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VARIAÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS DE INSUMOS DO SINAPI: CABOS ELÉ-

TRICOS

VARIATION OF UNIT COSTS OF SINAPI INPUTS: ELECTRICAL CABLES

Adriano Renan Bernardino*


Aline Vilas Boas Rogenski**
Jair José dos Passos Junior
Vinícius Gulfetto Uliano
Lidiani Cristina Pierri
RESUMO
Esta pesquisa tem como propósito estudar a variação dos custos dos insumos obtidos na re-
gião de Florianópolis/SC, por meio de comparações realizadas entre cotações e o referencial
de preços SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil,
cujas datas-base utilizadas foram setembro de 2018 e outubro de 2020. Realizou-se também
um estudo de caso de reequilíbrio econômico-financeiro, devido às citadas variações de mer-
cado. Após a apresentação das informações, o leitor poderá perceber os reflexos da crise
econômica tanto no aumento abrupto de preços dos insumos, quanto na disponibilidade de
materiais para aquisição.
Palavras-chave: SINAPI, Orçamento, Preço Unitário.

ABSTRACT
This research aims to study the variation of the costs of the inputs obtained in the region of
Florianópolis/SC, by means of comparisons between quotations and the price reference
SINAPI - National System of Research of Costs and Indices of Civil Construction, whose
base dates September 2018 and October 2020 were used. A case study of economic and finan-
cial rebalancing was also carried out, due to the aforementioned market variations. After the
presentation of the information, the reader will be able to perceive the reflexes of the econom-
ic crisis both in the abrupt increase in prices of inputs, and in the availability of materials for
purchase.
Key words: SINAPI, Budget, Unit Price.

1 INTRODUÇÃO

A pandemia do COVID-19 apresentou, em 2020, mudanças muito significativas para


moldar nossa realidade. Com o transcorrer da pandemia, diversos setores econômicos e soci-
ais sofreram impactos, desencadeando uma série de preocupações, incluindo no setor da cons-
trução civil com aumento de preços nos materiais muito acima do índice inflacionário.
Conforme uma pesquisa realizada por Natalia Bourguignon (2020), na revista A Gaze-
ta, vários comerciantes viram suas vendas aumentar, mas, a indústria afirma que essa alta dos
preços podem atrapalhar nos lançamentos de novos empreendimentos e deixar as obras públi-
cas mais caras.

* Centro Universitário Estácio de Sá, Graduando em Engenharia Civil, adrianobernardino@gmail.com

** Centro Universitário Estácio de Sá, Graduando em Engenharia Civil, aline_rogenski@hotmail.com


Em uma publicação feita pela escritora Moreira (2020), onde menciona Paulo Barao-
na, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon),
onde diz que os aumentos tem sido surpreendentes e a consequência disso é muito ruim. Pro-
voca um desequilíbrio nos contratos de obras públicas, nos contratos industriais, nos lança-
mentos imobiliários que estão previstos para acontecer e nos que já estão em andamento.
Ainda nessa mesma publicação, Paulo Baraona (2020), relata a falta de material no
mercado, junto com a demanda, tem forçado os preços para cima. Ele afirma que essa escas-
sez é provocada por um desaquecimento na produção de insumos como o cimento e o aço,
que começou antes da pandemia, mas se intensificou desde então.

Conforme um levantamento feito em 2020 pela Câmara Brasileira da Indústria da


Construção (CBIC, 2020), a maioria dos itens da construção civil teve uma alta de até 10%.
(BENNETI, 2020).
Uma sondagem realizada pela colunista Estela Benetti em 2020 junto à NSC Total,
onde questionaram 462 empresas de 25 estados sobre a alta de preços realizadas no período
da pandemia, de março à julho de 2020. Apurou que no caso do cimento, 59% dos entrevista-
dos informaram um aumento de até 10% e 36% informaram uma alta superior 10%. Em Santa
Catarina, 56% das empresas ouvidas, reportaram alta de 10%, 28% das empresas tiveram rea-
justes acima de 10% no caso do aço. Já, os cabos elétricos subiram até 10% para 61% das
empresas e acima disso para 33% das empresas. (BENETTI, 2020)
Neste contexto, uma pesquisa realizada pela revista CIO From IDG (2020), mostra
que 61% das organizações tiveram o orçamento e projetos de 2020 impactado durante a crise
do COVID-19.
Ainda na revista CIO From IDG (2020), cita uma pesquisa do Gartner com 317 CFOs
e líderes financeiros em março de 2020, revelou que 62% estão planejando alguns cortes nos
orçamentos.
Desta forma, o objetivo geral desta pesquisa consiste em realizar um estudo que avalie
o reflexo no SINAPI da variação dos custos dos insumos devido a pandemia, bem como elen-
car um estudo de caso sobre reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato de obra públi-
ca.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Em 1969, foi implementado o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da


