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EDUCAÇÃO EM SAÚDE - Karina Angélica Alvarenga Ribeiro

8 ª Aula

EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
DIRETRIZES NACIONAIS
CURRICULARES E PROJETO
PEDAGÓGICO DO CURSO
Se por um lado, o educador enfermeiro tem a qualificação científica para a
base de atuação, por outro, ocorre um consenso na maneira em que se dá
a construção desse profissional como agente atuante no processo ensino-
-aprendizagem. Nas Instituições de Ensino Superior (IES), o planejamento
deve ser considerado como obrigação institucional essencial. Isto significa
um compromisso em definir claramente as ações e propostas que atendam
aos interesses da comunidade universitária.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

- refletir sobre a estrutura da formação do profissional enfermeiro;


- conhecer as diretrizes que regem a construção do caminho educativo do profissio-
nal enfermeiro;
- estimular a compreensão do papel do enfermeiro dentro das competências e habi-
lidades da profissão;
- desenvolver habilidades de comunicação e relações interpessoais para o processo
de construção do saber.
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SEÇÕES DE ESTUDO

SEÇÃO 1 – Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem


SEÇÃO 2 – Projeto Pedagógico do Curso (PPC)

Queridos(as) alunos(as)! De acordo com o Plano de Ensino da


disciplina e atendendo aos objetivos de aprendizagem propostos,
nesta seção, apresentaremos as Diretrizes Curriculares do Curso
de Enfermagem e O projeto Pedagógico Político – PPC. Sendo
assim, para o entendimento desses documentos essenciais para a
formação do profissional Enfermeiro se faz necessário trazer na
íntegra os mesmos.
Fonte: Google imagens.

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE ENFER-


SEÇÃO 01
MAGEM

As Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCNE) é uma resolução que


transporta um curso para além da visão restrita, oferecendo as variáveis linhas de conheci-
mento, evocando uma linha humanística do pensamento que se encontra vinculado em todo
o seu contexto. Porém, sua utilidade transcende sua aplicabilidade.
Para o processo de formação do profissional enfermeiro foi consolidado por meio da
DCNE, instituída pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) por meio da Resolução CNE/
CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001, a organização curricular das Instituições do Sistema de
Educação Superior do País. Tal Resolução indica o Estágio Curricular Supervisionado (ECS)
como uma das principais representações desse processo e também como uma das maiores
tentativas de aproximação entre o teórico-prático.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Gra-


duação em Enfermagem definem os princípios, fundamentos, condi-
ções e procedimentos da formação de enfermeiros, estabelecidas pela
Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação,
para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento
e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em
Enfermagem das Instituições do Sistema de Ensino Superior (BRA-
SIL, 2001, p. 01).

É sabido que, a DCNE constitui orientações para a construção do currículo dos Cur-
sos que são moldados no PPC.
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Nesse alinhamento, a Resolução, em seu Art. º3, traz como objetivo sinalizações
próprias para o perfil do formando egresso/profissional com vistas a possibilitar uma sólida
formação de um profissional “generalista, humanista, crítica e reflexiva [...]capaz de conhe-
cer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epi-
demiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação”, com base no rigor científico e
pautado em princípios éticos (BRASIL, 2001).

Art. 3º O Curso de Graduação em Enfermagem tem como perfil do


formando egresso/profissional: I - Enfermeiro, com formação gene-
ralista, humanista, crítica e reflexiva. Profissional qualificado para o
exercício de Enfermagem, com base no rigor científico e intelectual
e pautado em princípios éticos. Capaz de conhecer e intervir sobre
os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil
epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identi-
ficando as dimensões biopsicossociais dos seus determinantes. Capa-
citado a atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso
com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano; e
II - Enfermeiro com Licenciatura em Enfermagem capacitado para
atuar na Educação Básica e na Educação Profissional em Enferma-
gem (BRASIL, 2001, p. 01)

Em seu contexto, logo de início, no “Histórico e concepção do curso de Enferma-


gem” a linha ética e humanístico é encontrada como destaque na concepção do curso sob
reafirmação do compromisso formador do profissional Enfermeiro, nos remetendo à DCNE
no Art. 14º item VIII que diz: “a valorização das dimensões éticas e humanísticas, desen-
volvendo no aluno e no enfermeiro atitudes e valores orientados para a cidadania e para a
solidariedade” – percebeu-se que ocorre a relação DCNE e PPC esperada em prol à formação
do enfermeiro.

