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2° ANO/LABORAL
TURMA: A
GRUPO VII
MECÂNICA APLICADA
UNIDADE V
CAPÍTULO II
Mecânica Aplicada
Introdução a Probabilidade e Risco em Engenharia deRrochas
2.Objetivos ....................................................................................................................... 7
2.2.Especifico ............................................................................................................... 7
7.Estudos de casos........................................................................................................23
8.Conclusão ................................................................................................................... 28
9.ReferênciasBibliográficas ......................................................................................... 29
Lista de figuras
Figura 7 – Vista da barragem de rejeitos da mineração Rio Verde após a ruptura. ....... 25
Lista de tabelas
Tabela 1 – Conceitos referentes a análise de riscos........................................................ 23
1. Introdução
Com este trabalho, pretende-se saber quais são os critérios usados para a determinação da
probabilidade e dos riscos de ruptura de obras mineiras.
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2. Objetivos
2.1.Geral
Desenvolver diversos conteúdos relacionados a introdução a Probabilidade e risco
em engenharia de rochas.
2.2.Especifico
Abordar sobre o factor de segurança e estabilidade das obras mineiras;
Abordar sobre a probabilidade de ruptura (POF) das obras mineiras;
Abordar sobre a avaliação das consequências ligadas a ruptura das obras mineiras;
Abordar sobre a avaliação de riscos geotécnicos e meios de remediação;
Abordar sobre estudos de casos a ruptura de obras mineiras.
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3. Factor de Segurança e Estabilidade das Obras Mineiras
A abertura de uma cavidade subterrânea induz uma alteração no estado de tensão pré-
existente no maciço, motivando, na maioria dos casos, a necessidade de instalação de
sistemas de suporte que garantam a estabilidade dessa cavidade.
No seu estado natural, quando sujeitas a acções de compressão, a maioria das rochas duras
são bastante mais resistente que o betão e algumas são mesmo tão resistentes como o aço.
De acordo com Hoek e Brrown (1980), as principais fontes de instabilidade que ocorrem
numa cavidade subterrânea são:
O factor de segurança é achado dividindo-se a resistência do pilar pela sua tensão. Deste
modo, qualquer desenho de pilar requer estimativas previas de tensão e resistência do
pilar. O critério de aceitabilidade de um factor de segurança depende do risco tolerável
de ruptura (Kanda, 2022).
Ele pode ser considerado como um factor pelo qual os parâmetros de resistência podem
ser reduzidos.
𝑐′ tan 𝜃′
𝜏 = 𝐹𝑆1 + 𝜎′𝑁 × FS1=FS2 (1)
𝐹𝑆2
Onde:
1
In situ – é uma expressão do latim que significa “no lugar” ou “no local”, na tradução literal para a
língua portuguesa.
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C – é a coesão (kPa)
𝜏 – é a tensão de cisalhamento
𝜎n – é a tensão normal
FS – é o factor de segurança
b) Factor que minora a resistência ao cisalhamento (em termos de tensões totais):
𝑐 tan 𝜃
𝜏 = 𝐹𝑆3 + 𝜎𝑁 × FS3=FS4 (2)
𝐹𝑆4
𝐹𝑟
𝐹𝑆 = 𝐹𝑎 (4)
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐹𝑆 = (5)
𝑡𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑎𝑐𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Unwedge da Rocscience.
Este método baseia-se na avaliação da resultante das forças resistentes e actuantes nos
blocos de rocha potencialmente instáveis. O factor de segurança é calculado com base
nessa relação, conforme ilustra a seguinte formula.
𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
𝐹𝑠 = (6)
𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Quando:
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Segundo Cintra & Aoki (2010), a segurança de uma estrutura geotécnica é avaliada
através de um factor de segurança global, ou através dos factores de segurança parciais.
O fator de segurança global é determinado conforme o tipo da obra, a importância, a
finalidade e através de experiências anteriores em condições semelhantes, com o intuito,
inapropriado, de se verificar a segurança da mesma. A adoção do factor de segurança
global permite avaliar a “distância” entre os valores médios de solicitação e resistência
impostos em uma dada estrutura geotécnica e não considera as incertezas presentes nas
propriedades dos maciços rochosos.
