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Estação da Fé
Editor responsável: Renato Juneo
Revisão: Helen Bampi
Capa: Salvio Bhering
diagramação: Jasiene Guimarães
Impressão e Acabamento: Estação da Fé
ISNB 978856566244-4
13-04730 CDD-234
7 Introdução
9 Salmo 120 - Enfrentando a mentira
19 Salmo 121 - Enfrentando os perigos da jornada
27 Salmo 122 - Jerusalém e o tabernáculo sombra de Cristo e
Sua igreja
39 Salmo 123 - Enfrentando a hostilidade
49 Salmo 124 - Se não fosse o Senhor
59 Salmo 125 - Enfrentando a adversidade
71 Salmo 126 - Como viver sempre alegre
83 Salmo 127 - Deus em primeiro lugar
95 Salmo 128 - A felicidade do que teme a Deus
107 Salmo 129 - Enfrentando o abuso
121 Salmo 130 - Das profundezas
135 Salmo 131 - Como vencer o orgulho do coração
145 Salmo 132 - Abençoarei a tua geração
159 Salmo 133 - Quando os irmãos vivem unidos
E
ste livro é a exposição de uma série de salmos chamados
Salmos de Romagem, que tem início no Salmo 120 e vai
até o 134. É uma espécie de coleção de salmos dentro do
livro de Salmos. Como o nome sugere, eram salmos escritos para
serem entoados pelos peregrinos de Israel a caminho do Monte
Sião, em Jerusalém, para adorar no templo. Romagem, por sua
vez, significa uma peregrinação, uma caminhada com o objetivo
de visitar um lugar religioso. A Lei de Moisés mandava que os
judeus, pelo menos uma vez ao ano, fossem até Jerusalém, até o
templo, para adorar a Deus e fazer ofertas e sacrifícios. A alguma
das festas judaicas, o judeu tinha que comparecer; então, quando
chegava a época das festas, faziam-se caravanas de romeiros
judeus que saíam de toda parte na Palestina — e às vezes fora
dela — e caminhavam para Jerusalém levando animais para
serem sacrificados. Iam com as famílias, dormiam em tendas à
margem do caminho. Durante essas caminhadas, eles cantavam
esses salmos, do 120 ao 134. Cantavam outros também, mas
esses foram designados exatamente para aquela ocasião, por
isso é que eles são chamados de Salmos de Romagem. Era para
serem entoados durante a peregrinação que os judeus faziam até
Jerusalém.
O rei Davi escreveu pelo menos quatro desses salmos —
122, 124, 131 e 134 — e seu filho Salomão escreveu o 127; os
outros dez são anônimos. Os quinze salmos que compõem esta
coleção falam dos sentimentos do povo de Deus nas mais diversas
circunstâncias. Eles falam de angústia, esperança, confiança,
tristeza, alegria, dor, vingança, adversidade, queda pelo pecado,
confissão do pecado, tristeza pelos erros e reconciliação. Ou seja,
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SALMO 120
ENFRENTANDO A MENTIRA
faz com que o salmista olhe para aquela situação através de uma
perspectiva diferente.
Eu penso que este salmo se aplica muito bem a cada um
de nós que pelo menos uma vez na vida já passou por situação
parecida. Assim, vamos ver em primeiro lugar a situação
angustiosa do salmista, depois a oração que ele fez, em seguida
a maneira como ele posteriormente olha para a situação e o seu
lamento final, junto à sua decisão de perseverar em meio àquele
povo.
Ele diz no verso 2: Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e
da língua enganadora. Nisso, ele revela o que estava lhe trazendo
angústia. Havia pessoas que estavam mentindo sobre ele; é o que
lábios mentirosos quer dizer. Provavelmente se trata de pessoas
que estavam difamando o seu nome, caluniando, injuriando e
espalhando inverdades a seu respeito. Ele estava sendo alvo de
uma campanha de difamação e de assassinato de caráter, o seu
nome estava sendo vilipendiado, pessoas estavam falando dele,
e não estavam falando a verdade, porque provavelmente não
o conheciam ou porque estavam repetindo aquilo que haviam
ouvido.
Essas pessoas não queriam paz com ele (120.6-7); queriam,
na verdade, polêmica, porque ele diz que mora no meio de gente
que odeia a paz e que teima pela guerra, mesmo quando ele quer
ter paz com essas pessoas. Então ele pede a Deus: Senhor, livra-me
dos lábios mentirosos e da língua enganadora (120.2). O salmista
se vê ali naquela situação em que é alvo de mentiras, calúnias,
bajulação e falsidade.
Ele estava nessa situação terrível e, como tal, em uma
profunda angústia. Observe o verso primeiro: Na minha angústia
clamo ao Senhor, e ele me ouve. A palavra angústia aqui denota
alguém que está preso em uma jaula, ou seja, ele se sentia
encurralado, sem saída; ele olhava aquela situação toda e não
sabia o que fazer. Para onde quer que olhasse, não havia saída, as
mentiras e calúnias estavam aumentando e ele se sentia como que
prensado à parede.
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SALMO 120 - ENFRENTANDO A MENTIRA
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SALMO 120 - ENFRENTANDO A MENTIRA
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SALMO 120 - ENFRENTANDO A MENTIRA
você o responsável por isso ter acontecido? Por exemplo, será que
nas redes sociais você não está falando mal, criticando, espalhando
boatos e atacando uma pessoa? Ou mesmo pessoalmente, faz
fofoca, fala mal dos outros, comentando sobre os pecados e erros
das outras pessoas e criticando-as? Então, antes de você se colocar
no lugar do salmista, coloque-se no lugar do lábio mentiroso e
pergunte honestamente a Deus se você tem sido instrumento
do pecado para fazer com que essa situação ocorra no meio do
Seu povo. Como é que você está usando a sua língua? Porque
não são poucas as vezes em que situações são criadas exatamente
porque no meio do povo de Deus nós teimamos pela guerra, não
queremos promover a paz, e a melhor maneira de acabar com a
paz é você começar uma campanha de difamação.
Agora que fizemos isso, vamos inverter: somos o salmista.
Talvez você esteja sofrendo com uma campanha de difamação
ou sendo alvo de críticas e de mentiras. Talvez no trabalho, que é
um lugar onde facilmente — e especialmente se é um ambiente
hostil — um crente verdadeiro experimenta esse tipo de coisas,
lábios mentirosos e língua enganadora; talvez na escola, na
universidade ou na família, porque há parentes que nem sempre
vão conosco e sabemos como esse tipo de situação em família é
pior ainda. Há, ainda, o caso de pastores evangelistas, obreiros,
missionários, trabalhando em lugares hostis. É uma situação
muito comum. Não poucas vezes eles vão pregar o Evangelho em
um ambiente ou a um povo que é extremamente hostil, onde a
resistência ao cristianismo é muito grande.
O salmo nos ensina a clamar a Deus em nossa angústia:
Na minha angústia clamo ao Senhor, e ele me ouve. Lembra-nos
de que Deus responde às orações, como o salmista relata aqui.
Ensina-nos a não deixarmos o ressentimento nem a mágoa
entrarem e habitarem em nosso coração; lembra-nos de que nem
sempre Deus responde às nossas orações por livramento, tirando
o incômodo, como Paulo queria que Deus tirasse o espinho na
carne. Conscientize-se de que nem sempre Deus vai livrá-lo de
situações angustiosas como essa removendo a dor e a causa do
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sofrimento, porém Ele quer lhe dar graça para que você diga:
“Deus, eu entrego essas pessoas nas Tuas mãos e, mesmo que elas
busquem a guerra comigo, eu vou continuar a buscar e a promover
a paz”. É assim que a palavra de Deus nos ensina como combater
o mal: é vencer o mal com o bem, é vencer a mentira, a crítica e
a fofoca com oração e busca de paz, e não com ressentimento e
amargura.
