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CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA – UNICEP

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

RELATÓRIO ESTÁGIO GERENCIAMENTO

Maria Cristina de Alencar

São Carlos
2019
RELATÓRIO ESTÁGIO GERENCIAMENTO

Nome do Estagio: Papel e importância da enfermeira assistêncial


Local: Santa Casa de misericórdia de São Carlos – SAD (Serviço de atendimento
diomiciliar)
Área de Atuação: Enfermagem
Nome do Estagiário: Maria Cristina de Alencar
Nome do Supervisor: Profa. Dra. Úrsula Marcondes Westin
Período:
Carga Horária:
I. INTRODUÇÃO

O papel e importância do estágio curricular supervisionado correlaciona-se ao


acesso à realidade estudante, através de oportunidades de adaptação “à futura
profissão”, facilitando sua inserção no mercado de trabalho, orientando-o na escolha de
sua especialização profissional.
O estágio curricular é obrigatório para a formação do enfermeiro e está
regulamentado pela Resolução nº 3, de 7 de novembro de 2001, do Conselho Nacional
de Educação/ Câmara de Ensino Superior, que institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem.
Marram (2011) em seu artigo destaca que é de fundamental importância o
estagio supervisando, uma vez que o aluno tem a oportunidade real de conhecer in loco
a realidade estudada, ter acesso a rotinas e protocolos, seja na rede publica ou particular,
politicas publicas e diferentes demandas e necessidade que envolve o cuidar.
Conforme a Lei nº 11788 de 25 de setembro de 2008, art. 1° e 2°, a finalidade é
proporcionar a complementação do ensino e da aprendizagem a serem planejados,
executados, acompanhados e avaliados segundo os currículos, programas e calendários
escolares, a fim de se constituírem em instrumentos de integração, em termos de
treinamento prático, aperfeiçoamento técnico - cultural científico e relacionamento
humano:
Assim, o acadêmico da Enfermagem deve tornar-se um Enfermeiro
capacitado a atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso com
a cidadania, promovendo a saúde integral do ser humano, e além de estar
licenciado, com competência e habilidade, para atuar na educação
profissional em enfermagem. O objetivo do Estágio Curricular
Supervisionado a preparação para o trabalho produtivo dos acadêmicos,
visando o aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a
contextualização curricular (MARRAM, 2011, p. 02).

Os autores Bousso et al.; (2000), Marram (2011) e Montezeli et al (2018)


afirmam que o estagio em enfermagem vai além, de correlacionar a teoria com a pratica,
conhecer as áreas de atuação ou compreender a dimensão da assistência enfermagem,
trata-se da na formação da pessoa, desenvolvimento de sua visão critica, bem como
compreender e identificar os limites da ética e do cuidar:
 O processo de cuidar da pessoa;
 Pratica e dimensões da atuação da enfermagem;
 Humanização, pessoas, vivências e ciclo vital;
 Instrumentos de cuidar: habilidades sociais, assertividade, empatia, sentimento
positivo e solidariedade;
 Relacionamento interpessoal e forma terapêutica de comunicação como
instrumentos do cuidar, equipe, família e paciente, e ainda:

O enfermeiro, em seu cotidiano, deve aliar a gerência do cuidado às práticas


assistenciais. Aditivamente a isto, pelo fato de exercer a posição de liderança,
precisa oportunizar momentos de integração do pensar, sentir e agir de todos
os envolvidos nas atividades cuidativas. Diante deste fato, é essencial que
este profissional seja hábil nos processos relacionais que permeiam sua
atuação gerencial e, para tal, deve possuir um repertório aguçado de
habilidades sociais (MONTEZELI et al.; 2018, p. 01) .

No atendimento domiciliar (objeto de estudo deste estagio) tem-se na pratica


esta necessidade e vivência, de um lado os protocolos de cuidados exigidos pelo
Ministério da Saúde, do outro um paciente e seus cuidadores frágeis, necessidade de
cuidado, carinho e atenção.

Percebe-se que as HS são essenciais à competência interpessoal do


enfermeiro como obelisco central da gerência do cuidado, pois são
importantes aliadas à construção de interações entre os indivíduos e à criação
de redes de suporte social (MONTEZELI et al.; 2018, p. 01) .