Construção Civil, nomeado de SINAPI, pelo Banco Nacional de Habitação - BNH, em parce-
ria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Mas, somente em 1994, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Ser-
viço - FGTS, publicou a resolução 161, onde havia a necessidade de impulsionar a uniformi-
zação dos procedimentos de análises de engenharia e um sistema nacional de acompanhamen-
to de custos, abrangendo toda a parte de saneamento, infraestrutura urbana e edificações.
(CAIXA, 2014).
O SINAPI é a base de referência para todos os processos de compra licitatórios da
administração pública mantidos e atualizados pela Caixa Econômica Federal - CEF juntamen-
te ao IBGE.
Conforme o Manual de Metodologias e Conceitos - SINAPI (2014), em 2012 foi cria-
da a American Association of Cost Engineering - AACE, que define a seção brasileira reco-
nhecida mundialmente como disseminadora de conhecimentos e boas práticas no setor de En-
genharia de Custos pode ser estabelecida como a área de prática da engenharia em que o jul-
gamento e a experiencia são utilizados na aplicação de técnicas e princípios científicos para o
problema da estimativa de custos, controle do custo e lucratividade.
No cotidiano, palavras como gastos, custos e despesas são usadas e/ou associadas à
ideia de valor. Os custos servem para que possamos determinar a utilização eficiente dos re-
cursos das empresas e analisar com cuidado as opções que possuem no processo. Esse método
é conhecido como custeio variável e é utilizado para fins gerenciais, onde fornece instrumen-
tos para auxiliar no processo de gerenciamento empresarial, e são alocados aos produtos que
variam diretamente com o volume de produção.
O critério do custo variável (ou direto) é aquele que só inclui no custo das opera-
ções, dos produtos, serviços e atividades, os custos diretos e variáveis. Para que um
custo (ou uma despesa) detenha as condições necessárias para compor o custo de um
produto, por exemplo, é necessário que esse custo seja facilmente identificado com
o produto, isto é, seja direto (onde não haja a necessidade de rateio) e que seja va-
riável diante da variabilidade de um indicador que represente o produto, a operação,
o processo, o componente ou a atividade. A finalidade principal do critério é a de-
terminação da contribuição marginal total ou unitária de cada objeto de custeio. Essa
informação tem um poder extraordinário, principalmente por que não é poluída pelo
trabalho de rateio, perigoso, porque às vezes inútil e até enganador (LEONE, 2000,
p. 405).

Segundo IBGE (2015) ocorreu uma queda do Produto Interno Bruto da Construção
Civil no primeiro semestre de 2015 de 7,6%. A consequência deste desaquecimento, sucedeu-
se a queda do volume de vendas e um déficit no faturamento, resultando em uma série de de-
missões neste setor.
De acordo com Santos Monteiro (2010), considerando esses fatores, devemos cada vez
mais elaborar um bom planejamento de obra, necessitando de um gerenciamento em todas as
etapas, principalmente na fase de projeto e concepção, para garantir uma boa execução e gerar
lucros.
Ter um controle efetivo sobre o preço da mercadoria, pagamento de impostos, despe-
sas com funcionários, entre outros gastos, podem afetar diretamente ou indiretamente na mar-
gem de lucro de uma empresa.
A superioridade competitiva de uma empresa está em sua maior ou menor habilida-
de em estruturar sua cadeia de valores, estabelecer um posicionamento estratégico
condizente com a realidade de seus negócios e gerenciar de forma eficaz os fatores
que direcionam os custos. Isso porque a globalização, caracterizada pelo mercado
dinâmico e turbulento e pelo avanço tecnológico, proporcionou um ambiente de
constantes mudanças, forçando as empresas a um grau maior de flexibilidade para
garantir a sobrevivência nesse contexto de alta competitividade. (Wernke, 2001,
p.64)

No mesmo contexto, Xavier (2008), cita que um bom orçamento de uma empresa ou
obra pode determinar resultado seja ele positivo ou negativo. Ele ainda cita que um erro no
orçamento promove falta de credibilidade e dispêndio a curto e médio prazo.
Xavier (2008), também afirma que para certificar que um orçamento seja eficaz, a co-
tação dos preços e insumos deve constantemente ser atualizados para ser um orçamento satis-
fatório.
Para Mattos (2006), a execução de um orçamento qualificado precede de critérios téc-
nicos bem estabelecidos e informações confiáveis, mesmo assim o resultado final ainda não
será exato e sim estimado.

§ 6º A diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos


custos unitários do SINAPI não poderá ser reduzida, em favor do contratado, em
decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária. (Lei de Dire-
trizes Orçamentárias - LDO, 2009, artigo 109).