𝑅𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎
𝐹𝑠 = (7)
𝑆𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎
3.2.Estabilidade de Túneis
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Para a estabilidade de túneis em rocha, elabora-se um modelo de representação do
comportamento geotécnico do maciço rochoso frente as solicitações impostas pelas
escavações.
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De acordo com Bray (1977), vários métodos analíticos podem ser utilizados para avaliar
a estabilidade de tuneis em rocha, dentre os quais, distinguem-se os que se baseiam na
teoria de equilíbrio limite e os que se baseiam na consideração do campo de tensões
horizontais e a rigidez das descontinuidades.
Segundo Jaber (2011), a análise de estabilidade de taludes é feita com base em análises
determinísticas que não envolvem o estudo da variabilidade dos parâmetros do solo no
cálculo dos fatores de segurança e, por conseguinte o estudo de probabilidade do fator de
segurança calculado é importante. Utilizando este estudo, há um auxílio no projeto
escolhendo assim uma seção mais segura e com índices de confiabilidade maior. Com
isto pode-se projectar com base em parâmetros mais confiáveis e com um nível de
segurança adequado ao tipo de obra a ser executado.
Resultados de laboratório em solos naturais mostram que a maioria das propriedades dos
solos pode ser tratada como uma variável aleatória. Ao variar os parâmetros do solo como,
por exemplo, a coesão e o ângulo de atrito obtêm-se diversos valores de Fatores de
Segurança. Esses parâmetros são utilizados seguindo a função de distribuição normal.
(𝑥−𝜇)2
1
𝑓(𝑥) = .𝑒 2.𝜎2 (8)
√2.𝜋.𝜎
Onde:
σ é o desvio padrão.
µ é o valor médio.
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4.2.Métodos probabilísticos
De acordo com Jaber (2011), existem diversos métodos probabilísticos, como o método
de Monte Carlo, por exemplo. Este um método estatístico utilizado em simulações
estocásticas. É um procedimento de cálculo versátil, o qual é muito bem aplicado aos
computadores. Este método envolve a geração de observações de uma distribuição de
probabilidades e o uso da amostra obtida para aproximar à função de interesse.
O factor de segurança é índice usado para indicar uma estabilidade relativa de um talude.
Tal índice não leva em conta o nível de risco de um talude devido a variabilidade dos
dados de entrada. Através da análise probabilística surgem dois índices para quantificar
a estabilidade ou o nível de risco de um talude.
Se o fator de segurança for menor que 1,0 então há a certeza de falha. Para se calcular
essa probabilidade, integra-se a área abaixo da função de densidade probabilística.
Segundo Mostyn & Li (1993) apud Jaber (2011), esse índice pode ser interpretado como
a probabilidade do talude se romper se fosse construído várias vezes ou como o índice de
confiança que pode ser adotado em um projeto.
De acordo com Christian et al., 1994), O índice de confiabilidade (β) é definido em função
da média (µ), desvio padrão (σ) das simulações do fator de segurança.
(𝜇−1.0)
𝛽= 𝜎
(9)
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Sob ponto de vista a segurança de barragens de rejeito, faz-se necessário conhecer os
principais modos de ruptura a que essas estruturas estão sujeitas. Tal conhecimento
contribui para melhores julgamentos e avaliações quanto às situações praticas, que por
consequência promovem a correções de falhas (VALERIUS, 2014).
Os casos mais comuns de ruptura são as falhas, que de acordo com UEMURA (2009),
estas falhas causam a libertação brusca dos volumes reservados, que podem ser estruturais
(rompimento da barragem, contraforte, pilar e fundação) e por deficiências construtivas e
hidrológicas, causadas geralmente por galgamento da crista e escoamento sobre
paramento.
Segundo Collischonn (1997), três situações podem causar o galgamento, são elas:
2
Galgamento – Transposição de uma estrutura por uma massa de água
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Figura 3 – Formação de brecha por galgamento: a) início em um ponto mais fraco; b)
brecha em forma de V; c) aprofundamento da brecha; d) aumento lateral por erosão.
Fonte: LAURIANO (2009) apud LIMA (2016).
Na figura 3 temos um exemplo da formação de uma brecha por galgamento, desde o seu
início em um ponto mais fraco até o estágio final (aumento lateral por erosão).
