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Mito do Acaso

Vamos lá pro quarto e último mito dos 4 mitos que você precisa esquecer
urgentemente, a gente falou do artista, do dom e da criação, vamos agora pro
acaso.

O do acaso ele é um pouco diferente dos outros porque os outros sempre


começavam fazendo uma retomada de um trechinho do “quatro habilidade do
futuro”, mas o mito do acaso eu não falei dele lá, eu vou começar com outra história,
eu vou começar com uma história que talvez você conheça.

Eureka é essa história de Arquimedes, que saia correndo nu gritando eureka,


eureka, eureka, e eureca. Virou um sinônimo de Hideki, surge assim do nada eureka
e pra contar a história desse fato da eureka eu vou usar com apoio de um vídeo que
eu encontrei com uma dublagem do português de Portugal. Esse vídeo explica
como foi essa história, e ela começa com o rei Hierão chegando pra Arquimedes
que era um grande matemático e dando pra ele um problema.

video.

Dado esse problema qual é a primeira coisa que Arquimedes foi fazer? foi
consultar o banco de dados dele pra ver do repertório de matemática dele o que que
ele poderia usar para resolver esse problema.

video

O banco de dados dele não conseguiu resolver o problema, porque existia


um desafio grande que é o fato da forma da coroa ser irregular e aí é complicado
matematicamente calcular. E então ele falou, “vou pensar no problema”, e ele foi
pensar no problema, e ele foi lá pra casa de banho, que era uma coisa muito
comum na época.

video

Surgiu a idéia na casa de banho e ai veio àquela cena clássica, ele saindo
correndo, e depois ele foi apresentar a ideia dele para o rei.

video

Sim, é genial esse fim né, a expressão, os personagens.

Como eu vi a situação, ele, acionou o banco de dado dele, mas faltava um


input nesse banco de dados, e esse input ele teve lá na banheira, quando ele entrou
com o corpo dele, viu a parada subindo e aí surgiu o princípio do “impush”, o
Arquimedes que criou e aí sim combinando o conhecimento matemático dele e
combinando aquele input que ele acabou de ter, ele usou aquelas palavrinhas
mágicas. E se.... E se eu pegar as moedas e comparar o peso juntando a água e tal
é onde entra o what if? Dando as soluções.
E essa é a história de Eureka, e a história de eureka eu quis contar porque?
Porque a história de eureka as pessoas muitas vezes só associam eureka com
aquela “lampadazinha” ah! Teve a idéia, na hora né. E causa um mito muito grande
de que a criatividade é algo espontâneo, que surge do nada, você tá assim e de
repente, eureka. o meu Deus de repente, ai e tal.

E tem um livro de 1926, The art of thought, ele cria um framework que seria o
processo criativo. Processo criativo clássico. Seguinte, preparação, incubação,
iluminação, verificação.

Vou explicar cada etapa.

Detalhe: se criatividade é uma ferramenta para solução de problemas, então


o processo criativo sempre começa com um problema. Então assim, aquele é o
processo criativo, mas aquilo só começa as etapas dado um problema, uma
oportunidade, um desafio, nesse caso o rei falou “aqui está o problema”, e ai
começa as etapas. Vamos lá.

ETAPA 1: a preparação - A preparação é quando você recebe o problema, e você


faz duas coisas, você acessa o repertório e faz pesquisa, então ele aqui acessou o
repertório dele, que ele já tinha. Sherlock Holmes, um grande “resolvedor” de
problemas, dado o problema ele vai, um crime tal, um situação, ele vai preparar, vai
pesquisar esse repertório que ele já tem.