Quero finalizar dizendo que este salmo pode ser considerado
— e tem sido considerado por muitos — como sendo um salmo
messiânico, porque quem é que passou por isso de forma perfeita
senão o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo? Ele foi caluniado,
vilipendiado, traído, levantaram mentiras e injúrias contra Ele e
finalmente O mataram. Ele falava de paz, mas onde Ele andava
os inimigos iam contra Ele e queriam destruí-lo, por mais que
Ele falasse de paz e do Reino de Deus. Muitos estudiosos acham
que este salmo expressa os sentimentos do Messias, que, mesmo
que estivesse entre nós, foi como um estrangeiro, hostilizado,
perseguido, veio para o que era Seu, e o Seus não O receberam. E
é unido a Ele que você poderá enfrentar essa situação. Não tente
viver isso pelo seu esforço próprio, porque você não vai conseguir.
A nossa reação, quando as mentiras chegam, quando a calúnia e a
crítica se aproximam, é reagir, defender-nos da mesma forma e às
vezes de forma até mais intensa. Você só o conseguirá tendo paz,
humildade, pagando o mal com o bem, orando pelos inimigos e
esperando na graça de Deus mediante Jesus Cristo.
Este salmo, portanto, é um incentivo para que nós
andemos com o Senhor Jesus, que enfrentou e venceu esse tipo
de situação. Por isso, as grandes perguntas que este salmo nos faz
são: estamos unidos a Cristo? É dele que tiramos o poder para
viver neste mundo? Reagimos a essas coisas como Ele reagiu? O
espírito dele habita em nós e nos capacita a viver dessa forma? São
perguntas para que nós nos examinemos e vejamos como é que
reagimos à mentira, à calunia e à fofoca que vêm contra nós. Este
salmo nos mostra como devemos fazer: em oração e dependência
de Deus, perseverança na busca da paz e da reconciliação.
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SALMO 120 - ENFRENTANDO A MENTIRA
ORAÇÃO:
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SALMO 121
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SALMO 121 - ENFRENTANDO OS PERIGOS DA JORNADA
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SALMO 121 - ENFRENTANDO OS PERIGOS DA JORNADA
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SALMO 121 - ENFRENTANDO OS PERIGOS DA JORNADA
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ORAÇÃO:
JERUSALÉM E O TABERNÁCULO
SOMBRA DE CRISTO E SUA IGREJA
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SALMO 122 - JERUSALÉM E O TABERNÁCULO
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SALMO 122 - JERUSALÉM E O TABERNÁCULO
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SALMO 122 - JERUSALÉM E O TABERNÁCULO
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SALMO 122 - JERUSALÉM E O TABERNÁCULO
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ORAÇÃO:
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SALMO 123
ENFRENTANDO A HOSTILIDADE
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SALMO 123 - ENFRENTANDO A HOSTILIDADE
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SALMO 123 - ENFRENTANDO A HOSTILIDADE
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nossos pecados, para que sejamos sal e luz aqui neste mundo
tenebroso.
ORAÇÃO:
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SALMO 124
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SALMO 124 - SE NÃO FOSSE O SENHOR
cidades e ele teria que partir. Saul, então, foi obrigado a desistir
e voltar para resolver os problemas. Foi a libertação de Deus a
Davi, que certamente seria morto naquele encontro que parecia
inevitável.
Mas também há um outro episódio na vida de Davi em
que ele poderia ter escrito este salmo. Foi quando o filho dele,
chamado Absalão, se revoltou contra o seu pai e quis tomar
o trono de Israel, liderando um golpe de Estado contra o seu
próprio pai. Quando Davi viu que Absalão vinha e que já tinha
os militares ao seu lado e os influentes e políticos, fugiu pela porta
dos fundos da cidade e foi embora, juntamente com a sua tropa.
Porém, deixou um conselheiro amigo chamado Husai no palácio.
Assim, quando Absalão tomou o palácio e reuniu todos, Husai
estava no meio.
Absalão, agora rei, perguntou aos conselheiros o que
deveria fazer com seu pai, que estava fugindo e estava para
atravessar o Rio Jordão. Então um conselheiro disse que teriam
que matar Davi, aproveitando que ele estava fraco e cansado.
Porém, Husai disse que esse conselho não era bom, porque Davi
poderia se revoltar e destruir o exército do filho. O melhor a fazer
seria deixá-lo atravessar o rio, acampar e, à noite, quando estivesse
tranquilo e descansado, o atacariam de surpresa. O rei resolveu
que o conselho de Husai era melhor. Isso foi o que livrou Davi,
o conselho daquele homem que estava no palácio, senão Davi
teria sido de fato destruído naquela noite. Se Deus não estivesse
ao lado de Davi quando os homens se levantaram contra ele, ele
teria sido aniquilado.
Nós não sabemos exatamente em qual dessas situações
este salmo foi escrito, e nem mesmo se foi escrito em uma outra
situação similar. O que sabemos é que houve pelo menos três
momentos na vida de Davi em que Deus efetuou um grande
livramento, Deus o livrou do perigo. O salmo é a respeito disso e
de que Deus está ao lado do Seu povo e intervém em sua salvação.
Mais tarde, este salmo foi adicionado aos cânticos dos
peregrinos a caminho de Jerusalém. Este salmo também é muito
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SALMO 124 - SE NÃO FOSSE O SENHOR
Deus, pela aliança que Ele fez com Seu filho Jesus Cristo, porque
Jesus morreu e derramou Seu sangue pelo povo de Deus. Essa é
a doutrina fundamental do cristianismo, ou seja, é a partir disso
— de que Deus está do nosso lado — que nós podemos falar de
salvação, de vida eterna, perdão de pecados, do mundo vindouro
e de todas as bênçãos que Deus preparou para nós.
Nos versos de 3 a 5, Davi relata o que aconteceria se Deus
não estivesse do nosso lado: Não fosse o Senhor, que esteve ao nosso
lado, quando os homens se levantaram contra nós, e nos teriam
engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; as águas nos
teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente;
águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma. Ele usa três
figuras para descrever o que é que aconteceria conosco se Deus
não estivesse ao nosso lado: a metáfora1 de um terremoto — nos
teriam engolido vivos —, a terra se abrindo e as pessoas caindo
vivas na fenda que depois se fecha. No Antigo Testamento, há
pelo menos uma ocasião em que isso aconteceu, Deus fendeu
a terra e os inimigos do povo dele foram engolidos vivos (Nm
16.30-33).
A segunda figura que ele usa está ainda no verso 3: quando
a sua ira se acendeu contra nós. A ira se acendeu, a raiva ficou
tão intensa como uma fornalha, como fogo, que a tudo destrói,
que a tudo devora. Já a terceira figura está nos versos 4 e 5: as
águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a
torrente; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma. Se
o Senhor não estivesse ao seu lado, eles teriam sido destruídos,
como aqueles que perecem debaixo de uma grande inundação.
Essas três figuras, o terremoto, a fornalha e a inundação,
ilustram os perigos que nós passamos aqui nesta vida, e não
somente os perigos materiais, o risco físico, mas especialmente
os riscos e as ameaças espirituais. Temos que lembrar que essas
coisas têm uma aplicação espiritual e que, de todos os perigos que
podem nos cercar, o maior de todos é o perigo espiritual, aquele
que representa uma ameaça à nossa alma e ao nosso destino
eterno.
