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Relato de Experiência - 1205 -

APRENDIZAGEM EM SAÚDE MENTAL POR MEIO DA PRODUÇÃO


VIDEOGRÁFICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Daniela Martins Machado1, Leila Bernarda Donato Göttems2, Maria Raquel Gomes Maia Pires3

1
Mestre em Ciências da Saúde. Professora da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), da Fundação de Ensino e Pesquisa
em Ciências da Saúde (FEPECS), da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Distrito Federal, Brasil.
E-mail:daniluzmartins@gmail.com
2
Doutora em Administração. Professora da ESCS/FEPECS/SES-DF. Distrito Federal, Brasil. E-mail: leila.gottems@uol.com.br
3
Doutora em Política Social. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília. Distrito
Federal, Brasil. E-mail: maiap@uol.com.br

RESUMO: Relata-se uma experiência educacional desenvolvida no Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior de
Ciências da Saúde do Distrito Federal. Objetivou-se descrever a proposta metodológica do módulo de saúde do adulto, com ênfase na
avaliação de aprendizagem. O módulo promoveu o diálogo entre a temática da saúde mental, com foco na clínica antimanicomial, a
arte, por meio dos disparadores temáticos (filmes, música e poesia), e a Aprendizagem Baseada em Problemas. O exame de avaliação
cognitiva foi realizado por meio da produção de vídeos. Os resultados indicam que na percepção dos estudantes, a metodologia do
módulo favoreceu a compreensão da perspectiva psicossocial de atenção em saúde mental, criou um espaço legítimo de convivência
com a singularidade e estimulou o trabalho em equipe e o processo criativo.
DESCRITORES: Aprendizagem baseada em problemas. Avaliação educacional. Educação em enfermagem. Saúde mental.

LEARNING MENTAL HELTH THROUGH VIDEOGRAPHY PRODUCTION:


AN EXPERIMENTIAL REPORT

ABSTRACT: This article reports on an educational experience developed in the Undergraduate Nursing Program of the Escola Superior
de Ciências da Saúde in the Federal District of Brazil. The objective is to describe the methodological proposal of the adult health
module, with emphasis on learning evaluation. The module promoted dialogue between the thematic of mental health, with a focus
on anti-asylum medicine; art, through thematic triggers (films, music, poetry); and Problem-Based Learning. The cognitive evaluation
exam was done through production of videos. The results indicate that in the students’ perceptions, the module’s methodology aided
in understanding the psychosocial perspective of mental health care, created a legitimate space of familiarity with singularity, and
stimulated group work and the creative process.
DESCRIPTORS: Problem-based learning. Educational measurement. Nursing education. Mental health.

APRENDIZAJE EN LA SALUD MENTAL A TRAVÉS DE LA PRODUCCIÓN


VIDEOGRÁFICA: RELATO DE EXPERIENCIA

RESUMEN: Se presenta una experiencia educativa desarrollada en el curso de graduación en Enfermería de la Escuela Superior de
Ciencias da la Salud del Distrito Federal. El objetivo fue describir el módulo de la propuesta metodológica de salud del adulto, con
énfasis en la evaluación de los aprendizajes. El módulo ha promovido el diálogo entre el tema de salud mental, centrándose en la
clínica anti-manicomial, el arte, a través de disparadores temáticos (películas, música y poesía) y el Aprendizaje Basado en Problemas.
El examen de evaluación cognitivo se realizó por medio de la producción de video. Los resultados mostraron que en la percepción de
los estudiantes, el módulo de metodología favorece la comprensión de la perspectiva psicosocial de la salud mental, y ha creado un
espacio legítimo para la convivencia con la singularidad y alienta proceso de trabajo en equipo y creatividad.
DESCRIPTORES: Aprendizaje basado en problemas. Evaluación educacional. Educación en enfermería. Salud mental.

Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2013 Out-Dez; 22(4): 1205-13.