ETAPA 2: incubação - é uma etapa extremamente importante, porque ela é


extremamente ignorado, por ser abstrato, ele é ignorado, as pessoas acham que
não existe, e é a etapa fundamental, a incubação é a combinação inconsciente. A
gente combina as coisas constantemente, a e seu eu fizer isso e isso? Existe um
processamento inconsciente muito mais poderoso e que ocorrem meio que em
segundo plano, sabe, na parada, que no caso da historinha ocorreu quando ele foi
na casa de banho, porque normalmente a incubação é quando a gente se distancia
do problema. Naquela historinha ele foi lá ao rei, falou com o pai e foi direto pra
casa de banho. Foi muito linear aquela historinha né? Provavelmente não foi tão
linear assim, a casa de banho não foi necessariamente logo depois. Mas a casa de
banho representa o distanciamento do problema, porque para o processamento
inconsciente pode entrar o processamento consciente tem que sair, enquanto você
estiver com o consciente pensando em alguma coisa, o inconsciente não está
pensando naquela mesma coisa, você sai daquele problema e começa a rodar em
background.

É quando Sherlock, por exemplo, vai lá tocar o violino dele, sair do problema.
Arquimedes falou "preciso pensar no problema" É o famoso, vamos deixar o
problema dormir.

ETAPA 3: a iluminação - é o momento da Revelação da combinação. Genial


aqui. Uma vela né, antigamente era uma velinha, hoje em dia o símbolo virou aquela
lâmpada incandescente, o próximo símbolo tem que ser uma lâmpada solar led.

Adoro essa frase do Maslow simples e poderosa: "O acaso favorece as


mentes preparadas".

Quando as mentes estão preparadas, elas chamam o acaso, é sorte, é sorte,


ou é preparação esse lance de acaso. De ah veio do nada, aqui como eu falei já do
Mito do Dom, o hardwork né, cara, tem acaso, tem preparação, tem hardwork. Eu
adoro o conceito que Tiger Woods fala: “quanto mais treino, mais sorte eu tenho”.
Claro que não é, é uma piada né, na verdade quanto mais você trabalha mais sorte,
mexe nas variáveis para o acaso acontecer, para você estar preparado para que ele
aconteça. Então é assim, sempre que me fala é o acaso, é sorte, eu não gosto
quando a gente dá crédito à essas variáveis. Apesar de que sim o acaso é uma
variável.

Winston Churchill disse "A sorte não existe, aquilo que chamas sorte é o
cuidado com os pormenores". É o cuidado com detalhes, ele chama de pormenores,
eu chamo de hardwork papai, ou então de Nori Ogun.

Detalhe interessante e essa etapa aqui da iluminação, eu queria só abrir


parentes que é o seguinte: eu vi um vídeo que é o resumo de um TEDtalk no canal
oficial do Ted falando sobre a história de Arquimedes, contando essa história, sem a
genialidade do sotaque português de Portugal, não o americano, chato, mas enfim...
a historinha lá bonitinha e no final tudo é lindo, bem feito, no final, nos segundos
finais, ele falou uma coisa no texto, que eu acho que ele queria dar um final legal,
mas é uma coisa que ele falou que eu acho perigoso.

Video

Na próxima vez que for tomar um banho, você vai ver o princípio de
Arquimedes em ação, e você talvez possa ter uma grande ideia.

Eu não gosto desse finalzinho de você vai ter uma grande ideia, é porque
mistura as coisas, não é o banho apenas que faz ter as ideias, o mérito principal é
da preparação. A preparação, ou seja, você está com o repertório bem nutrido, e
isso é todo dia trabalhando o repertório. Receber um problema e ter o problema
bem claro, bem definido, é aprofundar com hardwork na pesquisa do problema, é
isso que permite que a iluminação ocorra num momento de incubação, no momento
de lazer, como num banho por exemplo.

O banho sem dúvida é um momento incrível de relaxamento em que a gente


para pra pensar em que o processamento do subconsciente pensa em background,
lá que surgem muitas ideias, se e somente se, você estiver um problema e você
tiver preparado, e deixar aquele problema incubado. Tem que ta no momento certo
do processo para poder ocorrer a iluminação.

Vou falar mais sobre isso lá frente, bloqueio ocupado, também na aula de
meditação da Tânia, vamos voltar a falar de incubação.

