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BACIA DO RIO LONGÁ

SUMÁRIO

1 – CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO LONGÁ ................................................ 5

1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá ....................................................................................5

1.2 –Divisão municipal na bacia do rio Longá.................................................................................................5

1.3 – Malha viária na bacia do rio Longá ...........................................................................................................5

1.4 - Geologia da bacia do rio Longá ....................................................................................................................5


1.4.1 – Introdução ..........................................................................................................................................................5
1.4.2 – Grupos e formações geológicas .................................................................................................................6

1.5 – Geomorfologia e pedologia na bacia do rio Longá.........................................................................10


1.5.1 – Introdução ........................................................................................................................................................10
1.5.2 - Cuesta da Ibiapaba........................................................................................................................................10
1.5.3 - Tabuleiros do Parnaíba.................................................................................................................................10
1.5.4 - Baixada de Campo Maior.............................................................................................................................11

1.6 – Clima na bacia do rio Longá ........................................................................................................................11


1.6.1 – Introdução ........................................................................................................................................................11
1.6.2 – Variáveis atmosféricas.................................................................................................................................11

1.7– Vegetação na bacia do rio Longá...............................................................................................................12


1.7.1 - Introdução.........................................................................................................................................................12
1.7.2 – Fitoecologia ......................................................................................................................................................12
1.7.3 - Áreas de proteção ambiental .....................................................................................................................12

1-8 – Potamologia da bacia do rio Longá ........................................................................................................12


1.8.1 – Introdução ........................................................................................................................................................12
1.8.2 - Rede de drenagem .......................................................................................................................................13

2 - ASPECTOS POPULACIONAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ ................................ 13

2.1 - Introdução..............................................................................................................................................................13

2.2 – Índice de desenvolvimento humano (IDH) ......................................................................................13

2.3 – Crescimento populacional ............................................................................................................................13

3 - CONDIÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS SEDES MUNICIPAIS DO


PROJETO PILOTO, NA BACIA DO RIO LONGÁ..................................................... 14

3.1 – Introdução.............................................................................................................................................................14

3.2 – Recursos hídricos utilizados .......................................................................................................................14

3.3– Os aqüíferos na bacia do rio Longá..........................................................................................................14

3.4 – Potencialidade dos aqüíferos .....................................................................................................................15


3.4.1 - Aqüífero Barreiras e aqüíferos aluviais ..................................................................................................15
3.4.2 - Aqüífero Poti e aqüífero Piauí.....................................................................................................................15
3.4 3 - Aqüífero Cabeças............................................................................................................................................16
3.4.4 - Aqüífero Serra Grande..................................................................................................................................16
2
4– SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO RIO LONGÁ ............ 16

4.1 - Introdução..............................................................................................................................................................16

4.2 - – Administração dos sistemas de abastecimento de água ........................................................17

5– UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS NA BACIA DO RIO


LONGÁ............................................................................................................... 17

5.1 - Introdução..............................................................................................................................................................17

5.2 – Captações de águas subterrâneas...........................................................................................................18

5.3 – Construção das captações de água subterrâneas ..........................................................................18


5.3.1 – Profundidade dos poços tubulares ..........................................................................................................18
5.3.2 - Construção das Casas de força .................................................................................................................18
5.3.3 - Equipagem dos poços ...................................................................................................................................19
5.3.4 - Manutenção das captações.........................................................................................................................19
5.3.5 – Cerramento dos poços tubulares abandonados .................................................................................19

5.4 – Operação dos poços .........................................................................................................................................19


5.4.1 - Exlotação das águas dos aqüíferos..........................................................................................................19
5.4.2 – Estado atual dos poços tubulares das sedes municipais ................................................................19

5.5 - Adução das águas explotadas.....................................................................................................................20


5.5.1 – Construção das adutoras ............................................................................................................................20
5.5.2 - Operação das adutoras ................................................................................................................................20
5.5.3 - Aspectos da manutenção das adutoras .................................................................................................21

5.6 – Reservação das águas explotadas...........................................................................................................21


5.6.1 - Construção dos reservatórios ....................................................................................................................21
5.6.2 - Operacão dos reservatórios........................................................................................................................21
5.6.3 - Manutenção dos reservatórios...................................................................................................................22

5.7 - Distribuição............................................................................................................................................................22
5.7.1 - Construção das redes de distribuição.....................................................................................................22
5.7.2 – Operação das redes de distribuição........................................................................................................22
5.7.3- Manutenção das redes de distribuição.....................................................................................................23

6 – UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS NA BACIA DO RIO


LONGÁ............................................................................................................... 23

6.1 - Introdução..............................................................................................................................................................23

6.2 – Construção de barragens..............................................................................................................................24

7 - QUALIDADE ATUAL DAS ÁGUAS DOS POÇOS TUBULARES NA BACIA DO RIO


LONGÁ............................................................................................................... 24

7.1- Introdução ...............................................................................................................................................................24

7.2 – Classificação das águas subterrâneas quanto ao teor de sais ...............................................24

7.3 – Proteção sanitária dos poços tubulares...............................................................................................25


7.3.1 - Perímetro de proteção dos poços.............................................................................................................25
7.3.2 – Laje de proteção dos poços .......................................................................................................................25
7.3.3 - Tampa de boca dos poços...........................................................................................................................26
7.3.4 – Estado de conservação da tampa dos poços.......................................................................................27
7.3.5 - Vedação da boca dos poços........................................................................................................................27
7.3.6 – Risco de poluição das águas nos poços.................................................................................................28
3
8 - OFERTA DIÁRIA ATUAL DE ÁGUA NA BACIA DO RIO LONGÁ ........................ 29

8.1 – Introdução.............................................................................................................................................................29

8.2 – Volumes extraídos e oferta de água ......................................................................................................29

9 - ASPECTOS FINANCEIROS DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA


BACIA DO RIO LONGÁ ....................................................................................... 30

9.1 – Introdução.............................................................................................................................................................30

9.2 - Custos ......................................................................................................................................................................30

9.3 - Tarifas .......................................................................................................................................................................31

10 – PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS MUNICIPAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ


.......................................................................................................................... 32

10.1 - Introdução ...........................................................................................................................................................32

10.2 - Planos projetos municipais informados .............................................................................................32

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 - Carta Estratigráfica da Bacia Sedimentar Parnaíba...........................................7


Figura 1.2 – Seção geológica esquemática de direção WNW – ESE, da Bacia Sedimentar
Parnaíba............................................................................................9

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.1 - Litologia das formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba.....................8


Tabela 1.2 – Era, período e idade das principais formações de interesse hidrogeo_
lógico........................................................................................................9
Tabela 1.3 – Temperatura mínima média, máxima média e temperatura média
do ar nos municípios da bacia do rio Longá...................................................11

Tabela 2.1 - Índice de desenvolvimento humano – IDH e taxa de urbanização......................14

Tabela 3.1 - Características gerais dos principais sistemas aqüíferos da Bacia


Sedimentar Parnaíba.................................................................................15
Tabela 3.2 - Disponibilidade potencial do sistema aqüífero Parnaíba....................................16
Tabela 3.3 – Disponibilidade hídrica subterrânea no Estado do Piauí....................................16

Tabela 4.1 – Entidades responsáveis pelos dos sistemas de abastecimento


Público de água .......................................................................................17

Tabela 5.1 – Reservas, e recursos explotáveis de águas subterrâneas no Estado


do Piauí...................................................................................................17
Tabela 5.2 – Profundidade e estado atual dos poços..........................................................18
4
Tabela 5.3 - Estado atual dos poços.................................................................................20
Tabela 5.4 – Capacidade de reservação das águas explotadas.............................................21
Tabela 5.5 – Extensão de redes de distribuição de água.....................................................22
Tabela 5.5 – Ligações hidráulicas prediais.........................................................................23

Tabela 7.1 – Classificação das águas segundo a salinidade, e estado atual dos
poços.....................................................................................................24
Tabela 7.2 – Perímetro de proteção e estado atual dos poços.............................................25
Tabela 7.3 – Laje de proteção e estado atual dos poços.....................................................26
Tabela 7.4 – Tampa de boca, e estado atual dos poços......................................................26
Tabela 7.5 – Estado de conservação da tampa e estado atual dos poços..............................27
Tabela 7.6 - Capacidade da vedação da boca do poço pela tampa.......................................27
Tabela 7.7 - Grau de risco de poluição das águas dos poços...............................................28

Tabela 8.1 – Volumes de águas subterrâneas explotados e oferta diária..............................29


Tabela 8.2 – Valores referenciais de consumo per capta....................................................30

Tabela 9.1 – Informações tarifárias dos sistemas de abastecimento....................................31


5

1 – Caracterização da bacia do rio Longá

1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá

A bacia do rio Longá localiza-se, aproximadamente entre as coordenadas 3° 03’ e 5° 16’ de


latitude sul, e entre 41° 04’ e 42° 43’ de longitude, a oeste de Greennwich.(Mapa 6)

1.2 –Divisão municipal na bacia do rio Longá

A área da bacia do rio Longa é da ordem de 22.634 km2, e corresponde a 9,02 % da área total
do Estado do Piauí
A bacia do rio Longa contém 16 municípios (Mapa 4), que são relacionados a seguir

Municípios da bacia do rio Longa

01 – Boa Hora 09 – Coivaras


02 – Boqueirão do Piauí 10 – Domingos Mourão
03 – Brasileira 11 – Jatobá do Piauí
04 – Cabeceiras do Piauí 12 – Lagoa Alegre
05 - Caraúbas do Piauí 13 – Lagoa de São Francisco
06 - Caxingó 14 – Nossa Senhora de Nazaré do Piauí
07 – Cocal de Telha 15 – São João da Fronteira
08 – Cocal dos Alves 16 – São José do Divino

1.3 – Malha viária na bacia do rio Longá

A malha viária da Bacia do rio Longá pode ser vista no Mapa 7 A região apresenta malha
rodoviária satisfatória, em conseqüência da relativa proximidade de Teresina, capital do Estado.
A cidade de Piripiri corresponde ao centro de convergência das rodovias da área da bacia,
interligando as principais cidades da região, e também a capital, Teresina. Entre elas deve-se
incluir a rodovia federal BR 222, que se destaca pela grande importância de via de transporte
interestadual. Na bacia do rio Longá as estradas não pavimentadas se encontram com leito em
bom estado de conservação
Deve-se ressaltar, no entanto, que praticamente inexiste obra de proteção lateral (cerca) das
rodovias e estradas; ou quando existe, não tem havido conservação, o que aumenta
sobremaneira o grau de risco de acidentes, principalmente pela grande freqüência de animais nas
pistas.

