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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RAIMUNDO MÁRIO SILVA RODRIGUES DOS SANTOS

PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESTUDANDO


PARASITOLOGIA NA ESCOLA

FEIRA DE SANTANA/BA
2020
RAIMUNDO MÁRIO SILVA RODRIGUES DOS SANTOS

PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESTUDANDO


PARASITOLOGIA NA ESCOLA

Monografia apresentada à disciplina


EDU567 – Trabalho Monográfico de
Conclusão de Curso, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do
título de Licenciado em Ciências
Biológicas.

Professora Dra. Suzi de Almeida V. Barboni


Orientadora

FEIRA DE SANTANA
2020
RAIMUNDO MÁRIO SILVA RODRIGUES DOS SANTOS

PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESTUDANDO


PARASITOLOGIA NA ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Colegiado do Curso de
Ciências Biológicas como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do
título de Licenciado em Ciências
Biológicas.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Profª Dra. Suzi de Almeida V. Barboni
Presidente - Orientadora

________________________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis R. Santos
Membro examinador

________________________________________
Prof.ª Dra. Claudia Elena Carneiro
Membro examinador 2
Tudo tem seu tempo predeterminado e
há tempo para todo propósito abaixo do céu.

(Eclesiastes 3:1)
Dedico esse trabalho aos meus avós
maternos Alexandre (in memoriam) e
Edeltrudes (in memoriam) bem como a todos
os meus parentes da cidade de Maragojipe,
tanto aos que estão aqui neste Plano quanto
aos que já não estão mais.
AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente e aos meus Guias Protetores por me darem força para
seguir em frente.

Aos meus pais Maria Monteiro da Silva e Raimundo Rodrigues dos Santos (In
memoriam) por terem me dado a vida, me colocado no caminho da valorização do
conhecimento e da cultura, pelo apoio, amor e compreensão.

A meus irmãos, principalmente Raimillan Seneterri pelo apoio.

A minha orientadora Prof.ª Dra. Suzi Barboni pelo acolhimento, orientações,


direcionamentos e pela compreensão.

Aos demais membros da Banca Examinadora pelo apoio e sugestões à este


trabalho.

A Universidade Estadual de Feira de Santana por ter me proporcionado


aprimoramento intelectual e me mostrado o caminho para a busca constante do
conhecimento.

Ao Prof. Francisco de Assis R. Santos (Chico) pelas dicas importantes.

Aos bons professores da UEFS que tive a felicidade de conhecer, em especial


Ana Cerilza, Gesline Almeida, Alone Brito, José Rosa e Tânia Regina.

As pessoas legais e amigas que conheci na UEFS e me apoiaram para


terminar esse trabalho quando achei que não conseguiria, nas pessoas de Cila Leal
e Naildes Soares.

Aos mantenedores de Bancos de Dados e Portais por disponibilizarem e


dinamizarem as informações que facilitaram a produção desse trabalho.

Por fim, agradeço à Mozart por ter criado músicas belas, maravilhosas e
medicinais que tornaram menos árdua a realização dessa tarefa.
RESUMO

O presente estudo é uma revisão de literatura que aborda a incidência de


casos de Entamoeba histolytica na região de Feira de Santana e o papel da
educação na prevenção desses casos. Na pesquisa constatou-se que houve uma
oscilação de casos de infecções na cidade seguida de uma drástica diminuição
graças às melhorias que a região alcançou na infraestrutura de saneamento básico
ao longo dos anos. Mesmo assim não se pode negligenciar e deve-se buscar por
mais melhorias, já que a cidade ainda conta com várias regiões sem uma cobertura
adequada de esgotamento sanitário, devendo a Escola atuar abordando temas
como parasitologia e importância do saneamento básico a fim de conscientizar as
crianças para que esses casos não aumentem na região.

Palavras-chave: Entamoeba histolytica; Feira de Santana; SUS; educação; escola.


ABSTRACT

The present study is a literature review that addresses the incidence of


Entamoeba histolytica cases in the Feira de Santana region and the role of education
in preventing these cases. In the survey it was found that there was an oscillation of
cases of infections in the city followed by a drastic decrease thanks to the
improvements that the region has achieved in the basic sanitation infrastructure over
the years. Even so, it cannot be neglected and more improvements should be
sought, as the city still has several regions without adequate sewage coverage, and
the School must act on topics such as parasitology and the importance of basic
sanitation in order to raise awareness of children so that these cases do not increase
in the region.

Keywords: Entamoeba histolytica; Feira de Santana; SUS; education; school.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................9

2 OBJETIVOS ..........................................................................................................11

2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................11

3 METODOLOGIA ...................................................................................................13

4 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................14

4.1 O ESTADO DA BAHIA........................................................................................14

4.2 A ENTAMOEBA HISTOLYTICA...........................................................................16

4.3 A IMPORTANCIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)...............................20

4.4 A ESCOLA E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE....................................................22

5 RESULTADOS ......................................................................................................25

6 DISCUSSÃO .........................................................................................................40

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................47

8 REFERENCIAS......................................................................................................50
9

1 INTRODUÇÃO

A Educação e a Saúde, como direitos universais, devem ser ofertados a todos


os brasileiros de todas as classes sociais, sem distinção, conforme prevista nos
Artigos 196 e 205 da Constituição Federal de 1988. É um direito de todos e dever do
Estado que deve assegurá-los junto com a família e com a sociedade como um todo
cujo objetivo é a formação de cidadãos e qualificá-los para o trabalho (BRASIL,
2010).

Ambos, Educação e Saúde estão imbricados e dependem da Ciência para o


desenvolvimento de uma nação, tornando-a menos dependente, pela formação de
recursos humanos em todas as áreas do conhecimento científico.

Desde a Conferência Mundial sobre a Ciência promovida pela UNESCO no


ano 2000 que ficou estabelecido que "sem instituições adequadas de educação
superior em C&T e em pesquisa, com uma massa crítica de cientistas experientes,
nenhum país pode ter assegurado um desenvolvimento real" (UNESCO, 2000).

É nesse sentido que a Educação Científica assume importância fundamental,


pela popularização da Ciência com vistas à despertar vocações, revelar talentos e
segue com a formação científica.

O Brasil, apesar de consideráveis avanços já conquistados, ainda ostenta


números que revelam uma severa desigualdade social, desemprego e negligência
com a saúde pública (Sen, 1999). Esta última está ancorada no desmantelo do
Sistema Único de Saúde (SUS) sem utilizar ainda todo o potencial existente nos
setores acadêmico, tecnológico e pesquisa.

Há, portanto, a necessidade de se estudar e melhor conhecer os diversos


problemas em saúde, porém pela complexidade, pode-se estudar por enfoque: como
se formaram e se estruturaram na sociedade, como funciona a rede de atenção á
saúde, que conhecimento é gerado e transformado em intervenções e ações de
saúde para a população e as lições que se podem tirar dos êxitos ou fracassos.

Neste trabalho, a partir do reconhecimento das dificuldades que têm nossa


região e as populações menos favorecidas sem acesso pleno aos serviços de
saúde, medicamentos, exames e diagnósticos optou-se por um estudo de problema
10

local. Assim, espera-se contribuir para a discussão de soluções que visem a um


desenvolvimento com mais eqüidade e ética sobre as questões das parasitoses
intestinais como marca de subdesenvolvimento que nossa região tem.

O recorte escolhido refere-se a protozoários patogênicos como a Entamoeba


histolytica, protozoário de distribuição cosmopolita, estando presente em ambientes
onde há pouca ou nenhuma condição de saneamento básico adequada tanto em
ambientes urbanos quanto rurais e, portanto, muito presente na realidade de grande
parte de nossa gente.

A cidade de Feira de Santana, na Bahia, Região Nordeste do Brasil, apesar


de ter sofrido consideráveis avanços sócio-econômicos de alguns anos para cá,
ainda possui regiões com condições precárias de saneamento básico, vide alguns
locais como a Avenida do Canal onde parte da população é obrigada a conviver com
um enorme canal de esgoto a céu aberto. Some-se, algumas lagoas da cidade que
se encontram poluídas devido ao avanço urbano desenfreado como é o caso de
parte da lagoa presente na Avenida José Falcão, com despejo de lixo e esgotos não
tratados de forma desordenada. Esses locais expõem as pessoas que moram
entorno a inúmeras doenças causadas por parasitos variados dentre eles a E.
histolytica.

A Entamoeba histolytica é um protozoário patogênico que pode causar danos


irreversíveis em tecidos internos do corpo e até órgãos inteiros das pessoas
infectadas por esse patógeno como fígado, rins, pulmão, podendo em alguns casos
chegar até ao cérebro (NEVES et al., 2005, p. 130) e muitas vezes os sintomas da
amebíase invasiva são confundidos com de outras doenças, caso a pessoa não seja
diagnosticada a tempo e adequadamente.