Segundo (DAVIES, 2002 apud LIMA, 2016), a liquefação estática tem sido estudada
com menor ênfase que a liquefação associada a eventos dinâmicos, constatando-se um
número ainda limitado de pesquisas e publicações relacionadas ao assunto na literatura
técnica. A ausência de menor número de publicações é associada ao pouco conhecimento
do fenômeno ou mesmo a um conhecimento isento de explicações associadas a
carregamentos não sísmicos. De acordo com (PEREIRA, 2005) a liquefação estática pode
estar associada a eventos tais como:
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Movimentos de massas na área de influência dos depósitos de materiais
granulares;
Excesso de precipitação pluviométrica.
A perda da resistência e da estabilidade de uma massa de solo por efeito das forças de
percolação é chamada de ruptura hidráulica. Quando a perda de resistência se inicia em
um ponto, ocorre erosão neste local, o que provoca ainda maior concentração de fluxo
nesta região; com o aumento do gradiente, surge maior erosão e assim, progressivamente,
forma-se um furo que progride regressivamente para o interior do solo. Este fenômeno,
conhecido pelo nome de piping3 ou erosão progressiva é uma das formas mais frequentes
de ruptura de barragens (TOMÁS, 2016 apud LIMA, 2016).
Segundo Maia (2015), piping é uma forma de ruptura hidráulica, que ocorre nos casos
onde registra-se erosão, através de carregamento dos grãos do solo pelas forças de
percolação4, que, embora aconteça internamente, seu mecanismo é semelhante à erosão
superficial provocada pela chuva. Seu início se dá num ponto de surgencia de água,
progredindo para trás em torno de um filete de água que arrasta os graus, cujo resultado
é a formação de um tubo, o que leva a ser conhecida também como retro erosão tubular.
3
Piping – é usada para converter líquidos, produtos químicos, combustíveis, gases ou outras matérias-
primas em um produto utilizável.
4
Percolação – traduz o movimento subterrâneo da água através do solo, especialmente nos solos saturados
ou próximos da saturação.
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Figura 4 – Estágios de desenvolvimento de ruptura por piping.
Fonte: LAURIANO (2009) apud LIMA, (2016).
A figura 4 ilustra os estágios de desenvolvimento de ruptura por piping, estágios estes a
descarga protegida, erosão em sentido reverso e alargamento do tubo e o estágio que leva
a ruptura.
De acordo com Maia (2015), no caso de barramentos, deve-se observar as águas que
chegam ao reservatório, seja junto com os rejeitos, por precipitação directa, por
escoamento superficial, por processo de evaporação, e, particularmente, aquelas que
percolam pelo maciço, que merecem especial atenção.
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Rupturas locais (Tipo I) são rupturas que ocorrem em nível de bancada,
controladas por juntas e falhas dessas mesmas magnitudes.
Rupturas de maior escala (Tipo II), são rupturas controladas por descontinuidades
persistentes, tais como sistemas de juntas combinadas com falhas. Estas podem
ocorrer de acordo com a configuração geométrica das descontinuidades pré-
existentes em relação ao talude, gerando desta formaa rupturas do tipo planar ou
cunha.
Rupturas em rochas Fracturadas (Tipo III), são rupturas associadas ao alto
fracturamento, típico de rochas brandas e alteradas que influenciam a estabilidade
devido a sua baixa resistência. Este tipo de ruptura pode envolver várias bancadas
ao até o talude global.
A figura 5 ilustra os três tipos de ruptura de taludes em mineração a céu aberto, rupturas
locais (I), rupturas de maior escala (II) e rupturas em rochas fraturada (III).
O risco pode ser entendido como o produto da probabilidade de falha pelos custos
esperados da mesma, medido em termos monetários.