No website do SINAPI, o orçamentista pode encontrar inúmeros serviços detalhados


em composições analíticas que possuem função de auxiliar o profissional a precificar os valo-
res globais das obras (CAIXA, 2020).
Por lei, todos as obras públicas que envolverem recursos federais, devem ter sua plani-
lha orçamentária levantada com os custos SINAPI. Desta forma, é razoável afirmar que mui-
tos acadêmicos, futuros engenheiros, terão contato com este referencial de preços ao longo de
sua vida profissional (CAIXA, 2020).
Vivemos em um mundo competitivo que torna evidente o dever de empresários terem
o total conhecimento de fatores específicos para o perfeito gerenciamento da execução de um
empreendimento. O processo de obtenção de mão-de-obra, materiais e equipamentos, são in-
dispensáveis para a construção de uma obra, trazendo-lhe qualidade satisfatória, execução
dento de uma prazo estabelecido, e que siga os custos de execução segundo o que foi previsto
em um orçamento bem elaborado (LIMA, 2000).
A elaboração de um orçamento traz ao profissional que executa, grandes responsabili-
dades e competências, para que ele seja realizado corretamente, aplicando os princípios da
engenharia de custos. É preciso saber elaborar e desenvolver o orçamento em curto período,
utilizando de processos executivos atuais, além de alcançar o menor e melhor preço (DIAS,
2011).
Concretamente seus alvos são os serviços de construção, focalizando a dinâmica de
processos, que correspondem a fluxos de materiais (consumos) e de trabalho (produ-
tividade e produção), fluxos financeiros, no tempo e no espaço, atendendo às neces-
sidades da tecnologia de construção (TAVES, 2014, p. 4).

Os serviços elencados no SINAPI envolvem fundações, pavimentações, serviços em


concreto armado e entre outras atividades, que tornam este referencial um dos mais conheci-
dos no Brasil (CAIXA, 2018b).
Para não gerar dúvidas para os orçamentistas devido a desoneração dos preços nas ta-
belas SINAPI e em outras tabelas de custos, utiliza-se o BDI. O BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas), é um componente que ajuda os orçamentistas da construção civil a constituir o
preço, levando em consideração aos custos indiretos.
Conforme THOMÉ (2016), o índice BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), é um ele-
mento orçamentário que ajuda o responsável pelos orçamentos da Construção Civil a compor
o preço de venda, levando em conta os custos indiretos.
Segundo Brenda Thomé (2016), o BDI é a ferramenta ideal para ajudar as empresas a
garantir um bom custo global e a cobrir as despesas da administração junto a margem de in-
certeza, fechando o preço final dos serviços considerando a realidade econômica do momento
e os diferenciais da obra. Em outras palavras, o BDI é o rateio do lucro mais os custos indire-
tos aplicados aos custos diretos.
Como o valor dos encargos sociais é incluso no custo da mão de obra, as composições
de preços se adaptaram para oferecer tabelas com versões de preço desonerado e não desone-
rado, também conhecido como custos indiretos e diretos (THOMÉ, 2016).
O preço não desonerado, é o preço da mão de obra que considera a contribuição previ-
denciária de 20% sobre a folha de pagamento. Já, o preço desonerado, é o preço da mão de
obra que não considera a contribuição previdenciária de 20% (THOMÉ, 2016).

3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Conforme a Lei 8.666/1993, que estabelece as normas gerais sobre a licitação e os


contratos administrativos firmados com empresas particulares. Está lei, rege as normas, prin-
cípios, procedimentos, modalidades e responsabilidades na condução dos processos licitatóri-
os (BRASIL, 1993).
Segundo Meirelles (1998, p. 237), podemos conceituar “licitação como sendo o pro-
cedimento administrativo, mediante o qual, a administração pública seleciona a proposta mais
vantajosa para a contratação do seu interesse.”
Cintra (2012) cita que licitar é o ato de oferecer o maior lance ou dar preço. Em outras
palavras, podemos dizer que a licitação é um processo administrativo formal, realizado por
administração pública dos Estados e Municípios, onde os interessados para a realização do
mesmo, apresentam propostas para a realização de oferecer bens e/ou serviços.
A Lei 8.666/1993, sendo atualizada pelas leis 9.649/1998 e 10.520/2002, rege a licita-
ção e os contratos administrativos, estabelecendo normas gerais, sendo que a última atualiza-
ção da lei, institui a modalidade pregão, para fornecimento de bens e serviços comuns (BRA-
SIL, 1993).