As infecções causadas pela Entamoeba histolytica são problemas relevantes


de saúde pública no país e no mundo, sobretudo nas regiões tropicais e
subtropicais, sendo o controle delas assim como de outras doenças parasitárias, um
dos objetivos da Organização Mundial de Saúde (OMS) (CABRERA, 2017, p. 29).
Também como outras doenças parasitárias, é endêmica de nações em
desenvolvimento (DANTAS et al., 2019, p. 2), levando milhares de pessoas a óbito
anualmente (BRASIL, 2010, p. 93) por estar associado a ambientes onde há
carência de infraestrutura de saneamento básico e de higiene.
11

Desde 2006 que o documento Saúde dos Parâmetros Curriculares Nacionais


(PCN) apontavam que os conteúdos em saúde a serem abordados nas escolas
deveriam ser elaborados tendo em vista a realidade dos problemas sociais e a
preocupação em eleger as temáticas de maior relevância na Educação em Saúde da
região onde a Escola se localiza. Ou seja, deve-se conhecer a realidade entorno,
recolher informações e dados epidemiológicos, para subsidiar a ação pedagógica.

Sendo a região de Feira de Santana endêmica de infecções por Entamoeba


histolytica por que não merecer por parte dos educadores da Escola Básica e
Fundamental uma abordagem significativa nas salas de aula dentro de suas grades
curriculares? É com base nesse questionamento que se inicia o presente estudo.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Mostrar a importância de estudos sobre parasitoses intestinais, entre eles a


Entamoeba histolytica, e como abordagem por parte dos professores de Ciências
nas Escolas pode ajudar o controle, sobretudo na região de Feira de Santana,
Bahia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Descrever a Entamoeba histolytica e seu potencial de patogenicidade


como problema de saúde pública;
2) Conhecer a epidemiologia de parasitose intestinal por Entamoeba
histolytica no município de Feira de Santana e a importância de uma
abordagem de Educação para a saúde por parte dos educadores em
Ciências e Biologia em seus conteúdos didáticos;
3) Reafirmar o papel da escola perante a educação para a saúde e suas
ações em face da realidade social dentro das condições precárias de
12

saneamento básico, sobretudo em áreas suscetíveis a contaminação pelo


protozoário Entamoeba histolytica.
13

3 METODOLOGIA

O presente estudo, de natureza qualitativa, utiliza como estratégia


metodológica a revisão de literatura, que segundo Vosgerau & Romanowski (2014,
p. 167):

Consiste em organizar, esclarecer e resumir as principais obras existentes


bem como fornecer citações completas abrangendo o espectro de literatura
relevante em uma área. As revisões de literatura podem apresentar uma
revisão para fornecer um panorama histórico sobre um tema considerando as
publicações em um campo. Muitas vezes uma analise das publicações pode
contribuir na reformulação histórica do dialogo acadêmico por apresentar uma
nova direção, configuração e encaminhamentos.

Para tanto, o presente estudo se vale de diversas fontes secundárias como


livros, artigos, monografias, dissertações e teses de outros autores como base para
a pesquisa.

O levantamento bibliográfico foi feito a partir de bases de dados na internet


em plataformas como SciELO, LILACS, BVS, MEDLINE e Google Acadêmico e
triados de acordo com o tema que é a ocorrência de casos de infecções por
amebíase entre escolares e o papel da educação e da escola na prevenção desses
casos.

Foram coletados vários artigos, monografias, dissertações, teses e livros com


o critério de inclusão a incidência e frequência de casos de infecções por
Entamoeba histolytica e o papel das escolas na sua prevenção, sendo que do
material coletado 27 preencheram o objeto de estudo. Foi dada prioridade aos
materiais mais recentes, seja de 1999-2019. Em seguida foi realizada uma análise
criteriosa dos materiais coletados e incluído apenas as publicações que
responderam aos critérios do presente estudo.
14

4 DESENVOLVIMENTO

4.1 O ESTADO DA BAHIA

O Estado da Bahia, apesar de ser o 5º maior estado da federação é um dos


mais pobres (TRONCO & RAMOS, 2017, p. 305), localizado na região Nordeste que
é menos favorecida (CALDAS & SAMPAIO, 2015, p. 93), e sempre teve uma história
de atraso econômico e precariedade nas políticas públicas de saneamento básico
repercutindo na qualidade de vida e saúde da população baiana.

A falta de um “arcabouço jurídico-institucional estabelecendo uma Política


Estadual de Saneamento, atribuição do Conselho Estadual de saneamento Básico,
(...) criado pelo Artigo 229 da Constituição do Estado da Bahia” (BORJA, 2004, p.
251) tem deixado o Estado da Bahia, até o ano 2000 à mercê de medidas políticas
dos governantes o que até então não satisfazia as necessidades de saneamento da
maior parte da população da Bahia.

As condições de saneamento básico obtiveram uma melhora no Estado a


partir da implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), implantado
pelo governo Federal a partir de 2007 através do Programa Água Para Todos. Este
Programa que teve a maior parte do investimento direcionado para o abastecimento
de água e esgotamento sanitário, porém não contemplou a maioria das cidades,
principalmente as que eram prioritárias por possuírem menos de 40,1% de
esgotamento sanitário e dessas apenas 14,3% foram atendidas (CUNHA & BORJA,
2018, p. 179), mas ajudou a erradicar boa parte de doenças relacionadas a
condições precárias de saneamento.

A escassez de água potável em muitos municípios da Bahia é um problema


grave, em destaque os da região do recôncavo que possuem bacias hidrográficas
que se comunicam com a Baía de Todos os Santos possibilitando a construção de
poços artesianos ao qual parte da população faz uso ou de nascentes em suas
propriedades (Tabela 1), o que leva muitas pessoas a se contaminarem por
enteroparasitas que acabam infectando esses ambientes em algumas situações
como é o caso da cidade de Maragojipe (BARRETO, 2013 p.49) devido a presença
de um extenso córrego que corta a cidade recebendo os efluentes de grande parte
15

da rede de drenagem pluvial e às vezes quando se eleva além do esperado em


períodos de muita chuva acaba expondo as pessoas a contaminação pelo fato dele
ser bastante poluído.

Tabela 1: formas de abastecimento de água em diversas cidades do Recôncavo baiano em


porcentagem.

Fonte: IBGE (Apud BARRETO, 2013, p. 49).

Feira de Santana (Figura 1) é uma cidade do interior da Bahia com uma


população estimada de 614.872 habitantes de acordo com o ultimo censo (IBGE,
2019). A cidade apresenta uma densidade demográfica em crescimento constante
acima da média da maioria das cidades (416,03 habitantes por km 2) do país devido
a constante migração de populações oriundas de cidades mais pobres favorecidas
pelo eixo rodoviário do entroncamento que liga as BR 116 sul/norte à BR 324.

Conhecida como Princesa do Sertão, é a segunda maior cidade do estado da


Bahia só perdendo para sua capital, Salvador que se localiza a 110 km em torno de
12º15’’24’S e 37º57’’53’W situada numa zona de transição entre uma zona climática
de transição entre a zona úmida do litoral e o semiárido (DINIZ, SANTOS e SANTO,
2008, p.18). Sua extensão territorial é de 1.304,25 Km2 (IBGE, 2015) e se encontra
16

na região conhecida como Portal do Sertão. Feira de Santana foi uma das cidades
que mais se desenvolveu economicamente devido ao seu comércio e posterior
industrialização, apesar de haver uma grande discrepância na distribuição de renda
gerando um contraste entre uma minoria que concentra a maior parte dos recursos e
a grande maioria que habita os bairros periféricos mais pobres e distritos com ampla
área rural e carência dos serviços essenciais.

Figura 1: a cidade de Feira de Santana.

Fonte: Google

A cidade conta com 59,7% de domicílios com esgotamento sanitário (IBGE,


2015). E isso é preocupante, pois é um numero consideravelmente alto e que denota
que grande parte da população está suscetível a doenças variadas relacionadas à
falta de saneamento básico, dentre elas as enteroparasitoses.

4.2 A ENTAMOEBA HISTOLYTICA

A Entamoeba histolytica é um protozoário que pertence ao filo


Sarcomastigophora, subfilo Sarcodina e Família Endamoedidae (COSTA et al., 2016,
p.24). O gênero Entamoeba inclui microrganismos eucarióticos unicelulares
conhecidos como amebas que se utilizam de pseudópodes para a locomoção e
captura de alimentos, possuindo hábitos desde a vida livre em ambientes aquáticos
a comensais e parasitas do trato digestivo de animais, em especial dos seres
17

humanos, como é o caso da Entamoeba histolytica que é a única ameba entérica


patogênica.

Existe a Entamoeba díspar que é muito semelhante à Entamoeba histolytica,


porém esta não é patogênica e habita o intestino humano como comensal sendo
responsável pelas infecções assintomáticas. De acordo com Costa et al. (2018, p.
319), “a diferenciação entre essas duas espécies é muito importante para a
epidemiologia e propósitos clínicos”, porém nesse estudo me restringirei apenas à E.
histolytica por ser um problema de saúde pública mais grave.

