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MANUAL

DE SOBREVIVÊNCIA
D O C R I A T I V O

CADERNO SELVAGEM #04: COMPETÊNCIAS

@nanofregonese
MANUAL DE
SOBREVIVÊNCIA
DO CRIATIVO
CADERNO SELVAGEM #04: Competências

Nano Fregonese é escritor e publicitário com publicações no


Brasil e em Portugal, autor de textos virais para o portal Update or
Die, redator premiado com passagem por uma das maiores agências
publicitárias do Brasil, copywriter com participação em
lançamentos de 7 e 8 dígitos e instrutor best-seller da plataforma
de ensino Udemy.

Nano já conta com milhares de alunos pelo mundo e é dono de um


perfil com mais de 30 mil seguidores no Instagram.

@nanofregonese

nanofregonese.com.br
É
PRE
CISO
TER... @nanofregonese
C O M P E T Ê N C I A S

Isso.

Competências, assim mesmo, com S no final.

Porque não estamos nos referindo àquel a noção


genérica de competência como sinal de que al guém
trabal ha direitinho.

Sabe aquel e negócio de que fulano é competente?

Então, não é nada disso.

No meio criativo, al guém que é bom no que faz não


pode ser resumido desse jeito.

Al ém de que, a mestria criativa nunca é fruto de uma


coisa só.

El a vem da união de certos saberes, formas de agir,


atenção, estudo, etc.

Por isso, competênciaS.

Neste Caderno Selvagem eu trouxe 4 competências


sobre as quais você deve refl etir e deve aprender a
abordar.

Nem todas serão aquil o que você espera e, em um caso


em especial , eu acho que você até vai ficar meio
chocado com o que tenho pra dizer.

É assim mesmo.

De qual quer forma, espero que você anal ise tudo com
atenção, se aprimore e comece a tril har o caminho
certo pra você: o caminho do Lobo Criativo.

@nanofregonese
Nada é criado no vácuo.

A não ser que você seja al gum tipo de divindade, você


será incapaz de originar qualquer coisa que seja a
partir do absoluto vazio.

O que quero dizer com isso?

Que você deve ignorar aquel a ideia absurda de que um


criativo é al guém 100% original. Isso é uma bal el a das
grandes.

Todo criativo de destaque é, antes de mais nada, um


ladrão.

Cal ma, não um l adrão no sentido l iteral , mas alguém


que saiu por aí pegando ideias, conceitos, imagens,
sensações, experiências, filosofias, métodos e tudo o
mais e guardando isso dentro do seu repertório.

Se você quiser saber mais sobre essa ideia de criativo


como l adrão eu indico o l ivro Roube Como Um Artista,
do Austin Kl eon. É uma l eitura fácil , rápida, l eve e que,
ainda por cima, vai te dar uma dose de motivação.

Mas, vol tando à nossa expl icação…

O criativo então, não precisa ser al guém total mente


original (até porque isso é impossível ). O que ele
precisa é ter uma visão original e gerar conexões
originais.

É nisso que está a verdadeira força criativa.

Só que ver al go de forma diferente e gerar conexões


únicas, você precisa ter al go sobre o qual trabal har.

É aqui que entra a importância do repertório.

REPERTÓRIO @nanofregonese
Repertório é o imenso arquivo que você traz no seu
íntimo com todas as suas experiências, leituras,
ideias, aprendizados, emoções etc.

Os l ivros que você l eu, os fil mes que assistiu, as


músicas que ouviu e as cul turas que conheceu… tudo
isso faz parte do seu repertório.

O seu repertório é parte fundamental da sua


personalidade e é graças a ele que vamos expandindo
nossa percepção, tendo novas ideias e até mesmo
evol uindo enquanto pessoas.

El e é importantíssimo para um criativo porque é a


matéria-prima sobre a qual vamos trabal har.

Imagine por um instante que o esforço criativo é um


tipo de trabalho culinário…

Você pode ter as receitas e as técnicas, mas não vai


fazer nada se não tiver os ingredientes, certo?

Então, ao misturar esses ingredientes, você se torna


capaz de fazer variados pratos e, com o tempo, pode até
inovar nesses pratos, criando coisas real mente únicas.

Aí surgem aquel es sabores fantásticos que ficam na


nossa memória.

Lembre que o hambúrguer era apenas um pedaço de


carne dentro do pão… aí al guém veio e col ocou queijo,
outro col ocou maionese, outro col ocou sal ada e um
gênio surgiu e resol veu meter bacon no meio.