3.1 Conceitos da Licitação

“O processo licitatório, além de obedecer aos princípios constitucionais da legalidade,


impessoalidade, moralidade, probidade administrativa, publicidade e eficiência, deve, tam-
bém, obedecer aos princípios próprios de seu instituto” (Vasconcelos, 2017, p. 2).
Os princípios básicos referido no art. 3º da Lei 8.666/1993 são mostrados a seguir
(BRASIL, 1993).

Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do principio constitucional da


isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralida-
de, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação, ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
(Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010).

3.1.1 Principais Categorias da Licitação

De acordo com a Lei 8.666/1993, nos artigos 22º e 23º, são citadas cinco modalidades
de licitação, sendo elas: concorrência, tomada de preço, convite, leilão e concurso (BRASIL,
1993).
3.1.1.1 Concorrência

No parágrafo primeiro do artigo 22º da Lei 8.666/1993 (BRASIL, 1993):

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na


fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Conforme o Art. 23, da Lei 9.648/1998, concorrência para obras e serviços de enge-
nharia, é acima de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) (BRASIL, 1998).

3.1.1.2 Tomada de Preços

No parágrafo segundo do artigo 22º da Lei 8.666/1993 (BRASIL, 1993).

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente


cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.

Conforme o Art. 23, da Lei 9.648/1998 (BRASIL, 1998), tomada de preços para obras
e serviços de engenharia, é até de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais).

3.1.1.3 Convite

No parágrafo terceiro do artigo 22º da Lei 8.666/1993 (BRASIL, 1993).

§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao


seu objetivo, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em um número mínimo
de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação propostas.

Conforme o Art. 23, da Lei 9.412/2018 (BRASIL, 1998), convite para obras e serviços
de engenharia, é até de R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais).

3.1.1.4 Concurso

No parágrafo quarto do artigo 22º da Lei 8.666/1993 (BRASIL, 1993).

§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha


de trabalho técnico, científico, ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
empresa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinto) dias.

Cintra (2012, p.13), cita que o concurso exige ampla publicidade e o edital deve ser
publicado na imprensa oficial com antecedência. A comissão especifica os trabalhos e deve
ser composta por pessoas conhecedoras da matéria e sempre obedecendo os requisitos do ato
convocatório.
3.1.1.4 Leilão

No parágrafo quinto do artigo 22º da Lei 8.666/1993 (BRASIL, 1993).

§ 4º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de


bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendi-
dos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela
Lei nº 8.883/1994),

Cintra (2012, p.13), cita que o leilão exige publicação do edital e prazo de quinze dias
corridos anterior a sua realização, não exige cadastramento prévio de interessados e no edital
deve acompanhar o valor da avaliação do bem objeto do leilão, sendo este o valor do lance
inicial.

3.1.2 Alteração dos Contratos

A Lei de Licitações e Contratos 8.666/1993, estabelece a dispensa de realização de