A E. histolytica leva a óbito cerca de 100.000 pessoas por ano, constituindo a


terceira maior causa de mortes por parasitoses (AL-DALABEEH et a., 2020, p.1).
Esse parasito ocorre principalmente em ambientes onde há pouco ou nenhum
saneamento básico, pobreza e baixa qualidade de vida, portanto é um problema de
saúde pública que não deve ser negligenciado, principalmente pelo fato do Brasil ser
um país onde há muita desigualdade onde regiões contam com uma boa
infraestrutura e outras não dispõe nem de água encanada e bebem água e se
banham nos mesmos locais que depositam seus dejetos passando a serem
suscetíveis de contaminação por parasitos variados.

A E. histolytica possui várias fases de vida: trofozoítos, que é sua forma


vegetativa; cisto, que é a sua forma de resistência; pré-cisto e metacisto (NEVES et
al., 2005, p. 128). Essas fases variam quanto à morfologia, principalmente dos seus
núcleos e cada uma delas possui um papel no ciclo de infecção, multiplicação e
migração para um novo hospedeiro.

A contaminação ocorre quando o hospedeiro ingere água ou alimentos


contaminados com o protozoário na forma de cisto (figura 2), porém amadurecido. O
cisto é a forma de sobrevivência da E. histolytica e pode sobreviver fora do
hospedeiro em locais variados por serem resistentes (SÃO PAULO, 2001, p.1).
Outra forma de contágio pode se dar mais ocasionalmente é através do sexo anal
seguido de contato oral (BRASIL, 2010, p. 92). Portanto, o cisto da E. Histolytica é o
principal responsável pela contaminação de novos hospedeiros quando o parasito se
encontra em ambiente externo.
18

Figura 2: cisto de Entamoeba histolytica.

Fonte: http://www.ufrgs.br/para-site/sit 1 < acesso em 17/01/2020

Já o trofozoíto (fig. 3) é a forma móvel da E. Histolytica e se instala no cólon


humano onde se diferencia nos cistos que irão ser liberados no ambiente
(CALEGAR et al. 2016, p. 1). Diferente dos cistos que possuem de um a quatro
núcleos, a forma trofozoítica da E. histolytica possui apenas um núcleo. Também não
possuem mitocôndrias, aparelho de Golgi, retículo endoplasmático, centríolos e
microtúbulos (NEVES, 2008, p. 128-130) tendo formato irregular se utilizando de
pseudópodes para locomoverem-se e capturar alimentos. É na fase de trofozoíto
que a Entamoeba histolytica invade a mucosa intestinal e a partir daí pode causar
graves danos à saúde. O sintoma mais recorrente da infecção é diarreia e disenteria
com sangramentos ocasionais que pode evoluir pra fase invasiva que é a mais grave
da amebíase.

Figura 3: Trofozoíto de Entamoeba histolytica com o núcleo em evidência.

Fonte: Atlas de Parasitologia Humana, Silva et al., 2009.


19

Na fase invasiva, ao atingir o cólon, os trofozoítos podem penetrar o tecido do


epitélio do intestino através de enzimas e assim causar lesões irreversíveis em
órgãos como rins, fígado, pulmão e até no cérebro. De acordo com Ravidin et al.
(1987, p. 1), os trofozoítos da Entamoeba histolytica ao atingir o cólon do intestino
consegue romper a barreira de proteção natural formada por mucina, uma
glicoproteína que impede a adesão da E. histolytica à parede do intestino. Porém a
E. Histolytica conta com uma proteína de aderência, a lectina de 170 kD Gal/GalNac
que inibe a ação da mucina (figura 4), e assim invadir e lisar o tecido do epitélio
intestinal graças à enzima cisteína-proteinase (AL-Khaliq & Mahdi, 2018), podendo
dessa forma vencer o sistema de proteção natural do tecido epitelial do intestino e
assim colonizá-lo.

Ao aderir ao intestino, a E. histolytica se multiplica a ponto de formar colônias


e causar úlceras chamados abcessos que podem se espalhar pelo cólon, reto,
sigmoide até a luz do intestino grosso formando uma grande área ulcerada.

Figura 4: Resposta imunológica do hospedeiro

Fonte: Moonah et al., 2013.

Segundo Rosa (2015), através dessas ulcerações o trofozoíto pode atingir


outros tecidos do corpo. A maior parte das mortes causadas pela E. histolytica
ocorre quando ocorre invasão, colonização e necrose do tecido hepático quando os
abcessos no fígado estouram (Figura 5).
20

Figura 5: Fígado humano atingido por trofozoítos da Entamoeba histolytica.

Fonte: http://anatpat.unicamp.br/pecastg 1 <acesso em 24/01/20

Mas os danos não param por aí. Ao estourar os abcessos do fígado, o


trofozoíto da E. histolytica encontra caminho aberto para ir mais longe por meio da
circulação porta alcançando e danificando outros órgãos como rins, pulmões,
podendo chegar até o cérebro (Al-DALABEEH et at., 2020). Por isso, a E. histolytica
é um patógeno que não deve ser negligenciado e devendo haver uma busca
constante por parte da sociedade como um todo por melhorias na qualidade do
saneamento básico para evitar que mais pessoas sejam contaminadas por esse
parasito.

4.3 A IMPORTANCIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988 no contexto na Nova


Constituição Federal que em seu artigo 196 passou a prever a saúde como um
“direito de todos e dever do estado” (BRASIL, 1988) objetivando o acesso universal
aos serviços de saúde tanto de promoção, recuperação e proteção. O SUS passou a
ser um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo
contando com vários serviços desde a atenção primária até transplante de órgãos
alcançando todos os indivíduos de todas as classes sociais envolvendo as esferas
Federal, Estadual e Municipal.
21

A criação do SUS foi um marco muito importante para a promoção da saúde


no Brasil que antes apenas contemplava trabalhadores vinculados à Previdência
Social. A partir daí as classes mais desfavorecidas passaram a contar com um
valioso serviço assistencial que passou a contemplar a todos sem distinção e
contribuiu bastante para diminuir e/ou erradicar várias doenças no país.

O Sistema Único de Saúde apesar de suas deficiências devido ao pouco


investimento que recebe e do descaso do Poder Público é uma referência para
vários países do mundo. De todos os países desenvolvidos, apenas os EUA não
contam com um sistema de saúde com cobertura pública das ações e serviços de
saúde direcionados a indivíduos em fragilidade econômica, o que tem deixado
descoberto milhares de indivíduos. Em 2014 cerca de 47 milhões de pessoas não
possuíam condições de arcar com os custos altos e crescentes de planos de saúde
nos Estados Unidos enquanto no Brasil a cobertura é universal (MELO, 2017).

Porém apesar dos ataques constantes e ameaças que o SUS vem sofrendo
vide a falta de prioridade dos governantes, engana-se quem acredita que o SUS que
atualmente é dado aos pobres incomoda aqueles que lucram com o “mercado das
doenças”. Para Paim (2018, p. 1727) a extinção do SUS está longe de estar na
agenda dos representantes do Capital por se configurar para eles uma verdadeira
“galinha dos ovos de ouro”, já que o SUS na verdade não atrapalha nem retira o
lucro das operadoras de planos de saúde, empresas de publicidade, indústrias
farmacêuticas e de equipamentos médico-hospitalares. O que é dado à população
pobre que conta com pouco ou quase nenhum poder aquisitivo é um “SUS reduzido”
ou “SUS para pobres” que já entrou no senso comum dos políticos, gestores, mídia,
profissionais de saúde e até do próprio povo, conforme se lê:

Voltado fundamentalmente para a parte da população mais


pobre que não tem acesso ao mercado e limitado na atuação típica
de saúde pública como a prevenção e o controle de riscos, danos e
epidemias, trata-se de um SUS reduzido. Assegurando a realização
de procedimentos de alto custo para o setor privado, distancia-se do
SUS constitucional e do SUS democrático (...). Significa um
arremedo ou simulacro do SUS (PAIM, 2018, p. 1727).

Por isso devemos lutar para que o SUS permaneça e cumpra com seu papel
constitucional que é assegurar saúde a todos de forma igualitária, eficiente e
22

satisfatória. E pra isso é necessário que haja mais investimentos por parte do Poder
Público ao SUS a fim de que seja modernizado e garanta atendimento de qualidade
a todos para que assim avancemos como nação.

Um dos papéis de atuação do SUS é promover a Atenção Básica cuja porta


de entrada é a Estratégia de Saúde da Família (ESF) a qual visa à reorganização da
produção de cuidados de saúde, através de práticas direcionadas à família,
norteadas por ações epidemiologicamente referenciadas sobre o processo de
saúde/doença da população com foco na promoção da saúde.

Entretanto, no tocante às parasitoses intestinais, a maioria dos município do


Brasil não apresentam programas padronizados e regulares para atendimento e
tratamento de parasitoses intestinais. Muitos pacientes ou se automedicam ou são
tratados com medicamentos antiparasitários sem a confirmação do diagnóstico
laboratorial.