Art. 14. A estrutura do Curso de Graduação em Enfermagem deverá


assegurar: I - a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão/assis-
tência, garantindo um ensino crítico, reflexivo e criativo, que leve a
construção do perfil almejado, estimulando a realização de experi-
mentos e/ou de projetos de pesquisa; socializando o conhecimento
produzido, levando em conta a evolução epistemológica dos modelos
explicativos do processo saúde-doença; II - as atividades teóricas e
práticas presentes desde o início do curso, permeando toda a formação
do Enfermeiro, de forma integrada e interdisciplinar; III - a visão de
educar para a cidadania e a participação plena na sociedade; IV - os
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princípios de autonomia institucional, de flexibilidade, integração es-


tudo/trabalho e pluralidade no currículo; V - a implementação de me-
todologia no processo ensinar-aprender que estimule o aluno a refletir
sobre a realidade social e aprenda a aprender; 6 VI - a definição de
estratégias pedagógicas que articulem o saber; o saber fazer e o saber
conviver, visando desenvolver o aprender a aprender, o aprender a
ser, o aprender a fazer, o aprender a viver juntos e o aprender a conhe-
cer que constitui atributos indispensáveis à formação do Enfermeiro;
VII - o estímulo às dinâmicas de trabalho em grupos, por favorecerem
a discussão coletiva e as relações interpessoais; VIII - a valorização
das dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno e no
enfermeiro atitudes e valores orientados para a cidadania e para a so-
lidariedade; e IX - a articulação da Graduação em Enfermagem com a
Licenciatura em Enfermagem (BRASIL, 2001, p. 4-5).

Ainda neste contexto, referencia-se que o processo ensino-aprendizagem se objetiva


“[...] para a formação de profissionais comprometidos com a melhoria das condições de vida
e de saúde da população [...] por meio da intervenção técnico-científica e do posicionamento
ético-político”.
Segundo as DCNE (2001), a formação do Enfermeiro deve atender as necessidades
sociais de saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS), salientando que um dos
campos de atuação é a rede básica de saúde e comunidade.

Parágrafo Único. A formação do Enfermeiro deve atender as necessi-


dades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS)
e assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e humanização do
atendimento (BRASIL, 2001, p. 03).

Através do parecer CNE/CES nº 213/2008, os cursos de enfermagem passam para


uma carga horária de 4000 horas/aula, com uma duração mínima de cinco anos de curso.
Conforme esse parecer, o ECS tem uma carga horária mínima de 20% da carga horário total,
compreendida como 800 horas (BRASIL, 2009).

Parágrafo Único. Na elaboração da programação e no processo de su-


pervisão do aluno, em estágio curricular supervisionado, pelo profes-
sor, será assegurada efetiva participação dos enfermeiros do serviço
de saúde onde se desenvolve o referido estágio. A carga horária míni-
ma do estágio curricular supervisionado deverá totalizar 20% (vinte
por cento) da carga horária total do Curso de Graduação em Enferma-
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gem proposto, com base no Parecer/Resolução específico da Câmara


de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (BRASIL,
2001, p. 04).

O Enfermeiro assume igualitariamente seus conhecimentos específicos na formação


como qualquer outra área (RODRIGUES; SOBRINHO, 2006).
É preciso construir, na formação do enfermeiro, experiências que o prepare para a
realidade das necessidades de saúde da população. Desse modo, Feuerwerker e Sena (2002)
descrevem que o processo ensino-serviço, amplia positivamente espaços para interações so-
bre a realidade da população.
Neste contexto de ampla discussão entre o ser e o saber da prática pedagógica, Ro-
drigues e Sobrinho (2007) relatam que o enfermeiro busca, nos âmbitos metodológicos, ha-
bilidades e competências no processo ensino-aprendizagem. Entretanto, Guimarães (2005)
enfatiza que a tomada de decisão consciente pela escolha da prática pedagógica deva ser para
o enfermeiro como uma intencionalidade e significação de amor, sendo que dessa forma não
haverá conformismo sobre a ação pedagógica e assim requererá questionamentos progressi-
vos de transformação de sua ação.
Brasil (2001, p. 1-2) sobre as competências e habilidades para a formação do Enfer-
meiro:

Art. 4º A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profis-


sional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes
competências e habilidades gerais: I - Atenção à saúde : os profissio-
nais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação
da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissional
deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e
contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, sendo capaz
de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de
procurar soluções para os mesmos. Os profissionais devem realizar
seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos prin-
cípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da
atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a
resolução do problema de saúde, tanto em nível individual como co-
letivo; II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde
deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões visando
o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho,
de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas.
Para este fim, os mesmos devem possuir competências e habilidades
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para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, base-


adas em evidências científicas; III - Comunicação: os profissionais de
saúde devem ser acessíveis e devem manter a confidencialidade das
informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais
de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação
verbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de,
pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação
e informação; IV - Liderança: no trabalho em equipe multiprofissio-
nal, os profissionais de saúde deverão estar aptos a assumir posições
de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A
liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilida-
de para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma
efetiva e eficaz; V - Administração e gerenciamento: os profissionais
devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e admi-
nistração tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos e ma-
teriais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a se-
rem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe
de saúde; e VI - Educação permanente : os profissionais devem ser
capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na
sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem aprender a
aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e
o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas pro-
porcionando condições para que haja benefício mútuo entre os futuros
profissionais e os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando e
desenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a
cooperação por meio de redes nacionais e internacionais.

Aspectos fundamentais para as áreas de conhecimento que integram a saúde:

● Perfil do Formando Egresso/Profissional;


● Competências e Habilidades;
● Conteúdos Curriculares;
● Estágios e Atividades Complementares;
● Organização do Curso;
● Acompanhamento e Avaliação;

Princípios das DCNE, segundo Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2007, p.


03).
● Assegurar às instituições de ensino superior ampla liberdade na composição
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da carga horária a ser cumprida para a integralização dos currículos, assim como na especifi-
cação das unidades de estudos a serem ministradas;
● Indicar os tópicos ou campos de estudo e demais experiências de ensino-
-aprendizagem que comporão os currículos, evitando, ao máximo, a fixação de conteúdo es-
pecíficos com cargas horárias pré-determinadas, as quais não poderão exceder 50% da carga
horária total dos cursos. A Comissão da CES, baseada neste princípio, admite a definição de
percentuais da carga horária para os estágios curriculares nas Diretrizes Curriculares da Saú-
de;
● Evitar o prolongamento desnecessário da duração dos cursos de graduação;
● Incentivar uma sólida formação geral, necessária para que o futuro graduado
possa vir a superar os desafios de renovadas condições de exercício profissional e de produ-
ção do conhecimento, permitindo variados tipos de formação e habilitações diferenciadas em
um mesmo programa;
● Estimular práticas de estudo independente, visando uma progressiva autono-
mia intelectual e profissional;
● Encorajar o reconhecimento de conhecimentos, habilidades e competências
adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referiram à experiência profissional
julgada relevante para a área de formação considerada;
● Fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa indivi-
dual e coletiva, assim como os estágios e a participação em atividades de extensão;
● Incluir orientações para a conclusão de avaliações periódicas que utilizem ins-
trumentos variados e sirvam para informar às instituições, aos docentes e aos discentes acerca
do desenvolvimento das atividades do processo ensino-aprendizagem

A formação vai além do rigor científico, ocorre por meio do resgate de saberes que
envolve o não científico (realidade) com o científico, objetivando transformar o processo de
trabalho e reconfigurar os eixos de integração serviço-ensino utilizado na graduação de enfer-
magem, conceituado como um método para a formação de profissionais (MONTENEGRO,
2010).

Art. 7º Na formação do Enfermeiro, além dos conteúdos teóricos e


práticos desenvolvidos ao longo de sua formação, ficam os cursos
obrigados a incluir no currículo o estágio supervisionado em hospitais
gerais e especializados, ambulatórios, rede básica de serviços de saú-
de e comunidades nos dois últimos semestres do Curso de Graduação
em Enfermagem (BRASIL, 2001, p. 04).

Vale destacar que a enfermagem é constituída de empatia, possuindo um sentido


único – conhecer o outro em sua totalidade, portanto envolve o binômio saúde-doença com
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necessidade de alcançar o sentido, transcendendo a essência ao qual corresponde o crítico


reflexivo.
Tal compreensão é encontrada no Art. 14º, item VI, assegurando “a definição de
estratégias pedagógicas que articulem o saber, o saber fazer e o saber conviver”, mas desde
que o teórico circunda a essência da prática. Assim, Brasil (2004, p. 06).

Art. 14º VI - a definição de estratégias pedagógicas que articulem o


saber; o saber fazer e o saber conviver, visando desenvolver o apren-
der a aprender, o aprender a ser, o aprender a fazer, o aprender a viver
juntos e o aprender a conhecer que constitui atributos indispensáveis
à formação do Enfermeiro.