Hoje temos uma enorme variedade de sabores e tipos


de hambúrgueres, para todos os gostos. Porém, para
prepará-l os, foi preciso que seus criadores
conhecessem muitos e muitos ingredientes
diferentes.

Na nossa metáfora, os ingredientes são o repertório!

Sem repertório, sem ingredientes.

Sem ingredientes, sem novos sabores.

@nanofregonese
Mas não adianta conhecer os ingredientes se você
nunca os col oca na sua receita.

Da mesma forma, não adianta ter repertório se você não


o usa adequadamente.

E o uso adequado do repertório, em um trabal ho


criativo, são as conexões que você é capaz de fazer, a
partir de tudo o que viu e viveu, para gerar uma
novidade.

Veja… as peças podem não ser originais, os


ingredientes podem não ser originais, mesmo as
técnicas podem não ser originais. Mas, ao misturar
tudo isso e procurar um ângulo novo (o seu), você
acaba inovando.

Quer ver?

Se eu digo pra você desenhar uma cadeira a partir das


coisas mais l egais que você viu na úl tima semana (val e
tudo, refeições, fil mes, l ivros, conversas, músicas, etc),
eu tenho absol uta certeza que essa cadeira será
radical mente diferente daquel a que eu vou desenhar.

Você entende onde quero chegar?

Vamos anal isar um exempl o real : o filme Matrix.

Matrix fez um sucesso estrondoso e entrou para a


história do cinema com uma história que muitos dizem
ser l oucamente original . Mas será que é isso mesmo?

Se você anal isar as referências das irmãs Wachowski


(criadores de Matrix), verá que el as juntaram um monte
de coisas de seus repertórios para que Matrix pudesse
nascer.

CONEXÕES @nanofregonese
Al i temos a conexão entre filosofia (o mundo das
sombras e das ideias, de Platão), budismo, jornada
do herói, mitologia grega, anime e os livros Alice no
País das Maravilhas e Neuromancer - tudo com uma
estética cyberpunk, movimentos inspirados nos
filmes tipo wire-fu e uso de cores com referências
tecnológicas.

Esses ingredientes estavam por aí, pra qualquer um


usar, mas foram as irmãs Wachowski que os ligaram
em uma visão inovadora e única.

Agora, el as não foram simpl esmente jogando partes de


seu repertório al i.

O que el as fizeram foi contar uma história sobre l ivre-


arbítrio e sobre encontrar aquel e l ado de si mesmo que
é o mais l ivre e mais forte. Só que el as temperaram
isso com coisas que eram importantes para elas.

El as colocaram a alma no projeto e assim o tornaram


seu de verdade. E como a obra ficou com toda essa
proximidade, ficou original .

Ninguém será tão bom quanto você em ser você,


l embra?

@nanofregonese
Outro exemplo: Star Wars

Quando criou a saga, George Lucas estava decidido a


criar uma espécie de fantasia no espaço que seguisse
os passos identificados por Campbel l em O Herói de Mil
Faces (que deu origem à famosa Jornada do Herói).
Para isso el e apostou nas referências que amava e
expl orou seu repertório para isso.

Como resul tado temos essa grande mistura de contos


de fadas, faroeste, histórias de samurai e narrativas
de espada e feitiçaria.

Vemos isso acontecer de novo e de novo ao l ongo dos


sécul os, seja em l ivros, fil mes, músicas ou mesmo
negócios (ol ha a Appl e)!

O repertório traz os ingredientes e, ao misturá-los de


forma única, o criativo produz al go original e inovador.

Sendo assim, quando estiver trabal hando em um projeto


criativo, comece tendo cl areza do seu objetivo e das
necessidades que mira sanar. Mas, depois, permita-se
preencher esse meio de campo com as conexões
maravilhosas que o seu cérebro vai fazer - mesmo
enquanto você dorme.

Ol he para o seu repertório, para tudo o que já viu,


viveu e sentiu, e então se pergunte:

Como tudo isso vai me ajudar a fazer esse projeto aqui


ser meu de verdade?

@nanofregonese
Um processo que gosto de usar é de separar meu
trabal ho criativo em duas etapas:

1. A etapa de absorção.
2. A etapa de conexão.

Na primeira etapa, de absorção, eu apenas leio e estudo


tudo o que eu acho que possa, de al guma forma, ser
interessante para o objetivo do projeto. Eu vou
acumulando estímulos, como uma esponja.

Nessa fase eu não me preocupo com jul gamento de


val or ou críticas. Quero apenas encher o meu tanque.