Este contexto nos leva a refletir sobre o processo de trabalho das equipes de
ESF. Será que estas ações de controle de parasitoses não deveriam ter o contexto
de prevenção e não só de atendimento clínico-farmacológico? Qual o papel da
Educação para a saúde e da Escola neste contexto?

4.4 A ESCOLA E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Considerada instituição fundamental na promoção da saúde a escola aparece


como pilar fundamental na construção da saúde em crianças pela utilização de
conceitos e de conteúdos científicos sobre Educação em Saúde. A Escola pode
atuar na prevenção das parasitoses intestinais ao esclarecer, problematizar e discutir
o tema com os alunos.

O professor, como mediador do conhecimento, é uma figura de grande


eficácia no processo de promoção da saúde dos indivíduos por estarem em contato
constante com estudantes em processo de formação ao abordar a importância da
promoção da saúde nas escolas conscientizando assim os seus alunos a adotar
23

hábitos saudáveis e assim trabalhar com a prevenção de possíveis agentes danosos


e prejudiciais. De acordo com Gomes et al. (2018, p. 2):

A educação para a saúde pode apresentar função primordial por


permitir o processo de conscientização em relação ao direito à saúde
e é instrumento útil para a intervenção individual e coletiva sobre os
condicionantes do processo saúde/doença.
Por isso é importante que os professores da educação básica sempre que for
abordar algum conteúdo busquem fazer uma interface com conteúdos de saúde
para que eles além de conhecer os organismos que fazem parte dos domínios da
vida saibam que alguns podem ser bastante patogênicos para as pessoas e assim
evitar serem contaminados ou feridos por muitos deles.

Também é necessária uma abordagem de boas práticas de higiene em sala,


pois de acordo com Sampaio (2019, p. 220):

É notório que a população muitas vezes desconhece assuntos


simples de educação em saúde como a importância de beber água
filtrada, lavagem dos alimentos, dentre outros. Também é perceptível
que a população estudantil desconhece os parasitas peculiares da
região, assim como as patologias causas por estes.
Dessa forma, adotar conteúdos relacionados à saúde, em especial
protozoários como E. histolytica é de grande importância dentro de uma sala de aula
pois as parasitoses, são doenças negligenciadas (MONTEIRO, 2018, p. 1062) e
assim como outras doenças parasitárias, pode afetar o desenvolvimento físico e
cognitivo das crianças em idade escolar (SUAREZ-FONTES, FONTES e VANNIER-
SANTOS, 2017, p. 185) , sendo assim, essencial que o professor de ciências e
biologia aborde esse parasito em sala de aula sempre de uma forma lúdica com
práticas pedagógicas que vá além de tão-somente aula expositiva, mas envolvendo
jogos didáticos, maquetes, modelos, exposições, teatros, etc. para assim despertar o
interesse e facilitar o aprendizado dos estudantes.

O ensino de ciências deve ter como objetivo formar cidadãos críticos,


conscientes e participativos na realidade em que vivem. De acordo com Costa et al.
(2017, p. 54), o ensino de ciências apresenta relevância dentro e fora do ambiente
escolar favorecendo a construção de um conhecimento crítico que tenha importância
para a vida em sociedade sendo a disciplina de parasitologia um exemplo disso por
estar relacionado com a qualidade de vida dos estudantes. Dessa forma, é
fundamental que o ensino de Ciências trabalhe com conteúdos que estimulem as
24

pessoas a pensar de forma autônoma e buscar melhorias para si e pra sua


coletividade, principalmente no que se refere a questões que envolvam a saúde das
pessoas.

Vale ressaltar também a importância do livro didático funciona como eficiente


meio de transmissão dos conteúdos científicos, desde que eles abordem de forma
adequada e em uma linguagem acessível. De acordo com Mohr (2000, apud DIB et
al., 2009, p. 293), “os livros didáticos representam veículos de transposição do
conhecimento científico para o conhecimento escolar e da disseminação da
informação científica utilizadas no processo de ensino-aprendizagem no ambiente
escolar”. É necessário assim, que o professor faça sempre uma análise do conteúdo
dos livros adotados pela escola que trabalha para assim evitar erros conceituais.
25

5 RESULTADOS

Foram coletados diversos artigos, monografias, teses e dissertações


abordando a temática casos de infecções por Entamoeba histolytica e o papel da
escola, sendo que 27 mostraram-se significativos para a pesquisa. Os trabalhos
foram analisados e organizados na seguinte tabela abaixo:

Ano da Título Categoria Tema Autor (es) Instituição Resumo


publicação
1999 Estudo das Artigo Prevalência de Santos et al. UEFS Foi realizada no
parasitoses científico enteroparasitas (Revista período de Junho
intestinais na em populações Sitientibus) de 1993 a
comunidade periféricas da Dezembro de
carente dos cidade de Feira 1997 uma
bairros periféricos de Santana. pesquisa no
do município de laboratório de
Feira de Santana, Parasitologia
Bahia, 1993-1997. Humana da
UEFS (LAC) com
moradores de
bairros
periféricos da
cidade de Feira
de Santana e
resultou que das
amostras
coletadas 50%
foram positivas
sendo que o
Bairro do Novo
Horizonte
apresentou um
percentual de
40,4 %. Dos
protozoários a
Entamoeba coli
apresentou o
maior percentual
(17%), tendo a
Entamoeba
histolytica obtido
um percentual de
6%.
2009 Proporção de Artigo Proporção de Gomes et al. UEFS Foi realizada no
parasitos científico parasitos Laboratório de
intestinais no intestinais no Análises clínicas
município de Feira município de da UEFS uma
de Santana, Feira de pesquisa com
Bahia, 1993-2009. Santana, Bahia moradores de
no período entre bairros
1993 a 2009. periféricos da
26

cidade de Feira
de Santana com
22.453 amostras
fecais, sendo
que a incidência
de parasitas
intestinais foi de
45,9%. Dessas
amostras a
Entamoeba coli
teve maior
proporção
(25,9%) seguida
de Ascaris
lumbricoides
(20,8%). A
Entamoeba
histolytica obteve
uma proporção
de 14,9%.
2009 Associação das Artigo Relação entre Araújo et al. UEFS (revista Um grupo de
parasitoses científico doenças Sitientibus) pesquisadores
intestinais com parasitárias com realizaram
anemia e anemia e exames de
eosinofilia em eosinofilia em um sangue e fezes
escolares do povoado de Feira em estudantes
povoado de de Santana. de uma escola
Matinha dos do povoado de
Pretos, Feira de Matinha dos
Santana, Bahia, Pretos na região
Brasil. de Feira de
Santana a fim de
comprovar a
relação das
parasitoses com
o alto índice de
anemia e
eosinofilia dos
moradores desse
povoado. De 137
amostras
coletadas, 53,29
% foram
positivas para
parasitos
diversos,
inclusive a
Entamoeba
histolytica.
2012 Prevalência de Artigo Presença de ALMEIDA, Arq. Ciênc. Um grupo de
protozoários e científico parasitoses em Patrícia Hercílio Saúde pesquisadores
helmintos Tiquaruçu, distrito Arcanjo de; UNIPAR da UEFS
entéricos em de Feira de SANTANA, realizou um
residentes de São Santana Patrícia inquérito
Cristóvão, Feira Carneiro Silva coproparasitológi
de Santana, & SILVA, co na região de
Bahia, Brasil. Aristeu Vieira São Cristóvão
da em Tiquaruçu,
distrito de Feira
27

de Santana onde
coletaram e
avaliaram 349
amostras fecais
onde 25,8%
revelaram
estarem
contaminadas
por parasitos
intestinais entre
elas a
Entamoeba
histolytica.
2018 Estrutura do Paper . A estrutura do RIBEIRO, Tuíra V Congresso O trabalho teve
saneamento apresentad saneamento de Oliveira baiano de como objetivo
básico de Feira de o em básico em Feira Ribeiro & engenharia avaliar as
Santana de 2012 congresso de Santana de FARIAS, Felipe sanitária e transformações
à 2016 2012 à 2016. Matos ambiental da estrutura do
saneamento
básico de Feira
de Santana de
2012 a 2016 e
concluiu que
houve
consideráveis
avanços no
abastecimento
de água, porém
no de
esgotamento
ainda possui
algumas
precariedades
em comparação
a outras cidades.
2016 Parasitos Resumo Prevalência de CARNEIRO, 52º Pesquisadores
intestinais na área apresentad enteroparasitas Larissa M. et al. congresso da realizaram com
periférica urbana o em em uma região sociedade moradores do
de Feira de congresso periférica urbana brasileira de bairro da
Santana, Bahia de Feira de medicina Mangabeira em
(2015/2016) Santana tropica Feira de Santana
um inquérito
coproparasitológi
co junto com um
levantamento
socioeconômico
e sanitário das
famílias da área
e coletaram 127
amostras de
fezes que foram
examinadas
pelos métodos
de Hoffman,
Poms, Lutz,
Kato-Katz e
Faust onde
foram
encontrados
28

