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MÓDULO 02

3 – DA PROVA PERICIAL

Obviamente, antes de adentramos nas atribuições do perito bem


como suas particularidades, você aluno deve saber o que é perícia, e para o que
serve a referida.

A perícia é uma habilidade no qual possui uma pessoa cuja tem


devida especialização no ramo, ou seja, uma pessoa estuda e trenada naquela
modalidade no qual será objeto de análise.

O juiz do processo não tem conhecimento por exemplo, para


analisar se há uma fraude ema grafia, ou uma autenticidade ou não de um
documentos, ou ainda, analisar e quantificar o valor de mercado de um
imóvel, dentro outras especificações, ou seja, o juiz deve nomear um expert
para tal, assim, surge o perito judicial, nomeado pelo juiz para atuar nesta causa
em que o referido não tem habilidade ou especialização para analisar/julgar.

Mas que fique bem claro, o perito apenas expõe no laudo sua
análise e sua conclusão, como especialista no assunto, mas quem julga a ação é
o juiz, ou seja, o juiz pode ir contra, ou, no caminho inverso a conclusão do
laudo pericial? A resposta é sim! Pois quem dá a sentença/decisão sobre a
matéria é o juiz, mesmo que sinceramente seja raro de acontecer.
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3.1 – Quem pode requerer a perícia?

A perícia pode ser requerida ou solicitada por uma das duas


partes, ou seja, solicitada pelo autor ou solicitada pelo réu, bem como o CPC
permite ainda que seja requerida de ofício pelo Juiz, caso o referido entenda
que a matéria a ser analisada necessita de um especialista.
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4 – O PERITO JUDICIAL

Perito Judicial é o auxiliar da Justiça, pessoa civil, nomeado pelo


Juiz, pelo tribunal ou contratado pelas partes (autor ou réu), devidamente
compromissado, assistindo-os para realizar prova pericial consistente em
exame, vistoria ou avaliação, se valendo de conhecimento especial, técnico ou
científico.

Ainda, o CPC define o Perito judicial como auxiliar da justiça,


vejamos:

“Art. 149 - São auxiliares da Justiça, além de outros cujas


atribuições sejam determinadas pelas normas de
organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o
oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o
partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de
avarias.”
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4.1 – Do cadastramento do perito judicial nos Tribunais

O cadastramento do perito é diferente em cada estado, quando se


diz respeito ao cadastramento nos tribunais estaduais, pois cada Estado tem sua
requisição especifica de documentos, uns mais burocráticos que os outros. Por
exemplo, os Estados de Minas Gerais e Paraná pedem um número de inscrição
municipal (para a cobrança de ISS de 5% da prefeitura de sua cidade onde
localiza seu escritório ou casa (home office), deste modo, o perito precisa
realizar um cadastramento na prefeitura como autônomo, no qual é gerado um
alvará/certidão/espelho de cadastro de autônomo, consequentemente gerando
assim seu número de inscrição municipal, já o Sistema AJG dos Estados de Santa
Catarina e São Paulo não pedem referido número de inscrição municipal (até
então!), logo, não é necessário realizar tal cadastro e tirar um alvará de
autônomo.

Mas em geral, o cadastramento é simples, importante frisar que


nos da equipe, estaremos sempre apoiando vocês alunos nos cadastramento
sempre que houver dúvidas, por isso temos nosso CAC - Central de apoio ao
cadastramento do perito.

4.1.2 – Quais tribunais o perito deve realizar o cadastro

O cadastro deve ser realizado no Tribunal Estadual (TJ) no qual o


perito atua, bem como no Tribunal do Trabalho (TRT) de sua região (por
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exemplo, o de Minas Gerais é “TRT 3° Região”), e ainda, no Tribunal da Justiça


Federal (TJF).

Sim, isso mesmo! Nosso certificado é aceito em todos os Estados


e em todos os Tribunais de Justiça.

4.1.3 – O sistema AGJ – Assistência Judiciária Gratuita

Pequeno detalhe, alguns Estados são mais atualizados e possuem


o Sistema AJG – Assistência Judiciária Gratuita, é um banco de peritos, no qual o
perito se cadastra, os mais simples e fáceis de se “manusear” são os AJG’s de
Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Em outros estados, ainda
deve ser feitos o cadastramento indo até o fórum da comarca ou comarcas
onde pretende atuar.

Já em relação aos demais tribunais, qual seja trabalho e federal,


também são atendidos pelo sistema AJG, ou seja, fácil de se cadastrar. Mas a
tendência é que todos os estados migrem para o sistema AJG.