1 A metáfora é uma ilustração tirada da vida diária para ilustrar ou deixar claro um ponto espiritual.
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maior que Deus quer para nós nem sempre está na segurança
financeira, na saúde física, no bem-estar neste mundo, mas é
Deus usando tudo isso para o nosso bem.
O apóstolo Paulo, por exemplo, reconheceu essa verdade,
após sofrimento intenso: E, para que não me ensoberbecesse com a
grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro
de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa
disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele
me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para
que sobre mim repouse o poder de Cristo (2Co 12.7-9). Não fora
Deus que estivesse ao lado do apóstolo Paulo, aquele espinho na
carne o teria destruído. Mas Deus atendeu à oração dele, não ao
tirar o espinho, porém dando graça para que ele pudesse suportar.
Assim também aconteceu com nosso Salvador lá no Getsêmani.
Ele pediu ao Pai que passasse dele aquele cálice, mas Deus negou
e deixou que o Seu próprio filho fosse levado à cruz e padecesse
aquela agonia. Ele tinha um propósito maior em tudo aquilo, que
era a redenção do Seu povo. Se Deus não estivesse ao nosso lado,
o Senhor Jesus não teria sido fortalecido para suportar a agonia
da cruz e morrer por nós, para que tivéssemos redenção. Assim,
o fato de termos Deus ao nosso lado não significa que vamos ter
uma vida isenta de problemas aqui. Significa que Ele vai usar isso
para o bem maior, que é o crescimento espiritual, para que nós
sejamos mais e mais parecidos com Ele.
A maior libertação de todas que Deus pode nos dar é dos
perigos eternos, espirituais. É Deus quem nos livra de Satanás.
Não é interessante que no Novo Testamento essas metáforas que
eu citei anteriormente são aplicadas a Satanás? Por exemplo,
Pedro diz aos seus leitores: Amados, não estranheis o fogo ardente
que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma
coisa extraordinária vos estivesse acontecendo (1Pe 4.12). Esse fogo
ardente, no contexto de Pedro, é instigado pela ação de Satanás
promovendo perseguição contra o povo de Deus. Quem é que
é chamado de leão que ruge e anda ao redor do povo de Deus?
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ORAÇÃO:
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SALMO 125
ENFRENTANDO A ADVERSIDADE
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SALMO 125 - ENFRENTANDO A ADVERSIDADE
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SALMO 125 - ENFRENTANDO A ADVERSIDADE
não lance mão da iniquidade, para que ele não desista e queira
proceder como o ímpio, como o injusto e o corrupto, porque não
acredita mais que há diferença entre servir a Deus ou não.
No Novo Testamento, encontramos duas passagens que
são bem parecidas com essa. Uma delas é no sermão escatológico
de Jesus, em que o Senhor se referiu à grande tribulação, que é um
período de grande adversidade que um dia virá sobre o povo de
Deus. Ele disse que, se Deus não abreviasse aqueles dias, ninguém
se salvaria. Se Deus não abreviasse o tempo do sofrimento, da
adversidade e da provação, nem os eleitos suportariam (Mt
24.22).
Já a outra passagem é do apóstolo Paulo, em 1Coríntios
10.13: Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus
é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de
sorte que a possais suportar. Em outras palavras, o salmista está
dizendo: “Aguente mais um pouco, Deus é que sabe a medida,
Deus sabe o tempo, e Ele não vai permitir que o cetro do ímpio
permaneça sobre o justo, para que o justo não lance mão à
iniquidade”. Queremos nos livrar da adversidade logo, desejamos
que ela vá embora prontamente, mas Deus tem um propósito
com tudo isso!
E aqui está essa garantia, que é a terceira promessa do
salmo: quem está no controle é Deus, e não o ímpio, apesar
de ele ter o cetro. No tempo de Deus, Ele vai remover o poder
da adversidade, para que você não se corrompa. São essas três
promessas que nós devemos lembrar no tempo da adversidade.
Nós temos um grande Deus que está no controle de todas as
coisas, que sabe o que podemos suportar. O alvo dele não é
que nós aqui vivamos uma vida tranquila e confortável, mas
que permaneçamos fiéis a Ele, firmes em nossa fé e em nossa
confiança.
A segunda atitude que o salmo nos recomenda —
lembrando que a primeira é confiar nas promessas de Deus — é
orar em meio à adversidade (125.4). O salmista agora, depois
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SALMO 125 - ENFRENTANDO A ADVERSIDADE
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que seja como o monte Sião, que não se abala, que confia no
Senhor que o cerca, como as montanhas cercam Jerusalém. Que
o povo de Deus confie na promessa dele de que a tentação vai ser
somente por um tempo e que Ele sabe o nosso limite e vai dar o
escape também para que o Seu povo permaneça firme para todo
o sempre.
Eu termino destacando três coisas que este salmo
nos ensina. Primeira, que o povo de Deus enfrenta muitas
adversidades. É fato, começou em Israel, debaixo do domínio
pagão, depois os cristãos sob o Império Romano, depois os
cristãos na época moderna, sob os regimes totalitários, como os
regimes islâmicos, o cristão no ambiente de trabalho, na própria
família, na sociedade moderna, com leis que o expulsam mais e
mais da esfera pública, que influenciam a sua maneira de criar
os filhos, a sua visão de família e de sexualidade. A Igreja vive
debaixo de adversidade desde o dia em que nasceu. Essa é a
nossa jornada aqui. Somos peregrinos em um mundo hostil, não
somos daqui, estamos aqui, mas não pertencemos aqui, a nossa
pátria é celestial. Neste mundo, vamos enfrentar adversidades, há
inimigos por todos os lados. Então, se você pensa no cristianismo
ou que ser cristão é algum tipo de religião que tem como objetivo
beneficiá-lo aqui neste mundo e que Deus vai lhe recompensar
dando tranquilidade, paz e segurança, você tem uma concepção
errada de cristianismo.
A segunda lição que desejo destacar neste salmo é que
Deus firma, protege e livra o Seu povo. Deus não vai impedir que
o sofrimento e a adversidade venham, mas vai nos sustentar para
que não caiamos nas provações. É o que chamamos em teologia
de perseverança dos santos. Aqueles a quem Deus amou, chamou,
justificou, por quem Cristo morreu e em quem o Espírito Santo
habita jamais decairão da graça, jamais abandonarão a fé em
Deus, mesmo que passem por muitas adversidades e tribulações.
E não é por mérito deles, é porque Deus os cerca, os protege
e os livra aqui neste mundo. Os que são de Deus haverão de
perseverar mesmo em meio a tantas provações, ainda que haja
momentos de adversidade, de questionamento e de dúvida.
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ORAÇÃO:
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SALMO 126
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nos dará a vida eterna, e a morte será banida, quando Ele nos
dará não uma posse em alguma parte deste planeta como deu a
Israel, mas nos dará um novo céu e uma nova terra, onde habita
a justiça; quando estaremos com Ele para todo o sempre, com o
Senhor Jesus, o amado da nossa alma, quando nunca mais haverá
dor, aflição, doença, angústia e depressão. Nós oramos e olhamos
para aquele dia, e o nosso coração se alegra, porque temos certeza
disso. Nós vivemos na esperança certa de que um dia Deus vai
fazer tudo isso conosco. Por isso, ao olharmos para trás e para
frente, o nosso coração se enche de júbilo, ainda que no presente
nós tenhamos que semear com lágrimas, ainda que no presente o
nosso coração se encha de temores e de expectativas. Ainda assim
nós oramos: “Ó Deus, cumpre o que o Senhor prometeu, traz o
reino eterno, manda o Teu filho, liberta o mundo do cativeiro do
pecado, glorifica os que são Teus, manda aquela colheita plena”.