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INTRODUÇÃO fragmentária dos sujeitos, alcançada pelo uso de


uma pedagogia crítica e do agir dialógico.5
Este artigo teve como objetivos relatar a
experiência acadêmica de operacionalização de A perspectiva da inclusão social é de singular
um módulo temático desenvolvido no Curso de importância para a operacionalização da aborda-
Graduação em Enfermagem da Escola Superior gem psicossocial de atenção em saúde mental, subs-
de Ciências da Saúde (ESCS) da Fundação de En- titutiva ao modelo manicomial que a antecedeu. A
sino e Pesquisa em Ciências da Saúde, no Distrito inclusão social, entendida como o movimento de
Federal-DF; analisar a experiência de ensino da devolver às pessoas institucionalizadas a possibi-
atenção à saúde mental, por meio do diálogo entre lidade de uma vida social, é um movimento que
a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e ultrapassa a desospitalização, visando “tornar a
a arte, apreendida a partir da percepção dos estu- pessoa excluída novamente participante da vida
dantes; e refletir sobre o potencial de ampliação social, econômica e política, assegurando o respei-
da aprendizagem, por meio deste diálogo, na for- to aos seus direitos no âmbito da sociedade, pelo
mação de profissionais de saúde. O currículo do Estado e pelo poder público, reconhecendo suas
curso de enfermagem da ESCS tem a ABP como necessidades especiais, geradoras de direitos espe-
um dos seus eixos, o estudante como o centro da cíficos, cuja proteção e exercício dependem do cum-
aprendizagem e está orientado à formação de primento dos direitos humanos fundamentais”.5:13
profissionais críticos, reflexivos e com capacidade O princípio da singularidade enquanto
de intervir sobre os problemas de saúde da co- reconhecimento do que há de próprio em cada
munidade, atendendo as Diretrizes Curriculares sujeito constitui-se em um dos baluartes da clí-
Nacionais para o Ensino da Enfermagem.1 nica antimanicomial,6-8 na medida em que esta
A ABP é uma abordagem em que os estudan- abordagem toma a construção de subjetividade
tes lidam com problemas, previamente elaborados, singularizada como ferramenta de produção de
em pequenos grupos, com o apoio de um tutor. saúde mental. Identifica-se neste constructo não
Pauta-se pelos pressupostos da aprendizagem de só um aspecto clínico, como também ético, que
adultos, dentre os quais se destaca: o conhecimento possibilita “resgatar aquilo que a pessoa acometida
prévio para a mediação de novas aprendizagens; a de sofrimento mental, tem de próprio, de valoroso
diversificação de cenários que facilitem a construção e de instrumental para uma vida de inclusão na
de novos conhecimentos; o entendimento de que esfera da família e da sociedade”.7:32
conhecer implica acesso e constante reconstrução Pautados nestes aspectos, o módulo temático
das informações; a valorização da prática como teve como objetivo proporcionar aos estudantes a
estrutura para o aprender; e a compreensão de que reflexão sobre o desafio da inclusão e da experimen-
a motivação para aprendizagem produz-se na arti- tação das singularidades da pessoa em sofrimento
culação entre os projetos pessoais com as condições mental, por meio do diálogo entre a educação, a arte
socioeducativas.2-3 É o método de aprendizagem e os princípios da clínica antimanicomial.
adotado nos módulos temáticos do curso, por meio A experiência buscou oportunizar o diálogo
do qual se busca uma abordagem integrada dos pro- entre arte, educação e saúde, pela articulação de
blemas de saúde próprios do perfil epidemiológico elementos estéticos e epistemológicos; promover
do Brasil e do DF, nas suas múltiplas dimensões, e na a compreensão e o exercício do cuidado em saúde
perspectiva da integralidade da atenção a saúde.1,4-5 mental na perspectiva da inclusão social da pessoa
O módulo voltado à atenção em saúde em sofrimento mental; flexibilizar as atividades de
mental, denominado “Saúde do adulto: mente ensinar e aprender e a inovação das tecnologias
e comportamento”, foi dirigido a 46 estudantes educativas; e fomentar uma formação de profissio-
da 3ª série do Curso de Enfermagem. O recorte nais capazes de pensar e tomar decisões, de buscar
teórico do módulo incluiu a saúde e sofrimento as informações relevantes de que necessitam, de
mental enquanto processos subjetivos, a promo- relacioná-los a uma realidade e cooperar com a
ção da autonomia e do protagonismo do sujeito construção coletiva e permanente adaptação ao
na perspectiva da reabilitação psicossocial e o contexto em transformação.9-10
cuidado centrado na singularidade, na promoção
de cidadania e inclusão social. A articulação entre
METODOLOGIA
a ABP como metodologia norteadora do processo
ensino-aprendizagem do módulo colocou em pers- A avaliação da experiência que resultou na
pectiva a possibilidade de superação da concepção elaboração deste artigo foi realizada após a con-
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clusão do módulo, por meio da análise de dossiês por indicar por números arábicos a frequência de
produzidos pelos estudantes, subdivididos em ocorrência das ideias que a sustentam, explicitan-
seis grupos, os quais continham o relatório e a do-se os fragmentos mais ilustrativos de cada ideia
avaliação do processo de produção videográfica. chave. Um segundo momento da análise, de caráter
Adotou-se a análise de conteúdo, que se sustenta interpretativo, permitiu realizar inferências acerca
em uma concepção crítica e dinâmica da lin- dos desdobramentos que se evidenciaram a partir
guagem enquanto expressão das representações dos relatos. A experiência faz parte do projeto de
sociais acerca de uma determinada realidade. pesquisa Recriar-se: arte e lúdico na educação para
Essa modalidade pode ser entendida como um a saúde, aprovado pelo Comite de Ética em Pes-
conjunto de técnicas de análise de comunicação quisa, da Secretaria de Saúde do DF (CEP/SES-DF
que visa obter, por procedimentos sistemáticos 193/11). Utilizou-se o Termo de Consentimento
de descrição do conteúdo das mensagens, os Livre e Esclarecido com todos os estudantes.
indicadores que permitam a inferência de conhe-
cimentos relativos às condições de produção/ DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: SAÚDE
recepção destas mensagens.11 A organização dos MENTAL, ARTE E EDUCAÇÃO
registros escritos constituiu um corpus, do qual
se extraíram as ideias recorrentes por meio de A metodologia de desenvolvimento do mó-
palavras e expressões-chave. Após a organização dulo seguiu os princípios filosóficos e operativos da
das ideias-chave, evidenciaram-se três categorias ABP, tal como nos demais módulos temáticos do
empíricas: construção coletiva do saber por meio curso, contemplando o processamento de proble-
da produção videográfica, produção videográfica mas relacionados a pessoas em sofrimento mental.
como estratégia de avaliação e dificuldades na Entretanto, introduziram-se algumas inovações,
operacionalização da produção videográfica. como a utilização de músicas, poemas, crônicas e
filmes como disparadores temáticos12-13 (Quadro 1),
Na descrição das categorias, ao serem utiliza-
de forma a aproximar os estudantes do tema e da
dos os fragmentos de relatos dos grupos, optou-se
natureza do sofrimento mental, a partir de elemen-
por identificá-los com os códigos G1, G2, G3, G4,
tos de um cotidiano familiar e concreto para todos.
G5 e G6. Vale ressaltar que os registros dos grupos
Inovou-se também no exame de avaliação cognitiva,
representam o consenso de seus membros (oito
propondo-se o formato de produção videográfica,
estudantes em média). Em cada categoria, optou-se
além dos formatos avaliativos já utilizados.