Complementando esta citação Marram (2011) e Bousso et. al. (2000)


acrescentam que a relação espaço-tempo de estágio é fundamental para a formação
prática daqueles que, estando no processo de formação inicial, interagem com a
complexa realidade, refletem sobre as ações desenvolvidas nesse espaço, e configuram
sua maneira própria de agir profissionalmente:

O entendimento do estágio através da prática reflexiva confere a ambos,


acadêmico e professor, o instrumental necessário para avaliação de seus
papéis, bem como equilíbrio e cientificidade na condução de situações reais e
aperfeiçoamento dos processos educativos que orientam a formação
profissional (MARRAN, 2011, p. 09).
II. OBJETIVOS

Geral
 Problematizar acerca das possibilidades de trabalhos e intervenções da
enfermagem, correlacionando-se a teoria e prática e desenvolver formação
teórico-prática inerente ao atendimento assistencial e humanizado, evidenciando
a atuação da enfermeira;

Específicos
 Problematizar acerca das interfaces e relação humanas entre o atendimento
domiciliar oferecido e a necessidade do paciente;
 Refletir acerca do processo de atendimento no contexto de trabalho e as
possibilidades de atuações da enfermagem;
 Identificar as atribuições especificas do enfermeiro no Atendimento
dominiciliar;
 Instrumentalizar os alunos-estagiários para o atendimento às diferentes
demandas e necessidades dos pacientes;
 Capacitar o aluno para compreender as questões éticas que envolvem a prática
da enfermagem;
 Desenvolver a escuta e o atendimento humanizado;
 Propiciar ao aluno condições de entendimento do conflito humano, das relações
humanas, do cuidar e ser cuidado, compreender a ótica do paciente e de seus
cuidadores;
 Desenvolver a atitude profissional e ética;
III. ORIENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA

O presente estágio utilizará fundamentação teoria da assistência enfermagem e


da atuação da enfermeira assistencial como embasamento teórico-ético nos
atendimentos e supervisões.

3.1 Características psicossociais da clientela a ser beneficiada com a proposta


Atuação cotidiana do SAD Santa Casa de São Carlos aspectos internos (equipe,
saberes e contextos) bem como a rotina de cuidado dos 60 pacientes inseridos no
programa.

3.2 Fatores do contexto que justificam a proposta de intervenção


O estágio profissionalizante visa oferecer subsídios teóricos e práticos para a
atuação posterior dos alunos no mercado de trabalho.
O estágio nessas instituições buscou o desenvolvimento de habilidades de
avaliação e de intervenção tendo como base a discussão atual sobre promoção de saúde
nesses ambientes. Atualmente, cada vez mais, as instituições têm aberto espaço para a
atuação do psicólogo, uma vez que se tem percebido a importância da manutenção da
saúde mental para o bom desempenho dos indivíduos nas mesmas. Sendo assim, torna-
se fundamental que o aluno tenha contato com a realidade em questão, desempenhando
um trabalho com supervisão com a finalidade de trabalhar as habilidades e
competências necessárias para a atuação neste contexto. Além disso, este estágio será
desenvolvido em instituições fora do contexto da Universidade fato esse que permite
uma maior integração entre o campus universitário e a própria comunidade na qual ele
encontra-se inserido.
IV. ATIVIDADES PRINCIPAIS E DESCRIÇÃO ATIVIDADES
SUBSIDIÁRIAS

O presente trabalho corresponde à vivência do estágio supervisionado, realizado


Na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos objetivando o acesso à realidade
assistencial dos serviços de atendimento domiciliar. Sou aluna do curso de
Enfermagem pela Universidade Central paulista – UNICEP e realizo o mesmo na Santa
Casa de Misericórdia de São Carlos no Setor de Atendimento domiciliar que recebe o
nome de SAD – Serviço de atendimento domiciliar. Pautados nos manuais do
Ministério da saúde, como também na RESOLUÇÃO-RDC Nº 50, de 21 de fevereiro
de 2002: “(...) Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde”.

Figura 01. SAD – Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos

FONTE: PORTAL SANTA CASA DE SÃO CARLOS (2019)


De acordo com Manual da Prefeitura Municipal de Campinas (2014) o SAD,
possuem três aspectos que primam pelo seu funcionamento:
 MISSÃO: Prestar assistência de enfermagem, humanizada e holística, ao
individuo dependente de cuidados, em seu domicilio, integrando equipe
multidisciplinar, visando capacitar cliente/cuidador/família, buscando ao
máximo sua independência para atividades de autocuidado e melhor qualidade
de vida;
 VISÃO: Satisfazer clientes prestando-lhes uma assistência de enfermagem
humanizada, atenciosa e profissional, no contexto domiciliário e familiar, de
forma a atender e procurar superar suas necessidades e expectativas.
 OBJETIVOS: Assistir ao cliente de média e alta complexidade de maneira
humanizada. Priorizar a qualidade de vida por meio de ações assistenciais e
educativas, buscando o melhor estado funcional. Preservar a intimidade e
individualidade do cliente. Manter o vínculo familiar dos pacientes Promover a
reinserçao do cliente e cuidador ao seu meio social (família e comunidade) por
meio de ações de autocuidado. Capacitar o cuidador e família para a atenção ao
seu familiar dependente de cuidados, orientando ações para prevenção de
complicações. Respeitar as decisões e indecisões do paciente/família. Respeitar
as rotinas da família.