1.4 - Geologia da bacia do rio Longá

1.4.1 – Introdução

A Lei Nº 9.433, de 09 de janeiro de 1997, no Artigo 1º, inciso V, estabelece a bacia hidrográfica
como unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, e
atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos hídricos.
A Política de Recursos Hídricos trata da gestão unificada dos recursos hídricos, que se
apresenta sob duas formas de jazimento: superficial e subterrâneo. Deve-se observar, no
entanto, que o domínio físico das bacias hidrográficas é delimitado a partir de critérios relativos à
6
superfície dos terrenos, e que tem servido também para o estabelecimento de limites
administrativos, inclusive de municípios, ao passo que o domínio dos aqüíferos é delimitado com
critérios relativos à subsuperfície.

Os aqüíferos de domínios regionais, usualmente correspondem a seqüências litológicas, que no


passado se estabeleceram em áreas extensas e tectonicamente instáveis da crosta terrestre.
Portanto, foram áreas sujeitas, a eventos de abatimentos, soerguimentos, processos
deposicionais, processos erosivos, que determinam a presença ou a remoção de sedimentos, e
também eventos magmáticos (vulcanismo), que conformam a geometria de cada seqüência
estratigráfica nelas presente. Essas grandes unidades da crosta terrestre, são denominadas
bacias sedimentares, que podem atingir superfícies de centenas de milhares de quilômetros
quadrados, com alguns quilômetros de profundidade, e onde se instalam os mais produtivos
aqüíferos da Terra.

As grandes bacias hidrográficas que drenam a superfície terrestre podem estar estabelecidas
integralmente nas bacias sedimentares, ou como acontece com a maioria delas, podem avançar
para além dos limites sedimentares, por sobre áreas de rochas cristalinas das vizinhanças das
bacias sedimentares.

Por outro lado, devido à grande extensão da superfície das bacias sedimentares que contêm
amplos aqüíferos, podem estar presentes mais de uma bacia hidrográfica; e como a unidade
física para o planejamento dos recursos hídricos é a bacia hidrográfica, a existência de duas
formas de jazimento do recurso tem anteposto, até os dias atuais, certo grau de dificuldade à
sua gestão unificada, em todos os níveis de governo. A Bacia hidrográfica do Parnaíba não é
exceção: alguns rios e riachos avançam por sobre rochas cristalinas mais antigas, pré-
cambrianas,e drenam as águas superficiais dessas áreas para o interior da Bacia Sedimentar
Parnaíba, cuja sedimentação ocorreu nas eras paleozóica, mesozóica e mesmo cenozóica.
Sob o aspecto de domínio político-administrativo, tanto a Bacia Hidrográfica do Parnaíba, como
a Bacia Sedimentar Parnaíba, ultrapassam os limites do Estado do Piauí.

1.4.2 – Grupos e formações geológicas

A bacia hidrográfica Longá está totalmente contida no domínio da Bacia Sedimentar Parnaíba,
que constitui a principal bacia sedimentar da região nordeste brasileira

A alternância de formações geológicas com diferentes permeabilidades, que mergulham para o


interior da bacia sedimentar, condiciona a constituição de aqüíferos em contato direto com a
atmosfera, denominados livres; e aqüíferos, recobertos por camadas impermeáveis que os isolam
da atmosfera, tornando-se confinados (artesianos), podendo mesmo apresentar poços com
artesianismo jorrante

Para melhor entendimento da seqüência temporal dos eventos deposicionais e eventos tectono-
magmáticos, é apresentada a Figura 1.1, a seguir, que contém a Carta Estratigráfica da Bacia
Sedimentar Parnaíba
7

Figura 1.1 - Carta Estratigráfica da Bacia Sedimentar Parnaíba

Modificado de Boletim de Geociências da Petrobrás no. 1, vol. 8, 1994


Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais
do Brasil, 2001 – 4 CD-ROM.
8

Na Tabela 1.1 a seguir, é apresentada a descrição sucinta sobre a litológica das formações
geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba, presentes na área da bacia de drenagem do rio Longá.
Entre as unidades sedimentares foi incluída a Formação Sardinha (Ks), que embora seja
constituída por rochas cristalinas (basaltos, diabásios e gabros) representantes da fase de
magmatismo na Bacia Sedimentar Parnaíba, impõe forte interferência no jazimento, fluxo e
qualidade das águas subterrâneas

Tabela 1.1 - Litologia das formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba

Formações geológicas Litologias

SEDIMENTOS QUATERNÁRIOS E TERCIÁRIOS


QHa Sedimentos quaternários holocênicos: aluviões (dunas)
Grupo Barreiras
Grupo Barreiras (Tb) Sedimentos pouco consolidados, avermelhados, constituídos de arenitos síltico-
(Indiviso) argilosos, e conglomeráricos
SEDIMENTOS MESOZÓICOS E PALEOZÓICOS
Itapecuru (Ki Arenitos médios a grosseiros, com intercalações de argilitos e siltitos
Sardinha (Ks) Basaltos escuros, predominantemente alterados, gabros e micromangeritos
Arenito cinza esbranquiçado e avermelhado, fino a grosseiro, e raros níveis de
Corda(Jc)
sílex
Pastos Bons (Jpb) Siltitos e folhelhos, argilito verde e castanho avermelhado
Mosquito (TRJm) Unidade não aflorante (Vulcanismo)
Grupo Balsas
Form. Samambaia (TRs) Arenito róseo e amarelo, médio a fino, bem selecionado, bimodal
Siltito averlhlhado a marrom, arenito branco fino a médio, anidrita e vários
Form. Motuca (Pm)
calcários
Sílex e calcário oolítico e pisolítico, creme a branco, eventualmente
estromatolítico, intercalado com arenito fino-médio amarelado, folhelho cinzento e
Form Pedra de Fogo (Ppf)
anidrita franca. São característicos desta formação os troncos petrificados de
Psaronius
Arenito cinza-esbranquiçado, predominantemente fino a médio e bem selecionado,
Form. Piauí (Cpi)
eventualmente conglomerático, folhelho vermelho e calcário esbranquiçado
Grupo Canindé
Form. Poti Arenito cinza-esbrasnquiçado intercalado e laminado com folhelho e siltito
Form. Longá (DCl) Folhelho e siltito cinza-médio e arenito branco, fino e argiloso
Form. Cabeças(Dc) Arenito fino, bem selecionado
Form. Pimenteiras (Dp) Folhelho cinza escuro a preto, com delgadas camadas de arenito fino
Form. Itaim (Di) Arenito fino esbranquiçado e folhelho cinza médio a escuro
Grupo Serra Grande
Form. Jaicós (Sj) Arenito médio/grosseiro e eventuais pelitos
Form. Tianguá (St) Esta unidade não ocorre no Estado do Piauí
Form. Ipu (Si) Arenito hialino, médio a grosseiro, raramente siltito, folhelho e diamictito
Formações cambrianas
ROCHAS PRÉ-CAMBRIANAS
Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Mapa Geológico do Estado do Piauí; escala
1;1.000.000; 1995

As formações geológicas presentes na Bacia do rio Longá, que apresentam melhores


características como aqüíferos são, das mais novas para as mais antigas: Grupo Balsas: formação
Piauí; Grupo Canindé: formação Poti, formação Cabeças, e formação Itaim; e o Grupo Serra
Grande. As formações sedimentares que constituem os principais aqüíferos (Piauí, Cabeças e
Serra Grande), são constituídas por sedimentos paleozóicos.

A Tabela 1.2 a seguir apresenta as idades das principais formações geológicas da Bacia
Sedimentar Parnaíba, de interesse hidrogeológico.
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Tabela 1.2 – Era, período e idade das principais formações de interesse
hidrogeológico

Formação aqüífera Era Período Idade (Ma)


Aluviões (Q) Quaternário (Q) 1,75
Cenozóica
Grupo Barreiras (Tb) Terciário (T) 65–1,75
Formação Sardinha(Ks) Mesozóica Cretáceo (K) 135-65
Formação Piauí (Cpi) Carbonífero (C) 355-295
Formação Poti (Cpo) Carbonífero (C) 355-295
Formação Longá (DCℓ) Paleozóica Devoniano (D) 410-355
Formação Cabeças(Dc) Devoniano (D) 410-355
Formação Pimenteiras (Dp) Devoniano (D) 410-355
Formação Serra Grande (Ssg) Siluriano (S) 435-410

Para melhor entendimento da geometria das seqüências estratigráficas da Bacia Sedimentar


Parnaíba, é apresentada na Figura 1.2 a seguir, apenas de forma esquemática, a seção
transversal WNW – ESE, onde são evidenciados os grupos de formações geológicas sedimentares,
denominados Balsas, Canindé, e Serra Grande, de interesse hidrogeológico, apoiados
essencialmente sobre rochas do embasamento cristalino

Figura 1.2 – Seção geológica esquemática de direção WNW – ESE, da Bacia Sedimentar Parnaíba

Seção Geológica Esquemática da Bacia do Parnaíba

Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do
Brasil, 2001 – 4 CD-ROM.

Pode-se observar na seção, que de leste para oeste, ocorrem afloramentos dos sedimentos do
Grupo Serra Grande, que recobertos por sedimentos do Grupo Canindé, que também apresentam
partes aflorantes, mas que para oeste, para o interior da Bacia, se tornam recobertos pelos
sedimentos do Grupo Balsas. Essa disposição estratigráfica permite o confinamento de alguns
aqüíferos da Bacia, pela sobreposição de camadas de sedimentos de reduzida condutividade
hidráulica. A caracterização dos aqüíferos é apresentada nos itens 3.3 e 3.4
10
1.5 – Geomorfologia e pedologia na bacia do rio Longá

1.5.1 – Introdução

A unidades geomorfológicas da área são as feições físicas da superfície, esculpidas pelos


agentes da dinâmica externa terrestre, no decorrer do tempo geológico, e que têm grande
influência no atual clima da região. São descritas a seguir, as principais feições geomorfológicas,
e pela correspondência de fatores, também os tipos de solos que ocorrem na bacia do rio Longá.

1.5.2 - Cuesta da Ibiapaba

Na borda leste da Bacia Sedimentar Parnaíba, a Formação Serra Grande, que mergulha para o
interior da bacia sedimentar, ou seja, para oeste, fica sujeita a processo de erosão remontante da
drenagem obseqüente que se dirige para as áreas cristalinas do Estado do Ceará, originando
relevo de escarpas, do tipo cuesta. Em grande parte dessa cuesta se intala o divisor de águas da
parte leste da bacia do rio Longá.
De acordo com o IBGE (1), a Cuesta da Ibiapaba ocorre como prolongamento norte, da Cuesta
da Serra Grande, na divisa com o Estado do Ceará, também de direção geral norte-sul. Há
predomínio de rampas com declividades suaves, de 2 a 5°, no sentido do mergulho dos estratos
da Bacia Sedimentar Parnaíba. Corresponde a áreas conservadas, modeladas nos arenitos da
formação Serra Grande, capeadas por coberturas areno-argilosas. Os solos aí desenvolvidos são
muito profundos, identificados como Latossolos Amarelos álicos e Areias Quartzosas.
O geossistema Ibiapaba é dissecado por um sistema de drenagem conseqüente, relativamente
à formação Serra Grande, de padrão paralelo, e que desenvolve vales com vertentes suaves, que
apresenta apresentando solos pouco espessos. No fundo dos vales, ocorrem Planossolos
Solódicos e Solonertz Solodizados.