Quadro 1 - Disparadores temáticos para as sessões de tutoria do módulo “Saúde mental do adulto:
mente e comportamento”
(Continua)
Tema da saúde mental Disparadores temáticos
Carta
“Carta aos médicos-chefes dos manicômios”, de Antonin Ar-
taud
Modos históricos de atenção em saúde
Vídeo
mental – do manicomial ao psicossocial
“Vermelho como o céu”, dirigido por Cristiano Bortone
Vídeo
“Uma janela para a lua”, dirigido por Alberto Simone
Processos subjetivos em saúde mental – Carta
o ser integral e as funções psíquicas “Carta 133 – Ao um irmão Theo”, de Van Gogh
Música
“Heroin”, de Velvet Undergroun, tradução de Vander Colombo
Uso abusivo de substâncias psicoativas Vídeo
“Quando um homem ama uma mulher”, dirigido por Luis
Mandoki
Música
“Paranóia”, de Raul Seixas
Transtornos ansiosos
Vídeo
“Melhor impossível”, dirigido por James L. Brooks

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(Continuação)
Música
“Wish you were here”, de David Gilmour e Roger Waters
Transtornos psicóticos
Vídeo
“Uma mente brilhante”, dirigido por Ron Howard
Música
“Balada do louco”, de Ney Mato grosso
Transtornos de humor
Vídeo
“Mister Jones”, dirigido por Mike Figgis
Poema
Comportamento suicida
“Adeus, meus sonhos!”, de Alvarez de Azevedo
Poema
Vivências de morrer e de luto
“Morrer é preciso”, de Fernando Pessoa

Para a produção videográfica, os 46 estu- sofrimento mental, resultando em seis vídeos


dantes foram divididos em seis grupos. A cada (Quadro 2). Adicionalmente, cada grupo elaborou
grupo coube abordar os temas transversais e um um relatório detalhando as etapas operacionais e
tema específico relativo ao cuidado à pessoa em a avaliação do processo de produção videográfica.