4.1 Rotina estágio SAD

1ª. Semana: Reunião UNICEP

2ª. Semana: feriado/sem atividade

3ª. Semana: Diagnóstico situacional

Benito et al.; (2012) afirmam que o trabalho de enfermagem, assim como o


trabalho em saúde, lida com o objeto humano, sendo uma atividade relacional que se dá
sempre no encontro com outro sujeito, integrando a prestação de serviços à saúde:
O profissional enfermeiro, inserido no trabalho em saúde, deve se
apropriar de uma postura inovadora, ser crítico-criativo, e consciente de suas
responsabilidades ética, política e profissional. Para isso, é necessário que
desenvolva competências gerais, e as competências só se manifestam na
atividade prática, ou seja, para o acadêmico de enfermagem, durante o
estágio supervisionado, onde é avaliado quanto às competências nele
utilizadas (BENITO et al.; 2012)
Dentro deste contexto apresento o meu estagio na área de atendimento
domiciliar, realizado na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e recebe o no me de
SAD – Serviço de atendimento domiciliar identificou-se correlação direta com o aparato
legal, principalmente a RESOLUÇÃO-RDC Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002: “(...)
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde”.
De acordo com Andrade et al.; (2017) outro ponto de suma importância é o papel
e importância do enfermeiro assistencial, profissional este que atua como líder de
equipe e considera-se que na atenção domiciliar é necessário atenção profissional
qualificada, pois reconhece-se que este tipo de cuidado exige mobilização de
competências específicas, principalmente ligadas ao relacionamento interpessoal para
atuar com usuários, familiares e em equipe multiprofissional, bem como autonomia,
responsabilidade e conhecimento técnico e científico próprios do campo.
Paralelo à este processo tem-se a necessidade de se oferecer o melhor, através
dos melhores funcionários e com excelência e Bonato (2011) a “qualidade” passou a ser
considerada como diferencial competitivo e correlacionar-se aos sistemas de produção,
processos, serviços, atendimento ao cliente, gestão e etc. Na área de saúde interferiu
diretamente ao processo de gestão, planejamento, eficiência, eficácia, inovação e
principalmente ao atendimento as necessidades do cliente/paciente e ressalta-se também
a necessidade de mudança inovação e capacitação por parte dos funcionários:

Criar um ambiente de trabalho estimulador para compartilhar conhecimento,


em que as relações pessoais se manifestam, gerando novos conhecimentos, o
desenvolvimento de novas competências, coloca-se como desafio para a
organização focada na gestão das pessoas e preocupada com a “Qualidade”.
Ao potencializar o saber dos indivíduos, a organização realizará saltos em
busca de crescimento e inovação (BONATO, 2011, p. 320).

E Benito et al (2012) reforçam:

O cuidado é o produto final do trabalho, que ocorre através do encontro entre


pessoas que trazem necessidades de saúde e outras que dispõem de
conhecimentos possíveis de atendê-las. O cuidado em saúde se produz no
encontro de necessidades, desejos e interesses singulares, permeados por
distintas subjetividades que vão definir bons ou maus encontros no sentido
spinosiano. Assim o cuidado é sempre algo que no trabalho em saúde não é
dado a priori, ele sempre se produz em ato (BENITO, 2012, p. 173).
O Programa SAD no município de São Carlos até fins de 2018, era realizado
pela Prefeitura de São Carlos, por motivos estratégicos, como recursos físicos,
materiais, humanos resolvei integra-lo à Santa Casa, e repassando as verbas para o
funcionamento de tal Programa, através do Decreto Nº 552, de 27 de Dezembro de
2018:

Regulamenta a estrutura administrativa da secretaria municipal de saúde, em


conformidade com a Lei nº 18.926, de 7 de dezembro de 2018, que "dispõe
sobre a organização administrativa da Prefeitura Municipal e adota outras
providências".