1.5.3 - Tabuleiros do Parnaíba

A parte central da Bacia Sedimentar Parnaíba, e portanto, também da bacia do rio Longá,
ocorrem os Tabuleiros do Rio Parnaíba, de maior expressão em área, e que correspondem a
sedimentos páleo-mesozóicos, referentes a afloramentos das formações geológicas Cabeças,
Longá, Poti e Sardinha

Segundo o IBGE (1), os tabuleiros englobam partes do médio e baixo curso do rio Parnaíba,
estendendo-se pelo Estado do Piauí, e áreas do Estado do Maranhão, posicionando-se na zona de
transição entre o clima semi-árido da caatinga, e o clima úmido da Amazônia. Esse geossistema é
marcado por diferenças morfopedológicas originárias das influências litológicas, geoestruturais e
climáticas, com reflexos na cobertura vegetal e na conformação do relevo.
Nos interflúvios, predominam feições tabulares esculpidas sobre arenitos e siltitos recobertos
por material areno-argiloso, do qual derivam Latossolos Amarelos álicos e distróficos; e
Podzólicos vermelho-amarelos álicos. Esses tabuleiros terminam em rampas com declives de 2 a
5°.
Algumas partes dessas rampas estão capeadas por sedimentos arenosos com domínio das
Areias Quartzosas, e outras partes sofrem processos de retrabalhamento com retirada da
cobertura, e exposição do substrato, sobre as quais ocorrem solos pouco espessos, de textura
arenosa.
Localmente, nas áreas de ocorrência de rochas básicas da Formação Sardinha, ocorrem rampas
que exibem áreas que contêm solos com alta fertilidade, representados por Brunizéns
Avermelhados vérticos.
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1.5.4 - Baixada de Campo Maior

Esta unidade geoambiental compreende as áreas deprimidas da região de Campo maior,


situada no baixo curso do rio Parnaíba, drenada pelo rio Longá e seus afluentes. Trata-se de uma
extensa depressão, contendo áreas alagadiças, resultantes da baixa permeabilidade das
seqüências pelíticas dos sedimentos da formação Longá aí aflorantes. Dessas seqüências derivam
solos dominantemente plínticos e concrescionários.
Além desses tipos de solos, ocorrem, na bacia do rio Longá, o Latossolo Vermelho-Escuro,
Bruno Não-cálcico, Solos Litólitos álicos e distróficos, Cambissolos, Planossolo solódico,
e.Podzólico Vermelho-Amarelo concrescionário

1.6 – Clima na bacia do rio Longá

1.6.1 – Introdução

O clima na bacia do rio Longá, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo Aw’, quente e
úmido com estação chuvosa no outono, com início no verão

1.6.2 – Variáveis atmosféricas

a) Temperatura

A temperatura média situa-se em torno de 27°C, submetida a variações em função da estação


chuvosa. A média das máximas é da ordem de 30,5°C, enquanto a média das mínimas é da
ordem de 23,2°C

A Tabela 1.3 apresenta a temperatura mínima média, a temperatura máxima média, e a


temperatura média nos municípios da bacia do rio Longá

Tabela 1.3 – Temperatura mínima média, máxima média e temperatura média do ar nos
municípios da bacia do rio Longá

Temp mín Temp.máx


Temp.média
Município média do média do ar
do ar (ºC)
ar (ºC) (ºC)
Boa Hora 22,0 33,1 27,0
Boqueirão do Piauí 22,0 33,1 27,0
Brasileira 21,6 32,6 26,5
Cabeceiras do Piauí 22,1 33,2 27,1
Caraúbas do Piauí 22,5 33,4 27,4
Caxingó 22,8 33,7 27,7
Cocal de Telha 21,9 33,0 26,9
Cocal dos Alves 22,3 33,2 27,2
Coivaras 21,5 32,7 26,6
Domingos Mourão 22,0 33,0 27,0
Jatobá do Piauí 21,3 32,3 26,2
Lagoa Alegre 22,1 33,2 27,1
Lagoa de São Francisco 20,4 31,2 25,1
Nª Sª de Nazaré do Piauí 22,6 33,8 27,7
São João da Fronteira 21,4 32,2 26,2
São José do Divino 22,5 33,5 27,5
Fonte: . Lima; M. G. de e Assunção, H.F da. Estimativa da Temperatura do ar no Piauí. Universidade
Federal do Piauí, Teresina, 2002.
12
b) Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar, média, é da ordem de 75%, crescendo de sudeste para noroeste

c) Pluviometria

A precipitação média anual situa-se ao redor de 1.200 mm, devendo-se observar que no
trimestre março-abril-maio, há concentração de aproximadamente 60% do total anual

d) Evaporação e evapotranspiração potencial

A evaporação média anual é estimada em 1.600 mm, enquanto a evapotranspiração potencial


chega a 1.700 mm

1.7– Vegetação na bacia do rio Longá

1.7.1 - Introdução

A cobertura vegetal da bacia do rio Longá é complexa. Inserida em área de clima quente e
úmido, com interferência antrópica de centenas de anos. Sob o aspecto fitoecológico está em
área de tensão ecológica.

1.7.2 – Fitoecologia

A bacia do rio Longá está integralmente inserida na Área de Tensão Ecológica(1)


“O rio Longá, ao seccionar longitudinalmente a baixada de Campo Maior, esboça vales rasos,
com rampas suaves, sulcadas por processo de escoamento concentrado e predispostas ao aporte
de material sedimentar. Em toda a área nota-se a vegetação de Parque, com a mistura de
Savana/Estepe. A Savana ocupa as partes mais elevadas, e a Estepe, caracterizada por extensos
carnaubais, é observada nas áreas baixas e alagadas periodicamente.”
Comumente no contato Savana/Estepe estão presentes espécies vegetais como Murici,
goiabinha, araçá, jatobá, pinhão, aroeira–da-praia, jurema preta, quebra-faca, lixeira, etc.
Na Baixada de Campo Maior ocorrem espécies características do contato Savana/Floresta
estacional, onde é freqüente a ocorrência de espécies como a aroeira, braúna, jatobá, pau-ferro,
jacarandá, mangabeira, angico-de bezerro, sucupira, coração-de-negro, etc

1.7.3 - Áreas de proteção ambiental

No domínio da bacia do rio Longá, em sua porção centro-leste, está presente a Área de
Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba, entre as cidades de Brasileira e Domingos Mourão

1-8 – Potamologia da bacia do rio Longá

1.8.1 – Introdução

A área de drenagem do rio Longá tem como divisores de leste, os altos da formação Serra
Grande; de sudeste, os sedimentos da formação Cabeças; de sudeste , a formações Poti e Piauí,
seguindo-se para norte, por sobre os sedimentos do Grupo Barreiras.
13
1.8.2 - Rede de drenagem

O rio Longá nasce na porção central sul da bacia, no distrito de Lagoa do Mato no município de
Alto Longá, tomando rumo norte, e se torna perene após a confluência dom os rios Jenipapo, pela
margem direita, e Surubim, pela esquerda, a jusante da cidade de Campo Maior, até sua foz, no
rio Parnaíba.(Mapas 1 e 2)
A hidrografia básica é representada pelo rio Longá e seus afluentes, destacando-se, pela
margem direita, de montante para jusante, o rio Corrente, o rio dos Matos, perene desde a
cidade de Piripiri, até a foz, em Esperantina, com vazão média de 25 m3/s, e o rio Piracuruca, que
é perene em todo o seu curso, com vazão média anual de 68 m3/s (e seu afluente Jacareí); e pela
margem esquerda,com menores cursos, destacam-se os rios Marataoan, e Jenipapo
Considerando-se a linha geral de escoamento do rio Longá, ele se apresenta como rio
subseqüente, segundo a classificação de William Morris Davis, relativamente à formação Longá,
até a porção sudeste da cidade de Esperantina. Aqui, se desvia para leste, ao encontrar rochas
magmáticas cretácicas da formação Sardinha (Ks), mais resistentes, representadas por basaltos
escuros, alterados; diabásios; gabros e micromangeritos. Esse segmento oeste-leste tem cerca
de 30 km, tomando novamente a direção norte, em trecho novamente subseqüente sobre
sedimentos da formação Longá, com muitos entrecortes causados ainda por afloramentos das
rochas mais resistentes da formação Sardinha, até ser interceptado pelo rio Parnaíba, onde depõe
suas águas.
Deve-se ressaltar que os trechos subseqüentes dos rios devem ser considerados quando do
interesse em construção de barragem para múltiplos usos, pois barragens sucessivas nesses
trechos, além da reservação de água para abastecimento e regularização de vazões, representam
não apenas um ponto, mas uma linha de pontos de recarga natural induzida dos aqüíferos, que
na região adquirem importância estratégica no abastecimento.
...Segundo o IBGE 1, a bacia do rio Longá tem uma disponibilidade hídrica de 5,4 bilhões de
metros cúbicos, dos quais o deflúvio direto é da ordem de 40,45 m3/s Apresenta, na sua foz, no
trimestre mais seco, vazão média da ordem de 15,34 m3/s.

2 - Aspectos populacionais na bacia do rio Longá

2.1 - Introdução

Como um dos objetivos do Diagnóstico na área do Projeto piloto consiste na busca de


alternativas de abastecimento adequado para as atuais e futuras demandas da população, foram
incluídos levantamentos de dados documentais sobre aspectos populacionais, específicos da bacia
do rio Longá, sinteticamente apresentados a seguir.

2.2 – Índice de desenvolvimento humano (IDH)

O Índice de desenvolvimento humano, que sintetiza a qualidade de vida do cidadão, em cada


sede municipal do projeto piloto, na área da bacia do rio Longá é apresentado na Tabela 2.1.