Quadro 2 - Relação de vídeos produzidos pelos estudantes durante o módulo “Saúde mental do
adulto: mente e comportamento”

Tema Título do vídeo Sinopse


Mulher vê-se impossibilitada de exercer
O cuidado relacionado aos trans-
Mania de viver suas atividades cotidianas por severo trans-
tornos ansiosos
torno obsessivo compulsivo.
Adolescente que fracassa no vestibular evi-
O cuidado relacionado às psicoses Reaprendendo a viver
dencia quadro esquizofrênico.
O cuidado relacionado ao uso abu- Adolescente tem sua vida familiar, escolar e so-
Cada dia uma conquista
sivo de substâncias psicoativas cial comprometida por uso abusivo de álcool.
Homem que se encontra economicamente
O cuidado relacionado ao compor-
Devia ter amado mais falido inicia quadro depressivo com ideação
tamento suicida
e comportamento suicida.
Mulher tem vida conjugal comprometida
O cuidado relacionado aos trans- por transtornos de humor que a levam a
Os transtornos do amor
tornos de humor pensamentos megalomaníacos, compras
compulsivas, entre outros.
Estudantes de enfermagem debatem as an-
O cuidado relacionado às vivên- A relação de ajuda co-
gústias e os desafios do enfrentamento de
cias de morrer e de luto meça em nós
situações do morrer e do luto.

A produção de vídeos como exercício de o alargamento da produção de subjetividades


avaliação cognitiva inspirou-se nos trabalhos que singularizadas, que torna cada sujeito um ser
abordam a comunicação que se processa através único e valoroso.
da produção de imagem.14-15 A comunicação quer A produção de imagens tem uma dimen-
televisiva, cinematográfica ou plástica, é espelho são racional (registro histórico e cultural), outra
da realidade, e vem aproximando culturas e mul- sensível (registro do imaginário e do inventivo)
tiplicando saberes antes inalcançáveis, tamanhas e outra que se poderia denominar estética e de
as distâncias físicas, políticas e mesmo culturais cunho artístico. A imagem é primordialmente
das diferentes sociedades humanas e extratos um signo, que reconhecido provoca reações in-
sociais. Por outro lado, a comunicação por ima- terpretativas em quem o percebe. Além disso, a
gem é também espaço de fomento ao inventivo, dimensão polissêmica da imagem constitui-se em
ao criativo, ao imaginário, contribuindo para um modo de colocar prioritariamente o tema da
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construção do conhecimento, tornando-a como A mobilização dos atributos pessoais dos