procedimento licitatório em caso de desistência do licitante vencedor, desde que atenta a or-
dem de classificação e ofereça as mesmas condições do licitante vencedor (BRASIL, 1993).
No art. 24, inciso XI, da mesma, vemos que isso só se aplica quando houver parcelas
faltantes para executar, e não quando há má execução por parte do contratado anterior (BRA-
SIL, 1993).
Segundo o informativo TCU 310 citado na revista O Licitante (2016), “a contratação
direta de remanescente de obra, serviço ou fornecimento decorrente de rescisão contratual
(art.24, inciso XI, da Lei 8.666/1993), requer a manutenção das condições oferecidas pelo li-
citante vencedor, inclusive quanto aos preços unitários, e não apenas a adoção do mesmo pre-
ço global”. Em levantamento de algumas obras, é possível observar que os preços unitários
certas vezes geram prejuízo. Desta forma, em defesa das licitantes vencedoras, se torna dis-
pensável a conservação dos exatos preços. Parte do inciso XI do art. 24 da Lei 8.666/1993,
estabelece que a possibilidade de dispensa de licitação para contratação de remanescentes de
obra, e exige expressamente a manutenção das condições oferecidas pela licitante vencedora.
O art. 24, inc. XI, da Lei 8.666/1993 juntamente ao art. 64, § 2º do mesmo, trata-se das
hipóteses de dispensa de licitação na contratação de remanescente, é dispensada a licitação,
desde que seja atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço devidamente corrigido
(BRASIL, 1993).
A decisão interlocutória do Ministro Benjamin Zymler (2014), concluiu que “respeitar
os preços praticados no contrato anterior, que fora rescindido, constitui o requisito indispen-
sável pela contratação direta. Caso essa não fosse a intenção dos gestores públicos, deveriam
ter promovido novo certame, facultando a participação de outras empresas”.
Conforme a Lei 8.666/1993 destaca, é importante lembrar que, o novo contrato se vin-
culará às propostas do licitante vencedor não somente em relação ao preço, mas também, a
todas as condições ofertadas (BRASIL, 1993).
Algumas mudanças na Lei 8.666/1993 foram feitas para que aja redução de gastos
com a Administração Pública, essas mudanças vieram com a Medida Provisória nº 896/2019,
publicadas em 09 de setembro de 2019, em seu art 6º. Em termos práticos, a Medida Provisó-
ria 896/2019, acaba com a necessidade de publicação de avisos em jornais de grande circula-
ção. Essa medida reduz enormes gastos com a Administração Pública, pois, antes havia a ne-
cessidade de publicar avisos e extratos em jornais privados (BRASIL, 1993).
As mudanças da Lei 8.666/1993 publicadas em um breve resumo pelo site O Licitante
(2019), cita que além de excluir a obrigatoriedade que os avisos sejam publicados em jornais
diários de grande circulação e indicar a necessidade de divulgação no sítio eletrônico oficial,
também, foram feitas alterações no art. 34, substituindo a exigência de publicação em jornal
diário, com periodicidade mínima anual, pela divulgação por meio de sítio eletrônico oficial.
Conforme ARRUDA (2013), “a finalidade principal desses dispositivos é atender a
necessidade da Administração Pública com eficiência, e que, a situação tática ora proposta é
semelhante àquela tutelada pela Lei, disposto no art. 24, inc XI e 64, § 2º da Lei 8.666/1993
nos casos em que o licitante vencedor assina o contrato e desiste de executar a avença sem
nada ter executado.
Com a situação excepcional no ano de 2020, ocasionada pelo COVID-19, diversas
áreas foram afetadas, consequentemente, há uma nova ideologia a ser construída devida a tan-
tas incertezas.
Desde sempre, os contratos devem ser obedecidos como firmados, mas, com as mu-
danças no cenário atual, justifica o descumprimento dos exatos termos.
O Art. 65 da Lei 8.666/93, que atribui o risco dos Eventos Extraordinários, cita que os
contratos poderão ser alterados com as devidas justificativas, desde que seja de concessão de
serviços públicos, em seu inciso II, alínea "d" delimita o trecho a seguir (BRASIL, 1993).

Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos


do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,
serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-finan-
ceiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsí-
veis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução
do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.. (Lei nº 8.666/1993,
Art. 65, inciso II, alínea "d").

Maurício Portugal Ribeiro (2020), relata: “O esforço é de encontrar argumentos que


justifiquem compartilhar equanimemente os impactos da pandemia nos contratos administra-
tivos entre administração pública e os seus contratados”.
4 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consistirá na realização de comparações entre os custos


dos cabos elétricos de 2,5, 4 e 6 mm² das database do SINAPI de setembro de 2018 e outubro
de 2020, bem como confrontar com a média dos custos destes cabos coletados junto a três
fornecedores da região no período de realização desta pesquisa, com o foco em avaliar se o
referencial de preços tem retratado a realidade mercantil.
Não obstante, em caráter complementar, será realizado um estudo de reequilíbrio
econômico-financeiro de um remanescente de obra pública. No cenário atual, tal dispositivo
de revisão de custos tem se mostrado recorrente e tem proporcionado grandes aumentos nos
valores globais das obras.
Assim, será quantificado o impacto da crise financeira causada pelo coronavírus junto
aos insumos da construção civil, neste caso com os cabos elétricos elencados no parágrafo
anterior, por meio de avaliação das variações percentuais dos custos destes materiais e preci-
ficação destas mudanças na planilha da obra em questão.
4.1 Obtenção dos dados

A análise dos custos unitários teve como referência a seção de instalações elétricas da
planilha orçamentária de um remanescente de obra, contratado junto a administração pública.
A obra em questão é uma edificação localizada na Rua Edmundo da Luz Pinto, s/n, Florianó-
polis/SC.
A orçamentação desta planilha, por envolver recursos federais, embasou-se no refe-
rencial de preços SINAPI de Set/2018, desonerado. Não obstante, o orçamentista responsável
considerou um BDI de 29,79% e o desconto da primeira colocada no processo licitatório foi
de 21,66%.
Desta forma, para este estudo, elencou-se os cabos elétricos das seções de 2,5, 4 e 6
mm². Os custos unitários destes insumos referentes a database de Set/2018 e Out/2020 são
mostrados nas Tabelas 1 e 2, ao passo que as quantidades e valores praticados pela primeira
colocada no certame para os serviços de passagens dos supracitados cabos pelos eletrodutos
são informados na Tabela 3.