Aqui entram referências diretas e indiretas sobre o


assunto, desde pesquisas simpl es no Googl e, até
anál ise de símbol os.

É interessante notar que, mesmo durante essa primeira


etapa, minha mente já começa a criar conexões,
mesmo sem um estímulo ativo.

Porém, após um tempo determinado, eu passo para a


etapa dois e aí já uso a criatividade de forma mais
intencional .

Eu reflito sobre tudo o que absorvi e vou anotando


palavras-chave, ideias mais cristalizadas e as
conexões mais óbvias. Então medito sobre el as.

Eu me pergunto. . .

O que faz sentido?


O que tem uma ligação emocional ou inconsciente?
O que facilita a compreensão das pessoas?
O que aumenta o impacto?
O que já foi feito?
O que é muito óbvio?

@nanofregonese
Vou anotando tudo o que soa promissor e então faço
testes. Descarto o que acho idiota ou comum e faço
tudo de novo, até chegar no resul tado final .

No meio desse processo eu também gosto de brincar


com o que o escritor James Al tucher chamou de Sexo
de Ideias: a combinação de duas ideias antigas
para gerar uma ideia nova e melhor (Por exempl o:
Spotify + Fil mes = Netfl ix).

El e até diz que, se você apl icar o Sexo de Ideias em


diferentes áreas da vida e aí se tornar razoavel mente
bom em ambas, então você se tornará o melhor do
mundo nessa nova a inovadora área.

Enfim, você vai acabar achando o que mel hor


funciona pra você, apenas nunca se esqueça que o
repertório e as conexões servem para um objetivo:
criar o que precisa ser criado.

Encha seu repertório. Gere novas conexões. Não


perca o foco.

Algumas dicas que podem ajudar você a gerar conexões são:

Explorar imagens, palavras ou conceitos contraditórios.


Fazer comparações inusitadas.
Desvirtuar ou misturar clichês.
Brincar e desafiar a lógica.
Fazer associações com símbolos e imagens.
Dar sentido diferente para algo.
Fazer Sexo de Ideias (e aplicar isso em conceitos e imagens também).

@nanofregonese
Ideias…

…não val em nada.

Essa é uma das l ições mais dol orosas que eu tenho pra
te passar, mas também uma das mais importantes.

A sua ideia não vale nada. Zero. Porcaria nenhuma.

Tem gente que fica meio chocada quando me vê fal ando


isso. Já até recebi críticas dizendo que sou muito duro
e até mal educado.

Mas a verdade é que eu PRECISO enfiar essa concl usão


na sua cabeça. Eu tenho que ser meio radical ou
então você não vai mudar o chip.

É imperativo que os criativos abracem o fato de que


ideias não val em nada, senão jamais conseguirão se ver
pl enamente l ivres dessa prisão que chamam de
imaginação.

Entenda de uma vez por todas: imaginação e


criatividade são coisas diferentes.

Uma é pura viagem. Outra tem função.

Uma te permite brincar. A outra urge por ser col ocada


em prática.

A imaginação é o começo, mas ela logo precisa virar

IDEIAS
criatividade - e então ATIVIDADE - para que você
possa, de fato, ser o criador do que quer que seja.

@nanofregonese
Enquanto não sairmos do mundo das ideias, não
passamos de sonhadores.
O
Não somos escritores, nem criativos, nem

D
profissionais, nem coisa nenhuma enquanto não
começarmos a executar.

Mas a verdade sombria que não queremos admitir pra


nós mesmos é que não queremos executar e sabe por
quê?
E
Porque enquanto as coisas estão só na cabeça, nós

N
estamos protegidos.

Protegidos das críticas, das frustrações, do trabal ho


duro, da imperfeição.

U
N
Enquanto tudo o que temos são ideias, a falha não
existe.

C
Ol ha… eu trabal ho com criativos há mais de uma década
e eu juro pra você que conheço gente que me disse que
ia escrever um l ivro há mais de 10 anos e até agora

A
nada.

Eu sempre pergunto: e aquele livro?

Sabe qual é a resposta?

Ainda não comecei porque não está 100% perfeito na


minha cabeça. E
Bul l shit.
X
Nunca vai estar perfeito. E, na hora em que for
col ocado no papel , estará pior ainda. E é assim mesmo, E
C
não tem como escapar.

Só que as pessoas não querem passar por isso. Elas

U
não querem o desconforto, então continuam só nas
ideias.

El as mentem para si mesmas, dizendo que, quando


final mente forem col ocar as ideias em ação, aí o T
A
sucesso virá…

E, para não quebrarem a cara e destruir essa il usão,

R
você sabe o caminho que el as acabam tomando, não
sabe?