helmintos e
protozoários
variados sendo
que dos
helmintos, a
Schistossoma
mansoni teve
maior número
(5,5%). Dos
protozoários
novamente como
em outros
estudos a E. coli
obteve maior
número (11%) e
a E. histolytica o
menor (0,8%).
2016 Perfil dos Resumo Frequência de CRISOSTOMO 52º Uma equipe de
resultados apresentad enteroparasitas , Bernardo L. et congresso da pesquisadores
parasitológicos de o em por uma equipe al. sociedade do departamento
fezes em uma congresso de pesquisadores brasileira de de saúde da
unidade em uma unidade medicina UEFS realizou
laboratorial de um laboratórial de tropical. uma descrição
distrito de Feira de um distrito de da frequência de
Santana - Bahia Feira de Santana infecções
causadas por
enteroparasitas
em uma unidade
laboratorial de
um distrito de
Feira de Santana
e coletaram 2304
amostras de
pacientes que
foram analisadas
e o resultado foi
que 59%
estavam
infectados por
parasitos
variados dentre
eles a E.
histolytica que
obteve um
percentual de
6,6%.
2008 Associação das Dissertação Análise de RIBEIRO, UEFS A autora coletou
condições de organismos Maria José para pesquisa
sanitárias e mestrado patogênicos em Rocha 10.937 moscas
ambientais com moscas de famílias
patógenos capturadas no variadas em
intestinais isolados aterro sanitário 05(cinco) áreas
de dípteros de Feira de do Aterro
capturados em Santana Sanitário de
área residencial Feira de Santana
entorno do aterro que foram
sanitário de Feira submetidas a
de Santana, Bahia análise no
(2007) laboratório de
29

parasitologia
humana da
UEFS. Como
resultados foram
encontrados
vários
organismos
patogênicos
como bactérias,
helmintos e
protozoários
variados. A
autora também
realizou um
questionário com
as pessoas que
convivem
diariamente
nesse ambiente
e concluiu que
elas estão
sujeitas a
enfermidades
variadas devido
ao contato com
essas moscas.
2011 Insalubridade Artigo Análise de RIBEIRO, Revista de Foi realizado um
ambiental e técnico organismos Maria José Engenharia estudo com
aspectos sociais patogênicos em Rocha et al. Sanitária moradores de
associados a moscas Ambiental áreas próximas
patógenos coletadas no ao Aterro
intestinais isolados aterro sanitário Sanitário de
de dípteros de Feira de Feira de Santana
Santana. em 2007 com
entrevistas
semiestruturadas
e observações
de campo sobre
a ocorrência de
doenças nesses
moradores
devido ao
contato com o
lixo, materiais
infectantes
variados e
moscas nessa
área. também
foram coletadas
10.987 moscas
de espécies
variadas em
armadilhas e
analisadas em
um laboratório
onde foram
detectados
organismos
patogênicos
variados dentre
30

eles a E.
histolytica.
2009 Fatores Dissertação Prevalência de OLIVEIRA, UEFS Foi realizado um
socioambientais de enteroparasitas Alany Santos inquérito
determinantes de mestrado no bairro Homero parasitológico no
parasitoses Figueiredo em bairro Homero
intestinais na Feira de Santana Figueiredo, em
localidade Homero Feira de
Figueiredo, Feira Santana. A
de Santana, princípio foram
Bahia, Brasil. aplicados
formulários a
indivíduos e
famílias
moradoras do
bairro a fim de
verificar os
aspectos
epidemiológicos
na localidade e
exames
parasitológicos
de fezes para
helmintos e
protozoários. O
resultado dos
exames foi um
índice de 17% de
pessoas
infectadas por
helmintos e
protozoários
sendo que das
pessoas
analisadas 3%
apresentaram
contaminação
por E. histolytica
mesmo o bairro
contando com
água encanada e
sistema de
esgoto. Dessas
pessoas
infectadas todas
eram do sexo
feminino e
estavam na faixa
etária entre 20 a
59 anos.
2017 Expressão do Relatório de Estudo com CASTRO, UniCEUB Pesquisadoras
domínio de pesquisa células de Hannah realizaram uma
reconhecimento cientifica insetos com o Waleska pesquisa
de carboidrato objetivo de Viegas de & isolando a
(CRD) da proteína desenvolver uma BACCOCHINA, proteína
GAL/GALNAC do resposta imune a Letícia Beatriz GAL/GALNAC
parasito partir da proteína responsável pelo
Entamoeba de reconhecimento
histolytica reconhecimento do sítio de
31

utilizando células GAL/GALNAC da carboidratos das


de insetos. E. histolytica. células epiteliais
do intestino
humano (CRD) e
a partir do
Baculovirus que
infecta insetos,
mas são
inofensivos a
seres humanos e
a partir daí
produzir uma
vacina para a
amebíase.
2002 Identificação de Artigo Ocorrência de CERQUEIRA, Revista Umas equipes de
anemia ferropriva científico anemias Eneida de Brasileira de pesquisadores
e parasitoses ferropriva e Moraes Análises realizaram um
intestinais em um parasitoses Marcílio et al. Clínicas levantamento
povoado de Feira intestinais em com moradores
de Santana – moradores do do povoado
Bahia (Matinha povoado Matinha Matinha dos
dos Pretos) – Maio dos Pretos, em Pretos
1999 – October Feira de pertencente à
2000. Santana. região de Feira
de Santana em
maio de 1999 a
Outubro de 2000
a fim de avaliar a
ocorrência de
enteroparasitose
s e anemia
ferropriva dentre
os moradores da
região. Foram
coletadas 987
amostras de
sangue 937
amostras de
fezes e como
resultados foram
encontrados 129
indivíduos
anêmicos e 642
indivíduos
infestados por
parasitos
variados.
2019 O estudo das Dissertação Educação como SILVA, Elcy Universidade Foi realizada
enteroparasitoses de forma de Manoel Federal de uma pesquisa
como subsídio mestrado sensibilização Mendes Minas Gerais participante com
para a melhoria do para o tema estudantes de
ensino de biologia enteroparasitose nível médio da
e promoção da s e estimular o escola Zeca
saúde. protagonismo Guida no distrito
juvenil. de Cana Brava
em Minas Gerais
onde foram
realizados
exames
32

parasitológicos
nos estudantes e
aplicado um
questionário a
fim de avaliar
seus
conhecimentos
sobre doenças
transmitidas por
enteroparasitas,
seguido de aulas
e palestras.
Finalmente, os
estudantes
construíram em
conjunto um
fotolivro com as
ações
desenvolvidas
durante o projeto
ampliando assim
as noções que
eles possuem
sobre doenças
infecto-
parasitarias e
formas de evita-
las.
2008 Ocorrência de Artigo Ocorrência e SILVA-SOUZA, Universidade Foram coletadas
enteroparasitos científico enteroparasitos Nêwton estadual do amostras em 45
em escolares da em escolares da Maranhão. escolares da
periferia da periferia do periferia do
Universidade Maranhão. Maranhão e
Estadual do submetidas à
Maranhão. análise no
laboratório de
Parasitologia e
Bioquímica da
UEMA e foram
encontrados
parasitos
variados.
Também foi
constatado que
as crianças são o
grupo mais
suscetível de
contaminação
por
enteroparasitos.
2013 Pratica Artigo Uso de GRIMES, Universidade Estudantes do
pedagógica estratégias Camila, Regional de PET/biologia da
diferenciada nos educativas RONCHI, Blumenau Universidade
processos de diferenciadas no Daiane (FURB) /PET- Regional de
ensinar e de ensino de Luchetta & Biologia Blumenau
aprender em parasitologia. HIRANO, realizaram um
parasitologia. Zelinda Maria estudo de caso
Braga. com estudantes
do 6º ao 9º ano
33

do Ensino
Fundamental de
escolas
estaduais e
municipais de
ensino
fundamental de
Blumenal (SC).
Os estudantes
montaram um
painel itinerante
sobre
parasitologia
levando assuntos
complementares
e
contemporâneos
relacionados às
doenças infecto-
parasitárias às
escolas e como
resultado foi
constatado que
atividades
educativas
diferenciadas
favorecem o
aprendizado dos
estudantes.
2004 Qualidade de vida Artigo Analise das QUEIROZ, Revista O artigo faz uma
e políticas politicas publicas Creuza Maria Ciência e analise das
públicas em Feira relacionadas a Bispo; SÀ, Saúde politicas publicas
de Santana qualidade de vida Evelin de Coletiva do município de
em Feira de Castro & Feira de Santana
Santana. ASSIS, Marluce voltado para a
Maria Araújo. qualidade de
vida da
população que
vão desde as
áreas de
educação,
saúde,
desenvolvimento
econômico e
social.
2003 O Artigo Trata do SANTO, Revista O artigo aborda o
desenvolvimento desenvolvimento Sandra Sitientibus desenvolvimento
urbano em Feira urbano e da Medeiros urbano de Feira
de Santana infraestrutura em de Santana
saneamento desde os
básico da cidade primórdios
de Feira de quando se iniciou
Santana como um
povoado até
alcançar o status
de segunda
maior cidade do
estado da Bahia,
porem ainda com
34

