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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem, respeitosamente,


perante Vossa Excelência, interpor:

HABEAS CORPUS
SINTESE
O exercicio pleno da medicina cientifico e humanistico só tem lugar, se o médico, seja qual
for sua especialidade tiver consciencia do mundo do qual faz parte e da evoluçã o que
culminou nesta forma.
Séculos de reflexã o e longos períodos sombrios acompanharam o desenvolvimento, que ,
vencida a Idade Média, ainda vivia um pensamento escolá stico e a repetiçã o indefinida dos
ensinamentos de Hipó crates e Galeno, mesmo, com o aparecimento das primeiras escolas
médicas (Salerno, séc, X, na Itá lia e Montpellier, séc, XI na França), uma vez que estas,
fundadas dentro de abadias ou pró ximo a elas, pois coube a elas a guarda de textos gregos e
arabes, Rhazes (865-925), Galeno (c. 129-C. 200), Avicena (980-1037), Albucasis (936-
1013), permaneciam sob forte influência clerical. Fugindo da medicina cristã , á s sociedades
cientificas criadas partir do século XVII, incorporavam-se todos os que estavam ansiosos
por novos conhecimentos auferidos pela pesquisa. Paracelso (1668-1738), em Montpellier,
iniciava suas aulas queimando textos de Galeno.
Conforme disserta com extrema sabedoria o Ilustre Dr. Berta Ricado de Mazzieri, a
evoluçã o e desenvolvimento da espécie humana, estã o intimamente ligados com as
descobertas cientificas, de onde advém novas terapêuticas e novos tratamentos que
beneficiam e transformam á humanidade.
No caso, a planta Cannabis, já demonstrou inequivocamente, ampla capacidade para
tratamento de uma infinidade de sintomas ou condiçõ es clinicas, bem como segurança e
baixíssimos ou praticamente nulos os efeitos adversos ou colaterais.
A utilizaçã o de cannabis in natura, ou seja, em seu estado vegetal, sua inflorescência tem
eficá cia terapêutica plena, pois encontra-se todos os princípios ativos que constituem o
ó leo, só que ainda em sua forma vegetal, podendo ser extraído por infusã o simples em base
oleosa.
A proibiçã o e a omissã o ao reconhecimento do direito ao auto cultivo da cannabis por
pacientes medicinais, é um atentado contra a vida e saú de de toda populaçã o brasileira.
A presente demanda versa, sob a real ameaça ao direito ambulatorial do paciente, que
cultiva e manipula e porta cannabis, em forma vegetal e em extratos, para seu pró prio
tratamento.
Desta forma, por continuar com seu direito ambulatorial ameaçado, frente a ausência de
regulamentaçã o sob o tema, recore ao judiciá rio para socorrer-se.
O paciente realiza o cultivo desde xxxxxxxxxx, e ingressa com presente açã o de Habeas
Corpus Preventivo.
O Estado nã o pode omitir-se frente as declaraçõ es e as provas fá ticas do ato praticado pela
paciente nos autos supracitados.

O Estado não pode omitir-se frente as declarações e as provas fáticas do ato


praticado pela paciente nos autos supracitados.
II- DOS FATOS
O paciente xxxxxxxxxxxxxxxxx é xxxxxxxxxxxxxo xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, que foi
diagnosticado com a seguinte patologia, CID xxxxxxxxxxxxxxxxx . Transtorno do
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, iniciou tratamento desde a tenra infâ ncia com a medicaçã o
padrã o, xxxxx, xxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxx e xxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxxxxsem nenhum
sucesso , posteriormente foi novamente diagnosticado com xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx severa
conforme relató rios médicos anexos , atualmente o paciente cultiva e utiliza cannabis em
forma vegetal e extrato para o tratamento de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