O Serviço de Atendimento Domiciliar – SAD – da Santa Casa reúne o antigo


Departamento de Atendimento Domiciliar – DAD – e as demandas do programa Melhor
em Casa que era administrado pela Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura, que a
partir de fevereiro de 2019 passou a ser administrado pela equipe da Santa Casa.
Este é um serviço indicado para pessoas que estejam em situações nas quais a
atenção domiciliar é a mais indicada para o seu tratamento.
No estágio observacional identifiquei as seguintes características: sala pequena,
2 mesas, 1 mesa redonda para reuniões, 2 computadores, armários, banheiro e um
armários de uso médico/hospitalar e medicações. Cada paciente é assistido
individualmente pela equipe multidisciplinar: 1 secretaria administrativa, 2 médicos, 2
enfermeiros, 1 enfermeiro assistencial, 1 coordenador, 4 técnicos de enfermagem, 2
fisioterapeutas, 1 nutricionista, 1 assistente social, 1 psicólogo e 1 fonoaudiólogo,
equipe esta que assiste hoje 60 pacientes regulamente cadastrados.

Figura 02 à 08. Estrutura física SAD – Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São
Carlos
Folder de divulgação do SAD
Carro atendimento domiciliar

Protocolo administração segura de medicação


Protocolo de anotações de enfermagem

Protocolo de coleta de exames


Sala de trabalho do SAD

Mesa de reuniões
FONTE: PORTAL SANTA CASA DE SÃO CARLOS (2019)

Observou-se a cada visita múltiplas ações, correlacionando-se à demanda de


cada paciente, apenas medicações, troca de curativos, fisioterapia respiratória, a partir
do momento que o paciente é integrado no programa através de ordem médica, inicia-se
o plano de ação.
Brasil (2013) afirma:

A “dimensão profissional“ e considerada o “núcleo duro” da gestão do


cuidado. E o momento do encontro entre o trabalhador/equipe e o usuário,
configurando-se um “espaço intercessor” entre aqueles que portam
necessidades de saúde e os que se dispõem a cuidar. E um espaço de grande
potencia criativa, atravessado por determinantes externos (organizações,
crenças, formação etc.) que influenciam tanto as equipes quanto os usuários,
mas também marcado por importante grau de liberdade e responsabilidade na
ação dos trabalhadores (BRASIL, 2013, P.09).

Pode-se observar e correlacionar com a literatura consultada alguns elementos


determinam a eficiência do SAD:
 Orientação e educação continuada por parte dos médicos e enfermeiros no
cuidado com paciente e seus cuidadores;
 Avaliação do trabalho, evolução do paciente, cuidado, limpeza, higiene, adoção
de protocolos médicos/hospitalares e etc;
 Registro de informações de forma fiel à realidade e interversão da equipe,
enfermeiros e coordenadores diante de agravos ou novas demandas para o
paciente, por exemplo: marcas de quedas, hematomas, sangramentos, bauxa
nutrição e etc;
 Integralidade na assistência;

Dessa forma, pode-se afirmar que o trabalho na AD apresenta diversidade de


ações e complexidade específicas que demandam experiência profissional e busca de
qualificação para a atuação no domicílio (ANDRADE et al, 2017).
Acrescenta-se à estas citações as funções administrativas da Enfermeira
Assistencial, que pode trazer conflitos internos, uma vez que sua formação acadêmica
prestação do cuidado direto ao paciente, para o qual foi preparado e também representa
a instituição que atua (Santa Casa de São Carlos), necessita defender os interesses
institucionais e sua própria inserção e permanência no mercado de trabalho. Assim, os
enfermeiros, investidos da autoridade e da responsabilidade a eles inerentes, assumem
compromissos institucionais e profissionais, que podem resultar em conflitos e
disfunções (MENEZES BRITO et al. (2005).
Manual da Prefeitura Municipal de Campinas (2014) afirma que são atribuições
da enfermeira assistencial do SAD:
 Gerenciar, supervisionar e organizar os serviços de enfermagem;
 Realizar consulta de enfermagem tendo como norteador, protocolos de saúde
publica do ministério de saúde bem como os pertencentes a atenção básica;
 Planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar a assistência de enfermagem
em domicilio;
 Avaliar a qualidade da assistência por meio de indicadores assistenciais;
 Capacitar a equipe de enfermagem inserida no SAD;
 Proporcionar educação permanente à equipe de enfermagem nas tarefas relativas
à assistência de Enfermagem;
 Avaliar o desempenho da equipe de enfermagem;
 Capacitar o cuidador para assistir ao cliente nas suas necessidades básicas
biopsicossociais;
 Realizar os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica, que
exigem conhecimento científico adequado e capacidade de tomar decisões
imediatas;
 Planejar, realizar e avaliar as visitas domiciliárias determinando as prioridades
de assistência;
 Identificar as demandas de enfermagem, implantando, implementando e
avaliando os meios para a solução das mesmas, minimizando danos e seqüelas;
 Fazer o prognóstico de enfermagem de acordo com os níveis de complexidade
do cliente no domicílio, atendendo as interfaces das intercorrências clínicas;
 Controlar o agendamento dos pacientes;
 Verificar o cumprimento do cronograma de visitas de enfermagem;
 Elaborar escala de visitas de enfermagem;
 Dar alta dos cuidados de enfermagem;
 Servir de apoio à equipe de enfermagem e à família intermediando situações que
interfiram no bom atendimento ao dependente de cuidados;
 Monitorar o estoque e empréstimo de materiais de enfermagem;
 Monitorar o consumo diário e semanal de material de enfermagem;
 Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usuário e do lixo
domiciliar (separação, armazenamento e coleta);
 Elaborar e aprovar escalas mensal de folga e atividades da equipe de
enfermagem.