algumas
deficiências no
setor de
infraestrutura de
saneamento
básico.
2013 Parasitoses Dissertação A educação OLIVEIRA, UniFOA Foram realizados
intestinais: o de como um meio João Luiz Leão exames
ensino como mestrado para evitar de parasitológicos
ferramenta doenças em dois
principal na parasitárias laboratórios, um
minimização particular em um
destas patologias. bairro de classe
média e outro
num hospital
público. Como
resultado, foram
encontrados
mais parasitas
intestinais no
hospital publico
devido ao fato
dos seus
pacientes
viverem em
locais com uma
infraestrutura de
saneamento
básico mais
precário. O
estudo também
constatou a
importância da
educação na
prevenção de
doenças
parasitárias.
1997 Escola promotora Artigo Proposta de SILVA, Carlos Sociedade O artigo enfoca a
de saúde: uma educação para a dos Santos brasileira de importância de
visão crítica da saúde nas pediatria diferentes
Saúde Escolar escolas programas que
envolvam a
promoção da
saúde nas
escolas. Aborda
a forma como as
escolas
resolveram
implementar
diferentes
abordagens
voltadas à saúde
nas escolas
desde práticas
higienistas que
não foram bem
sucedidas até
modelos
pautados em
35

concepções mais
participativas
visando a
melhoria da
qualidade de
vida das pessoas
visando a
integração da
sociedade onde
todos os setores
estejam
interligados em
prol de melhoras
as condições de
vida do individuo
e da coletividade.
2015 A saúde vai à Artigo Análise da CARVALHO, PHYSIS – O artigo faz um
escola: a temática Saúde Fábio Fortunato Revista de apanhado da
promoção da no espaço Brasil de. Saúde trajetória da
saúde em práticas escolar através Coletiva. Educação em
pedagógicas. do programa Saúde no Brasil
Saúde na Escola. desde 1889 nos
discursos oficiais
da Primeira
República até o
século XXI.
2011 Educação e Monografia Promoção da FERREIRA, Fundação Aborda um
promoção da saúde nas Micherllaynne Oswaldo projeto
saúde nas escolas escolas do Alves Cruz implantado pelo
do município de município de autor em várias
Serra Talhada - Serra Talhada escolas do
PE município de
Serra Talhada
em Pernambuco
que tem como
nome “Minha
Escola é
Promotora da
Saúde” com
diversas
intervenções
educativas em
conjunto com a
gestão municipal
tendo como
objetivo
promover a
Educação em
Saúde nas
escolas.
2010 Escola, educação Artigo Representações SÁ-SILVA, Revista O estudo
em saúde e sociais sobre o Jackson Ronie Pesquisa em descreve as
representações ensino de et al. Foco representações
sociais: parasitoses. sociais de quatro
problematizando professoras da
as parasitoses educação infantil
intestinais. de uma escola
de São Luiz, no
Maranhão, onde
36

a partir de
exames
coproparasitológi
co com alunos
da escola, foram
aplicados
questionários
aos respectivos
estudantes a fim
de avaliar o que
eles entendem
sobre as
doenças
parasitárias.
2018 Populações Artigo Aplicação de um CARDOSO, ReonFacema Foi realizado um
negligenciadas e guia Biatriz Araújo et . guia
fatores metodológico al. metodológico a
socioeducacionais para prevenção ser aplicado no
: aplicação de um de infecções pelo distrito de
guia metodológico bacilo Murinin,
para tuberculose e transmissor da Benevides, Pará
parasitoses tuberculose e ao qual 65% da
intestinais. doenças infecto- população está
parasitárias para infectada com
uma população enteroparasitas
de ribeirinhos no para prevenção
Pará. da tuberculose e
doenças
transmitida por
parasitas
intestinais como
parte de uma
tese de
doutorado. Como
resultado
constatou-se que
na localidade há
a necessidade
de melhorias
socioambientais,
fortalecimento de
políticas públicas
existentes,
aumento de
cobertura na
saúde, reforço
educacional
continuado e
maior
participação dos
profissionais de
saúde, da gestão
e parcerias
intersetoriais em
prol do controle
de doenças
negligenciadas.
2016 Parasitoses Dissertação Parasitoses FREITAS, Universidade Foi realizado um
intestinais em de intestinais em Juliana Torres Federal estudo na
37

crianças com mestrado crianças com de Fluminense Associação


transtornos distúrbios Fluminense de
neurológicos neurológicos e Reabilitação
atendidas em uma seus fatores de (AFR) no bairro
instituição de riscos. de Icaraí, em
reabilitação em Niterói no Rio de
Niterói, RJ Janeiro que atua
na melhoria de
qualidade de
vida de crianças
com
necessidades
especiais onde
foram realizado
exames
laboratoriais com
essas crianças
bem como
questionários.
Procedeu-se os
exames e foram
detectados
parasitos
variados, porém
numa frequência
muito baixa e foi
identificado como
fator de risco
mães com grau
de escolaridade
igual a ensino
médio completo.
2016 Intervenção Monografia Redução da ROJAS, Universidade Foi realizado em
educativa voltada esquistossomose Adianet Federal de uma unidade
para prevenção no município de Hernandez Alfenas básica de saúde
das parasitoses Jundiá através de no município de
intestinais, em ações Jundiá, em
especial a educativas. Alagoas um
esquistossomose plano de
no município de intervenção
Jundiá, AL. educativa
visando diminuir
os casos de
esquistossomose
que são altos na
região.
2015 Programa Monografia Aplicação de um MADERO, Universidade Foi aplicado um
educativo de projeto de Amarilys Federal de projeto de
intervenção sobre intervenção na Alonso Minas Gerais intervenção na
parasitoses comunidade comunidade
intestinais aos Imburí do Inácio Imburí do Inácio
pais das crianças em Alagoas em Alagoas com
menores de 10 altos índices de
anos, na parasitoses
comunidade do dentre outras
Imburí do Inácio patologias devido
município Teotônio a precariedade
Vilela Estado no serviço de
Alagoas. abastecimento
38

de água visando
conscientizar os
moradores da
comunidade a
adotar hábitos
saudáveis a fim
de evitar mais
doenças na
localidade.
2008 Levantamento Artigo Parâmetros FREI, Cad. De Foi realizada
epidemiológico epidemiológicos Fernando; Saúde uma coleta de
das parasitoses vinculados às JUNCANSEN, Pública exames
intestinais: viés principais Camila & parasitológicos
analítico enteroparasitose RIBEIRO-PAES de fezes junto à
decorrente do s no Município de secretaria
tratamento Assis, São Paulo Municipal de
profilático Saúde no
município de
Assis, São Paulo
e submetidas à
análise pelo
método de
sedimentação
espontânea de
Hoffman durante
o ano de 2001
onde foi
constatada a
presença de
vários
enteroparasitas
nas amostras.
Também foram
coletados junto à
mesma
secretaria
medicamentos
para tratamento
de parasitoses
intestinais a fim
de analisar
vários dados
referentes a
pessoas que
fizeram uso da
medicação por
estarem
contaminadas
por
enteroparasitas
referentes aos
anos de 1990 e
1991 onde se
constatou uma
redução de
casos de
infecções devido
aos avanços no
saneamento
básico da região
39

durante o passar
dos anos.
40

6 DISCUSSÃO

Os resultados aqui apresentados mostram necessidade urgente de se trazer


para Escola discussão sobre parasitoses. Como dito anteriormente, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) reconhecem a importância dos conteúdos em saúde
com enfoque na realidade dos problemas sociais regionais. Com isso, devem ser
feitas abordagens de conteúdos como: reconhecimento das doenças parasitárias
associadas à falta de higiene com os alimentos; prevenção, tratamento e
identificação de doenças associadas à ingestão de água imprópria para o consumo;
principais sinais e sintomas das doenças transmissíveis mais comuns na realidade
do aluno (BRASIL, 2006).

A realidade epidemiológica e ambiental de Feira de Santana não é das


melhores. Santos et al. (1999) realizou entre os anos de 1993 a 1997 um estudo
num laboratório de análises clínicas utilizando 5370 amostras fecais de moradores
de diversos bairros periféricos da cidade de Feira de Santana e o resultado foi que
dessas amostras foi constatado pelo método Hoffman, Poms e Janer (sedimentação
espontânea (SANTOS et al., 1999, p. 57) que 6% das amostras coletadas
apresentavam um quadro de contaminação por E. histolytica, principalmente em
bairros mais carentes, como na zona rural, periurbana e bairros periféricos o que
denota uma precariedade nos serviços de infraestrutura de saneamento básico
desses bairros com uma grande quantidade de crianças “servindo-se de águas
poluídas, convivendo com lixo e fazendo suas necessidades ao ar livre” (SANTOS et
al., 1999, p. 58).

