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EP401E - Power System Analysis

Fluxo de Potência Linear

Robson Pires, D.Sc.

IEEE Senior Member, 2017


System Engineering Group - GESis
Institute of Electric Systems and Energy (ISEE)

Copyright@ 2022

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Fluxo de Potência Linearizado
Considerações Iniciais
A análise de contingência ocorre dentro do EMS avaliando cada
contingência possı́vel (geralmente todas as N-1) uma de cada vez.
Ou seja, parte-se de um caso de fluxo de potência resolvido
representando as condições atuais (do estimador de estado) e, em
seguida, realiza-se a avaliação de contingência da seguinte forma:
1. Se todas as contingências forem avaliadas, vá para 5.
2. Vá para a próxima contingência, remova o elemento e resolva
o caso de fluxo de potência;
3. Identifique se o desempenho é aceitável ou não, verificando
sobrecargas e tensões fora dos limites limites operacionais. Se
inaceitável, identifique ações preventivas ou corretivas;
4. Vá para (1);
5. Fim.

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Para um sistema de 50.000 barramentos, com talvez 2.000
contingências a serem avaliadas (muito menos do que todos os
N-1), se cada resolução de fluxo de potência exigir 10 segundos,
precisar-se-á de cerca de 5.5 horas em um computador seqüencial.
Certamente, o processamento paralelo pode sem empregado neste
problema de forma muito eficaz (por exemplo, 10 computadores,
cada um designado para executar 200 contingências, farão o
trabalho em cerca de 33 minutos). No entanto, o que seria mais
benéfico é se pudéssemos reduzir o tempo por contingência para
0.1 segundos em vez de 10. Então o computador sequencial requer
apenas 3.3 minutos e os 10 computadores paralelos requerem
apenas 20 segundos!
Portanto, nestas notas, examina-se de perto o fluxo de potência
linearizado, porque é esse método que forma a base para obter
respostas muito rápidas na avaliação de contingências.

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Hipóteses Simplificadoras
O fluxo de potência linearizado baseia-se nas seguintes hipóteses
simplificadoras aplicadas às equações de fluxo de potência:
1. As magnitudes de tensão nas barras do sistema de potência
são todas consideradas iguais a 1.0 pu;
2. As resistências e admitâncias transversais das linhas de
transmissão são supostas desprezı́veis;
3. As aberturas angulares dos ramos quase nunca ultrapassam os
30◦ , o que faz supor que são pequenas o suficiente para
justificar a aproximação:

sin(δi − δj ) ≈ (δi − δj ) [rad] (1)


Assim sendo, considerando-se as hipóteses listadas acima, as
relações entre os fluxos e injeções de potência ativa com os ângulos
das tensões nas barras são podem ser expressas como sendo:

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tij = bij × (δi − δj ) (2)


e
X
pi = tik (3)
k ∈ Ωi

onde
1
bij = (4)
xij
é a capacidade de transmissão da linha i − j e Ωi é o conjunto de
barras adjacentes à i-ésima barra. Isto posto, considere o sistema
teste apresentado em seguida.

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Exemplo - 1
Considerando o despacho de geração e parâmetros de redes
mostrado na Fig. 1. Determine os estados angulares da rede bem
como apresente o relatório de fluxo de potência nos respectivos
ramos.

Figura 1: Diagrama unifilar do sistema teste de 4 Barras.

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Então, fazendo uso da equação (3), resulta que:

p1 = b12 (δ1 − δ2 ) + b13 (δ1 − δ3 ) + b14 (δ1 − δ4 )


p2 = b12 (δ2 − δ1 ) + b23 (δ2 − δ3 ) + P2d
p3 = b13 (δ3 − δ1 ) + b23 (δ3 − δ2 ) + b34 (δ3 − δ4 ) + P3d
p4 = b14 (δ4 − δ1 ) + b34 (δ4 − δ3 )

ou ainda,

p1 = b12 (δ1 − δ2 ) + b13 (δ1 − δ3 ) + b14 (δ1 − δ4 )


p2 − P2d = b12 (δ2 − δ1 ) + b23 (δ2 − δ3 )
p3 − P3d = b13 (δ3 − δ1 ) + b23 (δ3 − δ2 ) + b34 (δ3 − δ4 )
p4 = b14 (δ4 − δ1 ) + b34 (δ4 − δ3 )

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que posta na forma matricial, resulta:


   
b12 + b13 + b14 −b12 −b13 −b14 δ1
 −b12 b12 + b23 −b23   δ2 
  δ3  =
   
 −b13 −b23 b13 + b23 + b34 −b34
−b14 −b34 b14 + b34 δ4

 
p1
 p2 − P2d 
= 
 p3 − P3d 
p4

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Logo, ao substituir os valores pertinentes, obtém-se:
     
30 −10 −10 −10 δ1 2
 −10 20 −10   δ2   1 
   = 
 −10 −10 30 −10   δ3   −4 
−10 −10 20 δ4 1

No entanto, quando avalia-se a expressão acima tomando o inversa


da matriz de coeficientes, descobre-se que a matriz é singular, ou
seja, não admite inversa. O problema aqui é que existe um
combinação nas 4 equações, implicando que uma das equações
pode ser obtida a partir das remanescentes. Por exemplo, se as
três linhas inferiores forem somadas e depois o resultado é
multiplicado por -1, obtém-se a linha superior (em termos do vetor
de injeção, isso é apenas dizer que a soma dos geração deve ser
igual à demanda).

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Para contornar esta aparente dificuldade, precisa-se eliminar uma
das equações e uma das variáveis. Então, escolhe-se eliminar a
primeira equação e definir a primeira variável, δ1 , como referência
angular. Fazendo isto, resulta:

   −1    
δ2 20 −10 1 −0.0250
 δ3  =  −10 30 −10   −4  =  −0.1500  [rad]
δ4 −10 20 1 −0.0250

ou ainda,
   
δ2 −1.4324
 δ3  =  −8.5944  [graus]
δ4 −1.4324

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Uma vez conhecidos os estados angulares das barras, os fluxos de


potência em cada ramo do sistema teste considerado podem ser
determinados, conforme mostra a Fig. 2 apresentada abaixo:

Figura 2: Fluxo de potência nos ramos do sistema teste de 4 Barras.

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