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As bacias do Alto Parnaíba se estendem desde as nascentes do Rio Parnaíba até a foz do rio
Uruçuí-Preto, localizadas aproximadamente, entre as coordenadas de 6° 51’ e 10° 23’ de
latitude sul, e entre 43° 23’ e 46° 12’ de longitude, ocupam uma área de cerca de 17.241 km²
(1)
. Os principais afluentes pelo lado do Piauí são: Uruçuí-Preto, Uruçuí-Vermelho, Taquara,
Riozinho, Volta, do Ouro, Estiva e vários riachos.
A região de savana ocupa toda a região do alto curso do rio Parnaíba e seus afluentes. Nas
áreas de solos rasos, concrecionários ou plínticos, ocorrem geralmente fisionomias de savana
parque e savana gramíneo lenhosa. Nos fundos dos vales, áreas mais úmidas, ocorrem a
savana associada aos buritizais, formando as florestas de galeria e nas áreas de solos
profundos predominam a savana arbórea e a savana arbórea densa (1).
No alto Parnaíba ocorrem as chapadas com topos planos, bastante irregulares, variando de
600 m a 800 m de altitude, modeladas em arenitos e siltitos (Formação Pedra do Fogo), onde
os solos são solos álicos, muito profundos, permeáveis, com textura média a argilosa
(Latossolos Amarelos). Nas bordas das chapadas ocorrem escarpas intensamente dissecadas,
1
IBGE.1996. Macrozoneamento Geoambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba. Série Estudos e Pesquisas em
Geociências, n. 4, 111 p. Coordenação de Margarete Prates Rivas. Rio de Janeiro/RJ.
modeladas por erosão diferencial em arenitos, siltitos e folhelhos, onde se desenvolvem os
solos álicos rasos, de textura média a arenosa (Solos Litólitos), com freqüentes exposições de
substrato rochoso. No alto Parnaíba ocorrem amplos vales dos rios Balsas, Uruçuí-Preto e
Parnaíba, dispostos paralelamente, na direção sul-norte, modelados sobre os arenitos, siltitos
e folhelhos das Formações Poti e Piauí. Recobrindo estas formações estão os Latossolos
Amarelos álicos e distróficos de textura média, associados a Areias Quartzosas, ambos
profundos, permeáveis. Nas planícies fluviais ocorrem os Solos Aluviais eutróficos e Solos
Gleizados com textura indiscriminada (1).
Nas sub bacias do Alto Parnaíba, pelo lado do Piauí predominam ocorrências de rochas da
Formação Piauí (arenito cinza esbranquiçado bem selecionado, folhelho vermelho, e calcário
esbranquiçado), e rochas da Formação Pedra do Fogo (sílex e calcário oolítico episolítico,
intercalado com arenito fino médio amarelado, folhelho cinzento e anidrita branca). Ao sul da
Bacia ocorrem em menor extensão rochas da Formação Sambaiba (arenito róseo e amarelo,
médio a fino, bem selecionado), da formação Poti (arenito cinza esbranquiçado, intercalado e
laminado com folhelho e siltito). Ainda ao sul da Bacia e em direção ao rio Gurguéia ocorrem
rochas da Formação Areado (arenitos finos localmente conglomerados). No extremo sul
ocorrem rochas da Formação Urucuia (arenitos médios a grosseiros com intercalações de
argilitos e siltitos) (CPRM - Mapa geológico do estado do Piauí, 1995).
12000
10000
8000
número
de habitantes 6000
4000
2000
0
Baixa Grande Barreiras do Gilbués Ribeiro Santa
do Ribeiro Piauí Gonçalves Filomena
De modo geral há um equilíbrio relativo na distribuição da população nos meios urbano e rural,
com exceção de Gilbués e Santa Filomena onde a maioria da população está distribuída no
meio rural.
Distribuição Populacional nos Municípios com Sedes com < 5.000 habitantes
Bacias Difusas do Alto Parnaíba
100,0
80,0
% 60,0
40,0
20,0
0,0
Baixa Grande Barreiras do Gilbués Ribeiro Santa
do Ribeiro Piauí Gonçalves Filomena
% urbana % rural
Em relação ao IDH, todos os municípios mostraram crescimento entre 1991 e 2000. Até 1991,
Baixa Grande do Ribeiro apresentou índice de desenvolvimento baixo (<0,499), enquanto que
os demais apresentavam IDH médio. Comparativamente às demais bacias difusas do Parnaíba,
esta bacia é a que apresenta o indicador de melhor condição de vida.
0,900
0,800
0,700
0,600
0,500
IDH
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
Baixa Grande do Barreiras do Gilbués Ribeiro Santa Filomena
Ribeiro Piauí Gonçalves
As sedes municipais da Bacia do Alto Parnaíba constam de rede pública de água, cuja fonte é
exclusivamente água subterrânea.