um objeto cultural.14 sujeitos implicados no processo de produção do
Vê-se que a produção de imagens, para além conhecimento são ferramentas valiosas nesta ope-
de um fenômeno estético, pode ser considerada ração. Os relatos que reafirmam esta ideia referem
um fenômeno epistemológico, pois, neste cená- que: [...] as integrantes do grupo foram pontuais,
rio, não só a imagem − como produto final, deve assíduas, respeitosas e demonstraram responsabilida-
ser levada em conta, mas também o processo de de durante o desenvolvimento do trabalho (G1), bem
sua produção que é preenchido por significação como reiteram que: [...] para a criação deste filme
e aprendizagem, e é ele próprio, ferramenta de aprimoramos nossas habilidades de trabalho em equipe,
produção de conhecimento.O conhecimento se que ocorreu desde a elaboração do roteiro até a edição
estabelece na medida em que mais criticamente se (G4). Evidencia-se, assim, que a produção do ví-
exerça a capacidade de aprender, na medida em deo mobilizou atributos como, responsabilidade,
que “ensinar não é transferir conhecimento, mas assiduidade, pontualidade, bem como aprimorou
criar possibilidades para a sua própria produção habilidades de trabalho em equipe e crescimento
ou a sua construção”.16:52 coletivo.
Desta feita, a produção dos vídeos pelos estu- O saber que se constrói coletivamente alia-se
dantes, como formato avaliativo, ancorou-se nestas ao paradigma da realidade complexa, no que tem
três dimensões: a epistemológica, pela produção de de dinâmica e impermanente. Ao mesmo tempo
conhecimento; a estética, pela produção de subje- aproxima-se do pensamento de Prigogine, quando
tividade singularizada (expressão do imaginário e defende que na contemporaneidade, a construção
do inventivo); e a dimensão do cuidado em saúde do conhecimento científico não pode prescindir
mental, na medida em que a produção de subjeti- da noção de instabilidade dinâmica associada à
vidade singularizada funciona forjando modos de noção do caos como elemento da realidade. Neste
existência, que modelam as maneiras de sentir e aspecto, “a reconsideração do caos leva também
de pensar dos indivíduos, fazendo do exercício da a uma nova coerência, a uma ciência que não fala
subjetivação tanto uma ferramenta estética quanto apenas de leis, mas também de eventos, a qual não
de reabilitação dos sujeitos em sofrimento mental está condenada a negar o surgimento do novo, que
para uma vida socialmente inclusiva.17 comportaria uma recusa da sua própria atividade
curiosa”. 18:8
A noção de inclusão da instabilidade dinâ-
RESULTADOS E DISCUSSÃO
mica como elemento da realidade faz paralelo
com a perspectiva de inclusão do singular, seja de
Construção coletiva do saber por meio da subjetividades, enquanto percepções, sentimentos
produção videográfica e pensamentos, seja de saberes e práticas. Alguns
Esta categoria foi definida a partir de 54 relatos são reveladores deste aspecto fundamental
fragmentos de relatos dos estudantes e evidencia a da construção coletiva, como evidenciado no frag-
validade da experiência como instrumento de cons- mento que informa que a [...] a produção videográfica
trução coletiva do conhecimento. Esta perspectiva contribuiu para a coesão do grupo, pois foram discutidas
dá extrema importância às trocas e à dialogicidade e respeitadas as opiniões de todos, o que enriqueceu a
entre os diferentes atores do processo de produção percepção pessoal dos estudantes (G6).
do conhecimento, na medida em que “o sujeito que A subjetividade é fenômeno plural, polifô-
se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu nico, que se produz individual, coletiva e institu-
gesto a relação dialógica em que se confirma como cionalmente. Neste sentido vemos contemplada a
inquietação e curiosidade, como inconcluso e em PV como veículo de comunicação e instrumento
permanente movimento na história”.16:86 de subjetivação, como “as máquinas tecnológicas
Esta percepção por parte dos estudantes de informação e de comunicação que operam no
está explicitada no fragmento extraído de um dos núcleo da subjetividade humana”.19:12
relatórios quando referem que: [...] a metodologia Neste movimento, evidencia-se que a pro-
proposta – produção videográfica – acrescentou novos dução videográfica favoreceu não só a construção
conhecimentos e experiências à nossa rotina acadêmi- coletiva do saber, como, também, a construção
ca... e maior integração entre os membros do grupo, e a inclusão de subjetividades singularizadas,
pois se tratava de um trabalho que necessitava de uma operacionalizando um princípio fundamental do
construção coletiva (G2). modelo psicossocial de atenção em saúde mental.