III- Do Histórico Clinico e Relato Pessoal


Conforme relató rio médico, o xxxxxxxxxxxxxxxxx, realiza tratamento neuropsiquiatrico
desde seu nascimento, apresenta quadro de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, possuindo
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
As crises enfrentadas pelo paciente, quando fora de controle, colocam sua vida e
integridade física em risco, pois desastabilizam profundamente seu estado de saú de,
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Conforme se verifica com as imagens anexas, as patologias que acometem o paciente, ainda
que de cará ter psíquicos e neurologicos, desacadeiam reaçõ es físicas, tais como xxxxxxxxxx,
em sua infâ ncia era criança que nã o possuia xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, tamanho
eram o sofrimento e descompensaçã o ocasionados por seu quadro clínico.
Ao longo de xxxx, o paciente foi submetido a tratamento com as drogas convencionais, que
além de nã o surtirem os efeitos terapêuticos esperados, lesionaram com gravidade o fígado
do paciente, sem sequer sutir nenhum efeito positivo, seja no controle xxxxxxxxxxx quer
seja na melhora na qualidade de vida e no xxxxxxxxxxxxx.
Na data de xxxxxxxx, por indicaçã o médica iniciou o tratamento com compostos cannabicos
para tratamento de seu quadro patoló gico, por indicaçã o médica, conforme se denota no
relató rio médico de fls.
No mês subsequente a prescriçã o, o paciente iniciou o cultivo para manutençã o do
tratamento e extraçã o do balsamo fitoterapico prescrito.
Apó s o inicio do tratamento a evoluçã o clinica e melhora na qualdiade de vida xxxxxx sã o
evidentes, conforme as fotos juntadas a presente. O paciente hoje consegue gozar de
qualidade de vida inifinatamente superior do que quando utilizava a medicaçã o alopatica.
Por ser composto de dificil acesso e de valor elevado, o paciente optou pelo cultivo
individual de cannabis, visando suprir a necessidade medicamentosa de seu filho, o que
ocorre até o referido momento.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, já experimentou todos os tipos de drogas
dispó niveis para o tratamento de seu quadro clínico, conforme o relato de seu médico,
medicamentos tais como : , xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, sem apresentar
quaisquer resultados satisfató rios.
E por fim o uso continuo das medicaçõ es supracitadas, ocasionaram danos xxxxxxxxx
consideraveis e efeitos colaterais notaveis. As medicaçõ es alopaticas além de nã o surtirem
efeitos satisfatorios lesionaram severamente o figado do paciente.
Apó s o inicio e com a melhora exponencial de seu estado clinico, qualquer interrupçã o em
seu tratamento poderá desestabilizar xxxxxxxxxxx e o paciente, inclusive com real risco de
obito em caso de descontinuidade ou interrupçã o do tratamento.