O sistema de abastecimento nas sedes de Gilbués e Barreiras do Piauí a operação é executada
pela AGESPISA. Em Baixa Grande do Ribeira, Ribeiro Gonçalves e Santa Filomena, a operação
vem sendo executada pela AGESPISA e Prefeitura Municipal. Nesses casos, o sistema não é
operado em conjunto.
• Águas subterrâneas
Nas sedes municipais das bacias do Alto Parnaíba foram identificados 20 poços tubulares ativos
O gráfico abaixo mostra a distribuição dos poços e as profundidades, em cada sede municipal.
Em geral a profundidade da maioria dos poços é maior do que 100 m, com exceção de Gilbués
onde a profundidade da maioria dos poços atinge cerca de 40 m.
6 210 m
40 m
número 40 m 184 m
4
de poços 40 m
40 m
260 m 98 m
2 60 m
122 m 120 m 40 m
100 m 130 m
0
Baixa Grande do Barreiras do Piauí Gilbués Ribeiro Gonçalves Santa Filomena
Ribeiro
ativo
• Oferta de água
Considerando as informações sobre vazões, tempo de bombeamento dos poços e o número de
habitantes (censo de 2000), a oferta de água estimada em Baixa Grande do Ribeira é de cerca
de 290 L/hab/dia e em Ribeiro Gonçalves de 280 L/hab/dia.
Ao lado da oferta de água em Baixa Grande (290 L/hab/dia), o Bairro de Fátima não recebe
água do sistema devido à falta de rede. Nesta sede, a falta de material de reposição tem
levado o usuário a comprar o material necessário. Em Ribeiro Gonçalves, apesar da oferta
estimada em 280 L/hab/dia, existem 3 poços ativos da Prefeitura com água distribuída por
meio de chafarizes, além de um poço jorrante, permanentemente aberto.
• Classe de água
Em relação à classe de água, 02 poços apresentam água salobra: Barreiras do Piauí tem um
poço ativo com água salobra/salina e o único poço ativo de Ribeiro Gonçalves apresenta água
salobra/salina.
Classe de Água dos Poços das Sedes Municipais (< 5.000 hab)
Bacias Difusas do Alto Parnaíba
8
7
6
número 5
de poços 4
3
2
1
0
Baixa Grande do Barreiras do Piauí Gilbués Ribeiro Gonçalves Santa Filomena
Ribeiro
• Tratamento de água
Em nenhum local existe processo de dessalinização ou tratamento para desinfecção.
Proteção Sanitária dos Poços das Sedes Municipais (< 5.000 habitantes)
Bacias Difusas do Alto Parnaíba - Perímetro de Proteção
8
7
6
número 5
de poços 4
3
2
1
0
Baixa Grande Barreiras do Gilbués Ribeiro Santa Filomena
do Ribeiro Piauí Gonçalves
Lajes de cimento
As lajes de cimento, necessárias para impedir o escoamento vertical de poluentes pelas
paredes do poço, estão faltando nos poços das sedes de Barreiras do Piauí e de Ribeiro
Gonçalves.
Proteção Sanitária dos Poços das Sedes Municipais (< 5.000 habitantes)
Bacias Difusas do Alto Parnaíba - Laje
8
7
6
5
número
4
de poços
3
2
1
0
Baixa Grande Barreiras do Gilbués Ribeiro Santa Filomena
do Ribeiro Piauí Gonçalves
Vedação
Para conservar a qualidade das águas é necessário que os poços e reservatórios estejam
vedados totalmente. No caso das sedes das bacias do Alto Parnaíba, a maioria dos poços tem
2
O perímetro de proteção é a área de operação do poço ou conjunto de poços onde nenhuma atividade é permitida,
devendo abranger um raio de 10 m a 20 m (Decreto 32.955/91 da Lei 6134/88 – SP).
tampa (18 poços), sendo que 12 poços estão com as tampas preservadas e 08 com tampa não
preservadas, sendo 03 com vedação parcial (Baixa Grande e Ribeiro Gonçalves). Em Ribeiro
Gonçalves o único poço ativo da AGESPISA, está sem vedação, e o outro poço sem tampa é da
Prefeitura Municipal. Esta é uma condição de mais alto risco de contaminação das águas
utilizadas para o abastecimento público.
8
7
6
5
númer o
d e p o ço s 4
3
2
1
0
Baixa Grande do Barreiras do Piauí Gilbués Ribeiro Santa Filomena
Ribeiro Gonçalves
co m t amp a sem t amp a t amp a p r eser vad a t amp a não p r eser vad a
Ao lado da falta de vedação, a falta de limpeza da rede é outro fator que vem contribuindo
para a degradação da qualidade das águas, fato este identificado particularmente em Baixa
Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves. Este tipo de manutenção não vem sendo executado por
falta de registros para descargas.