E, enquanto não chega aquele dia aqui neste mundo, servimos a
Deus falando dele para os povos. Deus fez grandes coisas por nós,
de fato, por isso estamos alegres e servimos a Ele, aguardando o
dia da libertação.
Eu finalizo este capítulo com duas palavras de aplicação
prática. Primeiro, quero perguntar a você com toda a franqueza:
em que se baseia a sua alegria? O que faz você alegre? Quero
que você pense nisso. O que dá mais alegria a você? Talvez uma
pessoa, uma conquista pessoal, um carro que você adquiriu, uma
casa que você comprou, um projeto de viagem que você tem, a
conclusão do seu curso, seu namorado, seus filhos? O que lhe
enche de alegria?
Todas essas coisas materiais vão passar, um dia você vai
perder a sua mocidade, um dia você vai perder a sua beleza, a
sua saúde, o seu cônjuge, talvez até perca filhos, talvez perca
propriedades, tudo aquilo em que seu coração se foca como razão
de alegria aqui neste mundo. Todas essas coisas são passageiras,
todas elas são secundárias. A única razão, a única fonte verdadeira
de alegria, é Deus e a Sua obra por nós, o que Ele fez por nós em
Cristo, aquilo que Ele faz e aquilo que Ele fará.
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SALMO 126 - COMO VIVER SEMPRE ALEGRE
ORAÇÃO:
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feixes de júbilo, para que o nosso coração fique em festa e que nós
possamos mostrar ao mundo que, em meio ao desespero que nos
cerca, há motivo de alegria em um grande Deus que nos liberta e
fez por nós muito mais do que podemos pensar ou contar.
Enche-nos do Teu espírito, lembrando que o fruto do
espírito é a alegria e a paz. Ó Deus, nós queremos agora pedir
perdão ao Senhor por deixar que a tristeza, o pessimismo, o
desânimo, a desesperança, a murmuração e a reclamação encham
o nosso coração, aquele ressentimento e amargura que já duram
anos. Senhor, perdoa-nos, porque nem lembramos mais o que é
a alegria da salvação.
Enche de alegria o nosso coração, como a torrente que cai
sobre o Neguebe. Dá-nos, ó Deus, a alegria da salvação, para que
sejamos um povo alegre, o povo mais feliz deste planeta. Abençoa
a Igreja e que os Seus membros possam encontrar em Ti motivo
de regozijo em todas as coisas. Ó Deus, ouve a nossa oração.
Eu oro pelos aflitos e abatidos. Ergue-os, ó Deus, restaura
a sua sorte e que eles possam olhar para Ti e encher o coração de
gozo na presença do Senhor. É o que te pedimos por amor de
Jesus. Amém.
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SALMO 127
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SALMO 127 - DEUS EM PRIMEIRO LUGAR
vão. É isso que o salmo nos ensina, que, se Deus não estiver
conosco, nada do que nós fizermos aqui terá alguma valia.
E este salmo ensina essa verdade em quatro situações da
vida: a edificação de uma casa, a proteção de uma cidade, o ganho
do sustento e a importância da família.
Vejamos, agora, cada uma delas detalhadamente.
A primeira situação, que provavelmente deu origem ao
salmo, é a edificação de uma casa: Se o Senhor não edificar a casa,
em vão trabalham os que a edificam (127.1). A primeira referência
parece ter sido à construção da casa do Senhor, o templo, por
parte de Salomão. E Salomão estava muito bem consciente desse
fato. Ele tinha riquezas, tinha pessoas hábeis para construir a casa,
os povos amigos e aliados tinham mandado artífices, madeira e
pedras preciosas; o próprio rei Davi havia deixado muito material
e muita riqueza para que o seu filho Salomão construísse o
templo. Porém, Salomão sabia que, se Deus não edificasse a casa,
em vão ele estaria trabalhando, juntamente com todos os seus
empregados, para o desempenho da casa do Senhor.
Esse princípio se aplica à reconstrução ou à construção de
qualquer casa ou de qualquer projeto na vida. Se o Senhor não
edificar a casa, em vão nós trabalhamos. O que significa edificar
em vão se Deus não estiver conosco? Primeiro, pode significar
que o projeto não vai chegar ao fim, pois é Deus quem controla
as circunstâncias, é Deus quem dá saúde, quem dá os recursos,
é Deus que manda os obreiros. Por exemplo, a Torre de Babel
era um projeto que não estava de acordo com Deus. Os homens
a começaram, mas não a terminaram, porque Deus não estava
com eles. Se Deus não edificar a casa, eles trabalham em vão.
Se Deus não der as condições, nós vamos começar, porém não
vamos terminar.
Também pode significar que você até pode terminar, mas
não vai morar nela, ela vai ficar vazia ou outra pessoa vai ocupar
aquela casa. Ainda, pode significar que você vai construir e vai
morar naquela casa, porém não vai desfrutar dela.
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SALMO 127 - DEUS EM PRIMEIRO LUGAR
deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu
trabalho, isto é dom de Deus (Ec 5.19). Há um mal que vi debaixo
do sol e que pesa sobre os homens: o homem a quem Deus conferiu
riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma
deseja, mas Deus não lhe concede que disso coma; antes, o estranho
o come; também isto é vaidade e grave aflição (Ec 6.1-2). Às vezes,
uma pessoa tem tudo na vida, mas não tem prazer nas coisas que
tem, não tem alegria, não tem contentamento, porque, se Deus
não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se Deus
não estiver com nossas empreitadas aqui nesta vida, elas são em
vão, nós trabalhamos para nada.
A segunda referência que é usada no salmo para mostrar
que sem Deus nossa vida aqui neste mundo não vale nada é a
proteção de uma cidade. Ainda no verso primeiro, na segunda
parte, diz: Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a
sentinela (127.1b). Na época do retorno do cativeiro, o povo de
Deus estava ocupado em reconstruir os muros de Jerusalém, e os
inimigos não queriam que eles fizessem isso. O livro de Neemias
fornece o pano de fundo para este salmo. Lá você vai ver como
Neemias determinou guardas que vigiassem a cidade durante 24
horas, as famílias tinham que mandar pessoas que funcionassem
como vigias, e Neemias — que foi o grande líder na época da
reconstrução dos muros de Jerusalém e do templo — determinou
que os judeus trabalhassem com uma pá na mão e a espada na
outra, tal era o perigo. Eles estavam cercados de inimigos, era
preciso trabalhar com um olho no muro e outro no moabita que
estava querendo se aproximar e acabar com tudo.
Porém, o salmista sabe que, se Deus não guardar a cidade,
todas essas precauções serão em vão, a sentinela vigia em vão,
porque é Deus quem controla as circunstâncias. Quem é que pode
prever incêndios, terremotos, enchentes, pragas, epidemias? Tudo
pode acontecer, e a cidade irá para o chão. Em vão a sentinela
vigia se Deus não for o verdadeiro guarda da cidade, Ele é que é de
fato a nossa proteção. Isso não quer dizer que nós não temos que
tomar as medidas — coloque alarmes, faça seguro dos seus bens,
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ORAÇÃO:
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SALMO 128
de felicidade que este salmo nos passa, daquele que teme a Deus.
Ou seja, aqui neste mundo ele é abençoado com um casamento
feliz, família constituída, longevidade, trabalho e o privilégio de
ver a sua posteridade, bem como o progresso do povo de Deus.
Este salmo, que era cantado juntamente com outros
pelos peregrinos a caminho de Jerusalém, tinha alguns objetivos.
