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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ARTE
SISTEMAS DE ARTE E CURADORIA

ARTE NA APOTEOSE ANTES E DEPOIS DA PANDEMIA

GRUPO 1

Rio de Janeiro, RJ

Novembro/2020

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INSTITUTO DE ARTE
SISTEMAS DE ARTE E CURADORIA

ARTE NA APOTEOSE ANTES E DEPOIS DA PANDEMIA

ABORDAGEM

O primeiro caso de Covid-19 no Brasil confirmou-se em rede


televisiva justamente na quarta-feira de cinzas, em 26 de fevereiro de 2020, um
dia após o fim da maior festa popular brasileira, que neste ano movimentou cerca
de R$ 8 bilhões na economia do país. A primeira morte por COVID-19 no Brasil foi
anunciada no dia 12 de março. 
Em pouco tempo, paralisou-se escolas, comércios, empresas e, de
uma forma ou outra, toda a população brasileira teve sua rotina alterada, incluindo
um contingente de profissionais ligados ao universo do teatro e das artes plásticas
inseridos no circuito de elaboração da folia carnavalesca. “Pessoal que desde a
abertura desse espaço no universo dos desfiles, seria imprescindível à concepção
e montagem das cenografias móveis” (Farias, 2015).
Alguns meses mais tarde, em julho deste mesmo ano, pela primeira
vez a tradição desenvolvida a partir da segunda metade do século XI, com
apresentações das grandes sociedades, passando às competições entre as
agremiações, até tomar a forma do Carnaval como conhecemos hoje adaptada às
mudanças ocorridas na sociedade, teve sua data adiada por tempo indefinido,
causando repercussão inclusive em outros países. 
A preparação de um desfile de Carnaval é um projeto cujo
planejamento inicia a partir da data de término do anterior, ou seja, o dia do
desfile, uma data-alvo que não pode ser postergada, pois o expectador e o cubo
branco – neste caso a Apoteose - não admitem atrasos. Neste tipo de
planejamento, prazos são sempre bem definidos e atrasos ou incertezas
geralmente acarretam grandes problemas, incluindo a desclassificação da escola
afetada.

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O processo de transformação de uma das mais tradicionais


identidades nacionais do brasileiro em espetáculo e movimento de arte exige
tempo, dedicação, treinos e ensaios constantes, movimentações nos barracões e
trabalho duro, além de lidar com a falta de investimento e de apoio do Poder
Público, que desde antes da Pandemia já resultava em demissões em massa de
funcionários.
Mesmo em um universo tão propício à criatividade e com tanto
samba no pé, será preciso muito jogo de cintura das Escolas de Samba diante
deste desafio, uma vez que fechadas deixam de receber cerca de 5 mil pessoas
semanalmente, enfraquecendo ainda mais seus recursos financeiros e pondo à
prova a capacidade de adaptação da tradição do Carnaval às novas restrições
impostas pela pandemia.
Neste trabalho, abordamos os impactos do adiamento dos desfiles
de 2021 e da preparação dos desfiles de 2022 num cenário de incertezas e
preocupações, analisando como isso afeta nas obras de arte tais como fantasias,
alegorias e o próprio desfile em si, como obra de arte viva e única, bem como a
Apoteose como local dessa manifestação.
Entrevistamos um grupo de pessoas envolvidas com o Carnaval em
funções distintas, como organizador de premiações, gestor de criação, presidente
e vice-presidente de ala, carnavalesco e compositor de samba enredo.

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1. EQUIPE

Para desenvolvimento deste trabalho, reuniu-se os seguintes alunos


com as seguintes atribuições:

1. Ana Clara Felix Carvalho: Ilustração, edição de vídeo e roteiro;


2. Ana Beatriz da Gama P. da Costa: Pesquisa
3. Barbara Giulia Ricciotti: Roteiro e organização;
4. Felipe Geazi: Pesquisa e roteiro;
5. Gabriéli Gonçalves do Carmo: Roteiro;
6. Gerusa Angélica P. de Carvalho: Pesquisa, roteiro e
entrevista;
Contato: Autor de Samba Enredo da Lins Imperial e
Carnavalesco
7. Gisele Maldaner: Pesquisa;
8. Júlia Sancho Ouverney: Pesquisa e roteiro;
9. Julio Porto de Almeida Faria: Ilustração e roteiro;
10. Lívia Pérez Bettero: Pesquisa, roteiro, entrevista e edição de
vídeo e apoio técnico;
Contato: Direção de ala de comunidade do Império Serrano
Contato: Compositor de Sambas Enredo
11. Maíra Porto Costa: Pesquisa, captação de imagens e roteiro;
12. Micaela Ribeiro Fialho: Roteiro, pesquisa, entrevista,
captação de imagens e edição de vídeo e apoio técnico;
Contato: Bateria de escola de samba e Concurso Plumas e
Paetês
13. Monique Mairins: Design e edição de imagens e captação de
imagens;
14. Natália Schil Costa: Roteiro e narração;

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15. Quezia Lima da Silva: Pesquisa;


16. Ricardo Santos Rodrigues: Roteiro e entrevista
Contato: Escola Mirin da Grande Rio

2. ROTEIRO

Foram realizadas entrevistas separadamente com os convidados,


através de TIC’s, pelos aplicativos Microsoft Teams, Zoom e Whatsapp.
Apresentadas as mesmas perguntas para todos, o conteúdo captado foi
posteriormente compilado.