2.3 – Crescimento populacional

Embora de maneira pouco acentuada, porém de utilidade especificamente voltada para a


projeção dos cenários futuros da demanda de água, visando ao adequado planejamento dos
sistemas de abastecimento , foram incluídas na Tabela 2.1, o crescimento populacional relativo a
cada sede urbana da área da bacia do rio Longá

IBGE. 1996. macrozoneamento geoambiental da bacia hidrográfica do rio Parnaíba. Série Estudos e Pesquisas em
Geociências , nº 4, 111p.Rio de Janeiro, 1996.. 1
14
Tabela 2.1 - Índice de desenvolvimento humano – IDH e taxas de urbanização

Pop. Pop. Pop. IDH** Rank. Taxa Taxa


Municípios
total Rural* Urb* 1991 2000 Estad cresc* urban
Boa Hora 5.173 4.147 1.026 0,408 0,536 195 2,00 19,83
Boqueirão do Piauí 5.569 3.690 1.879 0,495 0,566 151 2,13 33,74
Brasiliera 7.367 4.440 2.927 0,463 0,581 121 2,22 39,73
Cabeceiras do Piauí 8.498 7.109 1.389 0,421 0,525 205 2,06 16,35
Caraúbas do Piauí 4.809 4.174 635 0,397 0,486 220 1,91 13,20
Caxingó 4.134 3.389 745 0,389 0,499 216 1,94 18,02
Cocal de Telha 4.245 2.014 2.231 0,479 0,597 88 2,16 52,56
Cocal dos Alves 5.155 3.821 1.334 0,358 0,509 213 2,05 25,88
Coivaras 3.501 2.632 869 0,487 0,587 105 1,97 24,82
Domingos Mourão 4.190 3.334 856 0,453 0,546 179 1,58 20,43
Jatobá do Piauí 4.314 4.657 657 0,459 0,587 106 1,91 15,23
Lagoa Alegre 5.546 4.512 1034 0,466 0,583 113 2,00 18,64
Lagoa de São Francisco 6.449 4.111 2.338 0,451 0,537 193 2,17 36,25
Nª Sª de Nazaré do Piauí 3.866 2.783 1.083 0,486 0,594 95 2,01 28,01
São João da Fronteira 4.608 2.995 1.613 0,488 0,554 169 1,87 35,00
São José do Divino 4.878 2.686 2.192 0,413 0,543 183 1,97 44,94
*Fonte: IBGE ** Fonte: IPEA *Taxa crescimento anual média: 1,98 *Taxa urbanização. anual média: 41,98

3 - Condições de abastecimento de água nas sedes municipais do Projeto piloto,


na bacia do rio Longá

3.1 – Introdução

O abastecimento de água nas sedes municipais da bacia hidrográfica do rio Longá pode ser
considerado satisfatório, sob os aspectos de quantidade e qualidade da água ofertada à
população. Os problemas existentes são de caráter gerencial e técnico.

3.2 – Recursos hídricos utilizados

Na bacia do rio Longá, embora em sua maior área predominem rios perenes, os sistemas para
abastecimento de água têm sido planejados sobre a utilização de recursos hídricos subterrâneos.

3.3– Os aqüíferos na bacia do rio Longá

Os aqüíferos presentes na bacia hidrográfica Longá são representados essencialmente pelas


formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba, de porosidade por interstícios, intergranular,
uma vez que as áreas de rochas cristalinas, de porosidade fissural, que conformam as bordas da
bacia sedimentar, se localizam subordinada e predominantemente na porção sudeste do Estado,
com estreitamento no extremo leste, e também uma pequena alça, que delimita a bacia
sedimentar a nordeste
A ausência de dados sobre a execução dos furos para a construção dos poços, e a ausência de
testes de produção de poços e de ensaios de aqüífero na bacia do rio Longá não permitem a
identificação e estudo dos aqüíferos captados pelos poços tubulares presentes nas áreas das
sedes dos municípios da bacia. Assim sendo, são aqui apresentadas as características descritivas
desses aqüíferos, no domínio de toda a Bacia Sedimentar Parnaíba.
Os principais aqüíferos presentes na Bacia Sedimentar Parnaíba, por ordem de importância, são
o Serra Grande, Cabeças, Poti, Piauí, Motuca, Samambaia, Corda, e Itapecuru. Há também os
aqüíferos aluviais, que embora de extensão restrita, representam importante fonte para
abastecimento de água na região semi-árida.
Os aqüíferos Serra Grande, Cabeças e Poti se destacam por apresentar grandes áreas de
exposição (aflorantes), portanto melhores condições de exploração

Na Tabela 3.1 a seguir são apresentados os principais sistemas aqüíferos da Bacia Sedimentar
Parnaíba, e suas características de interesse hidrogeológico
15

Tabela 3.1 - Características gerais dos principais sistemas aqüíferos da Bacia


Sedimentar Parnaíba

Parâmetros
Parâmetros Hidráulicos dos Poços
Hidrodinâmicos1
Sistema Tipo de Espessura Prof. Vazão Desvio Capac. Poços
Litologia
Aqüífero aqüífero média (m)1 média média padrão Espec. consultados K*
S**
(m) (m3/h) Vazão média (m/s)
(m3/h/m)
Arenitos finos a grossos
Itapecuru Livre com níveis de argilitos e 100 91 12 13 1,86 116 3,8.10-6 1,3.10-1
siltitos argilosos

Livre Arenitos médios a 98 14 15 2,12 36 --- ---


Corda 160
conglomeráticos
Confinado 208 15 11 3,27 50 2,0.10-5 4,0.10-6

Motuca Livre Arenitos finos a médios 130 96 18 22 3,11 26 3,6.10-6 2,0.10-4

Arenitos finos a médios


Livre 140 18 27 1,39 49 1,7.10-5 0,002
Poti-Piauí com níveis de folhelhos 400
Confinado e siltitos 226 40 35 2,58 10 --- ---
Arenitos finos a grossos
Livre 109 12 20 1,77 87 --- ---
Cabeças com níveis de siltitos e 300
folhelhos
Confinado 284 50 62 8,18 34 5,4.10-5 3,7.10-4
Livre Arenitos finos a médios 158 6 17 0,44 72 --- ---
Serra
com níveis 500
Grande
Confinado conglomeráticos 172 15 14 2,41 110 1,0. 10-5 4,3.10-4
*K-condutividade hidráulica; **S- armazenamento
Fonte: ZOBY, J.L.G.; MATOS, B. Águas subterrâneas no Brasil e sus inserção na Política Nacional de Recursos Hídricos. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 12., 2002, Florianópolis. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, Anais...Florianópolis: ABAS, 2002.
19p. CD-ROM.

3.4 – Potencialidade dos aqüíferos

3.4.1 - Aqüífero Barreiras e aqüíferos aluviais

O aqüífero Barreiras e os aqüíferos aluviais ocorrem em áreas muito restritas na região da


bacia do rio Longá; o Barreiras, na porção mais setentrional dos Estado, e também numa estreita
faixa ao lado do rio Parnnaíba; os aqüíferos aluviais ocorrem em áreas restritas e descontínuas
nos leitos e margens fluviais, que embora possam ser aproveitados, têm, caráter secundário,
relativamente aos possantes aqüíferos do Estado do Piauí.

3.4.2 - Aqüífero Poti e aqüífero Piauí

Os aqüíferos Poti e Piauí são considerados em conjunto, como sistema aqüífero Poti-Piauí, por
não existir entre as duas formações geológicas nenhum estrato rochoso que proporcione o
isolamento das águas nelas armazenadas. O sistema Poti-Piauí aflora extensivamente no Estado
do Piauí, ao norte do paralelo 8° Sul, sendo comumente explorado na condição de aqüífero livre a
semi-confinado. A produtividade do sistema aqüífero Poti-Piauí é elevada a média, tendo os poços
capacidade específica entre 1 a 4 m3/h/m, e vazão entre 25 e 100 m3/h
A água é de boa qualidade, com Resíduo Seco médio da ordem de 200 mg/l.
16

3.4 3 - Aqüífero Cabeças

Separado do aqüífero Serra Grande por um aquitardo representado pela formação Pimenteiras,
é considerado o melhor da região, em função das suas condições de exploração mais favoráveis,
acompanhando a formação Serra Grande ao longo da faixa de afloramentos. As características de
produtividade são as mesmas do aqüífero Serra Grande, bem como a qualidade química das suas
águas.

3.4.4 - Aqüífero Serra Grande

Segundo o IBGE 2, o aqüífero Serra Grande é explorado principalmente sob condições de


artesianismo, apresentando mesmo poços com artesianismo jorrante, ao longo da borda oriental
da Bacia Sedimentar Parnaíba, desde PedroII, ao norte, até São João do Piauí, ao sul. Sua
produtividade é muito elevada Sua produtividade é muito elevada, com poços de capacidade
específica superior a 4m3/h/m, e vazões superiores a 100 m3/h, para rebaixamento de nível
d’água de 25 m.
A qualidade da água é muito boa, com Resíduo Seco médio de 300 mg/L
A Tabela 3.2 a seguir, apresenta a disponibilidade potencial do conjunto dos aqüíferos da
Bacia Sedimentar Parnaíba (sistema aqüífero Parnaíba), na vertente norte-nordeste, expressa em
106 m3/ano

Tabela 3.2 - Disponibilidade potencial do sistema aqüífero Parnaíba (em 106 m3/ano)

Parcela restituída
Sistema aqüífero Parcela escoada
Área (km2) ao Sistema Total
para o oceano
Hidrog.
Parnaíba 550.000 15.379,00 - 15.379,00
Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74

A Tabela 3.3 a seguir, apresenta as disponibilidades hídricas subterrâneas da Bacia


Sedimentar e das rochas cristalinas da região sudeste do Estado

Tabela 3.3 – Disponibilidade hídrica subterrânea no Estado do Piauí

Disponibilidade Disponibilidade
Sub-bacia Área (km2) instalada potencial
(106 m3/ano (106 m3/ano)
Parnaíba Sedimentar Cristalino
283.140 46.860 977,00 9.030,00
Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74

4– Sistemas de abastecimento de água na bacia do rio Longá

4.1 - Introdução

Além das informações estritamente técnicas foram registradas informações que permitissem
avaliar aspectos de gerenciamento dos sistemas de abastecimento, relativos à estruturai,

2 Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos, V, Recursos Hídricos na Bacia Atlântico Sul –Vertente
Norte/Nordeste; Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998.
17
funcionamento e integração institucional. Algumas dessas informações são apresentadas nos
itens subseqüentes

4.2 - – Administração dos sistemas de abastecimento de água

A Tabela 4.1 a seguir, apresenta as administradoras dos sistemas de abastecimento de água


das sedes municipais, e a quantidade de poços a elas pertencentes.

