induzem, oralmente,
tivamente, menos lesões cariosas do que os con-
níveis locais de IgA salivar maiores do que a
troles que se alimentam de leite sem os anticor-
administração de bactérias mortas (GREGORY,
pos. Além disso, anticorpos específicos anti-S.
1994).
mutans de gema de ovo de galinhas imunizadas
Estudos fornecem evidências de que os
demonstraram boa proteção contra cárie indu-
adjuvantes solúveis são efetivos para aumentar zida por S. mutans. Essas abordagens sugerem
as respostas de IgA aos antígenos do S. mutans, a inclusão de anticorpos do leite bovino ou da
desde que sejam administrados por via oral, o gema de ovo em vários alimentos (MICHALEK;
que leva à maior proteção contra cáries dentá- CHILDERS, 1990; GREGORY, 1994; CIRINO;
rias (GREGORY, 1994). O método apresentado SCANTLEBURY, 1998; BALAKRISHNAN;
consiste na administração de cápsulas contendo SIMMONDS; TAGG JUNIOR, 2000; MIRANDA
bactérias de S. mutans mortas para indução da et al., 2001; GIACHINI; PIERLEONI, 2002;
imunização por via gastrintestinal. KOGA et al., 2002).

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Mandel (1996), Ma (1999) bem como para a produção de vacinas. Muitos esforços
Simmonds, Tompkins e George (2000) afirmam estão sendo direcionados para a identificação
que o processo de produção de IgA para imuni- do antígeno ideal a ser utilizado, ou seja, a pró-
zação passiva por meio de plantas transgênicas pria bactéria GTF ou antígeno I/II, a melhor
seria promissor e apresentaria grande número via de imunização e o período mais propício
de vantagens, especialmente a possibilidade para fazê-lo. No entanto, há bactérias que não
de eliminar reações cruzadas com o anticorpo, possuem o antígeno I/II e aderem bem às su-
bem como a idéia de produzir esse anticorpo perfícies cobertas de glucano (MICHALEK;
em escala agrícola. CHILDERS, 1990; BOWEN, 1996).
Embora, aparentemente, o desenvolvimen- Até o momento, a administração bu-
to de técnicas de imunização passiva ofereça a cal é a melhor candidata, composta de GTF
possibilidade de material ilimitado, como no ou antígeno I/II e um adjuvante, provavel-
caso de plantas transgênicos com anticorpos, mente fosfato de alumínio (RUSSELL, 1994;
algumas dificuldades devem ser abordadas. Os CHILDERS et al., 2002). O período de imu-
anticorpos, por si mesmos, usualmente não ma- nização ainda precisa ser definido, mas, ob-
tam bactérias; na verdade, eles devem ser efeti- viamente, a freqüência deve ser de duas ve-
vos no bloqueio de alguma propriedade, como a
zes ou menos por ano. A controvérsia existe
aderência ou a produção de alguma substância
para crianças (GREGORY, 1994; GIACHINI;
essencial. Se o anticorpo estiver presente em
PIERLEONI, 2002; BERKOWITZ, 2003), em
um veículo líquido, perderá substantividade e
que Hajishengallis e Michalek (1999) sugerem
será diluído, sofrendo as mesmas desvantagens
a imunização de crianças de, aproximada-
de outros bochechos. Aplicar os anticorpos so-
mente, 1 ano de idade, para estabelecer uma
bre a superfície dentária, como em um verniz,
imunidade efetiva contra as sucessivas tenta-
implica que as imunoglobulinas exerçam sua
tivas de colonização pelo S. mutans.
ação também quando imobilizadas. Além dis-
A maior parte desses estudos sobre vaci-
so, as imunoglobulinas são suscetíveis à ação
nas anticárie foi realizada com diversas cepas
de proteases e degradadas na placa bacteriana
de S. mutans, classificadas em oito sorotipos:
(BOWEN, 1996).
a, b, c, d, e, f, g, h. Segundo Gilardino e cola-
Talvez o mais promissor seja a imuniza-
boradores (1990), a dificuldade de definir uma
ção bucal contra cárie pela vacina, com anticor-
pos antiidiotípicos produzidos para combater vacina dependeria não apenas da cepa estuda-
outros anticorpos, entre os quais os de coelhos da, mas também de outros fatores, tais como o
contra anticorpos anti-S. mutans de ratos. Os tipo de vacina, a dosagem e as vias de admi-
antiidiotípicos são semelhantes aos antígenos nistração.
originais, isto é, os anticorpos de coelho contra Os estudos mais recentes são baseados
anticorpos anti-S. mutans assemelham-se aos em proteínas do DNA do microorganismo ca-
antígenos S. mutans e, portanto, podem substi- riogênico, que participam do sistema de adesão
tuir o antígeno original em uma vacina. Essa à superfície dental, como a WapA (antígeno A
abordagem não tem o risco de provocar doença ou antígeno III). Zhu e colaboradores, em 2006,
cardiovascular ou renal por não utilizar antí- utilizaram-na para a imunização intranasal de
genos S. mutans verdadeiros na vacina, o que ratos contra a cárie dental. Concluíram que,
provocaria reação cruzada (GREGORY, 1994; por meio dessa proteína, o anticorpo anti-
MANDEL, 1996). WapA inibiu a aderência do S. mutans. Os mes-
Entre os antígenos, a GTF é essencial para mos resultados favoráveis foram encontrados
a virulência, enquanto outros – A, B e I/II – fo- por Han, Zhang e Dao (2006), no mesmo ano,
ram identificados como possíveis candidatos demonstando uma ação protetora contra a vi-