Em outro estudo Gomes et al (2009, p. 1), realizado por outros pesquisadores


também com moradores de bairros periféricos da mesma cidade, no mesmo
laboratório, a partir do mesmo ano (1993) porém em um período mais longo (até o
ano de 2009) e com um número maior de amostras fecais (25.423), foi detectado
uma proporção maior de indivíduos infectados por Entamoeba histolytica na cidade
(14,9%) o que pode denotar que houve uma piora no saneamento básico da cidade
após o período de 1998 a 2009 em que populações de bairros mais carentes se
tornaram mais sujeitas a infecções pelo parasito.
41

Segundo Queiroz, Sá & Assis (2004, p. 419), até 2002 a cidade de Feira de
Santana possuía menos de 40% das suas residências com esgotamento sanitário
eficiente, tendo seus dejetos despejados a céu aberto contaminando assim as
lagoas da cidade. Araújo et al. (2009, p. 5-6 ) em um estudo sobre casos de anemia
e eosinofilia em escolares do povoado Matinha dos Pretos, que pertence à região de
Feira de Santana detectou em 53,29% das amostras fecais parasitos variados,
dentre eles a E. histolytica (4,1%) no período entre maio de 2006 a Agosto de 2007.
Já Cerqueira et al. (2002) em um estudo anterior (1999 a 2000) na mesma
localidade encontrou uma frequência maior na proporção de pessoas infectadas pela
E. histolytica (17%) o que talvez tenha motivado estudos posteriores na mesma
região devido a alta proporção de indivíduos infectados por parasitas e anêmicos o
que possivelmente podem estar correlacionados.

Outro estudo bem interessante realizado em 2007 com 10.397 moscas


coletadas do Aterro Sanitário de Feira de Santana, Ribeiro (2008) descobriu que
esses insetos também são vetores de doenças parasitárias, tendo detectado nessas
amostras a presença de Entamoeba histolytica uma frequência de 1,4% comparado
a outros protozoários, helmintos e bactérias levando a conclusão que as pessoas
que convivem nessa área estão mais vulneráveis a esses organismos patogênicos
que em outros locais. Em outro estudo realizado no mesmo ano e no mesmo aterro,
Ribeiro et al (2008) realizou uma entrevista semiestruturada com moradores de 6
(seis) subáreas e em três delas houve relatos de infecções por E. histolytica em uma
frequência de 2, 5 e 6%, respectivamente (RIBEIRO et al. 2008, p. 88) em relação a
outros enteroparasitas e bactérias.

Em um estudo realizado entre Junho a Outubro de 2008 no bairro Homero


Figueiredo de Feira de Santana, Oliveira (2009) com moradores da região, foi
detectado em 407 amostras de fezes coletadas de moradores uma proporção de
73% casos positivos de infecção por helmintos e protozoários (OLIVEIRA, 2009, p.
33), sendo que 3% apresentaram cistos de Entamoeba histolytica, mesmo o bairro
possuído água encanada e esgoto.

Almeida, Santana & Silva (2012) em um estudo realizado entre 2010 a 2011
em populares da comunidade de São Cristóvão, em Tiquaruçu, distrito de Feira de
Santana, detectou em 349 amostras fecais 25,8% de parasitos intestinais dentre
eles a Entamoeba histolytica (1%). Esse estudo demonstrou que houve uma
42

redução nos quadros de infecções por este parasito em regiões rurais do entorno de
Feira de Santana, talvez devido a uma melhoria na infraestrutura de saneamento
básico da região. Isso é corroborado por um estudo realizado por Ribeiro & Farias
(2018) no qual aponta, através de dados do Sistema nacional de Informações Sobre
Saneamento (SNIS), que houve uma melhoria no sistema de abastecimento de água
e esgoto de Feira de Santana (Tabela 2), o que pode ter contribuído para a redução
de casos de infecções pelo parasito na região. Porem os autores salienta que a
prestação de serviços básicos como o de saneamento não acompanhou o
crescimento populacional da cidade que ocorreu de forma desordenada e sem um
planejamento adequado o que agravou ainda mais os problemas relacionados a
infraestrutura. Em outro estudo, Santo (2003, p. 13) ratifica essa expansão
desordenada a menor preocupação com o meio ambiente. Nesse processo de
degradação ambiental as lagoas da cidade foram as mais afetadas sendo
degradadas. Segundo a autora, “as águas subterrâneas, apesar de não ser mais o
principal manancial da cidade, continua a ser muito utilizada, porem sua qualidade é
extremamente duvidosa, pois apenas uma área da cidade dispõe de rede de esgoto”
(SANTO, 2003, p. 14). Isso nos remete a questão que foi proposta inicialmente sobre
a questão da contaminação do lençol freático e da sua utilização por parte da
população. O descarte do lixo também é outro problema, pois por ter sido
implantado a coleta de lixo no inicio da década de 90, na maioria das vezes a
população descarta em riachos e lagoas não sendo incomum caminhões de limpa
fossa também despejarem seus dejetos nessas áreas (SANTO, 2003, p. 15).

Tabela 2: índices de saneamento básico em Feira de Santana de 2012 a 2016.

Fonte: Snis, série histórica, apud RIBEIRO & FARIAS, 2018.


43

Outro estudo realizado por Crisóstomo et al. (2016) entre os períodos de 2011
a 2013 em uma unidade laboratorial de um distrito de Feira de Santana obteve um
percentual de 6,6% de indivíduos infectados pela E. histolytica no referido distrito o
que denota que ou houve um decréscimo na qualidade do saneamento básico nesse
hiato de tempo ou a qualidade do saneamento básico no município se distribui de
forma desigual.

Em outro estudo realizado entre 2015/2016 por pesquisados do laboratório


de análises clínicas da UEFS com moradores do bairro Mangabeira revelaram que
em 127 amostras de fezes desses moradores apenas 0,8% estavam contaminadas
com cistos de Entamoeba histolytica/díspar o que indica uma oscilação nos casos de
infecções por este parasito na cidade (Gráfico 1) em comparação com estudos
anteriores tendendo para uma diminuição dos casos devido ao crescimento em
infraestrutura de água, esgoto e coleta de lixo acompanhando uma tendência que
ocorreu na maior parte do Estado da Bahia (Figura 6).

Gráfico 1: frequência de casos conhecidos de infecções causadas por Entamoeba


histolytica na cidade de Feira de Santana durante o período de 1993 a 2016.

Fonte: próprio autor.

Porem não é por que houve certo avanço e uma diminuição na frequência de
casos envolvendo infecções pela E. histolytica na cidade devido a uma melhoria nas
condições de infraestrutura do saneamento básico da cidade que podemos nos
44

acomodar e considerar que a amebíase em Feira de Santana é coisa do passado,


até mesmo por que sua presença é um indicador de déficit no saneamento básico.
Cardoso et al. (2018, p. 975) destaca que “hábitos culturais da população são
fatores que favorecem o parasitismo”. Em seu estudo na comunidade de Murinin, no
Pará onde 65% dos moradores estavam contaminados com parasitas intestinais, ele
evidenciou problemas ambientais aos quais ele classificou como “estruturas
sanitárias inadequadas” como:

(...) os banheiros sendo compartilhados por outros cômodos como


cozinha; a água do poço possivelmente contaminada pela
proximidade com a fossa é a principal fonte de água; as áreas do
entorno das habitações são alagadas e as moradias não possuem
iluminação e ventilação adequadas (CARDOSO, 2018, p. 975).

Para Madero (2015, p. 14), há vários fatores de contribuem para a infecção


por enteroparasitoses e um deles é a falta de água que obriga muitas pessoas a
estoca-las em reservatórios caseiros de água muitas vezes contaminados; outro é a
falta de conhecimento, que faz com que as pessoas evitem recorrer ao atendimento
médico quando sentem dor de barriga recorrendo na maioria das vezes a chás
devido as suas crenças; o hábito de tomar banho em rios, muitas vezes poluídos
contribui para a infecção e a falta de ações de prevenção. Frei, Juncansen &
Ribeiro-Paes (2008, p. 2919) destaca que para que ocorra a infecção três fatores
devem ser levados em consideração: as condições do hospedeiro, o parasito e o
meio ambiente e assim pode-se dizer que a Entamoeba histolytica é um patógeno
oportunista que vive onde as condições sanitárias são precárias onde há pobreza se
aproveitando da baixa imunidade do sistema imunológico principalmente de crianças
e idosos que são mais suscetíveis ainda mais quando o indivíduo se encontra
subnutrido.