Dentro dente contexto, Yamauchi (2009) reforça que a atuação do enfermeiro


assistencial é uma realidade recorrente, presente nas mais diferentes esferas e promove
o conflito entre assistência e gestão. Por sua vez, para tais mudanças é necessário o
desenvolvimento de habilidades e características desejáveis como habilidade em
liderança, comunicação, gestão administrativa e financeira, além de atuar enquanto
chefe da equipe de enfermagem, auxiliando no dia a dia do setor.

Em sua rotina e atuação junto à equipe, visando manter a qualidade e controle


correlaciona-se ao papel da enfermeira muitas outras atividades e habilidades
necessárias:

 Saber agir, comunicar-se de forma clara e eficiente;


 Possuir qualidades, habilidades e atitudes;
 Mobilizar recursos da equipe;
 Compartilhar saberes;
 Assumir responsabilidades;
 Ter visão estratégica da organização;
 Garantir a segurança da equipe e dos pacientes que lhe é atribuído;
 Assistência enfermagem com qualidade para o paciente e familiares;
 Manutenção e garantia dos recursos materiais e insumos;
 Controlar conflitos entre a equipe, e entenderia a comunicação entre a equipe
gestores;
 Comunicação clara, feedback rápido e claro;
 Controle de ocorrências;
 Reuniões periódicas para integrar a equipe;
 Resolução de problemas (YAMAUCHI, 2009).

Visando identificar este conjunto de habilidade desejáveis tem-se:

O padrão de qualidade dos relacionamentos interpessoais afeta diretamente a


qualidade gerencial do enfermeiro. Um padrão saudável é aquele em que os
profissionais têm liberdade e civilidade para dar e receber feedback uns aos
outros, sem magoar nem disputar poder entre si, mas sim, com compreensão
e aceitação plena de que se quer o crescimento das pessoas e o sucesso da
organização (intencionalidade e ética). Para isso, é necessário que o
enfermeiro comunique-se adequadamente com sua equipe (lembrando-se que
a atitude do líder no cotidiano comunica mais do que as palavras), exerça a
liderança participativa e situacional e principalmente, ajude a desenvolver
outros líderes na Unidade (YAMAUCHI, 2009, p. 03).

Os pontos negativos apontados por Menezes Brito et al.; 2005 referem-se à co-
responsabilidade pelo atuação indevida da equipe, falta de controle de materiais e
medicamentos, falta de conhecimento amplo administrativo, falta de conhecimento
financeiro e de custos, necessidade de busca de qualificação para atender estas
exigências do cargo, conflitos pessoas pelo excesso de carga de trabalho (assistência
enfermagem e administrativa), limitações de recursos financeiros por parte de
instituições a dicotomia com a assistência de saúde com qualidade.
Reforçando esta realidade de acumulo de funções, Andrade et al (2017),
apresenta as 4 dimensões da enfermeira assistencial do SAD:
 Ações interacionais: Relação de ajuda / Interação, Apoio afetivo, mental ou
psicológico, Comunicação, Relação de confiança, Negociação, Respeito,
Diálogo e escuta;
 Ações educacionais: Orientações a famílias, cuidadores e/ou pacientes,
Desenvolvimento de estratégias de ensino, Educação sobre recursos sociais,
Preparo de paciente, família e rede de vizinhos e outros setores para prevenção
de riscos em casos de emergências, Orientações a outros enfermeiros;
 Ações assistenciais: Gestão ou infusão de medicamentos, Cuidado agudo no
domicílio., Manejo clínico de feridas, Gestão da dor, Cuidados na nutrição
parenteral, diálise peritoneal e oxigenoterapia, visita domiciliar, Avaliação de
riscos e prevenção de complicações, Procedimentos técnicos: avaliação física,
higiene pessoal, realização de enema, verificação de sinais vitais, cuidados de
decúbito, exercícios para deambulação, assistência para as atividades da vida
diária, tratamento bucal e atendimentos em casos de emergência;
 Ações administrativas: Supervisão clínica e administrativa, Planejamento e
organização das VDs, coordenação do cuidado e Gestão de caso.