Já a descrição “capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-


-doença” chama atenção para a necessidade do exercício de ação-reflexão-ação. Este inclui
uma vivência dos fatos reais – o conhecimento do perfil epidemiológico do local de atuação
e, os problemas que caminham com ele.

Art. 3º [...] Capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações


de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico nacio-
nal, com ênfase na sua região de atuação, identificando as dimensões
biopsicossociais dos seus determinantes (BRASIL, 2001, p. 01).

Assim sendo, para todo e qualquer curso de graduação, as DCN contemplam as se-
guintes recomendações:
I – Conferir maior autonomia às instituições de ensino superior na definição dos
currículos de seus cursos;
II – Propor uma carga horária mínima em horas que permita a flexibilização do tem-
po de duração do curso;
III – Otimizar a estruturação modular dos cursos;
IV- Contemplar orientações para as atividades de estágio e prática;
V – Contribuir para inovação e a qualidade do PPC.

Tudo quanto exposto será necessário a leitura da DCNE na íntegra.


Saiba mais:
Link:

http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/323-se-
cretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-diretrizes-curriculares-
-cursos-de-graduacao. Acesso em: 21/01/2021.
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SEÇÃO 02 PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC)

O PPC é um instrumento de planejamento e gestão, norteador das decisões e ações


do curso.
Este, construído de forma coletiva, tem como objetivo organizar as diretrizes peda-
gógicas e alinhar a gestão do curso às normatizações nacionais, assim como a correspondên-
cia com o Plano Pedagógico Institucional (PPI) e Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI) da Faculdade UNIGRAN CAPITAL.
É imprescindível que na elaboração do PPC considere, a saber: clareza, objetividade,
coerência e factibilidade.
Os conteúdos essenciais para o Curso de Enfermagem estão emoldurados no PPC
conforme rege as DCNE bem como as “competências e habilidades” específicas ao enfermei-
ro. Em seguida, foi descrito o “Decreto nº 94.406/87”, que trata da incumbência privativa do
exercício profissional da Enfermagem sobre a formação generalista.
A proposta de Curso de Enfermagem da UNIGRAN CAPITAL direciona a forma-
ção acadêmica e profissional do egresso, conforme o que orientam as Diretrizes Curriculares
Nacionais para este Curso (Resolução CNE/CES nº. 03, de 7 de novembro de 2001), focado
em uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos
os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual, contribuindo para a
compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão das culturas nacionais e
regionais, internacionais e históricas em um contexto de pluralismo e diversidade cultural. A
formação é prioritariamente para o contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para tanto, são incentivadas atividades que envolvam as habilidades gerais de aten-
ção à saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e
educação permanente, fomentadas, entre outras, através de participações comunitárias locais
e regionais e Programas Governamentais de abrangência nacional e internacional.

Nesse contexto, este PPC tem como finalidade delinear uma estrutura
curricular para construção de conhecimento, cujas orientações na for-
mação de profissionais na referida área venham atender os conteúdos
que possibilitem a compreensão crítica e a avaliação dos impactos
sociais, econômicos e de saúde na população brasileira. Além disso,
apresenta os pressupostos teóricos, metodológicos e didático-pedagó-
gicos estruturantes da proposta do curso em consonância com o Pro-
jeto Pedagógico Institucional (PPI) e com o Plano de Desenvolvimen-
to Institucional (PDI). Em todos os elementos estarão explicitados
princípios, metodologias e conceitos que materializarão o processo
de ensino e de aprendizagem destinados a todos os envolvidos nesta
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práxis pedagógica (PPC, 2018).

A formação do profissional enfermeiro está ancorada nas descrições que constam no


PPC, tendo como prioridade “competências e habilidades” em todo o processo de formação.
É sabido que essa prática do estágio sempre esteve presente nas IES de Enfermagem devido
ao cunho desta profissão, mas ocorre dualidade quanto ao âmbito dessa prática.
Em relação aos objetivos do curso, novamente vem evocando o lado humanístico da
profissão, definindo sua atuação nos diferentes cenários da prática profissional.
Especificamente, na “Base Teórico-Metodológica do Ensino” verificou-se que o do-
cumento contempla o professor de ensino superior como “...facilitador e mediador entre o
ensino do conteúdo e de sua disciplina e a aprendizagem do aluno [...] o professor deve ser
um constante pesquisador”.
Paralelamente, os métodos utilizados para consolidar o conhecimento almejado es-
tão dispostos através de: “[...] estudo de casos, dinâmica de grupos, exposição de vídeos,
aulas práticas (laboratórios de simulação) e em unidades de saúde, elaboração e execução de
projetos de pesquisa, ensino e extensão”.
As instituições formadoras de profissionais de saúde são também lugar da produção
de saberes sobre as relações sociais com os serviços e a comunidade. É importante estar aten-
to no que compõem a formação e é nesse sentido que ocorrem novas relações de aprendiza-
gem, novos cenários e novas metodologias (FEUERWERKER, 2014).

