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TRICOS
ABSTRACT
This research aims to study the variation of the costs of the inputs obtained in the region of
Florianópolis/SC, by means of comparisons between quotations and the price reference
SINAPI - National System of Research of Costs and Indices of Civil Construction, whose
base dates September 2018 and October 2020 were used. A case study of economic and finan-
cial rebalancing was also carried out, due to the aforementioned market variations. After the
presentation of the information, the reader will be able to perceive the reflexes of the econom-
ic crisis both in the abrupt increase in prices of inputs, and in the availability of materials for
purchase.
Key words: SINAPI, Budget, Unit Price.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Mas, somente em 1994, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Ser-
viço - FGTS, publicou a resolução 161, onde havia a necessidade de impulsionar a uniformi-
zação dos procedimentos de análises de engenharia e um sistema nacional de acompanhamen-
to de custos, abrangendo toda a parte de saneamento, infraestrutura urbana e edificações.
(CAIXA, 2014).
O SINAPI é a base de referência para todos os processos de compra licitatórios da
administração pública mantidos e atualizados pela Caixa Econômica Federal - CEF juntamen-
te ao IBGE.
Conforme o Manual de Metodologias e Conceitos - SINAPI (2014), em 2012 foi cria-
da a American Association of Cost Engineering - AACE, que define a seção brasileira reco-
nhecida mundialmente como disseminadora de conhecimentos e boas práticas no setor de En-
genharia de Custos pode ser estabelecida como a área de prática da engenharia em que o jul-
gamento e a experiencia são utilizados na aplicação de técnicas e princípios científicos para o
problema da estimativa de custos, controle do custo e lucratividade.
No cotidiano, palavras como gastos, custos e despesas são usadas e/ou associadas à
ideia de valor. Os custos servem para que possamos determinar a utilização eficiente dos re-
cursos das empresas e analisar com cuidado as opções que possuem no processo. Esse método
é conhecido como custeio variável e é utilizado para fins gerenciais, onde fornece instrumen-
tos para auxiliar no processo de gerenciamento empresarial, e são alocados aos produtos que
variam diretamente com o volume de produção.
O critério do custo variável (ou direto) é aquele que só inclui no custo das opera-
ções, dos produtos, serviços e atividades, os custos diretos e variáveis. Para que um
custo (ou uma despesa) detenha as condições necessárias para compor o custo de um
produto, por exemplo, é necessário que esse custo seja facilmente identificado com
o produto, isto é, seja direto (onde não haja a necessidade de rateio) e que seja va-
riável diante da variabilidade de um indicador que represente o produto, a operação,
o processo, o componente ou a atividade. A finalidade principal do critério é a de-
terminação da contribuição marginal total ou unitária de cada objeto de custeio. Essa
informação tem um poder extraordinário, principalmente por que não é poluída pelo
trabalho de rateio, perigoso, porque às vezes inútil e até enganador (LEONE, 2000,
p. 405).
Segundo IBGE (2015) ocorreu uma queda do Produto Interno Bruto da Construção
Civil no primeiro semestre de 2015 de 7,6%. A consequência deste desaquecimento, sucedeu-
se a queda do volume de vendas e um déficit no faturamento, resultando em uma série de de-
missões neste setor.
De acordo com Santos Monteiro (2010), considerando esses fatores, devemos cada vez
mais elaborar um bom planejamento de obra, necessitando de um gerenciamento em todas as
etapas, principalmente na fase de projeto e concepção, para garantir uma boa execução e gerar
lucros.
Ter um controle efetivo sobre o preço da mercadoria, pagamento de impostos, despe-
sas com funcionários, entre outros gastos, podem afetar diretamente ou indiretamente na mar-
gem de lucro de uma empresa.
A superioridade competitiva de uma empresa está em sua maior ou menor habilida-
de em estruturar sua cadeia de valores, estabelecer um posicionamento estratégico
condizente com a realidade de seus negócios e gerenciar de forma eficaz os fatores
que direcionam os custos. Isso porque a globalização, caracterizada pelo mercado
dinâmico e turbulento e pelo avanço tecnológico, proporcionou um ambiente de
constantes mudanças, forçando as empresas a um grau maior de flexibilidade para
garantir a sobrevivência nesse contexto de alta competitividade. (Wernke, 2001,
p.64)
No mesmo contexto, Xavier (2008), cita que um bom orçamento de uma empresa ou
obra pode determinar resultado seja ele positivo ou negativo. Ele ainda cita que um erro no
orçamento promove falta de credibilidade e dispêndio a curto e médio prazo.
Xavier (2008), também afirma que para certificar que um orçamento seja eficaz, a co-
tação dos preços e insumos deve constantemente ser atualizados para ser um orçamento satis-
fatório.
Para Mattos (2006), a execução de um orçamento qualificado precede de critérios téc-
nicos bem estabelecidos e informações confiáveis, mesmo assim o resultado final ainda não
será exato e sim estimado.