IV – DO DIREITO
No caso em tela, a impetraçã o de “habeas corpus” é perfeitamente cabível, estando
frontalmente e iminentemente ameaçado o direito ambulatorial do paciente. O “habeas
corpus” é uma garantia constitucional, prevista no art. 5o, inciso LXVII, da nossa Carta
Magna, utilizada sempre quando alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coaçã o em sua liberdade de locomoçã o, por ilegalidade ou abuso de poder.
A ciência sempre deve nortear a justiça e naçã o, sob a pena de retroceder evolutivamente
como sociedade, caso a justiça falte em seu compromisso com a ciência.
O paciente busca o salvo conduto para garantir que o Estado com sua ineficá cia nã o o
encarcere, por ele pró prio buscar e garantir direito a vida de seu pequeno filho, à saú de e à
dignidade da pessoa humana, cultivando seu proprio remédio. O que se clama aqui, é a
garantia de que o Estado nã o massacre o individuo e o demova ao cá rcere, por ele se tratar
e buscar autossuficiência no tratamento com Cannabis de seu filho incapaz.
A realidade dos pacientes de cannabis medicinal no Brasil é cruel, perseguidos pelo Estado
e encarcerados, quando buscam sua autossuficiência e asfixiados pelos altíssimos valores
praticados pelo mercado. Porém o risco é atual e iminente, pois a qualquer instante a
policia mediante uma denuncia poderá invadir a residência do paciente e demove-lo ao
cá rcere e apreender e destruir seus medicamentos . Aqui nã o temos um criminoso, e sim
um cidadã o que busca garantir o direito a saú de e a vida, guarnecidos por nossa
Constituiçã o.
Desta forma, clama-se a este juízo que defira a autorizaçã o para importaçã o bem como a
concessã o do salvo conduto para que o paciente continue a cultivar e a produzir seu
bá lsamo .
Consta no artigo 1º, inciso III da Constituiçã o Federal o princípio da dignidade da pessoa
humana como um princípio fundamental da Repú blica Federativa do Brasil. Partindo desse
princípio, pela narrativa percebe-se que o paciente permaneceu durante 08 anos vítima das
consequências de seus problemas psiquiá tricos.
A dignidade da pessoa humana – postulado normativo constitucional l – deve ser
parâ metro mínimo a ser assegurado a um indivíduo. Nã o há de se imaginar que a paciente
deva suportar as consequências nocivas de sua doença simplesmente em razã o de uma
norma proibitiva que nã o se adequa ao caso.
Nesse sentido, temos a Lei nº 11.343/2006, que em seu artigo 2º, pará grafo ú nico que traz
uma hipó tese de permissã o para plantio:
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o territó rio nacional, as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploraçã o de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas
ou produzidas drogas, ressalvada a hipó tese de autorizaçã o legal ou regulamentar, bem
como o que estabelece a Convençã o de Viena, das Naçõ es Unidas, sobre Substâ ncias
Psicotró picas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Pará grafo ú nico. Pode a Uniã o autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local
e prazo predeterminado mediante fiscalizaçã o, respeitadas as ressalvas supramencionadas
Perceba-se que a Lei de Drogas já permite à Uniã o a autorizaçã o de plantio, cultura e
colheita de vegetais que podem ser considerados psicotró picos exclusivamente para fins
medicinais. Exatamente essa é a situaçã o do paciente: realiza o cultivo de cannabis
exclusivamente para extraçã o de ó leo visando o controle de suas crises nervosas
gravíssimas.
Desta forma, considerando o disposto na norma legal citada, verifica-se que já há permissã o
legal para plantio visando exclusivamente fins medicinais, mediante autorizaçã o da Uniã o,
razã o pela qual justifica-se a presente competência processual. Coaduna-se essa
autorizaçã o com o disposto na Convencao de 1961 sobre Substâ ncias Entorpecentes,
ratificada pelo Brasil e com força normativa prevista no Decreto nº 54.216 de 27 de agosto
de 1964:
"Preocupadas com a saú de física e moral da humanidade, reconhecendo que o uso médico
dos entorpecentes continua indispensá vel para o alívio da dor e do sofrimento e que
medidas adequadas
devem ser tomadas para garantir a disponibilidade de entorpecentes para tais fins,
reconhecendo que a toxicomania é um grave mal para o indivíduo e constitui um perigo
social e econô mico para a humanidade..."
No mesmo sentido, a Convencao de 1971 sobre Substâ ncias Psicotró picas, ratificada pelo
Decreto nº 79.388, de 14 de março de 1977.
As partes, preocupadas com a saú de e o bem-estar da humanidade; Observando, com
preocupaçã o, os problemas sociais e de saú de-pú blica que resultam do abuso de certas
substâ ncias psicotró picas; Determinadas a prevenir e combater o abuso de tais substâ ncias
psicotró picas; Determinadas a prevenir e combater o abuso de tais substâ ncias e o trá fico
ilícito a que dã o ensejo; Considerando que as medidas rigorosas sã o necessá rias para
restringir o uso de tais substâ ncias aos fins legítimos; Reconhecendo que o uso de
substâ ncias psicotró picas para fins médicos e científicos é indispensá vel e que a
disponibilidade daquelas para esses fins nã o deve ser indevidamente restringida;
Visualiza-se, portanto, que há 03 normas legais que reconhecem a necessidade, urgência e a
autorizaçã o do uso de substâ ncias psicotró picas para fins medicinais: duas normas
internacionais e uma nacional. Pelas Convençõ es Internacionais, o Estado obrigou-se a
permitir o uso medicinal das substâ ncias psicoativas se proporcionarem melhor qualidade
de vida, configurando violaçã o qualquer conduta contrá ria à s essas disposiçõ es.