Primeiro, incentivar aqueles que temiam a Deus a continuar a
viver em obediência aos caminhos do Senhor. Segundo, despertar
a gratidão do povo de Deus diante das bênçãos materiais. O
salmo está dizendo que ter trabalho, sustento, família e filhos,
viver em comunidade e ver a prosperidade do povo de Deus são
privilégios que Ele dá. Por isso, este salmo nos convida à gratidão
e a relembrar que toda coisa boa, na verdade, vem de Deus.
O salmo também parece ter o objetivo de promover a
comunhão e a unidade do povo de Deus. Nós vamos ver que
essas bênçãos estão relacionadas a Jerusalém, ao templo, à paz
da cidade, que representa a Igreja, o povo de Deus. Assim, meu
objetivo neste capítulo é entender de que maneira este salmo tem
validade ou se aplica aos dias de hoje e também despertar em nós
o temor a Deus, a gratidão e o desejo de continuar a servi-lo aqui
neste mundo.
O salmo tem duas partes: na primeira, há uma descrição de
como Deus abençoa aqueles que O temem, como será abençoado
aquele que teme ao Senhor (128.1-4). Na segunda, o salmista ora
por aquele que teme ao Senhor, pedindo que Ele derrame as Suas
bênçãos sobre ele (128.5-6).
Vamos começar vendo as bênçãos que Deus promete
dar àquele que O teme. Elas estão referidas nos versos de 1 a 4.
No verso 1, lemos: Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor.
Ou seja, essas promessas não são do tipo “é assim que Deus vai
abençoar o mundo todo”. Não, elas são dirigidas àquele que teme
ao Senhor. É verdade que há muita gente que não teme ao Senhor
e que tem família, filhos, prosperidade, trabalho e morre com
mais de 100 anos de idade. É que essas bênçãos materiais, na
Bíblia, sempre são vistas como sendo acompanhadas com o poder
e a capacidade para você desfrutar delas.
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Aqui percebemos que isso não é tanto uma bênção material. Você
lembra que eu disse que essas bênçãos vêm acompanhadas com
as bênçãos espirituais? A bênção não é só viver muito, porque,
sinceramente, tem gente que vive muito e gostaria de ter morrido
cedo, pois sua vida é infeliz. Então, não é só viver muito, mas é
viver muito e ver a prosperidade do povo de Deus, viver para ver
os filhos dos filhos andando nos caminhos do Senhor, a Igreja
crescendo e se multiplicando, o Reino de Deus avançando e as
bênçãos sendo derramadas sobre os nossos queridos. Só assim vale
a pena viver muito, ter uma vida longa, para ver a prosperidade
da Igreja, o crescimento do povo de Deus e dos nossos filhos, que
vêm logo em seguida, no verso 6: vejas os filhos de teus filhos. É
outro pedido: longevidade para ver os netos e bisnetos. Mas não
é só ver os netos e os bisnetos, é vê-los andando nos caminhos
do Senhor, vivendo para a glória de Deus. É assim que Deus vai
abençoar aquele que O teme.
Em conclusão, o que é que o salmo nos ensina? Primeiro,
que Deus abençoa aqui neste mundo aqueles que O temem e andam
nos Seus caminhos. Nós não podemos nos esquecer disso, de que
há promessas de bênçãos materiais, Deus não somente abençoa
com bênçãos espirituais, como perdão de pecados, reconciliação,
novo nascimento, adoção, nos dar o Espírito Santo, nos dar a paz,
nos dar a tranquilidade. Tudo isso vem do Altíssimo, porém Ele
também nos abençoa com bênçãos materiais — prosperidade,
trabalho, longevidade, saúde, conforto —, privilégios que nós
temos que são dados da parte de Deus, incluindo a alegria de
participar dessas coisas, de trabalhar e de se sustentar, o privilégio
de casar, ter filhos e vê-los andando nos caminhos de Deus, ver o
povo de Deus abençoado e crescendo aqui neste mundo. É isso
que este salmo nos ensina, que o nosso Deus é poderoso para nos
abençoar materialmente também.
Agora, há ocasiões e situações em que nós não
compreendemos por que Deus decide não conceder essas
bênçãos mesmo aos que são fiéis. Podemos pensar aqui, por
exemplo, nos crentes perseguidos nos países islâmicos. Eles são
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raiva pelo que eles lhe fizeram e não pede a Deus que acabe com
eles por isso. A sua preocupação não é vingança pessoal, em
momento algum. Todas essas orações imprecatórias, na verdade,
são manifestações do desejo de que Deus seja glorificado e que a
justiça dele seja feita. Elas são movidas por indignação do crente
que ama a Deus e vê que o Seu povo está sofrendo. Ele quer
que Deus faça justiça contra os seus adversários e que a verdade
de Deus seja estabelecida, lembrando que o Senhor é amor, mas
também é justo e verdadeiro.
O segundo fato sobre essa oração é que nenhuma dessas
pessoas na Bíblia que faz esse tipo de oração resolve se vingar
pessoalmente dos seus inimigos. Ao contrário, o que elas fazem
é entregar os inimigos nas mãos de Deus. Elas não vão pegar a
espada e dizer que elas mesmas vão fazer justiça, mas entregam
essas pessoas a Deus e dizem: “Deus, faça justiça, não sou eu que
vou fazer com minhas mãos, mas o Senhor faça justiça”.
A terceira coisa é que o alvo final dessas orações sempre
é a glória de Deus e nasce do desejo de ver Deus vindicado. Já a
quarta é orar pela destruição dos inimigos de Deus, caso eles não
se arrependam. Seria mais ou menos assim: “Senhor, eu oro para
que eles se arrependam, oro para que eles se convertam, os meus
inimigos e os inimigos do povo de Deus, que eles se convertam
para a Tua glória; mas, se eles não se converterem, se eles não se
arrependerem, destrói-os, Deus, para que a Tua glória e a Tua
justiça sejam manifestas”. Temos que orar pela conversão dos
inimigos, mas a conversão passa pelo arrependimento. Devemos
orar para que Deus salve os nossos inimigos. Porém, para isso,
eles têm que se arrepender, e, se eles não quiserem se arrepender,
que Deus dê o justo juízo e a justa retribuição, ou seja, castigo,
condenação e destruição porque eles não se arrependeram.
Nosso dever, primeiramente, como cristãos é orar pela
conversão e arrependimento dos ímpios, dos inimigos de Deus.
Contudo, se eles não querem se arrepender e mudar, nós podemos
orar conforme os salmos nos mostram, para que Deus faça a Sua
justiça e que exerça a Sua ira santa contra os seus inimigos. Aqui
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SALMO 129 - ENFRENTANDO O ABUSO
está meu quinto ponto: que essa oração pode, sim, ser feita por um
crente com relação aos inimigos do povo de Deus que perseguem,
assolam, abusam, torturam e matam o povo de Deus e também
quando o cristão é vítima de um abuso pessoal da parte de ímpios
que o perseguem e angustiam. Inclusive, a seguir veremos alguns
trechos bíblicos sobre o tema.
Jesus disse aos Seus discípulos que, quando eles fossem
evangelizar, entrassem em uma cidade e não fossem recebidos,
que batessem o pó da sandália contra aquele povo. Bater o pó
da sandália significa dizer “nem o pó das ruas, das cidades de
vocês, eu quero que esteja comigo, porque vocês são objeto da
ira de Deus”, e Jesus disse que menos rigor haverá para Sodoma e
Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade (Mt 10.15).