Tabela 1 - Custos Unitários dos Cabos Elétricos – SINAPI Set/2018


CUSTO
CÓDIGO UNITÁ-
SINAPI DESCRIÇÃO UNID RIO SI-
SET/2018 NAPI

CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-


1014 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 1,10
450/750 V, SECAO NOMINAL 2,5 MM2
CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-
981 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 1,98
450/750 V, SECAO NOMINAL 4 MM2

CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-


982 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 2,77
450/750 V, SECAO NOMINAL 6 MM2

Fonte: (CAIXA, 2018a)

Tabela 2 - Custos Unitários dos Cabos Elétricos – SINAPI Out/2020


CÓDIGO CUSTO
SINAPI DESCRIÇÃO UNID UNITÁRIO
OUT/2020 SINAPI

CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-


1014 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 1,65
450/750 V, SECAO NOMINAL 2,5 MM2
CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-
981 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 2,95
450/750 V, SECAO NOMINAL 4 MM2

CABO DE COBRE, FLEXÍVEL, CLASSE 4 OU 5, ISOLA-


982 CAO EM PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 CONDUTOR, M R$ 4,13
450/750 V, SECAO NOMINAL 6 MM2
Fonte: (CAIXA, 2020)

Tabela 3 – Informações da Planilha Orçamentária da Obra


ITEM QTD. VALOR VALOR TO-
DESCRIÇÃO UNID
PLAN. PLAN. UNIT. TAL

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISO-


LADO, 2,5 MM², ANTI-CHAMA
11.2 450/750 V, PARA CIRCUITOS TERMI- M 2200,00 R$ 2,74 R$ 6.028,00
NAIS – FORNECIMENTO E INSTA-
LAÇÃO. AF_12/2015

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISO-


LADO, 4 MM², ANTI-CHAMA 450/750
11.3 V, PARA CIRCUITOS TERMINAIS - M 1500,00 R$ 4,18 R$ 6.270,00
FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISO-


LADO, 6 MM², ANTI-CHAMA 450/750
11.4 V, PARA CIRCUITOS TERMINAIS - M 800,00 R$ 5,67 R$ 4.536,00
FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

TOTAL GERAL R$ 16.834,00

Fonte: (Dos autores, 2020).

Para traduzir em custos a atual realidade mercantil devido a fatores já elencados


na seção anterior, realizou-se 3 cotações destes cabos com fornecedores locais de materiais
elétricos, as quais estão mostradas na Tabela 4, e então se encontrou a média entre os valores.

Tabela 4 - Média dos Custos por Metro Linear dos Cabos.


FORNECEDOR 2,5 mm² 4 mm² 6 mm²

Fornecedor 1 R$ 1,96 R$ 3,46 R$ 5,22

Fornecedor 2 R$ 2,48 R$ 4,35 R$ 6,57


Fornecedor 3 R$ 2,79 R$ 4,41 R$ 6,43

MÉDIA R$ 2,41 R$ 4,07 R$ 6,07

Fonte: (Informações fornecidas por fornecedores, 2020)


Reunidas as informações preliminares, pode-se realizar um estudo sobre os custos
dos cabos elétricos elencados neste artigo, bem como evidenciar o reflexo pontual do reequi-
líbrio econômico-financeiro da supracitada obra.

4.2 Processamento dos dados

Inicia-se o processamento das informações com o agrupamento e comparação dos


custos unitários do SINAPI das datas-base propostas e a média dos custos dos cabos de cobre
flexíveis de 2,5, 4 e 6 mm², conforme Tabela 5.
Tabela 5 – Variação Percentual dos Custos.
VARIAÇÃO ENTRE
SINAPI SINAPI VARIAÇÃO MÉDIA DAS
SEÇÃO MÉDIA E SINAPI
SET/2018 OUT/2020 SINAPI COTAÇÕES
OUT/2020

2,5mm² R$ 1,10 R$ 1,65 50,00% R$ 2,41 46,06%

4 mm² R$ 1,98 R$ 2,95 48,99% R$ 4,07 37,97%

6 mm² R$ 2,77 R$ 4,13 49,10% R$ 6,07 46,97%

Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2020; CAIXA, 2018a)

Pode-se inserir a nova média de custos nas composições analíticas vinculadas a


cada item, as quais também consideram custos de mão de obra e fita isolante por metro linear
de cabo. Estas composições são mostradas a seguir nas Tabelas 6, 7 e 8.

Tabela 6 – Composição Analítica Atualizada – Cabo de Cobre Flexível 2,5 mm²


CUSTO CUSTO
COMP. CUSTO
DESCRIÇÃO UNID. QTD. UNIT. INS.
SINT. COMP.
INS. COMP.