De acordo com a Lei 8.666/1993, nos artigos 22º e 23º, são citadas cinco modalidades
de licitação, sendo elas: concorrência, tomada de preço, convite, leilão e concurso (BRASIL,
1993).
3.1.1.1 Concorrência
Conforme o Art. 23, da Lei 9.648/1998, concorrência para obras e serviços de enge-
nharia, é acima de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) (BRASIL, 1998).
Conforme o Art. 23, da Lei 9.648/1998 (BRASIL, 1998), tomada de preços para obras
e serviços de engenharia, é até de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais).
3.1.1.3 Convite
Conforme o Art. 23, da Lei 9.412/2018 (BRASIL, 1998), convite para obras e serviços
de engenharia, é até de R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais).
3.1.1.4 Concurso
Cintra (2012, p.13), cita que o concurso exige ampla publicidade e o edital deve ser
publicado na imprensa oficial com antecedência. A comissão especifica os trabalhos e deve
ser composta por pessoas conhecedoras da matéria e sempre obedecendo os requisitos do ato
convocatório.
3.1.1.4 Leilão
Cintra (2012, p.13), cita que o leilão exige publicação do edital e prazo de quinze dias
corridos anterior a sua realização, não exige cadastramento prévio de interessados e no edital
deve acompanhar o valor da avaliação do bem objeto do leilão, sendo este o valor do lance
inicial.
A análise dos custos unitários teve como referência a seção de instalações elétricas da
planilha orçamentária de um remanescente de obra, contratado junto a administração pública.
A obra em questão é uma edificação localizada na Rua Edmundo da Luz Pinto, s/n, Florianó-
polis/SC.
A orçamentação desta planilha, por envolver recursos federais, embasou-se no refe-
rencial de preços SINAPI de Set/2018, desonerado. Não obstante, o orçamentista responsável
considerou um BDI de 29,79% e o desconto da primeira colocada no processo licitatório foi
de 21,66%.
Desta forma, para este estudo, elencou-se os cabos elétricos das seções de 2,5, 4 e 6
mm². Os custos unitários destes insumos referentes a database de Set/2018 e Out/2020 são
mostrados nas Tabelas 1 e 2, ao passo que as quantidades e valores praticados pela primeira
colocada no certame para os serviços de passagens dos supracitados cabos pelos eletrodutos
são informados na Tabela 3.
R$ 62,17
TOTAL GERAL R$ 27.300,00
16.834,00 %
Fonte: Adaptado pelos autores (CAIXA, 2018b)
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Da comparação entre os custos unitários dos cabos de cobre flexíveis referentes às da-
tas-base do SINAPI Set/2018 e Out/2020, pode-se perceber um aumento de até 50% para cada
seção de condutor. Na mesma linha de raciocínio, percebe-se que a última database do SINA-
PI (Out/2020) não acompanha diretamente a realidade mercantil atual, pois a variação percen-
tual entre a média dos custos dos cabos e o último referencial chega a atingir 46%.
Logo, é possível concluir que mesmo em uma licitação cuja a data base do SINAPI
seja a mais recente, o percentual de lucro sobre serviços de passagens de cabos elétricos pode
estar severamente prejudicado ou se tornar prejuízo. Para tentar evitar tal situação, deve haver
uma boa negociação do valor de mão de obra em associação à obtenção de bons descontos
junto aos fornecedores de materiais elétricos ou mesmo, caso não haja saída, sugerir um ree-
quilíbrio econômico-financeiro do vínculo contratual.
No cenário de recomposição de custos da edificação localizada na Rua Edmundo da
Luz Pinto, s/n, Florianópolis/SC, pode-se perceber que para retomar o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, deveu-se recompor os valores dos serviços de passagens dos cabos es-
tudados em até 70,90%, dependendo da seção do condutor elétrico.
Embora tenham sido elencados apenas 3 seções de cabos de cobre flexível 450/750V
neste estudo, pode-se considerar este cenário de revisão de custos para grande parte dos insu-
mos das obras, pelo fato do aumento de preços ter sido vertiginoso ao longo da crise financei-
ra, não possuindo, para os itens estudados, reflexo na última data base publicada no SINAPI.
Assim, pode-se concluir que a pandemia do coronavírus afetou diretamente a constru-
ção civil, tanto nas obras públicas quanto privadas, acarretando problemas com a produção
dos insumos, atrasos de fornecedores, e por consequência gerando aumentos dos custos e pra-
zos das obras, inclusive com possibilidades de paralisação das atividades.
Ao final, sugere-se ao leitor a realização de novos trabalhos no âmbito da engenharia
de custos, visto que esta é uma temática atual e crescente, com o objetivo de contribuir para a
disseminação do conhecimento na construção civil e na engenharia em geral.
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