O apóstolo Paulo estava sendo julgado perante o sinédrio,
e, quando o julgamento começou e Paulo iniciou sua defesa, o
sumo sacerdote mandou um empregado bater na boca de Paulo,
que se virou para o sacerdote e disse: Deus haverá de te destruir,
parede branqueada (At 23.3). Então o empregado questionou
como Paulo podia dizer isso de um sumo sacerdote, ao que Paulo
respondeu que não sabia que ele era o sumo sacerdote. Desculpou-
se, não pelo que disse, mas porque disse contra o sumo sacerdote.
Paulo também menciona um tal Alexandre que lhe causou
muitos males e diz: Deus haverá de pagar a ele conforme as suas
obras (2Tm 4.14). Note que Paulo não estava procurando uma
vingança pessoal, mas entregou Alexandre nas mãos de Deus, que
é santo e justo.
Em Apocalipse, João tem uma visão do céu, das almas
dos que foram mortos pelo nome de Jesus, os mártires, e estas
almas estavam perguntando a Deus até quando Ele não vingaria
o sangue daqueles que habitavam sobre a terra. Eles estavam
pedindo a Deus quando é que o Senhor faria justiça, quando é
que o Senhor iria punir os inimigos, destruir aqueles que queriam
destruir o Seu povo (Ap 6.10). No mesmo livro de Apocalipse,
é mencionada a queda da grande Babilônia, que representa os
reinos desse mundo que perseguem o povo de Deus. Lá, o anjo
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que quer que o Senhor o perdoe porque a culpa não foi somente
dele. Note que ele não se desculpa. Observe os dois argumentos
que ele usa diante de Deus: o primeiro está no verso 3: Se
observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá? O que
ele está dizendo a Deus aqui é o seguinte: se o Senhor for seguir
estritamente a lógica da Sua justiça, o Senhor terá que destruir a
raça humana toda. Deus é santo, justo e verdadeiro e por isso tem
que castigar todos aqueles que praticam a iniquidade, porque Ele
não pode contemplar o mal, não pode conviver com o pecado. A
santidade de Deus exige que todo pecador seja castigado e que a
pessoa que peca seja destruída.
Porém, disso vem o segundo ponto: todos os homens
praticam a iniquidade, não há um que não peque. Então,
consequentemente, Deus tem que aniquilar toda a raça humana.
É isso que ele está dizendo aqui: Se observares, Senhor, iniquidades.
Observar poderia ser traduzido como fazer uma lista: “Então,
Senhor, se o Senhor for anotar meticulosa e detalhadamente as
iniquidades que os homens cometem e punir cada uma delas,
o Senhor sabe quem vai sobrar na terra? Ninguém. Quem
subsistirá, se nós todos somos pecadores, pecamos diariamente e
quebramos a Tua lei? Se o Senhor for tomar nota ponto a ponto
disso, detalhe por detalhe, e castigar-nos de acordo com as nossas
iniquidades, ninguém vai sobreviver diante de Ti, a raça humana
será extinta. É isso que o Senhor quer? É isso que o Senhor quer
fazer?”. Veja que argumento que ele utiliza diante de Deus!
Agora, é claro que Deus observa todos os pecados,
iniquidades, transgressões e faltas que os homens cometem diante
dele. O salmista não está questionando que Deus tem o direito
de fazer isso, mas que, se Deus não tiver misericórdia — que é
o próximo argumento —, a raça humana será completamente
destruída diante dele. Ao argumentar assim, ele está confessando
a sua culpa, está dizendo que ele está no meio desse povo que vai
ser destruído, porque é pecador, ele admite a sua culpa e o seu
pecado.
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Você sabe argumentar com Deus assim? Sabe por que boa
parte das nossas orações não são respondidas? Porque não fazemos
aquilo que Deus nos ensina. Simplesmente pedimos que Ele nos
dê, porque queremos e queremos, e nos esquecemos de dizer a
Deus por quê. Precisamos conversar, argumentar com Ele. Esse
tempo que gastamos em comunhão com Deus, argumentando
com Ele, é o que faz a oração. Conversar com Ele, argumentar
com Ele, se engajar com Ele, esse é o tipo de oração que Deus se
deleita em responder.
Espero que você já tenha notado que o perdão de Deus não
leva a uma vida dissoluta. Digo isso porque poderíamos pensar
assim: “Se Deus me livra e me perdoa, eu vou me sentir tranquilo
para pecar de novo, pois eu sei que Ele vai me perdoar”. Assim,
isso de que Deus perdoa acaba nos deixando mais relaxados
para cometer o pecado, porque temos certeza do perdão. Por
exemplo, se o menino sabe que ele pode fazer uma coisa errada
e que nenhum mal vai lhe acontecer, a mamãe e o papai não
vão repreendê-lo, então o menino se sente encorajado para ficar
fazendo aquela coisa errada, já que não tem consequência. Se eu
sei que Deus me perdoa, será que isso não me leva a viver uma vida
errada porque eu sei do perdão de Deus? Mas não, observe o que
o salmista diz: Contigo está o perdão, para que te temam. Quem é
verdadeiramente perdoado vai temer a Deus, vai respeitá-lo e não
vai querer pecar mais. O perdão de Deus tem esse efeito naquele
que se arrependeu e foi perdoado. Nós queremos nos ver livres do
pecado e das consequências dele, nós vamos temer a Deus, e não
abusar da bondade dele toda vez que Ele nos perdoa.
Agora vamos para a espera do salmista depois de ter orado
(130.5-6). Essa é uma parte também muito importante da oração.
A oração não termina quando acaba, porque, depois de você ter
orado, entra no estado de espera e expectativa. Muitos de nós
fazemos uma oração a Deus, acabamos de orar e simplesmente
esquecemos o assunto. Ouvi uma vez uma história que aconteceu
no Nordeste. Era uma localidade de muita seca, uma cidade do
interior, e o pastor pediu no domingo que na quarta-feira todos
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figura que ele traz aqui é de um vigia que passa a noite acordado
vigiando uma instalação que lhe foi confiada; está tudo escuro, e
na escuridão podem surgir os perigos e as ameaças. E o que é que
o vigia mais anseia durante aquelas longas noites de espera? Que
o sol surja no horizonte. “A minha alma anseia pelo Senhor mais
do que um vigia espera o nascer do dia”, é a figura que ele usa para
mostrar a ansiedade com que está aguardando a resposta de Deus
e a profundidade com que ele deseja isso. Às vezes, nós pedimos
as coisas para Deus, mas não há anseio em nosso coração, não
há essa expectativa, não há esse desejo, essa espera angustiada, de
que Deus nos responda. Note aqui que ele anseia isso tudo, o que
mostra o quanto ele queria experimentar o perdão de Deus e o
quanto ele queria voltar a ter a certeza da salvação.
Quarta: ele espera no Senhor. Nós já vimos que o salmista
esperava de todo o coração. Ele não tinha mais nada a fazer. Já
havia argumentado com Deus, trouxe diante de Deus as razões
pelas quais o Senhor deveria perdoá-lo, e agora ele entrou em
estado de espera. Não tinha mais nada que ele pudesse fazer, ele
não podia mover um dedo para o perdão dos pecados, não podia
fazer uma única boa obra, não havia nenhum ritual na Igreja que
ele pudesse fazer para o perdão de seus pecados, pois só quem
perdoa pecados é Deus. Por isso, agora ele espera no Senhor. Só
Deus podia perdoá-lo.