@nanofregonese
Isso é estúpido demais, mas a gente cai nesse erro de
novo e de novo e de novo.

É verdade que sem executar a fal ha nunca vem, mas o


sucesso também não.

Agora, quer saber o que vem? A angústia.

Uma angústia mal dita que apenas cresce com o tempo.

Sendo assim, pra superar esse imenso bl oqueio que


agora te deixa inquieto, você precisa de duas coisas:

Aceitar que as suas ideias não


valem nada.
Encontrar um método que te ajude
a executar suas ideias e assim
minimizar os problemas e
aumentar as chances de sucesso.
Sim, método.

Porque ideias não val em nada, mas os métodos para


trazê-l as ao mundo concreto val em… e podem val er
muito.

@nanofregonese
Já reparou que toda forma de arte conta com diversos
métodos de aprendizado e execução?

Ainda bem que é assim. Imagine que inferno seria se


toda vez que você quisesse fazer al go, fosse
necessário descobrir todos os fundamentos do
absoluto zero…

Quer aprender a tocar viol ão? Se vire e aprenda


sozinho.

Quer ser al fabetizado? Descubra por si próprio como


as l etras, pal avras e frases se encaixam.

Vai pil otar um avião? Vai na tentativa e erro, meu


caro.

Não dá, né?

Se fosse assim, se tivéssemos que redescobrir a roda


toda santa vez, não teríamos chegado muito longe
como espécie.

Para aprender, avançar e crescer é preciso método,


cl areza e direção.

Você precisa. Eu preciso. Todos precisamos.

Afinal , todos temos uma infinitude de ideias, mas


estamos sempre em carência de bons métodos para
torná-l as reais.

É por isso que eu insisto que você mude a sua


percepção sobre o val or inexistente das ideias e, ao
invés disso, aprenda a enxergar o valor absurdo que
existe em bons métodos para executá-l as.

MÉTODO @nanofregonese
Se você tiver um bom método, as
pessoas vão querer saber mais
sobre ele (e pagar por ele).

MAS QUE MÉTODO


É ESSE?

@nanofregonese
Sei l á. Você precisará descobrir por conta própria.

Precisará buscar mentores, testar diferentes


abordagens… tudo isso até encontrar ou criar um
método que funcione pra você.

Eu não posso te dizer qual é o mel hor método. Posso


apenas compartil har insights dos MEUS métodos e, se
nós tivermos al gumas coisas em comum, talvez os meus
métodos funcionem pra você.

Quando você tiver o seu próprio método para al go, será


a mesma coisa.

É por essa mesma razão que é impossível treinar


al guém a criar exatamente aquil o que você cria, do
exato jeito que você faz, tim tim por tim tim - pois os
processos criativos para se chegar lá atuam de forma
diferente de pessoa pra pessoa.

O truque, a meu ver, é aprender e se basear em bons


métodos, mas encontrar uma forma de adaptá-los à sua
visão de mundo e à sua forma de fazer as coisas.

Como eu já disse antes, a grande jogada para você que


é um Lobo Criativo é sempre encontrar uma forma de
tornar as coisas suas, em conexão com a sua al ma.

Isso pode parecer compl icado, mas não deveria ser.

Ol ha só… se você real mente tem paixão por al go, se


você col oca sua al ma naquil o que faz, então muito
provavel mente você estuda um monte sobre o assunto.

Na verdade, mais do que estudar, é provável que você


teste, analise, adicione elementos, faça conexões,
mescle coisas, descarte outras, etc.

Com o tempo e experiência, você vai começar a


construir um passo a passo só seu.

Eu sei que isso vai acontecer porque a mente humana


sempre procura ordem e, mesmo que você não queira,
a sua mente vai encontrar padrões e formas de conferir
uma certa estrutura a toda essa l oucura caótica do seu
processo criativo.

Isso será a base do seu método.

@nanofregonese
O que você deve fazer a partir de agora,
então, é prestar atenção na sua forma
de trabalhar e identificar as etapas
pelas quais você costuma passar para
alcançar os seus resultados.

Como você inicia o processo? Depois faz


o quê? E aí? E depois?

Anote tudo isso em uma folha, na forma


de bullet points e passe a fazer testes e
refinar até ter algo incrível em mãos.

É assim que a gente faz. É assim que


sempre fizemos. Desde quando ainda
balançávamos em árvores...

@nanofregonese

assim
que você
vai
fazer!
mãos à obra...

@nanofregonese
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