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Para um dos grupos de estudantes [...] os diversos sua capacidade de estimular criatividades que
pontos de vista foram enriquecedores e fundamentais ampliam a compreensão do mundo e despertam
para a construção do trabalho, proporcionando o cres- sentidos que ultrapassam o formalismo das insti-
cimento individual e coletivo para aceitar e enfrentar tuições de ensino.22-26
novos desafios (G1). Neste sentido, destaca-se que a aliança entre
A inclusão social da pessoa em sofrimento as metodologias ativas de aprendizagem, em es-
mental passa pelo respeito e inclusão das sin- pecial a ABP, e outras estratégias que fomentam
gularidades.17 Esta perspectiva que se registra a criatividade, a abstração ética e estética podem
inicialmente no núcleo dos movimentos de luta produzir sentidos de aprendizagem e conhecimen-
antimanicomial, hoje, espalha-se pelas diversas tos que ultrapassam a racionalidade instrumental,
iniciativas de revitalização dos princípios huma- contribuindo para a formação de cidadãos críticos
nizadores do cuidado em saúde. Nesta direção, e de profissionais de saúde inovadores, para a
cita-se a Política Nacional de Humanização do atuação em um contexto em constante transfor-
Sistema Único de Saúde, que reitera a importân- mação.10, 23-25
cia da inclusão das singularidades e o foco na Neste ponto, devemos recordar a perspec-
grupalidade como estratégias para a construção tiva da aprendizagem significativa26 enquanto
coletiva de saberes e práticas em saúde. Os eixos aquela que supera a aprendizagem mecânica ou
norteadores desta política incluem a valorização memorística e avança para contribuir com a rein-
dos diferentes sujeitos implicados no processo de venção dos sujeitos a partir de sua reestruturação
produção de saúde, o fomento da autonomia e do cognitiva. Ao mesclarem-se metodologias ativas
protagonismo desses sujeitos, o aumento do grau e ferramentas audiovisuais por meio da produção
de corresponsabilidade na produção de saúde e de videográfica,14 permite-se desenvolver habilidades
sujeitos, o que se operacionaliza com a construção espaço-temporais, sinestésicas e criadoras, para
de diferentes espaços de encontro e a troca e a além das habilidades cognitivas. Esta perspectiva
construção de saberes.20 está presente no relato de que [...] a produção video-
Para além da perspectiva de inclusão das gráfica contribuiu substancialmente para o processo de
singularidades, os estudantes consideram a ex- aprendizagem porque estimulou o desenvolvimento da
periência como [...] um espaço para manifestação criatividade, cognição e memória (G1).
alternativa da criatividade, proporcionando um am- Assim sendo, admite-se que os recursos
biente lúdico proliferativo de conhecimentos teórico e audiovisuais medeiam nosso conhecimento do
prático (G2). A educação pautada na recriação de mundo, apresentando diferentes formas de re-
sujeitos, na capacidade de elaboração própria, na presentação da realidade, representando o mes-
reflexão sobre a dinâmica de realidades complexas mo objeto sob ângulos e meios diferentes “pelos
e ambivalentes implica na inovação de estratégias movimentos, cenários, sons, integrando o racional
pedagógicas, 21-23 na consideração do currículo de e o afetivo, o dedutivo e o indutivo, o espaço e o
forma menos inocente, como “lugar, espaço, terri- tempo, o concreto e o abstrato”.15:164
tório e relação de poder”.22:772 Aqui, verifica-se que, Outra percepção importante acerca da
na percepção dos estudantes, a iniciativa valorizou produção de vídeos é a de que a experiência sub-
o aspecto criativo do processo de produção do sidiou os estudantes a lidarem com a solução de
conhecimento, fortalecendo a subjetividade. Apre- situações-problema e desafios, enriqueceu a roti-
sentou-se, ainda, como espaço de inovação. Como na acadêmica e agregou novas metodologias de
exemplo desta visão destaca-se o fragmento de aprendizagem e avaliação. Esta ideia foi extraída
um dos relatórios que considera a [...] proposta foi dos relatos que afirmaram que [...] com o desenvolvi-
inovadora porque nos proporcionou uma oportunidade mento do vídeo percebemos que o aprendizado vai além
de desenvolvermos nossa criatividade (G4). da sala de aula […] (G1); e aprendemos a lidar com
A proposição da PV como formato avaliativo situações-problema, o que nos exigiu a capacidade de
cumpriu o propósito de inovação de estratégias solucioná-las (G4). Observa-se que os estudantes ao
pedagógicas, oportunizando aos estudantes um tomaram a experiência como situação-problema,
percurso epistemológico (produção de conhe- mobilizaram capacidades latentes para solucioná-­
cimento) e outro estético (arte) no processo de las, levando-os a ancoragens dos conteúdos de
produção do conhecimento. Em outras palavras, forma proativa. Esta atitude foi potencializada
a arte, como expressão da sensibilidade mediado- pela ruptura do cotidiano da sala de aula e pela
ra de transcendências do espírito foi tomada em aceitação do desafio por parte do coletivo.

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Aprendizagem em saúde mental por meio da produção... - 1211 -