● Documento que define o PPC:

- A concepção do curso;
- Sua estrutura-currículo: Corpo docente, Corpo técnico-administrativo e infraes-
trutura;
- Procedimentos de avaliação dos processos de ensino e aprendizagem;
- Instrumentos normativos de apoio: Composição do colegiado, Procedimentos de
estágio, Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, etc.

Concepção do Curso:

● Incorpora a contextualização, os objetivos e as referências epistemológicas do


curso.
- Contextualização: as condições de vagas, a relevância aliada à demanda em razão
da importância do curso na área de conhecimento e em razão do mercado de trabalho, além
de sua inserção regional e nacional;

Ainda...
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O Projeto Pedagógico do Curso deve ser coerente com as Diretrizes Curriculares em


vigor na IES e estar em consonância como o perfil do egresso.

Concepção do Curso:

● O Projeto Pedagógico do Curso deve ser coerente com as Diretrizes Curricu-


lares em vigor na IES e estar em consonância como o perfil do egresso, que deverá ser capaz
de apresentar as seguintes competências e habilidades:
- Atenção à saúde;
- Tomadas de decisões;
- Comunicação;
- Liderança;
- Administração e gerenciamento;
- Educação permanente.

O curso visa à formação de enfermeiros generalistas, capazes de prestar e ge-


renciar assistência integral sistematizada, exercer e supervisionar ações de prevenção,
promoção, reabilitação e manutenção da saúde, sendo sensíveis às necessidades biopsi-
cossociais do ser humano e à legislação que regulamenta o exercício profissional. Por
meio de bases científicas e intelectuais, a qualificação deve ser humanista e reflexiva
proporcionando capacidade de atuar nos diversos problemas e cenários de saúde-doen-
ça em que a população se encontra inserida, desenvolvendo ações integradas à equipe
multiprofissional de saúde.

Currículo:

O currículo deve refletir os objetivos do curso, por meio da estruturação dos conte-
údos das unidades de estudo, da estrutura das atividades acadêmicas curriculares propostas,
como: aulas, seminários, atividades complementares, TCC e outros.
Na formação do Enfermeiro, além dos conteúdos teóricos e práticos desenvolvidos
ao longo de sua formação, os acadêmicos realizarão estágios supervisionados curriculares
obrigatórios em hospitais gerais e especializados, ambulatórios, rede de Atenção Básica de
serviços de saúde e comunidades a partir do 9º semestre do Curso de Graduação em Enferma-
gem. A carga horária deverá ser similar para ambos os campos, ou seja, 50% da carga horária
de estágio deverão ser cumpridas em unidades de atenção básica e os outros 50% deverão ser
cumpridos em unidades hospitalares ou ambulatoriais especializados.

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Corpo Docente e Técnico

O Centro Universitário UNIGRAN Capital tem como princípio valorizar em seus


docentes, o corpo discente e corpo técnico administrativo. A idoneidade profissional, a in-
tegridade moral e a boa conduta são requisitos básicos para ingresso e atuação nos quadros
da IES, assim como essas são condições fundamentais para a permanência do docente na
Instituição.
Deste modo, no Projeto Político Pedagógico fica o critério: “A qualidade de ensino
e a seriedade de suas funções serão os maiores compromissos da IES com a sociedade, por-
tanto, admitirá em seu quadro, profissionais com titulação, preferencialmente, de Mestre e
Doutor e com experiência na área que atuam”.
● Técnicos administrativos deverão existir conforme necessidades das ativida-
des acadêmicas do curso.

Corpo Docente e Técnico

● Todos os procedimentos de avaliação do processo de ensino e aprendizagem


devem ser coerentes com a concepção do curso.