Observação: Fique tranquilo, terá uma vídeo aula


específica e prática, explicando e mostrando como é o
sistema AJG.
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4.2 – Primeiros passos do perito judicial

Uma vez cadastrado nos Tribunais e posteriormente nomeado, o


perito deve seguir os seguintes passos iniciais:

1° Passo – Conhecimento: Tomar conhecimento do processo, observar e


analisar se a nomeação está certa, ou seja, se o trabalho a ser realizado é de sua
autonomia e conhecimento/especialização, para assim saber se o referido se
encontra em condição de realizar o encargo pericial, bem como compromisso
de realizar o trabalho.

2° Passo – Valoração do encargo: Segundo passo se divide em saber se a perícia


se trata de nomeação via AJG, ou seja, parte hipossuficiente e honorários pagos
pelo Estado (honorários tabelados/predeterminados), ou se trata de perícia
“particular”, ou seja, a parte que requerer a perícia não é hipossuficiente, e o
juiz determinou ao perito de defina e envie/apresente a petição de honorários
periciais.

Observação: Normalmente a justiça entende como hipossuficientes


aquelas pessoas que recebem até R$2.500,00 mensal.

3° Passo – Aceite via sistema e Resposta: Caso o seu Estado possua um banco
de peritos judiciais (como possuem por exemplo em MG, SC, SP e PR), deve
haver o aceite via sistema, e posteriormente deve ser enviada/juntada a petição
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de aceite pelo perito aos autos. Claro, caso o perito opte por recusar o encargo,
é possível mas deve ser fundamentado, tanto no sistema quanto também em
petição.

4° Passo – Ler e entender o processo/demanda: É a chamada familiaridade com


o processo, ou, com a causa, deste modo, é preciso ler o processo (calma! Sei
que talvez você não entende de direito, mas com uma boa leitura, você aluno vai
entender o que a parte autora está “querendo” com aquela ação proposta).
Deste modo, digamos que o passo 3 e 4 andam juntos, pois, caso o perito opte
por solicitar alguma diligência pericial, como por exemplo solicitar a uma das
partes uma juntada de documentos digitalizados ao processo, o mesmo pode
solicitar, tanto em petição separada, quanto em texto conjunto, com o aceite do
encargo.

Observação: Fique tranquilo! Em PDF, você aluno, terá acesso a


diversos modelos de petições.
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4.3 - Dos quesitos – Uma das autonomias das partes

Uma vez nomeado o perito, o juiz dará as partes um prazo para


que as mesmas apresentem quesitos ao perito, tais quesitos são nada mais nada
menos que perguntas ao perito RELACIONADAS a matéria que será analisada,
que fique claro, quaisquer perguntas que as patês fizerem que não for sobre a
matéria a ser analisada, o perito não deve responder, por exemplo, a análise é
sobre a grafia (perito grafotécnico) e o advogado de uma das partes pergunta se
o juros usado no contrato foi simples ou composto. Sim, acredite, acontece. Ah!
detalhe, mesmo se o perito grafotécnico for também perito contábil, o mesmo
não deve responder tal quesito, para que seja bem claro, o perito nomeado
deve responder apenas sobre a matéria que esta sendo analisada (é a
chamada expressão “o perito deve se ater a matéria pericial”), ou seja caso o
advogado queira saber sobre juros, deve então solicitar uma perícia contábil ao
Juiz.

Posteriormente a apresentação do laudo pericial, o juiz abre um


prazo de 15 dias para que as partes ainda possam oferecer, caso queiram, os
chamados quesitos suplementares, que são novas perguntas ou indagações ao
perito, sobre a análise realizada (normalmente nos quesitos suplementares, a
parte no qual o laudo foi favorável, apenas expressa sua “ciência e concordância
com o referido, já a parte contrária, faz indagações incisivas e sem nexo, com
intuição de anular o laudo, e solicitando até nova perícia) mas não se apavore,
confie no seu trabalho, afinal, o especialista é você!
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4.4 – Quem pode ser perito judicial?

Engenheiros: Ambientais / Agrícolas / Agrônomos / Civis / Controle e


Automação / Eletricistas / Florestais / Mecânicos / Químicos / Segurança do
Trabalho;

Profissionais do Agronegócio;

Administradores;

Arquitetos;

Agrimensores;

Assistentes Sociais;

Biomédicos;

Biólogos;

Contadores;

Corretores de Imóveis;

Dentistas;

Economistas;

Enfermeiros;

Farmacêuticos;

Fonoaudiólogos;
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Geógrafos;

Gestores Ambientais;

Gestores Públicos;

Matemáticos;

Médicos;

Nutricionistas;

Profissionais de TI;

Pedagogos;

Psicólogos;

Tecnólogos;

Terapeutas Ocupacionais;

Médicos Veterinários;

Zootecnistas.

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