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A ação integra a Operação Patrola, deflagrada pelo Grupo de Atuação

Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).


O nome 'Patrola' foi escolhido pois a investigação apontaria
irregularidades no uso de maquinários pesados de propriedade do poder
público.
O prefeito de Tangará, Euclides Cruz
Os seis presos na manhã desta segunda-feira (22) em uma operação
no Oeste catarinense, são suspeitos de direcionar licitações da venda de
peças de máquinas pesadas, como patrolas. Do total de presos, metade é de
servidores públicos e a outra, de empresários, informou a Promotoria de
Justiça do município.
"Algumas vezes esses consertos eram maquiados com peças
recauchutadas, que funcionavam por um certo período. mas novamente as
máquinas voltavam a quebrar, e novos procedimentos licitatórios eram
lançados ", disse o promotor Renato Maia de Faria.
De acordo com as apurações, os superfaturamentos de máquinas
pesadas vendidas a órgãos públicos são de 10% a 20%. Ao todo, 101
municípios de Santa Catarina são investigados por suspeita de fraudes.
No suposto esquema, os editais seriam direcionados para que apenas
uma marca de máquina atendesse aos requisitos. A suspeita é de
superfaturamento e pagamento de propina para agentes públicos.
"Em Tangará, as contratações da empresa investigada chegam à
ordem de quase R$ 4 milhões. No estado, a empresa contratou cerca de R$
83 milhões com o poder público entre 2010 e 2016"
"Cada empresa, em regra, vendia uma determinada máquina. Eles
então apresentavam as características das máquinas e tentavam convencer
o agente público a comprar aquela máquina específica. Para fazer esse
convencionamento, eles ofereciam uma vantagem indevida, em dinheiro",
explica a promotora.
Segundo ela, esse valor era correspondente a um percentual da
máquina. "Se o agente público aceitasse esse oferecimento, a licitação saía
direcionada específica àquela empresa, o que é vedado pela lei de licitações.
A partir do momento que ele recebia esse pagamento da prefeitura, parte
desse dinheiro era devolvido em forma de propina ao agente público que fez
essa negociação", complementa Marina

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