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Depois de quase um século o ensino em saúde no Brasil inicia uma nova fase, volta-se

para a melhora no estado de saúde da “poulação”, esse novo padrão está voltado para a
visão sanitarista. Nos anos 1930 e de 1940, se tem uma tentativa de reforma no ensino
de saúde, estas reformas estão baseadas no Relatório Flexner, que visa uma
reestruturação do ensino em saúde, estas reformas encontram resistência e acabam não
se efetivando como esperado, mas parte delas foram introduzidos na educação e o
ensino de saúde no Brasil, como a criação dos hospitais escolas, estes serviam de campo
de treinamento e produção de conhecimento. Anos mais tarde já na Ditadura Civil
Militar, é que o relatório Flexener vai ser implantado, no ano de 1967 que foi resultado
do acordo MEC/USAID, e em 1968 com a lei nº 5.540, estas reformas do ensino em
saúde mais uma vez é coloca um abismo entre as classes, o a formação em saúde que já
era um tanto elitista acaba por ser reforçado a partir da implantação do novo modelo.

Já nos anos de 1970 surgem algumas propostas de reforma no modo do ensino em saúde
e de sua relação com a população, dando início a um debate mais abrangente sobre
novas propostas sobre saúde pública e o ensino de saúde, algumas dessas propostas
foram pautadas no modelo educacional idealizado por Paulo Freire, no qual se busca
reduzir a distancia abissal que existe entre o saber médico acadêmico elitista e o saber
popular, numa troca de experiência e saberes, aproximando assim as realidades.
Algumas experiências forma marcantes nesse período, como o modelo adotado na zona
leste de São Paulo, que é um dos mais conhecidos, conhecido como “Movimento
Popular em Saúde (MOPS)”, esse modelo espalhou-se por vários estados do país, o
movimento não ficava apenas restrito as ações de cuidado da saúde, ia alem, era
também uma assessoria técnico e política, no que toca as demandas populares. Este
movimento estava embasado na troca de conhecimentos e na aproximação com as
classes populares, as lutas destes movimentos de resistência e de alternativa ao modelo
vigente vão culminar na década de 1980 com a criação do SUS, o que vai influenciar
diretamente na forma como o ensino de saúde no Brasil, as instituições de ensino e
educação em saúde, passam ser orientadas por novos parâmetros curriculares, voltados
para um ensino mais abrangente, para fugir do modelo biologicista, medicalizante, no
qual o hospital é o centro e dos procedimentos centrados, este novo modelo educacional
busca uma atender aos novos desafios, e prepara o profissional em saúde para o
engajamento e absorção dos profissionais pelo novo sistema de saúde e uma
reordenação da formação permanente e continuada.
Apesar de toda mudança ao longo de todos estes anos, algumas coisas permanecem
estáticas, como o conceito elitista da formação de profissionais em saúde, o
distanciamento dos mesmos das camadas mais populares, o paradigma do tratamento e
não da prevenção, salvo exceções, metodologias de ensino que não instigam os
educando a buscarem um engajamento social e uma maior interdisciplinaridade e
respeito entre as diversas áreas da saúde, estes são alguns aspectos que ainda devem ser
superados no que diz respeito a educação em saúde no nosso país. Deve-se haver uma
busca por uma educação em saúde que fuja dos padrões pré-estabelecidos, buscando
uma aprendizagem real condizente com a prática, e não formar apenas reprodutores do
discurso, um ensino voltado para uma aprendizagem verdadeira, na qual os profissionais
sejam preparados para enfrentar a realidade na qual serão inseridos como profissionais.
Muitas instituições estão mais preocupadas em ter quantidade do que ter qualidade, para
que se tenha uma boa aprendizagem é preciso investir em bons profissionais, em boas
estruturas, em ter uma didática e uma metodologia que estimule o estudante a ir alem do
que é ministrado, ampliando assim a produção de conhecimento, fazendo com que
sejam formados profissionais qualificados e aptos a exercerem seu papel com qualidade.
O processo de aprendizagem exige um esforço de ambas às partes, tanto do estudante
quanto do educador, numa troca continua de conhecimento.

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