Segundo Clayton (2001), o risco pode ser definido como sendo uma combinação entre
perigo e vulnerabilidade, sendo o perigo algo com potencial de causar danos e
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vulnerabilidade como sendo um conjunto de factores que determinam a probabilidade que
o perigo se manifeste com consequências negativas. De forma mais ampla, para um
mesmo evento adverso (falha) com diferentes consequências, níveis de vulnerabilidade
são associados e o risco pode ser expresso como:
𝐶
𝑅 = 𝑃 [E]. 𝑃 [ ] . 𝑈[𝐶] (10)
𝐸
Onde:
R é o risco;
O custo total esperado de uma obra subterrânea que apresenta risco de falha envolve a
soma de todos os custos que incidem durante toda a vida útil da estrutura, custos estes: a
construção, investigação, operação, manutenção, além dos custos esperados para um dado
modo de falha. Esses custos não ocorrem de maneira proporcional ao nível de segurança,
existe um ponto no qual o custo total esperado é mínimo, associado a um valor da
probabilidade de falha.
Segundo Cintra & Aoki (2010), para além dos métodos tradicionais de dimensionamento
das estruturas de suporte, quando necessários à estabilidade de uma escavação de um
túnel em rocha, devem ser elaborados analises de confiabilidade (probabilidade de falha)
para que todos os envolvidos no projecto estejam cientes do nível de risco a que a
estrutura estará submetida e a definição do risco máximo para a mesma.
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1. Como percebo que existem riscos? Os riscos são inevitáveis, não são bons nem
maus, são simplesmente parte de qualquer empreendimento de engenharia.
Devem ser gerenciados: identificados, reduzidos, e se possível eliminados.
2. Quais riscos devo aceitar? Quais devo rejeitar? A definição de um nível de risco
máximo cabe às entidades envolvidas no empreendimento (proprietário,
construtor, comunidades afetadas e usuários), lembrando que a noção de risco é
subjetiva, tanto o nível de risco aceitável como os riscos que precisam ser
rejeitados, é algo que deve ser definido por um colegiado.
3. Como fazer para não ficar inconsciente dos riscos? A monitoração,
acompanhamento e supervisão técnica, e avaliação constante do projecto e
construção fazem parte dos procedimentos de gerenciamento e minimização de
riscos.
Quanto a gravidade:
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Alta – O impacto do evento de risco é extremamente elevado e, no caso de não
existir uma interferência directa, imediata e precisa da equipe no empreendimento,
os resultados serão seriamente comprometidos.
6.1.3. Avaliação do risco segundo a ISO 31000
De acordo com a ISO 31000 (ABNT, 2009), a tomada de decisão deve ser baseada nos
seguintes procedimentos:
É importante saber que análises de risco de encostas e taludes sempre existiram, mesmo
que não formalizadas, porém sem que houvesse uma estrutura para padronizar essas
avaliações. As primeiras aplicações formais de uma estrutura para análise de risco de
movimentos de massa foram utilizadas para zoneamento de deslizamentos para
planejamento urbano e gerenciamento de taludes rodoviários na década de 1970, de forma
qualitativa. Nas décadas seguintes, abordagens quantitativas começaram a ser utilizadas
e o uso dessas análises foi estendido para encostas individuais, autovias e gerenciamento
global de risco de encostas (FELL et al., 2005).
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O conhecimento de riscos geológicos, geotécnicos e sua quantificação, torna-se
necessária para entender como a geotecnia pode contribuir para minimização ou
erradicação deste risco. Alguns conceitos inerentes à avaliação de risco são tratados por
Augusto Filho et al. (1990a). Evento trata de um fato já ocorrido, no qual não foram
registradas consequências danosas sociais e/ou econômicas relacionadas diretamente a
ele. Acidente refere-se a um fato já ocorrido, onde foram registradas consequências
danosas sociais e/ou econômicas (perdas e danos). Risco representa a possibilidade ou
probabilidade de ocorrência de algum dano a uma população (pessoas, estruturas físicas,
sistemas produtivos) ou a um segmento da mesma. É uma condição potencial de
ocorrência de um acidente.
De acordo com Bandeira (2003) apud Menezes (2011), vários autores discutiram os
conceitos que envolveram riscos, entre os quais Zuquete (1983), e Vernes (1984), que
define:
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Tabela 1 – Conceitos referentes a análise de riscos.
Segundo Bolt et al., (1975) apud Menezes (2011), a análise de risco pode ser qualitativa,
na qual a suscetibilidade e vulnerabilidade são obtidas de forma relativa, através da
comparação com situações de risco já identificadas; ou quantitativa, através da
probabilidade de ocorrência de determinado evento, em um intervalo de tempo. Na
análise qualitativa, o risco é classificado, por exemplo, como baixo, médio e alto, e na
análise quantitativa incorpora-se a probabilidade de ocorrência do processo e a
distribuição probabilística das consequências.