A última parte do salmo diz que, enquanto o salmista
espera, ele se volta para os amigos e, com base na sua experiência,
os exorta a buscar o Senhor: Mais do que os guardas pelo romper
da manhã, espere Israel no Senhor, pois no Senhor há misericórdia;
nele, há copiosa redenção. É ele quem redime a Israel de todas as suas
iniquidades (130.7-8). Primeiro ele orou, depois ele argumentou
com Deus, esperou e, por último, pregou, virando-se para os
amigos e dizendo: “Israel — ou seja, meus irmãos —, esperem
em Deus, assim como eu estou esperando”. Para isso, ele utiliza
três argumentos:
Primeiro: em Deus há misericórdia. Misericórdia é o que
nós precisamos. Nós não precisamos de justiça, nunca peça a
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CAMINHOS DA FÉ
Deus que lhe faça justiça; se Deus for fazer justiça, Ele vai mandar
você para o inferno. Diga: “Senhor, misericórdia é só o que eu
quero, não me trates como eu mereço, na verdade me trata ao
contrário do que eu mereço”. Misericórdia, é isso que o salmista
pede a Deus. Este é o seu primeiro argumento: espere em Deus,
porque nele há misericórdia.
Segundo: Deus perdoa. No verso 7, ele diz: nele, há copiosa
redenção; abundante redenção, Deus redime, perdoa, recebe
pecadores e faz isso com abundância.
Terceiro: Ele é o Deus de Israel. É ele quem redime a Israel
de todas as suas iniquidades; Ele é o Deus que tem uma aliança
com Israel. Os outros deuses não podem perdoar. Os ídolos, que
são fruto da imaginação humana, não podem perdoar, Maria não
pode perdoar, os santos não podem perdoar, o Papa não pode
perdoar, os bispos não podem perdoar, pastores não podem
perdoar, igreja não pode perdoar, mas no Senhor há abundante
redenção, Ele é quem redime Israel de todas as suas iniquidades.
Concluindo, o que podemos aprender com este salmo?
Eu quero resumir rapidamente aqui: primeiro, não há nada mais
importante na vida do que receber o perdão de pecados. Pode
nos faltar tudo nesta vida, o pão de cada dia, a saúde, amigos…
mas o perdão de pecados é a coisa mais importante para a nossa
existência aqui.
Segundo: nós podemos ter a certeza do perdão de pecados,
a certeza da nossa salvação. Nós perdemos a alegria e a certeza
da salvação quando pecamos, mas pelo arrependimento e pela
oração, com um pedido de perdão, Deus nos renova, nos perdoa
e nos restaura.
Terceiro: aprendemos com este salmo que Deus está
pronto a ouvir as nossas orações pelo perdão, se nós estivermos
de fato arrependidos, se nós buscarmos esse perdão com base no
sacrifício completo de Jesus Cristo.
Como está você hoje com relação a isso? Talvez você
esteja nas profundezas agora. É exatamente daí que você tem
que clamar a Deus; talvez você esteja com a consciência pesada,
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SALMO 130 - DAS PROFUNDEZAS
ORAÇÃO:
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SALMO 131
salmo. Uma das possibilidades é quando Davi ainda não era rei
de Israel e foi acusado pelo rei Saul e pelos seus súditos de ter
ambições de se tornar rei, matar Saul e ocupar o trono de Israel.
Nós lemos a respeito desses episódios nos dois livros de Samuel e
também no livro das Crônicas. De fato, houve uma época em que
Deus deixou muito claro que Davi seria o verdadeiro rei de Israel.
Porém, quem reinava era Saul, e ele começou a olhar para Davi
como sendo o seu rival, aquela pessoa que tomaria o trono em seu
lugar. Os súditos do rei Saul o ficavam instigando e dizendo que
Davi estava tramando contra ele, porque Davi tinha aspirações e
queria ser o rei de Israel. Isso fez com que o ódio de Saul por Davi
se multiplicasse e que ele procurasse matar Davi diversas vezes.
Então talvez tenha sido nessa ocasião que Davi escreveu
este salmo, em que ele diz que o seu coração não buscava essas
coisas, ele não queria coisas extraordinárias, o olhar dele não
era soberbo nem altivo; ao contrário, a sua alma estava muito
tranquila, confiante e satisfeita nos braços de Deus como uma
criança está nos braços de sua mãe. Ele não estava procurando
essas coisas, a satisfação dele era em Deus. Deus o bastava.
Ele termina o salmo dizendo ao povo, seus compatriotas, que
colocassem a sua esperança e a sua confiança somente em Deus,
agora e para todo o sempre, porque Ele é quem pode de fato
satisfazer os anseios mais profundos do coração.
Assim, este salmo é uma expressão dos sentimentos de
Davi diante de Deus. Note que, embora seja dirigido a Deus, este
salmo não é uma oração. Davi não pede nada aqui, ele só declara
seus sentimentos diante do Senhor. Quando ouviu aquelas
acusações, ele chegou à presença de Deus e disse: “Senhor, eu vou
responder a essas acusações diante de Ti, o Senhor me conhece,
sabe que o meu coração não está procurando essas coisas, sabe
que eu não planejo coisas grandes demais para mim, que a
minha alma está tranquila, segura e que o Senhor é minha única
satisfação e minha única esperança”. Este salmo é uma espécie
de prestação de contas que Davi faz da sua alma diante de Deus,
porque Deus é aquele que conhece o que se passa dentro de nós.
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SALMO 131 - COMO VENCER O ORGULHO DO CORAÇÃO
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o nosso mérito, mas a nossa esperança, que nos ajuda a viver neste
mundo, está no Senhor Deus de Israel, Criador dos céus e da
terra, nosso redentor. Portanto, eu quero convidar você a colocar
a sua esperança somente nele. Talvez você esteja aflito, agitado,
pensando em uma série de coisas, seu coração esteja turbado, mas
eu quero que você, no fundo do seu coração, ore este salmo e diga
ao Senhor: “Aquieta meu coração, satisfaz a minha alma como
uma criança, faz-me sentir a segurança que há nos Teus braços,
faz com que eu viva em paz aqui neste mundo, que eu confie em
Ti e nas Tuas promessas para que eu possa dar testemunho de
quem Tu és e que vale a pena servir ao Deus vivo, agora e para
todo o sempre. Amém”.
ORAÇÃO:
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SALMO 132
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SALMO 132 - ABENÇOAREI A TUA GERAÇÃO
Tudo isso fica solto no vácuo se você não for às origens, aos
tempos antigos, ao Antigo Testamento, aprender a respeito de
como tudo começou.
Este salmo é um exemplo disso. Ele condensa muitas das
principais doutrinas que são fundamentais para o cristianismo e
vem na forma de uma oração que foi feita por Salomão por ocasião
da inauguração do templo em Jerusalém. Essa oração expressa
aqueles pontos fundamentais a respeito da Igreja de Deus daquele
tempo e que se cumpriram através da história, até que chegassem
até nós. Então, eu vou iniciar este capítulo contando um pouco
da história, para que possamos entender este salmo.
Iniciarei com a história da arca da aliança: Deus apareceu
a um homem chamado Abraão e lhe fez uma promessa, de que,
dentre os filhos dele, viria um povo numeroso que Deus escolheria
para ser o Seu povo, povo único e exclusivo. Prometeu ainda que
de entre os seus filhos viria um que seria uma bênção para todas
as nações do mundo. Deus fez exatamente isso, chamou esse
homem, fez-lhe promessas, tirou-o de onde ele morava e ofereceu
a ele uma terra. Esse homem morou naquela terra muitos anos,
sem nunca ter tido título de propriedade. Os seus filhos foram
para o Egito para escapar da fome e lá se multiplicaram. Deus
mandou um homem chamado Moisés, que tirou os filhos de
Abraão do Egito, trouxe-os de volta para a terra prometida e fez
uma aliança com eles, dizendo: “Eu tirei o pai de vocês lá de onde
ele morava e fiz grandes promessas, e entre elas estava essa de que
vocês, os filhos de Abraão, seriam o meu povo. Nós vamos agora
celebrar esse casamento, essa aliança, eu sou o Deus de vocês, e
vocês são o meu povo”.