Na figura 09, apresenta-se a etapa de inserção do paciente no SAD:


Figura 09. SAD
Diagnóstico • Avaliação/ problematização dos aspectos orgânicos,
psicológicos e sociais, buscando facilitar a conclusão, ainda que
provisória, a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário.
• O conceito de vulnerabilidade psicológica, orgânica e social
e muito útil e deve ser valorizado na discussão.
• A equipe procura compreender como o sujeito singular se
co-produz diante da vida e da situação de adoecimento, como opera
os desejos e os interesses, assim como o trabalho, a cultura, a
família e a rede social. Atenção especial deve estar voltada para as
potencialidades, as vitalidades do sujeito. Uma função também
importante nesse momento e produzir algum consenso operativo
sobre, afinal, quais os problemas relevantes tanto do ponto de vista
dos vários membros da equipe quanto do ponto de vista do(s)
usuário(s) em questão.
Metas/Objetivos • Sobre os problemas, a equipe trabalha as propostas de curto,
médio e longo prazos que serão negociadas com o sujeito “doente”
e as pessoas envolvidas. A negociação devera ser feita,
preferencialmente, pelo membro da equipe que tiver um vinculo
melhor com o usuário (EDUCAÇÃO CONTINUADA);
Divisão • E importante definir as tarefas de cada um com clareza.
Escolher um profissional de referencia, que, na atenção domiciliar,
responsabilidades
pode ser qualquer membro da Emad ou da Emap, e na atenção
básica qualquer membro da equipe de Atenção Básica,
independentemente da formação, e uma estratégia para favorecer a
continuidade e a articulação entre formulação, ações e reavaliações.
• Ele se manterá informado do andamento de todas as ações
planejadas no projeto terapêutico. Será aquele que a família procura
quando sente necessidade e com o qual negocia as propostas
terapêuticas;
Reavaliação • Momento em que se discutira a evolução e se farão as
devidas correções dos rumos tomados: alta, continuidade ou óbito;
Fonte: BRASIL (2013, p. 15)

Para ter acesso a esse serviço o paciente poderá ser encaminhado da Rede Básica
de Saúde do Município, ou até mesmo procurar espontaneamente pelo serviço. O
paciente terá de ter o perfil estipulado pelo programa do governo federal para que possa
receber o SAD na residência. Outras informações sobre o SAD da Santa Casa podem
ser obtidas pelo telefone 3509 1300 de segunda a sexta-feira, 7 às 17 horas.
O objetivo da atenção domiciliar visa a proporcionar ao paciente um cuidado
mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e
diminuindo o risco de infecções, além de estar no aconchego do lar.
Evidenciam-se alguns aspectos do estagio de observação:
 Acesso e sigilo às informações do SAD, respeitando supervisor, equipe e
pacientes;
 Socializar-se e ter a capacidade de estabelecer e manter contatos com o cliente,
colegas e equipe;
 Recusar-se a desenvolver atividades para as quais não se sinta preparado;
 Cumprimento de estágio curricular supervisionado de acordo com as normas;
 Apresentar relatórios ao longo do estagio desenvolvido;

4ª. Semana: diagnóstico situacional

No estagio observou-se as Equipes SAD1 (manhã) e SAD 2 (tarde), as escalas e


turnos correlacionam-se às demandas dos pacientes, pela estratégia de cuidado definida
pelo médico e enfermeira que determina numero de visitar, troca de curativos, sondas e
medicação. Isso é móvel, e correlaciona-se aos aspectos de evolução ou piora do
paciente.
Nas figura 10 e 11, apresentam-se uma copia da escala semanal e uma reunião
de equipe:

Figura 10. Sala e reunião equipe SAD

Escala e temas da reunião


FONTE: SANTA CASA/SAD (2019)
As equipes saem munidas com materiais e medicamento (maleta) visando
atender a exigência do cuidado
A cada 15 dias ocorrem reuniões avaliativa de evolução com toda equipe
multidisciplinar onde cada caso é tratado de forma individual e correlação com os
profissionais que o auxiliam, onde tem-se relatórios diários, sistematizados e
transformados em gráficos que apontam a evolução e se farão as devidas correções dos
rumos tomados: alta, continuidade ou óbito.
Brasil (2013) destaca que existe uma classificação da complexidade assistencial
em AD tem por finalidade:
 Admissão no SAD, aliada aos critérios de inclusão nas modalidades de Atenção
Domiciliar;
 Migração da modalidade assistencial, conforme evolução clinica do usuário;
 Apoio na elaboração do plano terapêutico, sugerindo periodicidade de visitas
dos profissionais das equipes de Saúde, insumos, logística de transporte e
agendamentos necessários.

Analisa-se que a classificação da complexidade do paciente e, com o preparo do


domicilio e a articulação da família/cuidador, a primeira etapa para a realização do
cuidado em AD de forma eficiente, na medida em que determina a equipe que se
responsabilizara pelo cuidado de forma mais protagonista, o numero mínimo de visitas
mensais e o plano terapêutico, projetos terapêuticos singulares. Todo este processo é
registrado, controlado, há planilhas de custo e pesquisa de satisfação dos serviços
oferecidos.
Na figura 011, apresentada por Brasil (2013) os múltiplos atores que respaldam
o trabalho do SAD:

Figura 11. Como funciona o SAD

FONTE: BRASIL (2013, p. 45)


Evidencia-se que o sucesso e eficiência do processo correlaciona-se com o
comprometimento da equipe e familiares. Orientado, assistido e quando necessário
intervenções por parte dos médicos e assistentes sociais.

5ª. Semana: Desenvolvimento plano de trabalho

A formação do curso superior em enfermagem consiste basicamente nos dias


atuais, em aulas teóricas e práticas além de estágio curricular supervisionado em
unidades hospitalares, postos de saúde e demais instituições de atendimento
ambulatorial, visando correlacionar a teoria e a prática.
No estágio realizado no SAD, pude ter acesso à rotina e participação no
Programa de Atendimento Domiciliar do Município de São Carlos, para os pacientes
atendidos pelo SUS.
Evidencia-se a importância de correlacionar o conhecimento teórico-prático,
contribuindo para reflexões e análise critica. Identifiquei importantes aspectos ao logos
da vivência:
 Correlação direta da situação socioeconômica com a necessidade do paciente;
 Processo de educação continuada no atendimento dos pacientes e para seus
cuidadores e familiares;
 Olhar humanizado e busca de uma atuação profissional eficiente por todos os
membros da equipe;
 Trabalho em equipe
 O setor detém uma rotina fixa com diferentes assistências de
médico/enfermagem no atendimento de 60 pacientes e cada um possuiu seu kit ;
 A equipe divide-se em turnos da manha e da tarde (SAD 1 e SAD 2), e
correlaciona-se as demandas de medicação, cuidado integral a todos os
indivíduos: curativos, sonda vesical de demora e sua retirada, retirada de pontos,
visita técnica, troca de curativos, avaliação nutricional, fisioterapia respiratórias,
visita do medico, da enfermeira, da assistente social, avaliação da melhoria ou
agravo do paciente e etc.
 Rotina fixa semanal: cada paciente possuiu um prontuário com toda a
anotação, observações, intercorrências, a observação é diária e há supervisão
destes prontuários e ações imediatas de correção por parte dos gestores;
 Roteiro da visita diário: Lavar as mãos antes e após cada visita, e se
necessário, também entre um procedimento e outro no domicílio; questionar
sobre queixas e intercorrências desde a última visita da equipe e o que foi feito
pela família na solução do problema; orientação técnica de forma educativa
(situações de risco, higiene, camas sem grade, automedicação, procedimentos
não autorizados, e outros; Verificar sinais vitais (Tª, FC, FR e PA) em todas as
visitas de rotina e nos retornos para observação de intercorrências; conferir todas
as indicações medicas e estratégias de cuidados; falhar por parte do paciente,
familiares, cuidadores e a pela própria equipe são registradas e informada aos
superiores; realizar procedimentos e/ou orientações conforme prescrito e/ou
rotina do serviço, após colher informações e dúvidas do cuidador; Anotar o
atendimento com data e horário da visita, letra legível, no prontuário domiciliar
e do serviço: sinais vitais, queixas, observações, procedimentos, acidentes,
medicação em uso e material dispensado. Assinar e carimbar sempre e ao final
de cada anotação; orientar ao cuidador que solicite apoio técnico quando julgar
necessário, ou em caso de dúvidas, para garantir a integridade do paciente;
 A equipe é multiprofissional e cada um exerce seu papel visando a melhora
do paciente: profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas e o próprio
médico, determinado pela enfermeira assistencial;
 Planejamento diário, semanal, e mensal do estagio:

Neste dia foi oferecido um curso de capacitação para pacientes que possuem a
doença de Alzheimer, muitas são as demandas e dificuldades, tanto para o paciente
como para seus parentes, cuidadores formais e informais.
Bastante valido e gratificante, houve troca de idéias e uma empresa
especializado em material trouxe e divulgou material de apoio para treino e
desenvolvimento de habilidades cognitivas – jogos diversos, conforme observa-se nas
figura 03, 04 e 05 a seguir:

Figuras 12 a 14: Curso para cuidado estratégias para pacientes de Alzheimer


FONTE: SANTA CASA/SAD (2019)
6ª. Semana: Desenvolver plano diário e semanal

7ª. Semana: Dimensionamento pessoal

8ª. Semana: Dimensionamento pessoal

9ª. Semana: Dimensionamento pessoal


V. AVALIAÇÃO E CUMPRIMENTO DOS OBJETIVOS TEORICOS,
PRATICOS E ÉTICOS DO ESTÁGIO E AVALIAÇÃO PESSOAL
VI. AVALIAÇÃO PESSOAL

6.1 DISCRIMINAÇÃO DAS ATIVIDADES PREVISTAS

CARGA HORÁRIA LOCAL


DISCRIMINAÇÃO (Em horas)

SEMANAL TOTAL

Atividades na instituição

Transcrição das atividades

Supervisão

TOTAL

Atividades Subsidiárias

CARGA HORÁRIA LOCAL


DISCRIMINAÇÃO SEMANAL TOTAL

Elaboração do relatório final de estágio

Leituras de textos/resenhas

TOTAL
AVALIAÇÃO DO SUPERVISOR DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELO ESTAGIÁRIO (CONTENDO NOTA, FREQUÊNCIA E BREVE
DESCRIÇÃO)
REFERÊNCIAS

ANDRADE, A.M.; et al.; Atuação do enfermeiro na atenção domiciliar: uma revisão


integrativa da literatura. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 jan-fev;70(1):210-9

BENITO, G.A.V.; et al.; Desenvolvimento de competências gerais durante o estágio


supervisionado. Rev Bras Enferm, Brasília 2012 jan-fev; 65(1): 172-8.

BONATO, V.L.; Gestão de qualidade em saúde: melhorando assistência ao cliente. O


Mundo da Saúde, São Paulo: 2011;35(5):319-331

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Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n. 2, p. 218-25, jun. 2000.

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Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar / Departamento de Atenção Básica. –
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BRASIL, Resolução-RDC Nº 50, de 21 de Fevereiro de 2002. Disponível no site:


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acesso Agosto/2019

MARRAM, A.L.; estágio curricular supervisionado: algumas reflexões, 2011,


disponível no site:
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MENEZES BRITO, M.J.; et al.; A enfermeira no contexto das práticas de gestão:


desafios e perspectivas em um Hospital de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
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MONTEZELI, J. H..; et al.; Percepções de enfermeiros acerca das habilidades sociais na


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https://leismunicipais.com.br/a/sp/s/sao-carlos/decreto/2018/55/552/decreto-n-552-
2018-regulamenta-a-estrutura-administrativa-da-secretaria-municipal-de-saude-em-
conformidade-com-a-lei-n-18926-de-7-de-dezembro-de-2018-que-dispoe-sobre-a-
organizacao-administrativa-da-prefeitura-municipal-e-adota-outras-providencias, acesso
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SANTOS, T.C.M. dos; et al.; Estagio curricular: percepção de professores de


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YAMAUCHI, N.I.; Qualidade gerencial do enfermeiro (Cap. 04). In: Gestão do
Serviço de Enfermagem no mundo globalizado: desafios para a qualidade do cuidado.
Rio de Janeiro, Ed. Rubio, 2009

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