Segundo Castro & Baccochina (2017, p. 5), a amebíase está no rol das
doenças negligenciadas, e elas “em sua maioria, incapacitam ou levam ao óbito
milhares de pessoas, sendo uma das principais causas de morbimortalidade no
mundo”. Além do mais há muitos casos de doenças que foram consideradas
erradicadas e retornaram como foi o caso do surto de febre amarela que ocorreu
recentemente.
45

Para Moreira (2014, apud SILVA, 2019, p. 17), “a educação é a via mais
adequada para promoção da saúde no contexto da prevenção e erradicação das
doenças causadas por parasitoses”. A escola funciona como um importante pólo
disseminador de conhecimentos para a promoção da saúde individual e coletiva,
principalmente pelo fato das crianças serem o grupo que está mais suscetível de
adquirir doenças enterro-parasitárias (FREITAS, 2016, p. 1). Para Ferreira (2011, p.
10), a “promoção da saúde deve estar incluída no projeto político-pedagógico das
redes de ensino”, portanto é necessário que os professores incluam as parasitoses
como tema transversal abordando de acordo com a realidade dos seus alunos.

Figura 6: Proporção de população atendida por abastecimento de água, rede de esgoto e


coleta de lixo na Bahia.

Fonte: Censo populacional IBGE 1991 – 2000.

Porém, para Silva-Souza (2008, p. 8), o poder público também tem


responsabilidade de implementar medidas urgentes para o melhoramento das
condições sanitárias. De acordo com Grimes (2013, p. 91), as atividades
diferenciadas em educação são importantes para a prevenção, pois favorecem o
aprendizado, porém no caso de temas como parasitologia, devem ser associadas a
políticas socioeconômicas e ambientais. ROJAS (2016, p.) ressalta que as ações
educativas para erradicação de enteroparasitoses devem acontecer de forma
46

integrada entre vários setores da sociedade como escola, órgãos públicos,


associações de bairros, igrejas, comércio, indústria, dentre outros.

De acordo com Oliveira (2013, p. 16), a educação em saúde na escola


abrange atitudes e valores que levam o estudante um comportamento autônomo e
consciente em relação aos agentes que podem prejudicar tanto a sua saúde quanto
a das pessoas ao seu redor. A educação não se limita apenas a transmissão de
conhecimentos, mas a motivar o aprendizado, analisar as informações de forma que
possa tornar os estudantes capazes de adotar práticas baseadas no conhecimento.
Porém, para Sá-Silva (2010, p. 84), é importante que a escola priorize a educação
sanitária e os conceitos de higiene, ao invés de apenas abordar a importância dos
serviços de saneamento básico, apesar de que os autores não negam que isso seja
importante também.

Para Silva (1997, p. 14), é preciso romper com a concepção puramente


biológica da saúde e trazer para o contexto os determinantes sociais e a
responsabilidade do poder público, já que a escola sozinha não se responsabilizará
pela saúde, apenas tendo o papel de fornecer elementos para capacitar os cidadãos
para levar uma vida saudável. Ou seja, a tarefa maior de promover a saúde dos
indivíduos cabe ao poder público ao implementar políticas que visem melhorar a
qualidade de vida das pessoas a começar pela diminuição das desigualdades.

Carvalho (2015, p. 1208) tem essa aproximação da escola com a saúde como
algo positivo, pois pode ser uma estratégia para evitar que tais questões sejam
“medicalizadas” e se tornem demasiadamente dependentes das ofertas de serviços
médico-assistencial e assim fugir de uma perspectiva essencialmente higienista.
47

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo permitiu concluir que apesar dos consideráveis avanços na


infraestrutura do saneamento básico que a cidade de Feira de Santana obteve com
o passar dos anos e consequentemente da diminuição dos casos de infecções pelo
parasito Entamoeba histolytica, não devemos nos descuidar, pois ainda existem
muitas regiões da cidade sem um esgotamento adequado, esgoto a céu aberto e
com uma infraestrutura de saneamento básico que ainda não abrange a totalidade
do município cujo risco de contaminação por enteroparasitas ainda é uma realidade
e esses casos vêm oscilando de acordo com o negligenciamento nas politicas
sanitárias.

A presença de casos de amebíase é um indicador de melhora ou piora nas


condições de saneamento da população e de qualidade de vida e jamais deve ser
tratada com menosprezo pelo fato da cidade ter diminuído os casos de amebíase. A
Entamoeba histolytica é um organismo patogênico negligenciado pela maioria das
pessoas e inclusive pelas autoridades sanitárias e que se não for diagnosticado a
tempo pode causar danos irreversíveis ao organismo e levar o individuo á morte.

O estudo também constatou que é nos bairros periféricos mais pobres da


cidade de Feira de Santana e nos distritos, sobretudo nas zonas rurais que mais
carecem de infraestrutura de saneamento básico e pobreza são mais propícios a
casos de infecções por amebíase. É nessas zonas que deve ser realizado um
trabalho educacional mais efetivo de forma que se minimizem as doenças que os
moradores dessas localidades estão suscetíveis, sobretudo as crianças, que pelo
que foi constatado, é o grupo mais vulnerável às enteroparasitoses pelo fato de na
maioria das vezes estarem em contato com o chão e levando as mãos à boca.

As classes mais altas também não estão imunes, pois com a movimentação
para bairros mais afastados depois do anel de contorno como o bairro SIM elas
também passaram a se defrontar com problemas de infraestrutura precária devido
ao fato de passarem a moram em locais onde ainda se encontra em situação de
desenvolvimento e, portanto ainda conta com alguns problemas relacionados ao
esgotamento e água encanada que pelo fato de estarem em processo de expansão
não atendem de modo satisfatório passando muitas vezes a fazer uso de poços
48

tubulares que em alguns casos estão próximos de fossas sépticas favorecendo a


infecção.

Moradores de regiões próximas ao Aterro Sanitário da cidade também é um


grupo muito suscetível devido a grande presença de moscas nesses locais que são
potenciais transmissores de E. histolytica dentre outras enteroparasitoses. Além de
ações educativas é necessária uma ação maior do poder público que implemente
politicas publicas efetivas visando garantir a saúde das pessoas que vivem próximo
a essas localidades.

É esperado também que o presente trabalho sirva como ponto de partida


para futuras pesquisas relacionadas ao tema dado a escassez de estudos
relacionados ao assunto na região. Também se espera que os educadores se
sensibilizem com o tema a ponto de abordar o tema parasitologia dentro do seu
conteúdo escolar e medidas profiláticas a fim de que os alunos possam evitar
infecção por parasitos como a E. histolytica, além de outras doenças, sobretudo
aqueles que moram em bairros mais carentes e estão mais suscetíveis de serem
infectados.

A escola assume um papel muito importante na promoção da saúde e na


transformação de hábitos, pois funciona como um importante pólo de disseminação
de conhecimentos além do fato de estar em contato com indivíduos em processo de
desenvolvimento, sendo que infecções por enteroparasitas podem interferir no
desenvolvimento mental e rendimento escolar das crianças que é o grupo mais
suscetível a infecções por parasitoses, daí a importância dos professores abordarem
em sua grade curricular temas como parasitologia; importância do saneamento
básico; de lavar as mãos antes das refeições; de evitar consumir água de
reservatórios, mas se for fazê-lo, utilizar recipientes limpos e ferver a água antes de
consumi-la; de procurar atendimento médico quando sentir doente; da preservação
do meio ambiente, mas não de uma maneira apenas higienista e conteudista, mas
de uma forma que os alunos se envolvam no próprio aprendizado. Porém a escola
não deve estar sozinha nessa empreitada. É preciso também que outros setores da
sociedade façam a sua parte, principalmente o poder público.

Por termos ainda uma grande parcela da população com altos índices de
analfabetismo, é necessário que os professores de ciências e biologia abordem em
seus conteúdos conceitos de parasitologia, principalmente relacionados à
49

Entamoeba histolytica que é um dos principais parasitos patogênicos, assim como


medidas profiláticas. Também é importante fazer uso do lúdico, de metodologias de
aprendizado alternativas a fim facilitar o aprendizado e fazer com que os estudantes
adquiram afinidade com o tema e assim erradicar as enteroparasitoses fazendo com
que a escola se torne um local de formação de cidadãos críticos e participativos e
que busquem sempre melhorias na qualidade de vida para si e para a sua
comunidade cobrando sempre dos governantes água encanada e de qualidade;
coleta de lixo; sistema de esgotamento sanitário que cubra a todos e medidas que
visem a redução das desigualdades sociais pois somente alcançando uma qualidade
de vida melhor será possível erradicar permanentemente as enteroparasitoses.

Porém também devemos cumprir nossos deveres enquanto cidadãos,


evitando despejar dejetos em lagoas; fazer as necessidades a céu aberto; realizar
uma coleta seletiva de lixo, evitando jogá-los em qualquer lugar; não contaminar o
lençol freático; cuidar do meio ambiente, das lagoas da cidade além de outras ações
que contribuam para que haja erradicação de doenças parasitárias como a
amebíase e assim alcançarmos um bem estar que contemple a todos. E para isso
educação é a melhor forma de transformar a sociedade e é através dela que as
pessoas podem adquirir autonomia sobre sua saúde.
50

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