Tabela 4.1 – Entidades responsáveis pelos sistemas de abastecimento público de água

Administradores e quantidade de poços dos sistemas de abastecimento


Municípios de água
Prefeitura AGESPISA Particular PM/Assoc Total

Boa Hora 2 2
Boqueirão do Piauí 4 4
Brasileira 4 4
Cabeceiras do Piauí 3 3
Caraúbas do Piauí 2 2
Caxingó 3 3
Cocal de Telha 4 4
Cocal dos Alves 6 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 9 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 5 5
São João da Fronteira 7 7
São José do Divino 3 3
Totais 44 14 5 63
% 70,0 22,0 8,0 100,0

Pode-se notar que na bacia do rio Longá a maioria dos poços (70%) pertencem aos sistemas
municipais de abastecimento

5– Utilização dos recursos hídricos subterrâneos na bacia do rio Longá

5.1 - Introdução

As águas subterrâneas constituem a fonte de recurso hídrico mais utilizado, e que é extraído
dos aqüíferos presentes na bacia do rio Longá. Embora este Projeto piloto seja restrito ao domínio
urbano dos municípios, é de importância a visão holística da gestão dos recursos hídricos no
domínio do Estado. Com objetivo de facilitar essa correlação é apresentada a Tabela 5.1, que
apresenta os volumes das reservas, estimados para o conjunto dos aqüíferos da Bacia
Sedimentar Parnaíba.

Tabela 5.1 – Reservas, e recursos explotáveis de águas subterrâneas no Estado do Piauí

Reservas permanentes Recursos


Uso consuntivo
Estado Sedimentar Cristalino explotáveis (x106
(x106 m3)
m3)
Piauí 1040 3.680.000 50 7.365
Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74
18
5.2 – Captações de águas subterrâneas

De modo geral os sistemas de extração das águas subterrâneas na área da bacia do rio Longá,
podem ser classificados como bons, embora seja necessário dispensar atenção a uma série de
fatores intervenientes na eficiência dos sistemas. Esses fatores, as observações e as recomendações
em nível municipal estão contidos no Anexo II

5.3 – Construção das captações de água subterrâneas

5.3.1 – Profundidade dos poços tubulares

Para eleito de avaliação primária, embora tenham sido informadas, as profundidades foram
agrupadas em intervalos, cuja relação com o estado atual dos poços, é apresentada na Tabela
5.2 a seguir.

Tabela 5.2 – Profundidade e estado atual dos poços tubulares

Intervalo das Poços com informações sobre profundidade


profundidades Estado atual dos poços
(m) Total %
Op Pr Ab Ct
Até 20 1 1 1,6
21-40 1 1 1.6
41-60 6 1 7 11,3
61-80 11 1 12 19,4
81-100 9 2 11 17,7
101-120 3 1 4 6,5
121-140 6 6 9,7
141-160 7 7 11,3
161-180 1 1 1,6
181-200 2 2 3,2
Subtotal c/ inf 46 5 1 52 82,5
Subtotal s/ inf 6 2 2 1 11 17,5
Total 52 7 3 1 63 100,0
% 82,5 11,1 4,7 1,6 99,9
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

A profundidade máxima das perfurações para poços de abastecimento de água nas sedes
municipais da bacia do rio Longá foi de 200 m.
A correlação entre as profundidades dos poços e os aqüíferos das captações ficou prejudicada,
pela ausência de documentos que contenham a descrição da execução dos furos, que permitiria a
identificação dos aqüíferos.

5.3.2 - Construção das Casas de força

De maneira geral as Casas de força satisfazem aos seus objetivos, porém há problemas de
ausência de Casas de força, projetos mal elaborados, ventilação precária ou inexistente,
construção da Casa de força sobre o poço, que dificulta qualquer manobra de intervenção no
sistema de bombeamento, e que exige a necessidade da retirada temporária do telhado. Em
muitos locais inexiste Casa de força, em que o Quadro de comandos está fixado em poste nas
proximidades do poço, sem adequada proteção. Há ainda cabos elétricos descobertos, estendidos
sobre o solo, até o local do poço. A grande maioria das Casas de força necessita manutenção ou
reforma.
19

5.3.3 - Equipagem dos poços

A ausência generalizada de teste padrão para avaliação da capacidade de produção ao término


da construção do poço, tem impedido a avaliação correta da sua capacidade de produção e a
determinação do regime adequado de sua operação, e das condições seguras de instalação do
equipamento definitivo para bombeamento
Ma maioria dos sistemas não há bomba de reserva, medidor de nível d’água e medidor de
profundidade para poços tubulares, essenciais para atividades de medições, necessárias para a
manutenção preventiva das captações.

5.3.4 - Manutenção das captações

A manutenção do sistema de captação, aqui tomado como o complexo envolvendo a captação


propriamente dita, seus equipamentos, e a Casa de força, tem sido essencialmente corretiva. São
raros os sistemas que exercem manutenção preventiva, e mesmo nesses casos, não tem havido
o necessário planejamento das atividades para todas as unidades do sistema de abastecimento,
apresentando, portanto reduzida eficácia.
Em algumas sedes foram identificados problemas de ausência de peças de reposição,
acarretando demora nos reparos de danos

5.3.5 – Cerramento dos poços tubulares abandonados

Os levantamentos permitiram identificar muitos poços abandonados de forma inadequada, o


que os pode tornar focos reais de poluição das águas subterrâneas. No caso da decisão definitiva
de não reaproveitamento de poços paralisados ou abandonados, é necessário proceder ao seu
cerramento. Para orientações técnicas sobre o correto procedimento de cerramento definitivo de
poços abandonados, destaca-se a Norma: American Water Works Association – AWWA; A 100-
58, tradução do Engº Paulo Nogami e Engº Eduardo R.Yassuda; separata da Revista “DAE” nº
52; São Paulo; 1964. Pode-se ainda utilizar a sua versão atualizada da mesma American Water
Works Association AWWA A 100-97: Water Wells

5.4 – Operação dos poços

5.4.1 - Explotação das águas dos aqüíferos

A extração da águas dos poços é feita essencialmente através de bombas elétricas


submersíveis, com raros casos de sistema de bomba centrífuga, bomba injetora e sistema ”Air
lift”.
Em toda a região, foram registrados problemas crônicos de infra-estrutura energética, relativos
às oscilações de tensão e de interrupção do fornecimento de energia elétrica, que têm provocado
queima de bombas, relés, de fusíveis, e da própria fiação elétrica. Esses problemas são
agravados na época das chuvas (“inverno”, na região), pela ausência de pára-raios e mesmo
aterramentos eficientes.
No relativo a equipamentos, tem havido falta de bomba de reserva, que no caso da
necessidade de remoção da bomba instalada, para reparo, provoca longos períodos de
interrupção de bombeamentos.
A falta de macromedidores de vazão em grande parte dos sistemas em operação, tem impedido
o controle dos volumes explotados.

5.4.2 – Estado atual dos poços tubulares das sedes municipais


20
Para efeito deste diagnóstico, quanto à operação, os poços foram classificados em quatro
categorias: poços em operação, poços paralisados, poços abandonados, e poços em construção
A Tabela 5.3 a seguir apresenta o estado atual dos poços das sedes municipais da bacia do rio
Longá

Tabela 5.3 - Estado atual dos poços tubulares

Estado atual dos poços *


Municípios Total
Op Par Ab Ct
1 Boa Hora 1 1 2
2 Boqueirão do Piauí 4 4
3 Brasileira 3 1 4
4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3
5 Caraúbas do Piauí 2 2
6 Caxingó 1 2 3
7 Cocal de Telha 3 1 4
8 Cocal dos Alves 3 2 1 6
9 Coivaras 4 4
10 Domingos Mourão 1 1
11 Jatobá do Piauí 3 3
12 Lagoa Alegre 3 3
13 Lagoa de São Francisco 9 9
14 Nª Sª de Nazaré do Piauí 4 1 5
15 São João da Fronteira 7 7
16 São José do Divino 2 1 3
Total 52 7 3 1 63
% 82,5 11.1 4,8 1,6 100,0
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

Pode-se notar que cerca de 82% dos poços estão em operação com 11% deles paralisados e
cerca 5% abandonados. Entre as causas da paralisação podem ser citadas: equipamentos ainda
não instalados, incluindo-se neste caso, poços construídos há mais de 1 ano; bombas em reparo
por mais de 15 dias, que exige paralisação de bombeamento, por falta de bomba-reserva; poços
construídos a pequena distância de poços em operação, permanecendo inativos a fim de evitar
interferências na produção. Entre os poços abandonados, como causas foram identificadas
dificuldades construtivas encontradas pela empresa contratada, e baixa produtividade dos poços.

5.5 - Adução das águas explotadas

5.5.1 – Construção das adutoras

Os problemas de adução mais comumente verificados, se referem ao dimensionamento das


tubulações; ligações das redes de distribuição diretamente às adutora, que pelo excessivo
consumo em alguns sistemas surgem áreas de baixa pressão, e nessas condições, as águas
somente alcançam os reservatórios, quando ocorre redução de consumo, geralmente em altas
horas da noite.

5.5.2 - Operação das adutoras

Em alguns sistemas de adução inexistem registros separadores, que dificultam manobras para
distribuição eqüitativa no abastecimento de água.
Em algumas sedes municipais as adutoras apresentam problemas de perdas d’água por
vazamentos, motivados pela pequena profundidade de instalação das tubulações, por dificuldades
de escavação em rochas mais duras, tornando-as vulneráveis ao tráfego de veículos.
21
5.5.3 - Aspectos da manutenção das adutoras

A manutenção dos sistemas adutores tem sido essencialmente corretiva

5.6 – Reservação das águas explotadas

5.6.1 - Construção dos reservatórios

A capacidade de reservação tem correspondido às necessidades locais. A Tabela 5.4 a seguir


resume algumas características construtivas dos reservatórios.

Tabela 5.4 – Capacidade de reservação das águas explotadas

Reserva Capac Capac


Municípios Tipo Material
Tórios (m3) total (m3)
Boa Hora RSV P1 Elevado Concreto 54 54
RSV P1 Elevado Concreto 30
RSV P2 Elevado Concreto 57
Boqueirão do Piauí 112
RSV P3 Elevado Fib vidro 15
RSV P4 Elevado Fib vidro 10
RSV P1-P2 Elevado Concreto 100
Brasileira RSV P3 Elevado Concreto 10 260
RSV P4 Apoiado Concreto 150
Cabeceiras do Piauí Elevado Concreto 50 50
RSV P1 Elevado Concreto 30
Caraúbas do Piauí 40
RSV P2 Elevado Fib vidro 10
Caxingó - - - - -
RSV P1 Elevado Concreto 30
Cocal de Telha 105
RSV P1-P2-P3-P4 Elevado Concreto 75
RSV P1 Elevado Concreto 30
RSV P2 Elevado Fib vidro 5
Cocal dos Alves 45
RSV P3 Elevado Fib vidro 5
RSV P6 Elevado Fib Vidro 5
Coivaras 1 RSV + Lig RD 57 57
Domingos Mourão RSV P1 Elevado Concreto 50 50
RSV P1 18
Jatobá do Piauí 53
RSV P2 35
Lagoa Alegre 1 RSV + Lig RD Elevado Concreto 50
RSV P1 Elevado Fib vidro 5
RSV P3 Elevado Concreto 57
RSV P4 Apoiado Concreto 30
Lagoa de São Francisco RSV P6 Elevado Fib vidro 5 112
RSV P7 Elevado Fib vidro 5
RSV P8 Elevado Fib vidro 5
RSV P9 Elevado Fib vidro 5
Nª Sª de Nazaré - - - - -
RSV P1-P2-P3 Elevado Concreto 100
São João da Fronteira RSV P4-P5-P6 Elevado Concreto 65 170
RSV P7 Elevado Fib vidro 5
São José do Divino RSV P1-P2 Elevado Concreto 200 200

Volume total de reservação (m3) >1.358

A ausência de informações sobre todos os reservatórios permite dizer que a capacidade de


reservação nas sedes da bacia do rio Longá, para cidades com população inferior a 5.000
habitantes, no âmbito do projeto piloto, é superior a 1.358 m3 pelo período de 24 horas.