Cada entrevista iniciou-se em uma breve apresentação do grupo –


alunos do Instituto de Artes da UERJ - e da disciplina em curso, seguida de uma
introdução ao tema e apresentação do entrevistado.
Foi dado tempo para o entrevistado discorrer sobre sua relação com
o Carnaval como obra de arte e em seguida foram apresentadas as perguntas de
acordo com essa relação.
Uma vez concluídas as perguntas, foi feito o fechamento do assunto
e os agradecimentos pela colaboração.
Na edição, compilamos as respostas apresentadas pelos
entrevistados em tópicos. As perguntas serão apresentadas em formato de texto
no vídeo, também em tópicos, antes de cada compilado de declarações dos
entrevistados.
Por se tratar de entrevistas virtuais, introduzimos recursos de
imagem e som disponibilizados pelos convidados e levantados nas pesquisas
feitas pelo grupo, para dar maior dinâmica ao vídeo final.

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2.1. Perguntas

Nas entrevistas foram abordadas as questões a seguir:

1. Fale um pouco para nós, como é a sua relação com o universo do


Carnaval?

2. Como foi a reação das pessoas quando iniciou a quarentena e depois


com o adiamento dos desfiles de 2021?

3. Quais os impactos sociais e econômicos para quem trabalha nos


barracões, da costureira e artesão à bateria, passistas, coreógrafos e os
demais artistas convidados?

4. Sabemos que produções utilizam cada vez mais tecnologias, e


muitas dessas inovações demandam tempo para elaborar, treinar, garantir
um determinado nível de qualidade e de segurança. Com essa incerteza
sobre quando ocorrerão os desfiles, como fica o processo criativo
dessas produções? 
[Impacto no processo criativo cada vez mais tecnológico.]

5. Os desfiles só foram adiados a partir de julho, numa época do ano em


que normalmente a produção já está iniciada, incluindo contratos de
aluguel, contratações de mão de obra, reservas de equipamentos,
parcerias. Como tem sido gerenciar isso com as restrições da quarentena e
as incertezas de datas?

6. Tem gente trabalhando de casa? Foi preciso alguma adaptação?

7. Quais mudanças você acredita que a pandemia desencadeará na


cultura das escolas? 

8. De que forma você vê as alas de comunidades, alas de baianas,


bateria e todas as que desfilam no chão com aglomeração, desfilando em
2021? 

9. O trabalho das escolas de samba é realizado em barracões que,


como toda estrutura, demanda manutenção e segurança pois lá são
armazenadas as peças do desfile. Quais procedimentos estão sendo
tomados nesse período de reclusão?

10. Quais impactos podem ocorrer por conta do adiamento dos desfiles
de 2021, na produção do ano seguinte, 2022? Como você imagina que
ficará essa organização?

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2.2. Duração

O resultado da edição das entrevistas é um vídeo de até trinta


minutos, incluindo a apresentação do tema e o encerramento.

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3. BIBLIOGRAFIA

“Adiamento do Carnaval 2021 no Brasil repercute na imprensa francesa”. Jornal O


Globo. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/rfi/2020/09/25/adiamento-do-carnaval-2021-no-brasil-repercute-na-
imprensa-francesa.htm?cmpid=copiaecola

“Carnaval: Escolas de Samba do Rio devem cancelar desfiles de fevereiro de


2021”. Diario do Rio. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:
https://diariodorio.com/carnaval-escolas-de-samba-do-rio-devem-cancelar-desfiles-
de-fevereiro-de-2021/

“Coronavírus deve cancelar o Carnaval e outros eventos que atraem multidões?”.


BBC.com. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51377580

Crimp, Douglas. “A Fotografia no Museu”. Em “Sobre as Ruínas do Museu”. Ed.


Martins Fontes. 2015.

“Eleições 2020: Sambistas que disputam cargo falam sobre Carnaval 2021 e o
cenário atual das escolas”. Sampaio, Diogo. Carnavalesco.com.br.2020.
Disponível em: https://www.carnavalesco.com.br/eleicoes-2020-sambistas-que-
disputam-cargo-falam-sobre-carnaval-2021-e-o-cenario-atual-das-escolas/

Farias, Edson. “O Saber Carnavalesco: Criação, Ilusão e Tradição no Carnaval


Carioca”. Brasília: Universidade Federa de Brasília, 2015.

Hobsbawm, Eric. Ranger, Terence. “A Invenção das Tradições”. Ed.Paz & Terra.
2012.

“O impasse sobre o Carnaval 2021 em meio à incerteza da pandemia”. Rocha,


Camilo. Jornal Nexo. 2020. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/08/24/O-impasse-sobre-o-Carnaval-
2021-em-meio-%C3%A0-incerteza-da-pandemia

“Primeira morte por covid-19 no Brasil aconteceu em 12 de março”. Agência Brasil.


Brasília, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-
06/primeira-morte-por-covid-19-no-brasil-aconteceu-em-12-de-marco

“Primeiro caso de Covid-19 no Brasil permanece sendo o de 26 de fevereiro”.


Ministério da Saúde. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/primeiro-caso-de-covid-19-no-
brasil-permanece-sendo-o-de-26-de-fevereiro

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“Sem vacina, sem Carnaval, sem R$ 8 bilhões”. Revista Exame. Rio de Janeiro,
2020. Disponível em: https://exame.com/especiais/sem-vacina-sem-carnaval-sem-
r-8-bilhoes/

“Live de bloco? E se não tiver mais carnaval em 2021?”. Nunes, Paulo Rogério.
Exame. 2020. Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/e-se-nao-tiver-mais-
carnaval-em-2021/

“Exame: o impacto econômico da pandemia no Carnaval de 2021”. Money Report.


2020. Disponível em: https://www.moneyreport.com.br/economia/exame-o-
impacto-economico-da-pandemia-no-carnaval-de-2021/

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