Depreende-se que a experiência propor- dos grupos, [...] ao nos colocar vivenciando uma su-
cionou os três requisitos da aprendizagem sig- posta realidade como atores [...] portadores do sofrimento
nificativa26: a oferta de um novo conhecimento mental, familiares, profissionais de saúde, além de toda a
estruturado de maneira lógica; a existência de sociedade que nos cerca, enriqueceu-nos e nos fez olhar
conhecimentos na estrutura cognitiva que possi- para dentro de nós e para dentro das outras pessoas com
bilite a sua conexão com o novo conhecimento; e novos olhares, fazendo-nos enfermeiros integralistas que
a atitude explícita de apreender e conectar o seu conseguem enxergar além daquilo que se vê (G5).
conhecimento com aquele que pretende absorver. Os estudantes, ao se colocarem no lugar do
Reforça-se, então, que a validade da pro- outro, construíram imagens, comportamentos e
posta reside também no potencial disruptivo que atitudes profissionais, dos familiares e do próprio
ela comporta, induzindo respostas inovadoras e sujeito com transtornos mentais, como exercícios
sinceras dos estudantes, inviáveis pelos métodos cognitivos e criativos. Em algumas situações esta
tradicionais de avaliação de aprendizagem. Nas construção reproduziu visões estereotipadas e
palavras dos estudantes: [...] fomos colocando as equivocadas, que ao serem expostas por meio das
nossas opiniões, nossas angústias, e expressando o como dramatizações possibilitaram a identificação e o
nos sentíamos, o que deu ao nosso trabalho um caráter debate entre os estudantes e os docentes, tornando
de extrema sinceridade (G6). o processo avaliativo como instrumento de novas
Outro aspecto da aprendizagem significativa problematizações da realidade.
presente, nas falas, foi a partilha de significados do Este movimento encontra ressonância nos
conhecimento produzido pelo coletivo, ao tempo princípios perseguidos no módulo, de produzir
em que se preservam a singularidade da interpre- estranhamento, de constatação das diferenças
tação própria de cada um. Este processo de cons- em um exercício de gerar alteridade e inclusão
trução de conhecimento que articula o ser humano do outro diferente de mim. Alteridade, é aqui,
e o seu ambiente, ele próprio e seus semelhantes tomada como a “representação do outro dentro
é o que promove autonomia, conecta o humano de nós e acapacidade de conviver com o diferente,
ao seu meio cultural, localiza suas crenças, seus de se proporcionar um olhar interior a partir das
valores, sentimentos e atitudes.27Assim, subsidia diferenças [...] o reconhecimento do outro também
a formação de sujeitos autônomos, criativos, par- como sujeito de iguais direitos”.27:574 Implica em se
ticipativos e implicados com a realidade em que criar abordagens que façam oposição a racionali-
se quer intervir, transcendendo os aspectos mode- dade técnica e instrumental predominante na for-
ladores e reguladores comumente instituídos nos mação de profissionais de saúde em prol de outras
processos de formação em enfermagem no Brasil.22 abordagens que despertem a vontade de transcen-
Aqui, ganham relevo as dimensões afetivas der do sujeito, ampliando-lhe as compreensões e
e intelectuais da aprendizagem, na perspectiva as possibilidades éticas do mundo, fomentando
da produção de novos saberes, por meio do exer- interpretações e intervenções próprias.22 Para tal
cício da curiosidade, da intuição, da emoção e ruptura é necessário que as atividades pedagó-
da responsabilização, além da capacidade crítica gicas e avaliativas produzam outros sentidos de
de observar e perseguir o objeto.2 Os relatos evi- aprendizagem saindo do automatismo das ideias
denciaram que, nesta aproximação com a prática e práticas, produzindo abstrações que subvertam a
profissional, ainda que por meio dos vídeos, valo- rigidez das normas, pela expressão do sentimento.
rizou-se a atitude acolhedora, de cuidado qualifi-
cado e humanizado, destacando-se o [...] papel dos
profissionais em destaque ao enfermeiro, como acolhedor Da produção videográfica como estratégia
e propagador da atenção qualificada e humanizada (G4). de avaliação
Tais percepções reafirmam a perspectiva de A PV, enquanto uma ferramenta de avaliação
que o ensino do cuidado em saúde mental deve do módulo temático, foi pouco destacada nos relatos
favorecer a abordagem integral e multidimensional dos estudantes, com somente três ocorrências que a
dos sujeitos, solidária e respeitosa, além de pautar- consideram uma forma de avaliação [...] diferente e
se em criatividade, reflexão, ética, dinamismo e interessante (G3). Esta perspectiva merece destaque,
inovação.25 Evidencia-se, nas falas dos estudantes, pois, embora a PV tenha sido proposta enquanto
a percepção de que a produção de vídeos favoreceu ferramenta avaliativa, seu caráter avaliativo foi
esta reflexão e a construção de novos olhares sobre sobrepujado pela percepção de sua relevância
“sofrimento mental”. Segundo o relatório de um enquanto ferramenta de aprendizagem e de cons-