5.6.2 - Operação dos reservatórios

Os problemas de operação dos reservatórios estão relacionados à adequação da reservação


com a demanda, principalmente no verão, quando a maioria das cidades pratica o racionamento
do uso da água, através da intermitência no fornecimento
22
Há também problemas de operação, no concernente à lavagem e desinfecção das caixas dos
reservatórios, que em muitas cidades não há freqüência adequada e constante, para tais
operações. No processo da desinfecção das caixas, tem sido utilizado cloro

5.6.3 - Manutenção dos reservatórios

Como nas unidades anteriores do sistema, a manutenção dos reservatórios tem sido apenas
corretiva. São freqüentes as trincas na caixa, deterioração de argamassa, danos em pára-raios ou
ausência dos mesmos, registros e caixas de inspeção danificados e mal conservados; havendo
mesmo, reservatórios sem tampa
São freqüentes ainda, as perdas de água pelos extravasores das caixas, e também nas
tubulações de entrada, de saída, e de descarga; e nos registros em geral.
A área de proteção dos reservatórios, em muitos casos se apresenta com muros e portões
semidestruídos; terrenos mal conservados, onde crescem árvores de médio e grande porte, que
prejudicam as estruturas; etc

5.7 - Distribuição

5.7.1 - Construção das redes de distribuição

Pela ausência de sistemas de registros, são esparsas as informações sobre aspectos


construtivos das redes de distribuição, como materiais, diâmetros e comprimentos das redes. A
Tabela 5.5 a seguir apresenta algumas informações.

Tabela 5.5 – Extensão de redes de distribuição de água

Comp
Município
(m)
Boa Hora -
Boqueirão do Piauí -
Brasileira -
Cabeceiras do Piauí -
Caraúbas do Piauí 4.500
Caxingó 4.100
Cocal de Telha -
Cocal dos Alves -
Coivaras -
Domingos Mourão 6.000
Jatobá do Piauí -
Lagoa Alegre -
Lagoa de São Francisco 12.000
Nª Sª de Nazaré do Piauí -
São João da Fronteira 10.250
São José do Divino -

Nota-se a expressiva ausência de informações sobre as dimensões das redes de distribuição.


Estas são merecedores de maior atenção pelas entidades responsáveis pelo gerenciamento dos
sistemas de abastecimento

5.7.2 – Operação das redes de distribuição

Em alguns sistemas não há registros separadores nas redes de distribuição, o que dificulta
distribuição eqüitativa de água, principalmente em relação às partes alta e baixa das cidades. Há
ainda sistemas que apresentam problemas de baixa pressão em algumas áreas da mesma rede
de distribuição, prejudicando o abastecimento
No concernente à hidrometração, a Tabela 5.6 a seguir, apresenta as informações obtidas
sobre as ligações hidráulicas prediais. Devem ser registradas, porém, algumas observações
características dos sistemas de abastecimento, na área da bacia do rio Longá, como cortes
23
temporários de ligações, a pedido dos moradores, por mudança de domicílio por tempo
indeterminado, em busca de trabalho alhures, e também atenção especial dada à inadimplência,
ressaltando-se a orientação da entidade responsável pelo gerenciamento do sistema, no sentido
de estabelecer diálogo direto com os devedores, em busca de soluções negociada.

Tabela 5.6 – Ligações hidráulicas prediais

Total de Sem Com


Municípios Rede
Ligações Hidrôm Hidrôm
Boa Hora 300 300 0
Boqueirão do Piauí 514 514 0
Brasileira RD P1-P2 1310 718 592
Cabeceiras do Piauí 358 108 250
Caraúbas do Piauí 218 177 41
Caxingó 146 146 0
Cocal de Telha RD P1-P2-P3-P4 772 723 49
RD P1 120 120 0
Cocal dos Alves RD P3 60 60 0
RD P4 40 40 0
Coivaras 430 430 0
Domingos Mourão RD P1 350 130 220
Jatobá do Piauí 266 266 0
Lagoa Alegre 450 197 253
RD P1 15 15 0
RD P2-P3 270 270 0
RD P4-P5 140 140 0
Lagoa de São Francisco RD P6 6 6 0
RD P7 30 30 0
RD P8 20 20 0
RD P9 Chafariz - -
Nª Sª de Nazaré do Piauí 300 300 0
RD P1-P2-P3 490 165 325
São João da Fronteira RD P4-P5-P6 - - -
RD P7 2 0 2-
São José do Divino 674 107 567
Total 7.281 4982 2299
% 99,9 68,4 31,5

Pelos quantitativos constantes da Tabela 5.6 pode-se observar que em apenas 31 % das
ligações há hidrômetro instalado. Esse fato induz ao desperdício e ao mau uso dos recursos
hídricos, que têm como conseqüências a prática de racionamento de uso, principalmente no
verão, a redução da eficiência e da sustentabilidade financeira do sistema

5.7.3- Manutenção das redes de distribuição

Também nas das redes de distribuição, na maior parte dos sistemas a manutenção tem caráter
apenas corretivo.
Do mesmo modo que no sistema de adução, no sistema de distribuição algumas redes
apresentam perdas d’água por vazamentos nas tubulações, causadas por danos pela exposição a
riscos ao tráfego de veículos, pelo fato de terem sido instaladas aquém da profundidade
regulamentar, devido a dificuldades de escavação em áreas de solos ou de rochas mais
resistentes. Na época das chuvas há aumento na freqüência de reparos, pela remoção mais
intensa da cobertura das tubulações
De maneira geral são freqüentes os vazamentos nas tubulações de ½”

6 – Utilização dos recursos hídricos superficiais na bacia do rio Longá

6.1 - Introdução
24
Embora corresponda a área de índice pluviométrico privilegiado, e existência muitos trechos
perenes de rios, na área da bacia do rio Longá não foram registrados sistemas de abastecimento
com utilização de recursos hídricos superficiais.

6.2 – Construção de barragens

No município de Campo Maior, no rio Jenipapo, foi construída pela Companhia de


Desenvolvimento do Estado do Piauí – COMDEPI, a Barragem de Corredores, com capacidade de
reservação de 63.300.000 m3, cuja adutora se encontra em construção.

7 - Qualidade atual das águas dos poços tubulares na bacia do rio Longá

7.1- Introdução

São analisadas a seguir, as informações que permitem considerações sobre a qualidade da


água ofertada à população, bem como alguns fatores que interferem na qualidade natural das
águas do aqüífero, e que devem ser objeto de constante observação e monitoramento.

7.2 – Classificação das águas subterrâneas quanto ao teor de sais

A Tabela 7.1 a seguir, apresenta, por município, a classificação das águas quanto à presença
de sais, que pela ausência de laudos de análises físico-químicas foram utilizadas as informações
sobre o seu sabor.

Tabela 7.1 – Classificação das águas segundo a salinidade e estado atual dos poços.

Estado dos poços tubulares


Municípios Ativos Paralisados Abandonados Ct* Total
Doce Salobra Doce Si* Doce Si Si
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 4 4
Brasileira 3 1 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 2 2
Caxingó 1 2 3
Cocal de Telha 3 1 4
Cocal dos Alves 3 2 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 9 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 4 1 5
São João da Fronteira 7 7
São José do Divino 2 1 3
Total 49 3 5 2 1 2 1 63
% 77,7 4,7 7,9 3,2 1,6 3,2 1,6 99,9
*Ct: em construção; e Si: sem informações

Observa-se na Tabela 7.1, que na bacia do rio Longá, 77,7% dos poços em operação, 7,9%
dos poços paralisados e 1,6% dos poços abandonados captaram água doce, e apenas 4,7% dos
25
poços em operação captaram água salobra. Há também dois poços abandonados, que
produziam água doce.

7.3 – Proteção sanitária dos poços tubulares

7.3.1 - Perímetro de proteção dos poços

Dependentemente das características da captação, as atividades e o estado geral da área nos


seus entornos interferem sobre a qualidade das águas produzidas. Assim, para cada obra de
captação de águas subterrâneas devem ser estabelecidas, em função de uma série de fatores, as
dimensões do denominado perímetro de proteção, que delimita a área de proteção da mesma.
Nessa área há restrições de usos, e necessidade de rígida fiscalização e conservação, com
objetivo de evitar focos reais de poluição

Tabela 7.2 – Perímetro de proteção e estado atual dos poços

Com perímetro Sem perímetro Sem inf


Município Op* Par Ab Op Par Ab Ab Ct Total

Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 3 1 4
Brasileira 3 1 4
Cabeceiras do Piauí 1 1 1 3
Caraúbas do Piauí 2 2
Caxingó 1 2 3
Cocal de Telha 3 1 4
Cocal dos Alves 3 1 1 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
Lagoa Alegre 2 1 3
Lagoa de São Francisco 7 2 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 3 1 1 5
São João da Fronteira 7 7
São José do Divino 2 1 3
Total 43 3 1 9 4 1 1 1 63
% 68,2 4,7 1,6 14,3 6,3 1,6 1,6 1,6 99,9
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

Observa-se que apenas 68,2% dos poços têm perímetro de proteção. Deve-se considerar ainda
que nem todos eles têm perímetro de proteção com dimensões adequadas . Esse fato é
preocupante, uma vez que a distância dos poços a focos reais de poluição influencia no risco de
contaminação das suas águas

7.3.2 – Laje de proteção dos poços

A construção da laje de proteção da boca dos poços tem como objetivos a sua proteção
mecânica e a proteção sanitária das águas das suas águas, à medida que impedem a percolação
direta de águas contaminadas da superfície dos terrenos, elas paredes externas da tubulação, até
as águas do aqüífero. A presença de laje de proteção dos poços é apresentada na Tabela 7.3 a
seguir.
26

Tabela 7.3 – Laje de proteção e estado atual dos poços

Com laje Sem laje Sem inf


Município Total
Op* Par Op Par Ab Ab Ct
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 4 4
Brasileira 3 1 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 1 1 2
Caxingó 1 2 3
Cocal de Telha 3 1 4
Cocal dos Alves 2 1 2 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 4 5 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 1 3 1 5
São João da Fronteira 2 5 7
São José do Divino 1 1 1 3
Total 22 3 30 4 2 1 1 63
% 35,0 4,7 47,6 6,3 3,2 1,6 1,6 100,0
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação

Observa-se na Tabela 7.3, que apenas 35% dos poços em operação receberam laje de
proteção.