No entanto, o citado artigo 2º, pará grafo ú nico da Lei de Drogas, aduz que incumbe à Uniã o,
através do Ministério da Saú de e da Anvisa a autorizaçã o de cultura para fins medicinais,
sem qualquer outra regulamentaçã o nesse sentido. Assim, verifica-se que a Portaria nº
344/1998 é omissa sobre tal permissivo legal.
Em 2016 a ANVISA editou a Resoluçã o da Diretoria Colegiada – RDC nº 66, em 18 de março
de 2016, permitindo, tã o somente, a importaçã o de produtos compostos por Canabidiol
(CBD) e Tetrahidrocanabinol (THC):
"Art. 61 (...)§ 1º Excetuam-se do disposto no caput: I a prescriçã o de medicamentos
registrados na Anvisa que contenham em sua composiçã o a planta Cannabis sp., suas partes
ou substâ ncias obtidas a partir dela, incluindo o tetrahidrocanabinol (THC).- a prescriçã o
de produtos que possuam as substâ ncias canabidiol e/ou tetrahidrocanabinol (THC), a
serem importados em cará ter de excepcionalidade por pessoa física, para uso pró prio, para
tratamento de saú de, mediante prescriçã o médica.”
É importante destacar que os produtos cuja importaçã o se admite nã o sã o considerados
medicamentos em seus países de origem, sendo vendidos em farmá cias de produtos
naturais ou de manipulaçã o sem qualquer controle sanitá rio de segurança. É como ocorre
no Uruguai e na Colô mbia, países que já admitem o uso da cannabis para fins medicinais.
O paciente nã o tem o intuito de receber permissã o para o cultivo indiscriminado, mas
apenas do suficiente para o preparo do fá rmaco com componentes químicos específicos, na
pretensã o de ser utilizado exclusivamente para uso de seu filho e sem qualquer finalidade
recreativa, podendo a todo o procedimento ser supervisionado pela ANVISA ou outro ó rgã o
competente;
É importante destacar que a pretensã o da paciente encontra respaldo nã o apenas no
princípio (garantia) da dignidade da pessoa humana, mas também no direito constitucional
à saú de, citado no artigo 6º, caput, e artigo 23, inciso II da Constituiçã o Federal.
Especificamente sobre a norma proibitiva do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, analisa-se
de forma sistêmica que há proibiçõ es sobre o cultivo na norma citada, bem como na
Constituiçã o Federal em seu artigo 5, XLIII, bem como no artigo 243, que determina a
expropriaçã o de propriedades com cultivo de plantas psicotró picas.
No entanto, em uma interpretaçã o teleoló gica, principalmente considerando as Convençõ es
Internacionais e o pró prio artigo 2º da Lei de Drogas, aponta-se que o plantio para fins
medicinais foge do â mbito de incidência da norma proibitiva. Apesar disso, caso a paciente
venha cultivar cannabis exclusivamente para fins medicinais, pode incorrer no crime do
artigo 33, podendo sofrer o constrangimento de ser acusada como traficante, apesar de
esse ser o ú nico meio para salvaguardar sua saú de.
Nesse sentido, bem destacou a Juíza Federal Substituta Wanessa Figueiredo dos Santos
Lima, nos Autos nº 0800333 82.2017.4.05.8200 – JFPB:
E qual a conclusã o ú ltima que se pode extrair de todas essas decisõ es judiciais sobre o tema
do uso da Cannabis para fins medicinais? É de que esse tipo de uso - para fins medicinais –
nã o é proibido pela norma extraída da Lei nº 11.343/2006, ainda que faltem regulamentos
administrativos que detalhem o exercício dessa conduta. De fato, a lei precisa ser lida a
partir das finalidades a que se presta, e a finalidade da Lei de Drogas é proteger a saú de
pú blica do uso nocivo das drogas, e nã o prejudicar o direito à saú de alguns que,
excepcionalmente, se beneficiam do uso controlado dessas substâ ncias.
Estando o paciente com seu direito ambulatorial ameaçado pois além de cultivar, ao
realizar simples deslocamentos, pois porta consigo extratos e cannabis nã o importados,
que poderã o ser classificados como substancias entorpecentes por autoridade policial ou
sanitá ria, em caso de fiscalizaçã o.
Considerando o estado de saú de do filho paciente e que o ó leo da Cannabis é de fato sua
ú ltima hipó tese de tratamento, mas considerando também sua impossibilidade financeira
em realizar a importaçã o, frente aos elevados custos, no presente feito é a presente para
solicitar liminarmente a concessã o da ordem de salvo conduto para que permita o plantio
da cannabis e a extraçã o do ó leo para fins exclusivamente medicinais e individual do
paciente, tendo em vista o mesmo já estar realizando o cultivo desde o inicio de seu
tratamento e estar apresentado otimos resultados clinicos, e por estar com seu direito
ambulatorial ameaçado de fato desde entã o. Podendo ter todo seu medicamento
apreendido e destruído pela autoridade policial a qualquer tempo e sua liberdade cerceada.
E tal fato coloca sua vida, liberdade e saú de em risco iminente e atual.
Nã o podendo esperar-se de alguém que se encontra com sua vida e saú de ameaçada outra
conduta a nã o ser a de buscar de todas as formas o acesso a seu remédio e balsamo. Ainda
que tipificá vel a conduta de cultivo de cannabis por pacientes, devem ser reconhecidas em
todos os casos a excludente de culpabilidade sendo esta a inexigilibade de conduta diversa.
Nã o é razoá vel que se proponha ao paciente ou que se determine, que o mesmo, aguarde
em sofrimento e dor que o Estado em sua ineficá cia venha a fornecer ou ainda custeie
mediante procedimentos lentos e burocrá ticos seu tratamento, o que ainda nã o ocorre,
convém ressaltar, e determinar que o paciente abstenha de tratar-se com uma planta
fitoterá pica de fá cil cultivo e manejo sob a alegaçã o de nã o haver regulamentaçã o ou ainda
justiçar com a proibiçã o de cultivo.