Eu particularmente adoro o chuveiro como um momento de iluminação. Por


isso que eu me “armo” pra ir tomar banho, eu tenho lá o lapisinho para poder
escrever na parede, quem quiser comprar tá pra vender na internet no “Alô bebê” é
baratinho, eu também tenho isso aqui, comprei nos Estados Unidos é o papel que
pode bater a água, você coloca lá no azulejo e pode escrever. Voltando agora para
a etapa 3, iluminação que eu concluo e vem à última etapa 4.
ETAPA 4: a verificação - que é onde você vai mostrar a sua ideia para ser validada,
pra testar, foi quando ele foi lá validar a combatividade dele, junto com ele e esse é
o processo criativo clássico, preparação, incubação, iluminação e verificação. E o
mito do acaso é esse mito de criatividade, algo espontâneo que vem do nada,
eureka e tal.

O fato que a criatividade surge de um processo criativo composto de etapas,


e é o processo criativo clássico, preparação, incubação, iluminação, verificação. Só
que eu resolvi combinar o processo criativo com alguns inputs meus e criar uma
variação de processos mais criativos.

Aquela tela clássica do computador, a tela azul né, como é que chama isso?
Chama-se BIOS: Base Input Output System: sistema básico de entrada e saída,
como tudo na indústria né, é o sistema de entrada e de saída, tem os inputs,
processo, saída, e output, e todo o sistema BIOS bacana tem o input the feedback
que é o que retroalimenta e dá o feedback.

Então como é que eu pensei. Input, combinação, auto input e feedback. Input
é tudo que a gente tem no nosso repertório, representado aqui pelo olho que é as
principais fontes de inputs, então você vai colocando coisas no seu repertório, o
cérebro combina aquelas coisas, processa, mistura, faz justas posições, faz fusões,
faz colisões, lembra? Bissociação.

E aí depois representado pela boca que é o principal veículo para expor as


coisas, tem o output que é quando você joga pro mundo a parada pra testar pra
validar e é essencial pro negócio, pra masterizar o processo é o looping do feedback
que é de fato o resultado que gerou, você tem que retroalimentar input.

É interessante que a palavra feedback ficou meio banalizada no mundo.


Feedback é toma aí é o feedback. Na verdade a própria palavra feedback. Feed tem
a ver com alimentar, back tem a ver com voltar, então a tradução seria
retroalimentar. Para haver uma retro alimentação, não basta apenas você ouvir a
opinião, mas precisa também botar pra dentro o input, de fato processá-la, se não é
um feed sem back.

Do processo criativo clássico de 4 etapas eu também fiz o meu em 4 etapas,


só que alguns detalhes essa etapa minha eu divido em duas, a combinação
consciente e a inconsciente, essa aqui é a incubação, mas a consciente também
que é onde entram as técnicas, que vocês vão ver a parte mais legal, eu acho do
curso, as técnicas, muitas coisas interessantes que é você conscientemente
combinando aquilo. A iluminação do processo clássico ela ta nesse caminho aqui a
vela, a combinação que ilumina e output já é a exteriorização pra mostrar pros
outros aquela sua iluminação já para obter feedback.

Então tá aqui processo criativo clássico, o meu processo combinatório, e as


fontes também combatividade a the art of thought e a BIOS do computador.

E você lembra da biomimética né? Pois um aluno nosso o Isaac, ele fez a
combatividade métrica com o bios e ele criou uma empresa de design e arquitetura,
chamada bios, que é focada em criar artefatos de design, arquitetura. E também
cursos, o bios dele, ele diz que é um acrônimo de biologic, com input output,
soluction. Muito legal né? Eles fizeram esse projeto de essa cobertura, inspirado
em coisas da natureza, e eles tem esse projeto muito louco, que não foi colocado
em prática ainda que é inspirado numa arraia, um espaço no meio da água, com
apoio de lanchas e tal, uma puta viagem.

Mito 4, esse fato de ser espontâneo, o fato é que não, tem o processo sim.

Bem estamos chegando ao final deste módulo introdutório de mitos, você já


me ouviu falar duas vezes disso aqui, criatividade é uma ferramenta para solução de
problemas e eu queria fechar esse módulo introdutório com uma provocação
grande. Como vocês sabem tem dois tipos de pessoas, as que dividem em dois
grupos, e eu acho que as pessoas do mundo são divididas em dois tipos, em
relação a como elas encaram os problemas.