7.3.3 - Tampa de boca dos poços

As águas subterrâneas extraídas dos poços tubulares, quando potáveis sob o ponto de vista
físico-químico, dispensam quaisquer tratamentos. Porém, para preservar a sua potabilidade, é
fundamental que a boca do poço permaneça hermeticamente fechada, evitando assim, a
penetração de soluções ou substâncias poluidoras, ou mesmo animais, que possam provocar a
deterioração da sua qualidade.

Tabela 7.4– Tampa de boca e estado atual dos poços

Com tampa Sem tampa Sem inf


Município Total
Op* Par Op Par Ab Ab Ct
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 3 1 4
Brasileira 3 1 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 2 2
Caxingó 1 1 1 3
Cocal de Telha 3 1 4
Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 8 1 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 2 2 1 5
São João da Fronteira 7 7
São José do Divino 2 1 3
Total 46 5 6 2 1 2 1 63
% 73,0 7,9 9,5 3,2 1,6 3,2 1,6 100,0
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação
27
Pode-se observar na Tabela 7.4, que dos poços em operação, apenas 73,0 % estão munidos
de tampa, e 7,9% estão desprovidos de tampa.

7.3.4 – Estado de conservação da tampa dos poços

Além da necessidade da existência de tampa de boca dos poços, são necessárias a manutenção
e conservação permanentes das mesmas, para assegurar a vedação total do meio externo.

Tabela 7.5 – Estado de conservação da tampa e estado atual dos poços

Preservada Não preser Sem inf Sem tampa


Município Total
Op* Par Op Par Ab Ct Op Par Ab
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 3 1 4
Brasileira 1 1 2 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 1 1 2
Caxingó 1 1 1 3
Cocal de Telha 2 1 1 4
Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 2 1 3
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 5 3 1 9
Nossa Senhora de Nazaré 2 1 2 5
São João da Fronteira 5 2 7
São José do Divino 2 1 3
Total 35 4 11 1 2 1 6 2 1 63
% 55,5 6,3 17,4 1,6 3,2 1,6 9,5 3,2 1,6 100,0

Observa-se na Tabela 7.5 que apenas 55,5 % dos poços em operação apresentam tampa
preservada.
Os valores constantes da Tabela 7.4 e Tabela 7.5 são preocupantes, pois em decorrência da
reduzida porcentagem de poços com tampa (73,0 %) e da alta porcentagem de tampas não
preservadas (17,7 %), e ainda sem tampa (9,5 %), é grande a quantidade de poços vulneráveis
à contaminação de suas águas.

7.3.5 - Vedação da boca dos poços

A existência de tampa na boca do poço é indispensável para a sua vedação. Porém, no caso de utilização
de bombas submersíveis, na maioria das tampas não há orifício destinado à passagem do cabo elétrico para
a bomba. A equipe de instalação improvisa, então, um orifício que é aberto na lateral do tubo de boca,
porém, esse orifício não recebe vedação, e deixa grande espaço, por onde pode haver penetração de
agentes de contaminação da água do interior do poço.

Tabela 7.6 – Estado da vedação da boca do poço pela tampa

Vedação
Município
Total Parcial Nula S/inf
Op Par Op Par Op Par Ab Ab Ct Total
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 3 1 4
Brasileira 1 1 2 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 1 1 2
Caxingó 1 1 1 3
Cocal de Telha 1 2 1 4
Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6
Coivaras 4 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 3 3
28
Lagoa Alegre 3 3
Lagoa de São Francisco 6 2 1 9
Nª Sª de Nazaré do Piauí 2 2 1 5
São João da Fronteira 5 2 7
São José do Divino 2 1 3
Total 27 3 19 2 6 2 1 2 1 63
% 42,8 4,7 30,1 3,2 9,5 3,2 1,6 3,2 1,6 99,9

Pode-se observar pela Tabela 7.6, que apenas 42,8% dos poços em operação apresentam
tampa com vedação total. Deve-se ainda considerar o que foi acima exposto sobre a prática da
vedação total

7.3.6 – Risco de poluição das águas nos poços

Para efeito de iniciativas futuras é importante explanar que na avaliação do grau de risco foram
considerados os seguintes aspectos:

a) Aspectos relativos ao poço:


- presença de tampa de boca;
- estado de preservação da tampa;
- capacidade de vedação da tampa;
- estado de obturação do orifício de passagem da fiação elétrica para o interior do poço (quer
estivesse na tampa ou na tubulação do poço);
- estado de obturação do espaço na entre o tubo de descarga e o orifício na tampa, para a
passagem do tubo de descarga;

b) Aspectos dos entornos do poço:

- Dimensões do perímetro de proteção


- estado de conservação do perímetro de proteção;
- distância de focos de poluição real (fossas, cemitérios, lavanderias, tubulação de esgoto,
estábulos, corpos de água poluídos, etc)
Essas informações de campo são explicitadas nos relatórios de campo (ANEXO I), e nas fichas
de cada município (ANEXO II).

Tabela 7.7 - Grau de risco de poluição das águas dos poços

Alto Médio Baixo Nulo Si


Município Total
Op* Par Ab Op Op Pr Ct Op Pr Ab
Boa Hora 1 1 2
Boqueirão do Piauí 3 1 4
Brasileira 1 1 1 1 4
Cabeceiras do Piauí 2 1 3
Caraúbas do Piauí 1 1 2
Caxingó 2 1 3
Cocal de Telha 2 1 1 4
Cocal dos Alves 1 1 1 1 1 1 6
Coivaras 2 1 1 4
Domingos Mourão 1 1
Jatobá do Piauí 2 1 3
Lagoa Alegre 2 1 3
Lagoa de São Francisco 1 3 5 9
Nossa Senhora de Nazaré 3 1 1 5
São João da Fronteira 2 5 7
São José do Divino 1 1 1 3
Total 13 3 1 18 18 2 1 3 2 2 63
% 20,6 4,7 1,6 28,5 28,5 3,2 1,6 4,7 3,2 3,2 99,8
*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação

A leitura da Tabela 7.7 nos alerta para o fato de que, nas condições atuais de manutenção, 20,6 % dos
poços em operação são passíveis de sofrer contaminação das suas águas. Essa constatação deve
desencadear iniciativas urgentes com o objetivo de eliminar as condições de risco. Para tanto, devem ser
29
obtidas informações constantes dos ANEXOS, e posteriormente proceder à análise bacteriológica das
águas dos poços, segundo padrões estabelecidos na Portaria MS Nº 1469, de 29 de dezembro de 2000,
tendo sido republicada no DO nº 7-E de 10/01/2001. Embora sejam utilizados recursos hídricos
subterrâneos, o grau de risco de poluição das águas, nas condições atuais dos poços, não é desprezível,
devendo-se, portanto adequar convenientemente a freqüência das análises

8 - Oferta diária atual de água na bacia do rio Longá

8.1 – Introdução

Nas condições atuais, todo o volume diário ofertado pelos sistemas tem sido consumido pela
população, não tendo havido, praticamente, reservação.
Deve-se registrar que na época da seca (verão), em alguns centros urbanos, ocorrem pressões
sobre a demanda, motivadas por três causas, de ações concomitantes:
-a flutuação populacional urbana, causada pela migração rural anual de agricultores e
pecuaristas, que no verão voltam para as cidades, de onde haviam partido na época das chuvas
(inverno), para a lida nas suas propriedades rurais;
- a necessidade natural e geral, de maior consumo de água, pelas elevadas temperaturas de
verão; e
- a necessidade, ainda existente em alguns municípios, de complementação do abastecimento
rural, a partir da sede municipal, pelo transporte de água por meio de carros-pipas. Assim, parte
do volume de água produzido nas áreas urbanas, melhor atendidas, é utilizado para atendimento
da demanda da área rural, o que causa pressão na demandas urbana.
É nesse contexto, portanto, que deve ser analisado o conteúdo da tabela a seguir, e que a
solução será o tratamento integrado em nível de município, com a identificação das localidades
não satisfatoriamente abastecidas, em busca de alternativas de novas fontes de abastecimento
para a área rural construção de novas fontes de analise

8.2 – Volumes extraídos e oferta de água

Com o objetivo de avaliar a oferta urbana per capita, foram calculados os volumes de
explotação diários, a partir das informações levantadas em campo. A população urbana foi obtida
a partir da publicação do censo IBGE, do ano 2.000.
A Tabela 8.1 a seguir, contém as informações sobre os volumes diariamente explotados e
consumidos pela população urbana, constituindo-se assim, praticamente em valores de consumo
diário per capita.

Tabala 8.1 – Volumes de águas subterrâneas explotados e oferta diária per capita

Qde. Qde. Volume


Pop. Oferta
Município poços Poços explotado
Urbana (L/dia/hab)
oper c/inf. (L/dia)
Boa Hora 1 1 192.000 1.026 187
Boqueirão do Piauí 4 4 1.331.200 1.879 708
Brasileira 3 3 528.000 2.927 180
Cabeceiras do Piauí 2 2 672.000 1.389 483
Caraúbas do Piauí 2 2 420.000 635 661
Caxingó 1 1 360.000 745 483
Cocal de Telha 3 3 526.000 2.231 236
Cocal dos Alves 3 3 161.840 1.334 121
Coivaras 4 4 288.000 869 331
Domingos Mourão 1 1 360.000 856 420
Jatobá do Piauí 3 3 240.000 657 365
Lagoa Alegre 3 0 - (1.034) -
Lagoa de São Francisco 9 8 403.250 2.338 172
Nossa Senhora de Nazaré 4 3 >264.000 1.083 >244
São João da Fronteira 7 7 713.000 1.613 442
São José do Divino 2 2 223.200 2.192 102
30
Total de poços 52 47
Volume total explotado (L/dia) >6.682.490
Pop. urbana do Projeto piloto na bacia 21.774
Média global da oferta (L/dia/hab) >306,9

Para efeito de comparação, apresentamos a seguir, os valores contidos no Manual Operativo do


PROÁGUA - Semi-árido, vol. II, 2ª edição, 2000, para sistemas com projeto

Tabela 8.2 – Valores referenciais de consumo per capta

Consumo per capita


Cobertura prevista
Núcleo Consumo médio per Núcleo
Cobertura
Populacional capita populacional
< 4.000 hab 60 a 120 L/dia/hab = ou > 5.000 90%
> 5.000 hab 150 L/dia/hab < 5.000 100%

Se considerarmos consumo per capita de 150 L/dia/hab, pode-se notar, pela Tabela 8.1, de
oferta diária na bacia do rio Longá, que apenas dois núcleos urbanos não atingem oferta
satisfatório

Por outro lado, deve-se ressaltar que os valores tabelados referem-se ao período de maior
demanda urbana, correspondente ao verão. De acordo com anotações de campo, em algumas
sedes, nesse período, a demanda urbana é também pressionada pela demanda rural, uma vez
que contêm poços cujo volume de água extraído é, em parte, utilizado para atendimento
complementar à demanda da área rural. Dessa forma apresentam valores de consumo urbanos
influenciados pela demanda rural, portanto “aparentes”, excessivamente elevados, relativamente
às demais cidades.