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISOLADO,


2,5 MM², ANTI-CHAMA 450/750 V, PARA
91926 M - - - R$ 4,22
CIRCUITOS TERMINAIS – FORNECI-
MENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2015

CABO DE COBRE, FLEXIVEL, CLASSE 4


OU 5, ISOLACAO EM PVC/A, ANTICHA-
1014 M 1,190 2,41 2,87
MA BWF-B, 1 CONDUTOR, 450/750 V, SE-
CAO NOMINAL 2,5 MM2

FITA ISOLANTE ADESIVA ANTICHAMA,


21117 USO ATE 750 V, EM ROLO DE 19 MM X 5 UN 0,009 4,63 0,04
M

AUXILIAR DE ELETRICISTA COM EN-


88247 H 0,030 18,47 0,55
CARGOS COMPLEMENTARES

ELETRICISTA COM ENCARGOS COM-


88264 H 0,030 25,28 0,76
PLEMENTARES

Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)

Tabela 7 – Composição Analítica Atualizada – Cabo de Cobre Flexível 4 mm²


CUS-
COMP. CUSTO TO
CUSTO
SINTÉTI- DESCRIÇÃO UNID. QTD. UNIT. INS.
COMP.
CA INS. COMP
.
CABO DE COBRE FLEXÍVEL
ISOLADO, 4 MM², ANTI-CHAMA
91928 450/750 V, PARA CIRCUITOS M - - - R$ 6,63
TERMINAIS - FORNECIMENTO E
INSTALAÇÃO. AF_12/2015

CABO DE COBRE, FLEXIVEL,


CLASSE 4 OU 5, ISOLACAO EM
981 PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 M 1,190 4,07 4,84
CONDUTOR, 450/750 V, SECAO
NOMINAL 4 MM2

FITA ISOLANTE ADESIVA ANTI-


21117 CHAMA, USO ATE 750 V, EM ROLO UN 0,009 4,63 0,04
DE 19 MM X 5 M

AUXILIAR DE ELETRICISTA COM


88247 H 0,040 18,47 0,74
ENCARGOS COMPLEMENTARES

ELETRICISTA COM ENCARGOS


88264 H 0,040 25,28 1,01
COMPLEMENTARES

Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)

Tabela 8 – Composição Analítica Atualizada – Cabo de Cobre Flexível 6 mm²


CUS-
COMP. CUSTO
QTD TO CUSTO
SINTÉTI- DESCRIÇÃO UNID. UNIT.
. INS. COMP.
CA INS.
COMP.

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISO-


LADO, 6 MM², ANTI-CHAMA
91930 450/750 V, PARA CIRCUITOS TER- M - - - R$ 9,53
MINAIS - FORNECIMENTO E INS-
TALAÇÃO. AF_12/2015

CABO DE COBRE, FLEXIVEL,


CLASSE 4 OU 5, ISOLACAO EM
982 PVC/A, ANTICHAMA BWF-B, 1 M 1,190 6,07 7,22
CONDUTOR, 450/750 V, SECAO NO-
MINAL 6 MM2

FITA ISOLANTE ADESIVA ANTI-


21117 CHAMA, USO ATE 750 V, EM ROLO UN 0,009 4,63 0,04
DE 19 MM X 5 M

AUXILIAR DE ELETRICISTA COM


88247 H 0,052 18,47 0,96
ENCARGOS COMPLEMENTARES

ELETRICISTA COM ENCARGOS


88264 H 0,052 25,28 1,31
COMPLEMENTARES

Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)

Aplica-se o BDI de 29,79% e o desconto geral da licitação (21,66%), e então che-


ga-se em novos valores unitários para os serviços/composições que tratam do fornecimento e
instalação dos cabos elétricos elencados neste artigo, conforme mostrado na Tabela 9.
Tabela 9 – Valores Unitários Atualizados
COMP. CUSTO VALOR
SINTÉTI- DESCRIÇÃO UNID. UNITÁRIO UNITÁRIO
CA REEQ. REEQ.

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISOLADO, 2,5


MM², ANTI-CHAMA 450/750 V, PARA CIRCUITOS
91926 M R$ 4,22 R$ 4,29
TERMINAIS - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISOLADO, 4 MM²,


ANTI-CHAMA 450/750 V, PARA CIRCUITOS
91928 M R$ 6,63 R$ 6,74
TERMINAIS - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

CABO DE COBRE FLEXÍVEL ISOLADO, 6 MM²,


ANTI-CHAMA 450/750 V, PARA CIRCUITOS
91930 M R$ 9,53 R$ 9,69
TERMINAIS - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)

Desta forma, pode-se encontrar as variações monetária e percentual dos serviços


de passagem dos cabos de cobre flexíveis 450/750V de 2,5, 4 e 6 mm², no âmbito da obra lo-
calizada na Rua Edmundo da Luz Pinto, s/n, Florianópolis/SC, conforme mostrado na Tabela
10.