7. Estudos de casos
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Rio Verde – Cava C1 – Nova Lima
O seguinte estudo de caso é sobre uma empresa de mineração localizada em Brasil no
município de Nova Lima/MG, a empresa denominada rio verde realiza atividades de
exploração de ferro e consequentemente a disposição de seus rejeitos. No ano de 2001, a
contenção de rejeitos era realizada em uma antiga cava, denominada cava C1, a qual se
localizava ao extremo norte da mina. Essa antiga cava passou a ser usada como depósito
de rejeitos, quando sua operação foi interrompida em 1990 devido às restrições impostas
pela própria geometria da cava, que tinha 500 m de comprimento, 120 m de largura e 100
m de profundidade (DINIZ, 2006).
Os rejeitos de granulometria fina e com elevado teor de ferro, eram lançados ao extremo
sul da estrutura de contenção e se sedimentavam ao longo da mesma. De acordo com as
características de deposição comuns a este tipo de situação, as partes grossas e mais
pesadas dos rejeitos se sedimentavam mais rapidamente, enquanto que o material fino
com líquidos se dirigia para a zona norte da barragem. O direcionamento da fração fina
com líquidos para as proximidades da borda norte, somado a inexistência de um sistema
de drenagem interna, contribuiu claramente para a elevação do nível freático da barragem,
atingindo níveis inaceitáveis (DINIZ, 2006).
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O material deslizou rapidamente devido a topografia extremamente acidentada da área,
alcançando uma extensão de aproximadamente 6,3km de distância, com uma largura
média estimada de 60 metros e uma altura total de 400 metros. Observou-se que em
alguns lugares houve a deposição destes rejeitos em depressões ao longo do caminho,
enquanto que em outros, a lama expôs o solo a erosão e causando novas instabilidades, a
Figura 14 mostra a vista da barragem de rejeito após a ruptura (DINIZ, 2006).
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exigidas, pois, no procedimento de licenciamento consta apenas um alteamento de 10
metros, no entanto, foram realizados mais dois alteamentos os quais não foram
licenciados pelo órgão competente. Desta forma, não houve a elaboração de projeto
executivo da obra, considerando as informações geotécnicas necessárias à avaliação
precisa da situação de risco, e nem a intervenção de responsável técnico para acompanhar
a execução da mesma (COMARCA DE NOVA LIMA, 2007).
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seja a última inspeção foi realizado no mês anterior ao de ruptura (COMARCA DE
NOVA LIMA, 2007).
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8. Conclusão
A avaliação das consequências ligadas a ruptura das obras mineiras é feita com base nos
mecanismos e modos de rupturas destas obras. Em caso de ruptura de barragens, os
mecanismos podem ser de ruptura por galgamento, liquefação e hidráulica. Quanto aos
modos de ruptura de obras mineiras eles podem ser avaliados em rupturas locai, rupturas
de maior escala e ruptura de rochas fracturadas, em caso de ruptura de taludes.
Conclui-se também que a avaliação de riscos geotécnicos pode ser feita com vase na
avalição ISSO 3100, que consiste em avaliar, controlar, mitigar, planejar e fornecer
directrizes para que o empreendimento possa controlar o risco independentemente da sua
dimensão.
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9. Referências Bibliográficas
CINTRA, José Carlos Angelo e AOKI, Nelson. Fundações por estacas: projeto
geotécnico. São Paulo: Oficina de Textos. Brasil, 2010. Acesso em: 31 out. 2022.
GOMES, R.C., OLIVEIRA Filho, W.L. y RIBEIRO, L.F.M. Laudo pericial da ruptura
do dique de contenção de rejeitos de minério de ferro da cava C1 da Mineração Rio
Verde Ltda, localizada no município de Nova Lima / M.G. Universidade Federal de Ouro
Preto. M.G. Brasil, 2001.
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LIMA, S. R. De S. Caracterização e Análise dos Acidentes com Barragens de Rejeito
de Mineração no Estado de Minas Gerais. Dissertação de Mestrado. UFP. Belém-PA.
Brasil, 2016.
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