O preço atualizado de um dos medicamentos prescritos compativeis com o


extrato produzido pelo paciente, atualizada para data do dia de hoje, o gasto
perfazeria o montante de R$ 44.928,00 (quarenta e quatro mil e novecentos e
vinte e oito reais).
JUSTIFICANDO DESTA FORMA A CONCESSÂ O IMEDIATA DA LIMINAR ESTANDO
PRESENTES OS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DO PERICULUM IN MORA E FUMUS
BONI IURIS PLETEIDA SOB O RISCO DE VIDA ATUAL E IMINENTE FRENTE A
INCAPACIDADE FINANCEIRA DO PACIENTE E SEU ESTADO DE ILEGALIDADE.
Neste sentido versa o ditado em latim “pareo, non servio”, que se aplica a atual situaçã o dos
pacientes de cannabis medicinal no Brasil.
Nas palavras do saudoso mestre Digníssimo Vossa Sumidade Venerá vel Elisaldo Carlini,
médico, renomado pesquisado mundial:
”Não existe nenhum motivo médico ou
científico para que a Cannabis seja proibida”.
Ressalta-se que a Constituiçã o em seu artigo 5º, inciso X, assim garante e determina:

Artitgo 5º , inciso X:" São invioláveis a intimidade, a vida privada , a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violaçã o ".
A planta que o paciente cultiva em sua residência, para fins pró prios, em nada diz respeito
a outrem, ou a o Estado, principalmente ainda tratando-se de motivo medicinal e de ensejo
motivado por feito de elevado valor moral, assim, nã o cabendo em qualquer hipó tese
sançã o ou qualquer tipo de reprimenda pelo ato praticado.

VI – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja, concededida e expedindo-se a ordem de habeas corpus –
salvo conduto em cará ter liminar e posteriormente confirmada, para que as autoridades
competentes abstenham-se de apreender e destruir as plantas ou medicamentos e
equipamento utilizados para cultivo ou cercear a liberdade da paciente pelo cultivo e porte
de cannabis e seus extratos.
Requer sejam intimadas as autoridades
coatoras:
a) Delegado Geral do Departamento de Polícia Civil do Estado de xxxx
b) Chefe Geral da Polícia Militar do Estado de xxxxxx
c) o Diretor Geral do Departamento da Polícia Federal
Em apartado
Requer a expediçã o de determinaçã o judicial, que autorize a paciente a realizar a
importaçã o de xx sementes da espécie xxxxxxxxxxxxxx/ano, que possui certificaçã o e
registro em seu país de origem para continuidade do cultivo para fins medicinais.
Termos em que
Pede e aguarda deferimento. Campinas, 31/03/2021.

Vitor Augusto Ceribino Pereira


OAB/SP 368942

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