E Deus, então, estabeleceu algumas condições desse pacto:
“Primeiro: eu sou o único Deus que vocês vão adorar, porque
também não existe outro, eu sou o único Deus verdadeiro. Vocês
serão o meu povo exclusivo, eu não vou adotar outras pessoas,
outros povos, mas vocês serão o meu povo. A base do nosso
relacionamento vai ser a lei, que inclui os dez mandamentos.
Eles expressam o que eu gosto, e é isso que eu quero que vocês
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trono (2Sm 7.12-16). Está aqui o juramento que Deus fez a Davi
naquela ocasião: “Davi, um de vocês vai construir o templo, um
de teus filhos. Mas eu vou fazer mais do que isso, eu vou te dar
para sempre o reino de Israel, um filho teu sempre estará sentado
no reino de Israel, se andar de acordo com os meus caminhos”.
Deus tinha Jesus Cristo, o Messias, em mente aqui. Jesus
era filho de Davi e nasceria muito tempo depois. Salomão, depois
de tudo isso, cometeu erros, casou com mulheres que não eram
tementes a Deus, passou a adorar os deuses dessas mulheres,
desviou-se no fim da vida. O seu filho Roboão foi um insensato.
Quando assumiu o trono, dividiu o reino, ficando ele com o
reino do sul, que era o reino de Judá, e o reino do norte ficou com
capital em Samaria, com Jeroboão. A primeira coisa que Jeroboão
fez quando os reinos se separaram foi construir um templo em
Samaria e colocar ali dois bezerros de ouro, dizendo que esses eram
os deuses que tiraram Israel da terra do Egito. Assim, entraram
profundamente na idolatria e esqueceram-se de Deus. Depois de
Roboão, veio outro rei insensato, que quebrou a aliança com o
Senhor, até que finalmente Deus se cansou de tanta rebelião e os
expulsou da terra prometida. E foi durante a invasão babilônica e
o desterro que a arca se perdeu. Não sabemos mais onde ela está,
ela foi levada talvez para Babilônia, como se a presença e a glória
de Deus tivessem saído da nação de Israel. Mas, olhando para a
história posterior, vemos a fidelidade de Deus no cumprimento
daquelas promessas feitas a Davi, porque de Davi veio aquele que
se assentou finalmente no trono de Israel, Jesus de Nazaré, filho
de Davi. Ele morreu pelos nossos pecados, ressuscitou dos mortos
e sentou no trono do universo, à direita de Deus. Ele é chamado
na Bíblia constantemente de a raiz de Davi, o descendente de
Davi, aquele a quem foram feitas as promessas. Ao ressurgir dos
mortos e subir aos céus e se sentar à direita de Deus, Ele cumpriu
essas promessas.
Voltando ao nosso salmo, Deus diz em seguida que vai
escolher Sião como sendo o local da Sua habitação: Pois o Senhor
escolheu a Sião, preferiu-a por sua morada: Este é para sempre o
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SALMO 132 - ABENÇOAREI A TUA GERAÇÃO
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CAMINHOS DA FÉ
ORAÇÃO:
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SALMO 133
o que bem achava diante dos seus olhos. Não havia um local
certo de adorar a Deus, as tribos tinham seus santuários; havia
santuários mais ao norte e santuários mais ao sul. A confusão era
generalizada. Finalmente, depois que os filhos de Samuel, que
iriam se tornar juízes, se corromperam, os israelitas cansaram e
disseram que queriam um rei, e Deus lhes deu o rei Saul, que foi o
primeiro dos reis de Israel, e, debaixo dele, as tribos se ajuntaram.
Porém, Saul não foi um bom rei, e conflitos internos
começaram a acontecer. Com a morte de Saul, houve guerra civil
entre as tribos, e a tribo de Judá escolheu Davi para ser o seu
rei. As outras onze tribos não aceitaram Davi e elegeram Isboset,
que era descendente de Saul. Aí começou a guerra civil na nação
de Israel. O reino de Judá, comandado por Davi, lutava contra
as onze tribos comandadas por Isboset. Depois de um conflito
sangrento que durou muitos anos, finalmente a tribo de Judá
venceu, e Davi foi, então, coroado rei de todo Israel. A guerra
cessou, a paz foi estabelecida. Jerusalém foi reconhecida como o
lugar que Deus havia escolhido para seu adorado. Não era mais
possível ter outro templo, outro local de adoração, mas somente
lá em Jerusalém. E o povo se viu debaixo do domínio do rei
Davi, que foi um bom rei. Durante o seu período, quando as
doze tribos estavam unificadas debaixo da sua liderança, a nação
de Israel prosperou em todos os sentidos, aumentou o território,
conquistou inimigos, teve prosperidade financeira e espiritual, o
culto a Deus se estabeleceu. Davi fez mudanças no templo, criou
o sistema de levitas e de corais e passou o reino unificado para
o seu filho Salomão. Então essa é a ocasião em que este salmo
foi escrito, para comemorar aquela unidade que finalmente havia
chegado à nação de Israel.
Agora, partiremos para a exposição detalhada do salmo
e veremos que lições ele traz para nós hoje, terminando com
algumas aplicações.
No verso primeiro, Davi expressa a sua alegria com a
unidade do povo de Deus: Oh! Como é bom e agradável viverem
unidos os irmãos! (133.1). Os irmãos aqui são os irmãos judeus,
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SALMO 133 - QUANDO OS IRMÃOS VIVEM UNIDOS
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SALMO 133 - QUANDO OS IRMÃOS VIVEM UNIDOS
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CAMINHOS DA FÉ
que Cristo morreu pelos nossos pecados, não faz parte do nosso
povo. Aqui não é apenas uma questão de divisão e denominação,
aqui já é outra religião. Mas, entre aqueles que creem no Senhor
Jesus como Senhor e Salvador, há diferenças que não são fatais ou
cruciais para quebrar a nossa união e a nossa unidade.
Jesus Cristo tem um povo, e esse povo vive debaixo dele,
unido a Ele pelo Espírito Santo e entre nós pelo mesmo Espírito.
Um dia, as doze tribos espirituais deixarão de existir e Deus terá
um povo, e um povo somente na vinda do Senhor Jesus. Quando
Ele vier buscar a Sua igreja, todas essas diferenças serão desfeitas.
E então, vendo como somos vistos e entendendo como somos
entendidos, participaremos dessa plena união e unidade da qual a
vida da Igreja é apenas um pálido reflexo aqui neste mundo.
Eu termino com um apelo para todos nós, para que,
no vínculo da paz e no poder do Espírito Santo, mantenhamos
essa união e essa unidade visível entre nós como testemunho da
unidade do povo de Deus, porque é ali que o Senhor determina a
sua bênção e a vida para sempre. Como é bom e agradável viverem
unidos os irmãos! É como óleo precioso sobre a cabeça que desce
pelo corpo, é como o orvalho do Hermom, que desce também
no sul, nos montes de Sião, unindo tudo, porque ali onde há
unidade ordena o Senhor a Sua bênção e a vida para sempre.
ORAÇÃO:
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SALMO 134
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SALMO 134 - ABENÇOANDO E SENDO ABENÇOADO
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SALMO 134 - ABENÇOANDO E SENDO ABENÇOADO
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ORAÇÃO:
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