Tem as pessoas que veem os problemas e ficam reclamando os


responsáveis. “Eu quero, um absurdo isso aí, como poder ser assim, ai meu Deus,
em Paris não é assim, isso é culpa do PT”. E tem as pessoas que são focadas na
solução, são as pessoas que veem os problemas e pensam nas possíveis soluções
e aí a parte mais importante vem agora, mesmo não sendo responsável. Parece
meio louco né, “pera ai o problema não é meu, porque eu tenho que pensar em
possível solução?”.

Sabe por que tem que pensar? Para treinar, se criatividade é uma ferramenta
para resolver problemas, como é que se treina criatividade. Resolvendo problemas.
“Ah, mas eu já tenho muitos problemas pra resolver, só basta os meus”. Não. não
basta os seus só, não basta. Todo mundo tem seus problemas, mas para realmente
treinar criatividade, não são suficientes os seus problemas.

A gente precisa de uma demanda artificial de problemas para treinar. Vou


fazer uma comparação com a academia, é o seguinte: a sua demanda natural de
andar é suficiente para treinar o seu corpo e lhe deixar queimando as calorias?
Normalmente não, a gente anda muito menos do que deveria para consumir as
calorias, como a gente não tem a demanda natural suficiente a gente procura a
demanda artificial, a gente vai à academia pra fazer o que? Ficar na esteira
andando, sem ir para lugar nenhum.
É louco porque Deus deu as pernas para o homem andar, e o que o homem
fez? O homem criou carro para poder andar, agora o homem mesmo com perna
passa o dia sem andar, então quando chega à noite ele pega o carro pra ir pra
academia pra andar. E é louco porque muitas vezes pra você ir de carro pra
academia demora 40 minutos, chega lá faz meia hora de esteira. Sabe o que era
melhor? Ir andando pra academia e chegando lá, voltar. Nem paga a academia, só
vai andando, volta, já andou e economiza dinheiro.

Porque é necessário ter essa mentalidade? Porque ao fazer isso você


aumenta o seu repertório de bancos de soluções. Você vê o problema da lixeira na
rua, e pensa “esse problema não é meu é do prefeito”, e o que você faria se fosse
prefeito? Você pensa na solução por brincadeira, pra se divertir, pra treinar, pra se
desafiar, e quando você faz isso como uma rotina na sua vida, você começa a ter
um banco de dados, soluções de problemas que não eram os seus mas que agora
são inputs seus que você pode combinar para resolver outros problemas realmente
seus. Então ter essa mentalidade de vida.

Criatividade não é algo que a gente liga agora, a gente vive uma vida criativa,
viver a vida criativa é viver uma vida com problemas sem enlouquecer, é encontrar o
tesão o prazer em ser um “resolvedor” de problemas, passar pelos problemas, pelos
processos dos problemas. Isso faz toda a diferença. Muita gente ouve isso: “puts,
mas ai da um puta trampo, esse negócio de criatividade, quem foi que falou que era
fácil?” Eu falei que era simples, simples é o oposto de complexo, não é porque é
simples que é moleza. É hardwork papai, não tem jeito, é Nori Ogun.

Bem chegamos ao último mito, o mito do acaso.

Conclusão:

Criatividade é importante pra mim.

Eu acredito que eu posso ser criativo.

Não é tão difícil, basta combinar coisas.

Só preciso estudar e treinar o processo criativo.

Os 4 fatos, criatividade é pra quem tem problemas, criatividade é uma


capacidade nata que pode e precisa ser desenvolvida, criatividade é combinar
coisas, fazer combinações diferentes do que tem no seu repertório e surge de um
processo criativo composto de etapas.

"Criatividade é uma capacidade nata que precisa ser desenvolvida através de


hardwork, estudo e treino, e combatividade é resolver problemas através da
combinação de ideias e seguindo as etapas do processo criativo”.

É isso encerramos este módulo introdutório sobre mitos, é eu imagino que


quem está nesse curso já havia esquecido, alguns desses mitos, mas eu acho
essencial, fazer esse aprofundamento e esse alinhamento e garantir que esse
esquecimento esteja 100% pra gente entrar agora na parte mais legal: os bloqueios
e as técnicas.

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