104 ConScientiae Saúde, São Paulo, v. 5, p. 97-107, 2006.


rulência do principal agente etiológico da do- Anticaries vacines:
ença cárie. a review of current stage
Nowadays, great interest has been placed on
the development of anticaries vaccines that
4 Considerações finais act in the immunization of human against
Streptococcus mutans (S. mutans). This review
Atualmente, as vacinas anticárie são uma paper describes passive and active immuniza-
realidade muito distante e o interesse no de- tion on methods agains dental caries, the tried
senvolvimento desse tipo de vacina deve dimi- to create an effective vaccine in the caries pre-
vention, selectively acting against cariogenic
nuir (BOWEN, 1996), por dois motivos: primei-
microrganismis of mutans group.
ro, a cárie não é uma doença de risco de morte,

Editorial
e, segundo, há muito mais crianças sem cáries Key words: Dental carie. Prevention.
(GREGORY, 1994; NASPITZ et al., 1999). Vaccines.
Gombos, Serpico e Gaeta (1980),
Balakrishnan, Simmonds e Tagg Junior (2000) e
Simmonds, Tompkins e George (2000) afirmam
que a indústria farmacêutica ainda não teria Referências

Entrevista
interesse na produção de uma vacina anticárie,
em razão de os lucros serem pequenos se com-
BALAKRISHNAN, M., SIMMONDS, R. S.; TAGG
parados com o risco de efeitos colaterais e de
JUNIOR. Dental caries is a preventable infectious disease.
ações legais. Por outro lado, Gombos, Serpico
e Gaeta (1980) concluem que a vacina seria um Australian Dental Journal, Sydney, v. 45, n. 4, p. 235-245,

“auxiliar preventivo” em alguns locais, e uma 2000.


“medida preventiva”, em outros.

Artigos
O custo das vacinas contra as doenças que BAYONA-GONZÁLEZ, A.; LOPEZ-CAMARA, V.;
acometem a cavidade bucal não deve ser julgado GOMEZ-CASTELLANOS, A. Prevención de caries por
isoladamente, e sim comparado aos gastos com
lactobacilos (resultados finales de un ensayo clinico sobre
medidas preventivas e aos tratamentos curati-
caries dental con latobacilos muertos [estreptococos y
vos atuais. A cárie tem um custo socioeconômi-

para os autores
lactobacilos] por via oral). Práctica Odontológica, Ciudad de
co elevado, ao deslocar, por exemplo, a popu-

Instruções
lação economicamente ativa para tratamentos México, v. 11, n. 7, p. 37-39; 42-43; 45-46, 1990.

odontológicos, que, em geral, são prolongados


(WILTON, 1984; MANDEL, 1996). BERKOWITZ, R. J. Acquisition and transmission of

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LOPEZ-CAMARA; GOMEZ-CASTELLANOS,
1990; MANDEL, 1996). No caso das vacinas an-
BOWEN, W. H. Vaccine against dental caries: a personal
ticárie, a principal questão é o fator risco-bene-
view. Journal of Dental Research, Chicago, v. 75, n. 8, p.
fício, pois existem experimentos que mostram
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Editorial
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Entrevista
Artigos
para os autores
Instruções

Recebido em 16 mar. 2006 / aprovado em 17 abr. 2006

Para referenciar este texto


MOTTA, L. J. et al. Vacinas anticárie: uma revisão do
estágio atual. ConScientiae Saúde, São Paulo, v. 5,
p. 97-107, 2006.

ConScientiae Saúde, São Paulo, v. 5, p. 97-107, 2006. 107


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