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trução coletiva. Os relatos reforçam a percepção da do módulo e as normas da escola sobre avaliação
contribuição da PV para o exercício de inclusão do de aprendizagem. Procedeu-se a leituras cuidado-
singular, como uma proposição essencial do módulo sas no manual de avaliação em busca de respaldo
temático, bem como da experimentação da perspec- normativo e condições de reprodutibilidade da
tiva emancipatória da avaliação de aprendizagem. iniciativa em outros módulos e/ou em outras
Infere-se, neste ponto, que a PV, como ferra- séries. Todas as etapas do processo foram formal-
menta avaliativa, distanciando-se de um caráter mente registradas, seguindo-se o protocolo das
verificatório de apreensão de conteúdos, aproxi- avaliações de aprendizagem da escola.
ma-se da perspectiva da avaliação emancipatória A terceira dificuldade consistiu no enfrenta-
enquanto processo de descrição, análise e crítica de mento de resistências do corpo docente em relação
uma dada realidade, visando transformá-la.28 Tem a produção de vídeos como formato avaliativo. Ob-
cunho emancipatório, uma vez que, pelo conheci- servou-se que as diferentes trajetórias profissionais,
mento, participação e crítica da realidade, liberta a pouca aproximação com o tema da saúde mental
os atores da sujeição aos determinantes das situa- e, sobretudo, certo apego ao instituído na escola
ções vivenciadas, conduzindo-os à proposição de como formatos avaliativos, mantiveram a maioria
alternativas transformadoras em direção ao futuro. dos docentes receosos quanto aos resultados da
Neste sentido é possível afirmar que a avalia- experiência. Houve empenho para alcançar coesão
ção por meio da produção de vídeos foi adequada do grupo de tutores do módulo temático, no sentido
à dinâmica adotada no módulo, no sentido de de alinhar saberes e práticas durante sua condução.
articular arte, educação e saúde, promovendo uma Além disso, observou-se que muitos docentes foram
forma flexível e arejada de condução da ABP. Ao positivamente contaminados pela adesão e entu-
estimular a criatividade dos estudantes, a partir siasmo dos estudantes, o que favoreceu a superação
de um contexto em que se proporcionou o conhe- dos obstáculos, o alcance dos objetivos educacionais
cimento prévio e o estabelecimento de regras e do módulo e a validação da experiência pelo seu
padrões de resultados de forma clara, superou o caráter emancipatório de avaliação.
caráter punitivo e fiscalizatório das avaliações que
privilegiam aspectos cognitivos da aprendizagem. CONCLUSÃO
Enquanto estratégia avaliativa cumpriu, ainda, o
desafio da coerência entre a proposta pedagógica O módulo, na percepção dos estudantes,
e a metodologia de avaliação do módulo. destacou-se pelo estímulo à construção coletiva do
saber, ao trabalho em equipe, ao desenvolvimento
da criatividade e à criação de um espaço legítimo
Dificuldades na operacionalização da de convivência com a singularidade, favorecendo
Produção Videográfica a compreensão e a vivência da perspectiva psicos-
As dificuldades relatadas pelos estudantes, social de atenção em saúde mental.
com sete ocorrências, referem-se a transporte, A produção videográfica se caracterizou
trabalhar com novas metodologias em relação ao como uma inovação metodológica que integrou
modelo tradicional, inexperiência e tempo reduzi- a dimensão da Arte – por seu potencial estético
do entre a definição do tema e a PV expresso como de explicitação do conhecimento adquirido, da
[...] pouco tempo disponibilizado e a divisão dos temas educação – como recurso epistemológico que
próximo a data marcada para apresentação dificultaram contribui para a produção de conhecimento e da
a boa conclusão do projeto (G2). saúde – por fomentar a produção e a inclusão de
Além das dificuldades vivenciadas pelos singularidades – princípio e ferramenta do cuida-
estudantes no processo de produção videográ- do em saúde mental. Neste sentido o diálogo entre
fica, citam-se aquelas percebidas pelos docentes a ABP e a arte amplia o potencial de aprendizagem
propositores da iniciativa. A primeira delas foi a e é profícuo na formação de profissionais de saúde
busca por respaldo teórico-metodológico para esta críticos e reflexivos sobre a realidade.
modalidade. Levantaram-se relatos de experiências
pedagógicas sobre produção videográfica que des- REFERÊNCIAS
crevessem as etapas do processo e sua validade en-
1. Governo do Distrito Federal (BR). Secretaria de
quanto estratégia de aprendizagem e de avaliação. Estado de Saúde do Distrito Federal. Projeto
A segunda dificuldade relaciona-se ao ali- Político Pedagógico do Curso de Graduação em
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Correspondência: Daniela Martins Machado Recebido: 31 de Agosto 2012


Quadra 102, Lote 09, Bl B, ap. 802, Residencial Verdes Brasil Aprovado: 10 de Outubro 2013
71.907-000 – Águas Claras, Taguatinga, DF, Brasil
E-mail: daniluzmartins@gmail.com

Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2013 Out-Dez; 22(4): 1205-13.

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