Institucionalizar procedimentos regulares de autoavaliação do curso, por parte dos


colegiados, do corpo docente e do corpo discente, incorporando os resultados no planejamen-
to de ações de melhoria do curso.
● Os sistemas de avaliação do processo ensino-aprendizagem são: provas teóri-
cas e práticas, relatórios, participação em aula, estudos de situação problema, trabalhos indi-
viduais e em grupo, de forma sistemática e com complexidade crescente. Os alunos também
são avaliados quanto ao comportamento ético e postura profissional.
● Por meio destas avaliações, poder-se-á ter um parâmetro do processo ensino-
-aprendizagem, e o docente, de posse destes dados pode avaliar a metodologia didático-
-pedagógica adotada.
● A coordenação do curso recebe o relatório bimestral dos docentes, onde re-
latam aspectos como: forma de ministrar aulas, acesso do aluno ao material didático, tipo de
avaliação realizada, peso atribuído a cada avaliação, quantidade de alunos avaliados, quan-
tidade de alunos que optaram pela avaliação substitutiva, resultado final das avaliações (em
porcentagens e as notas em valores absolutos), a que o docente da disciplina atribui este
resultado, como o docente considera o comportamento da turma em questão, como se deu a
frequência dos alunos até a avaliação, nível de interesse na disciplina, observações e suges-
tões do docente para o curso.

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Corpo Docente e Técnico

● Cada curso de graduação da IES contará com Instrumentos Normativos de


Apoio, como:
- A composição do Colegiado de Curso;
- As formas de gestão do curso;
- Núcleo Docente Estruturante – NDE;
- Critérios de admissão e de progressão na carreira de docentes;
- Relação Disciplina/Docente;
- Apoio didático ao Corpo Docente;
- Pesquisa e Produção Científica;
- Avaliação do Curso e do Desempenho do Corpo Docente;
- Apoio pedagógico aos Discentes
- Núcleo de Apoio ao Discente

Desse modo, já podemos perceber que o projeto pedagógico envolve uma interação
profunda entre os mais diversos profissionais e os mais diferentes setores de uma instituição.

RETOMANDO A AULA

Chegamos, assim, ao final da oitava aula. Esperamos que te-


nha ficado claro o estudo sobre a DCNE e PPC. A compre-
ensão sobre os conteúdos discutidos norteia o caminho de
formação do profissional enfermeiro.

SEÇÃO 1 – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE ENFERMA-


GEM

As Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCNE) é uma resolução que


transporta um curso para além da visão restrita, oferecendo as variáveis linhas de conheci-
mento, evocando uma linha humanística do pensamento que se encontra vinculado em todo
o seu contexto. Porém, sua utilidade transcende sua aplicabilidade.
Para o processo de formação do profissional enfermeiro foi consolidado por meio da
DCNE, instituída pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) por meio da Resolução CNE/
CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001, a organização curricular das Instituições do Sistema de
Educação Superior do País. Tal Resolução indica o Estágio Curricular Supervisionado (ECS)
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como uma das principais representações desse processo e também como uma das maiores
tentativas de aproximação entre o teórico-prático.

SEÇÃO 2 – PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC)

O PPC é um instrumento de planejamento e gestão, norteador das decisões e ações


do curso. Este, construído de forma coletiva, tem como objetivo organizar as diretrizes pe-
dagógicas e alinhar a gestão do curso às normatizações nacionais, assim como a correspon-
dência com o Plano Pedagógico Institucional (PPI) e Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI) da Faculdade UNIGRAN CAPITAL.
É imprescindível que na elaboração do PPC considere, a saber: clareza, objetivi-
dade, coerência e factibilidade. Os conteúdos essenciais para o Curso de Enfermagem estão
emoldurados no PPC conforme rege as DCNE, bem como as “competências e habilidades”
específicas ao enfermeiro. Em seguida, foi descrito o “Decreto nº 94.406/87”, que trata da in-
cumbência privativa do exercício profissional da Enfermagem sobre a formação generalista.

Atividades da Aula 08

Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados, na Plataforma do CEAD
“Atividades” estão disponíveis os arquivos com as atividades referentes a esta aula, que de-
verão ser respondidas e enviadas por meio do Portfólio - ferramenta do ambiente de apren-
dizagem UNIGRAN Virtual.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei Nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990. Dispõe


sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
cionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providências. Diário Oficial [da] Re-
pública Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 de set. 1990, n. 182, Seção 1, p. 18055-18059.

_____________ CNE. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de setembro de 2001. Institui


Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial
[da] União, Brasília, DF, 9 Nov. 2001, Seção 1, p. 37.

MINHAS ANOTAÇÕES:
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE - Karina Angélica Alvarenga Ribeiro

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