Tabela 10 – Variação monetária e percentual do Reequilíbrio Econômico-Financeiro


VALOR
COMP UNID VALOR VALOR VALOR VAR.
DESCRIÇÃO QTD. UNIT.
. SINT. . UNIT. TOT. TOT REEQ. %
REEQ.

CABO DE COBRE FLE-


XÍVEL ISOLADO, 2,5
MM², ANTI-CHAMA
450/750 V, PARA CIR- 2200,0
91926 M R$ 2,74 R$ 4,29 R$ 6.028,00 R$ 9.438,00 56,57%
CUITOS TERMINAIS - 0
FORNECIMENTO E
INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

CABO DE COBRE FLE-


XÍVEL ISOLADO, 4
MM², ANTI-CHAMA
450/750 V, PARA CIR- 1500,0
91928 M R$ 4,18 R$ 6,74 R$ 6.270,00 R$ 10.110,00 61,24%
CUITOS TERMINAIS - 0
FORNECIMENTO E
INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

CABO DE COBRE FLE-


XÍVEL ISOLADO, 6
MM², ANTI-CHAMA
450/750 V, PARA CIR-
91930 M 800,00 R$ 5,67 R$ 9,69 R$ 4.536,00 R$ 7.752,00 70,90%
CUITOS TERMINAIS -
FORNECIMENTO E
INSTALAÇÃO.
AF_12/2015

R$ 62,17
TOTAL GERAL R$ 27.300,00
16.834,00 %
Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)

Concluídas as avaliações das informações, parte-se para a seção de resultados e


discussões, a qual apontará abordagens conclusivas com relação ao tema abordado neste arti-
go.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Da comparação entre os custos unitários dos cabos de cobre flexíveis referentes às da-
tas-base do SINAPI Set/2018 e Out/2020, pode-se perceber um aumento de até 50% para cada
seção de condutor. Na mesma linha de raciocínio, percebe-se que a última database do SINA-
PI (Out/2020) não acompanha diretamente a realidade mercantil atual, pois a variação percen-
tual entre a média dos custos dos cabos e o último referencial chega a atingir 46%.
Logo, é possível concluir que mesmo em uma licitação cuja a data base do SINAPI
seja a mais recente, o percentual de lucro sobre serviços de passagens de cabos elétricos pode
estar severamente prejudicado ou se tornar prejuízo. Para tentar evitar tal situação, deve haver
uma boa negociação do valor de mão de obra em associação à obtenção de bons descontos
junto aos fornecedores de materiais elétricos ou mesmo, caso não haja saída, sugerir um ree-
quilíbrio econômico-financeiro do vínculo contratual.
No cenário de recomposição de custos da edificação localizada na Rua Edmundo da
Luz Pinto, s/n, Florianópolis/SC, pode-se perceber que para retomar o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, deveu-se recompor os valores dos serviços de passagens dos cabos es-
tudados em até 70,90%, dependendo da seção do condutor elétrico.
Embora tenham sido elencados apenas 3 seções de cabos de cobre flexível 450/750V
neste estudo, pode-se considerar este cenário de revisão de custos para grande parte dos insu-
mos das obras, pelo fato do aumento de preços ter sido vertiginoso ao longo da crise financei-
ra, não possuindo, para os itens estudados, reflexo na última data base publicada no SINAPI.
Assim, pode-se concluir que a pandemia do coronavírus afetou diretamente a constru-
ção civil, tanto nas obras públicas quanto privadas, acarretando problemas com a produção
dos insumos, atrasos de fornecedores, e por consequência gerando aumentos dos custos e pra-
zos das obras, inclusive com possibilidades de paralisação das atividades.
Ao final, sugere-se ao leitor a realização de novos trabalhos no âmbito da engenharia
de custos, visto que esta é uma temática atual e crescente, com o objetivo de contribuir para a
disseminação do conhecimento na construção civil e na engenharia em geral.

REFERÊNCIAS

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Licitação Assina o Contrato ou Instrumento Equivalente, porém Desiste de Executar o
Objeto sem Nada ter Executado - aplicação por Analogia do art. 24, inc. XI e art. 64, § 2º
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direta-do-remanescente-nos-casos-em-que-o-vencedor-da-licitacao-assina-o-contrato-ou-ins-
trumento-equivalente-porem-desiste-de-executar-o-objeto-sem-nada-ter-executado-aplicacao/
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cumentação – artigo em publicação periódica técnica e/ou científica - apresentação. Rio
de Janeiro: ABNT, 2018a;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e do-


cumentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2018b;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: informação e do-


cumentação – numeração progressiva das seções de um documento - apresentação. Rio
de Janeiro: ABNT, 2012;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação e do-


cumentação – resumo - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e do-


cumentação – citações em documentos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e do-


cumentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011;

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