A existência de consumo urbano “aparente” deve ser considerada na análise das solicitações de
construção de novos poços e de reservatórios nas áreas urbanas, pois instalação do sistema na
área rural carente de abastecimento servirá diretamente os usuários, evitando-se despesas com
transporte de água de áreas urbanas para áreas rurais

Esses fatos colocam em foco os agentes de administração pública, e torna evidente que além
da componente vertical do Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, é necessário adotar a visão
holística no processo de gestão dos recursos hídricos nos domínios municipais, que deve ser
praticada de forma integrada às diversas Secretarias municipais.

A reduzida quantidade de hidrômetros instalados, correspondentes apenas a 30% das ligações,


induz desperdício e mau uso dos recursos hídricos, de tal forma que, mesmo que sejam
consideradas as perdas no sistema, os valores de consumo per capita constantes da Tabela 3, se
situam bem acima dos valores satisfatório as sedes consideradas

9 - Aspectos financeiros dos Sistemas de abastecimento de água na bacia do rio


Longá

9.1 – Introdução

Alguns aspectos relacionados com às finanças dos sistemas de abastecimento foram levantados
em campo, porém o caráter expedito dos trabalhos de diagnóstico não permitem tratamento
adequado, análise e avaliação dos sistemas sob os aspectos financeiros.

9.2 - Custos
31
A análise de custos relativos aos sistemas de abastecimento fica inviabilizada pela
impossibilidade de tratamento, motivada, por sua vez, pela pequena quantidade de informações
obtidas, em nível de diagnóstico tornando-se inviável agregar consistência às mesmas. Esse tema
deve ser especificamente planejado e analisado, visando à sustentabilidade dos sistemas de
abastecimento do semi-árido, com população inferior a 5.000 habitantes.

9.3 - Tarifas

As Políticas tarifárias referentes aos Sistemas de abastecimento de água pelas diferentes


Operadoras são bastante diversificadas. O primeiro conjunto de diferenças pode ser identificado
entre os sistemas municipais e o sistema estadual, representado pela AGESPISA. Na AGESPISA,
as tarifas são periodicamente revistas e dadas a conhecimento e cumprimento através de
Resoluções. O recente crescimento da inadimplência foi analisado pela entidade, que substituiu a
rotina de corte de ligações, pela prática de tratamento personalizado, em busca de solução
negociada.
No caso das Prefeituras municipais há grande diversidade nas Políticas adotadas.
Independentemente de haver instalação de hidrômetros, foram registrados, leis municipais para a
cobrança de tarifas, ausência de tarifas pelos serviços de abastecimento; cobrança de tarifa
única, cobrança de diferentes tarifas relacionadas a intervalo de volumes de consumo; variação
dos valores, em função dos diferentes grupos de usos: doméstico, industrial e público; limite de
consumo, com acréscimo de preço a volumes excedentes; e também municípios onde há entrega
de boletos aos usuários, cujo pagamento, porém, é voluntário. Nos casos de inadimplência, há
municípios que procedem a cortes das ligações; mas há outros, que dedicam tratamento
personalizado, postergando pagamentos, e mesmo suspendendo débitos. O período médio de
inadimplência tem sido de dois meses.
A Tabela 9.1 a seguir apresenta o resumo da situação da tarifação, por município

Tabela 9.1 – Informações tarifárias dos sistemas de abastecimento

Município Operadora Situação Atual


Boa Hora PM Tarifa única de R$ 4,51; e o consumo é limitado
Boqueirão do Piauí PM Tarifa única de R$ 5,00, e o consumo é limitado
Brasileira AG Nota 1*
Cabeceiras do Piauí AG Nota 1 *
Caraúbas do Piauí PM/Ass. -
Morad
Caxingó Outros Tarifa única de R$ 5,00. Não há hidrômetros
Cocal de Telha PM Nota 2
Cocal dos Alves PM Serviço de abastecimento não tarifado
Coivaras PM -
Domingos Mourãoi AG *
Jatobá do Piauí PM Tarifa única de R$ 4,20/ligação. Elevada
inadimplência
Lagoa Alegre AG *
Lagoa de São Francisco PM Serviços de abastecimento não tarifado
Nossa Senhora de Nazaré PM Tarifa única de R$ 3,00, sem limite para consumo
São João da Fronteira PM Lei municipal. Cobrança de R$ 5,00/ligação
São José do Divino AG -

Nota 1
Nos Sistemas administrados pela AGESPISA a cobrança pelos serviços de abastecimento de água segue Resoluções
Internas, conforme exposição a seguir.
Os valores tarifários atualmente praticados pela AGESPISA são referentes ao ANEXO II e QUADRO I, da sua Resolução
de 04 de Fevereiro de 2003, que são reproduzidos abaixo.

Categorias de consumo (m3)


Residencial Comercial e público Industrial
De Até R$ De Até R$ De Até R$
8 6,35 10 16,70 10 16,70
9 12 1,05 11 15 1,75 11 15 1,95
32
13 15 1,16 >15 2,70 >15 2,85
16 18 1,49
19 25 2,31
26 40 2,31
41 70 2,37
>70 2,42

A tarifa para as ligações onde há hidrômetro, é de R$ 6,70/m3; e de R$ 15, 08/m3, onde não há hidrômetro
Nota 2
Os valores tarifários praticados pela Prefeitura Municipal de COCAL DE TELHA são reproduzidos a seguir

Classes de prédios Cota mensal de consumo Tarifas


Prédios sem hidrômetro 10 m3 R$ 3,40
Prédios dom hidrômetro R$ 4,07
Prédios públicos R$ 6,60

Aos 49 consumidores que têm hidrômetro instalado, embora o consumo mensal não seja medido, é cobrada tarifa de R$4,07.

10 – Planos, programas e projetos municipais na bacia do rio Longá

10.1 - Introdução

Os projetos em execução, bem como as ações programadas pelas Instituições gestoras dos
sistemas de abastecimento das sedes municipais são apresentados a seguir, de forma resumida.

10.2 - Planos projetos municipais informados

a) Boa Hora (PM)

- Há 1 poço tubular em perfuração


- Embora não estejam na sede municipal, há 4 escolas rurais com obras de captação concluídas,
necessitando apenas da aquisição de bombas.

b) Boqueirão do Piauí (PM)


-
Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

c) Brasileira (AGESPISA)

- Efetuar plano de reparo da trinca do reservatório RSV P1-P2;


- Automatizar ambos os sistemas de bombeamento;
- Instalação de hidrômetros no conjunto residencial “Morar Bem”
- Construção de 1 poço tubular para atender à demanda do Conjunto “Morar Bem”, considerando
a utilização do reservatório RSV P3, de 10.000 L, existente no contíguo Conjunto “Mão Santa”

d) Cabeceiras do Piauí (AGESPISA)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

e) Caraúbas do Piauí (PM/ASSOCIAÇÃO MORADORES)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

f) Caxingó (PA/ASSOCIAÇÃO MORADORES)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.


33

g) Cocal de Telha (PM)

- Automação do sistema de bombeamento de todos os poços tubulares;


- Equipar o novo poço; adquirir 1 bomba submersível, de reserva para o sistema;
- Ampliar a rede de distribuição em cerca de 1.000 m;
- Construir 1 poço 1 1 RSV para 50.00 l na parte oeste da cidade(Rota 2)

h) Cocal dos Alves (PM)

- Há plano de transferir o Sistema de abastecimento de água para AGESPISA;


- Construir reservatório mais elevado para atender área com rede em baixa pressão e
atendimento precário;
- Como alternativa, construir 1 poço e 1 reservatório na área de atendimento;
- Sugestão de construção de Barragem no rio Gameleira, a 20 km de Cocal dos Alves
(coordenadas N-9594; e E -238), e que serviria para abastecimento de várias cidades da região.
Houve estudos em 1978

i) Coivaras (PM)

Não há projetos em execução e planos de ação.


Embora não haja maiores problemas de manancial, como opção de médio prazo, deve-se
considerar como fonte de abastecimento por águas superficiais, a utilização da adutora da
Barragem “Corredores” no município de Jatobá do Piauí, na hipótese da construção do seu ramo
para montante, que abasteceria a cidade de Alto Longá. A partir desse ramo seria possível
derivação para a cidade de Coivaras

j) Domingos Mourão (AGESPISA)

- Avaliar a capacidade de produção do poço P1;


- Avaliar a possibilidade da instalação de bomba de maior capacidade no poço P1
- Caso seja viável, proceder à construção e 1 RSV elevado, de 50.000 L;
- Ampliação da rede de distribuição e instalação de hidrômetros

k) Jatobá do Piauí (PM)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

l) Lagoa Alegre (AGESPISA)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

m) Lagoa de São Francisco (PM)

- Ampliação da rede de distribuição dos poços P6 e P7;


- Ampliação da rede de distribuição do poço P1 em mais 100 m, para atender mais 5 residências

n) Nossa Senhora de Nazaré (PM)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

o) São João da Fronteira (PM)

- Existe Projeto iniciado em 2002,a ser executado pela FUNASA, que atualmente se encontra
interrompido, porque há necessidade da liberação de recursos financeiros. O projeto prevê:
- construção de 1 Reservatório de 150.000 L;
- substituição da rede de distribuição por outra de maior diâmetro; e
- ampliação da rede em 5.000 m, no Bairro Piçarra, para atendimento de mais 240 residências
- Construção de mais 1 poço tubular; e
- Instalação de mais 500 hidrômetros
34

p) São José do Divino (AGESPISA)

Não há projetos em execução e planos de ações previstos

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