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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE DIREITO
GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: PESQUISA JURÍDICA
DOCENTE: JOSÉ GERALDO DE SOUSA JÚNIOR
DISCENTE: ALESSANDRA OLIVEIRA BARBOSA
Logo na introdução percebe-se a concepção principal d’O Direito Achado na Rua, que
entende o Direito desprendido das normas fixas e dogmáticas, ligado diretamente aos
movimentos sociais, que em constante transformação está dotado de liberdade e perfeitamente
encaixado nos direitos humanos, âmbito ferrenhamente defendido por seu idealizador, Roberto
Lyra Filho. É atualmente coordenado e organizado pelos professores José Geraldo de Sousa
Júnior e Alexandre Bernardino Costa, ambos docentes na Universidade de Brasília.
No primeiro tópico, é traçada uma linha histórica do projeto, que surgido em 1986, só
foi colocado em prática no ano seguinte, após a morte de Lyra Filho. Foi incialmente
implementado como curso à distância do Núcleo de Estudo para a Paz e Direitos Humanos
(NEP) e do Centro de Educação à Distância (CEAD), da Universidade de Brasília. Além das
produções nacionais, o projeto conta com estudos jurídicos realizados em âmbito internacional,
contabilizando um total de oito livros da série O Direito Achado na Rua. Além do mais, o
projeto é base do grupo de pesquisa Assessoria Jurídica Popular Universitária (AJP),
desenvolvida com o objetivo de dialogar com grupos vulneráveis, estabelecendo comunicação
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“dentro e fora do ambiente acadêmico” (DIREITO ACHADO NA RUA, 2017), a partir de uma
prática jurídica imbuída da necessidade de tornar a justiça mais acessível a todos, o que leva os
participantes a uma experiência de assessores jurídicos que ouvem e buscam dialogar com as
demandas sociais.
O tópico que se segue aborda a discussão acerca do tripé em que se encontra embasado
o DAnR: ensino, pesquisa e extensão. Estes se constituem em instrumentos, que dentro das
universidades são capazes de remodelar e transformar o senso crítico dos alunos, a partir do
diálogo com os movimentos sociais. Consoante a isso, O Direito Achado na Rua expandiu-se
para fora do território brasiliense e até mesmo brasileiro, visto que alcançou a Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) - onde desenvolve o grupo de extensão “Loucura e Cidadania” -, a
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - com o grupo de pesquisa O Direito Achado na
Rua - e cursos de pós-graduação nas universidades já citadas e na Universidade Federal de
Goiás (UFG).
Aliado a isso, o projeto O Direito Achado na Rua defronta-se com alguns desafios a
serem superados: buscar atualizar-se constantemente a fim de atender às manifestações plurais
dentro da sociedade; conceber uma nova concepção de ordenamento jurídico, voltado às
demandas sociais, de forma a incluir a “identidade plurinacional” (DIREITO ACHADO NA
RUA, 2017) presente no território brasileiro; e concretizar o pluralismo jurídico, a fim de
engendrar um Direito preocupado com a realidade social, agregando os sujeitos coletivos. Além
do mais, enxerga a necessidade de descolonizar o saber, abrindo espaço dentro do âmbito
acadêmico para o surgimento de atores sociais capazes de produzir conhecimento com vistas a
viabilizar novas formas de se pensar o Direito.
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Aliado a isso, o grande desafio institucional encarado pelo DAnR é diminuir o abismo
que circunda os cidadãos e os direitos, presente principalmente no poder Judiciário, uma vez
que o Direito, segundo o projeto, não é expresso de forma democrática nem eficiente. Diante
disso, as Assessorias Jurídicas Populares e a Advocacia Popular desempenham papel
fundamental, uma vez que adquirem a tarefa de aproximar o Direito da realidade social,
permitindo o acesso à justiça das camadas mais vulneráveis.
Como todo projeto público, O Direito Achado na Rua está sujeito à diversas críticas,
que divergem de seu pensamento, mas enriquecem sua fortuna crítica. Com o objetivo de
esclarecer os argumentos e concepções contrárias ao projeto, o DAnR traz respostas a algumas
críticas feitas por personalidades renomadas, que aqui cabe maior relevância o professor Lênio
Streck e o jornalista Reinaldo Azevedo.
Lênio Streck baseia sua crítica no momento pós-constituição de 1988, que, segundo ele,
geraram uma grande insegurança constitucional a partir das formas alternativas de criação de
normas. A resposta dada para a respectiva crítica está embasada no fato de que o Direito não é
algo que está completo e acabado, pelo contrário, está sujeito a discussões e questionamentos,
uma vez que o rompimento de paradigmas faz-se necessário diante das demandas sociais
presentes na realidade brasileira.
O jornalista Reinaldo Azevedo, por sua vez, apresentou uma crítica mais hostil ao
projeto, referindo-se ao DAnR como “direito jogado no lixo” (AZEVEDO, 2017). Para ele, o
projeto assume uma postura ideológica que se empenha em combater o legalismo, mas que ao
invés de buscar a justiça para todos, contenta-se com uma injustiça igualmente distribuída. O
projeto responde questionando se de fato o jornalista está inteirado da concepção e da dinâmica
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do projeto, posto que como base busca emancipar o sujeito e não dominar ou apropriar-se deste.
Esta emancipação é feita de forma crítica, através de debates, discussões e estudos, a fim de
melhor desenvolver a capacidade de pensamento crítico.
Por fim, o verbete apresenta uma retomada dos meios midiáticos onde pode-se encontrar
conteúdo sobre o projeto, como no Canal STF, no Canal TV Senado e no Canal UnB TV. Dentre
os vídeos, podemos citar “Direito Achado na Rua - vol. 7 - Nair Bicalho”, que conta com a
participação de Nair, mulher que inspirou o nome da Nova Escola Jurídica Brasileira, fundada
por Roberto Lyra Filho, idealizador primeiro d’O Direito Achado na Rua. No vídeo, Nair
aborda a necessidade de educação na área dos Direitos Humanos, abordando a Ditadura Militar,
momento em que estes direitos foram fortemente suprimidos e retirados dos cidadãos.
Como já apresentado, a exposição d’O Direito Achado na Rua via internet permite uma
maior acessibilidade do projeto. Além do mais, todo o texto presente na página da Wikipédia
sobre O Direito Achado na Rua foi redigido pelos alunos da disciplina ministrada pelo professor
José Geraldo, mostrando uma grande apreensão das concepções, dos ideais e das motivações
desenvolvidas do DAnR.
Referências bibliográficas