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Lei de Gauss
81
Sumário
82
Conceitos
83
84 SUMÁRIO
Em princı́pio, a lei de Coulomb nos permite calcular o campo elétrico produzido por
qualquer distribuição discreta ou contı́nua de objetos carregados. Na prática, entretanto, o
cálculo é muitas vezes tão complicado que as somas ou integrais que surgem podem exigir
avaliação numérica em um computador. Por esse motivo, vale a pena pesquisar por mais
métodos para determinar o campo elétrico produzido por uma distribuição de cargas. Neste
capı́tulo, desenvolvemos uma relação entre um campo elétrico e sua fonte, conhecida como
Gauss’s lei, que pode ser usada para determinar os campos elétricos devido a distribuições de
carga que exibem certas simetrias simples. Essas simetrias aparecem em muitas aplicações
comuns, o que torna a lei de Gauss uma ferramenta importante no cálculo campos elétricos.
Como veremos no Capı́tulo 30, a lei de Gauss é uma das equações fundamentais do eletro-
magnetismo - a teoria que descreve as interações eletromagnéticas e ondas eletromagnéticas.
Como o Checkpoint 24.3 Ilustra, os diagramas de linha de campo para uma partı́cula
carregada isolada positiva e para uma negativa são semelhantes, embora os campos elétricos
apontem em direções opostas. Eles apontam radialmente para fora a partir de uma partı́cula
positivamente carregada e apontam radialmente para dentro para uma partı́cula negativa-
mente carregada. Esta direção significa que as linhas de campo elétrico sempre começam a
partir de um objeto carregado positivamente e sempre terminam em um objeto carregado
negativamente, nunca o contrário.
Como um campo elétrico está presente em todos os lugares ao redor um objeto carre-
gado, uma linha de campo passa por cada local no espaço. Na prática, desenhamos apenas
um número finito de linhas de campo para representar o campo inteiro. Figura 24.2, por
exemplo, mostra o padrão de linhas de campo criadas por um par de partı́culas com carga
oposta (isto é, um dipolo). 16 linhas de campo emanam da partı́cula carregada positivamente
à esquerda, e 16 linhas de campo terminam na carga negativa partı́cula à direita. Observe
a correspondência entre este padrão e o diagrama de campo vetorial correspondente na Fi-
gura 24.3a e o padrão criado pelas fibras em Figura 24.3b. O número de linhas de campo que
emanam de um objeto carregado é arbitrário; nós poderı́amos ter escolhido algum número
3.1. LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO 85
Figura 3.1: Usando uma partı́cula de teste positivamente carregada para desenhar as linhas
de campo
86 SUMÁRIO
de campo devem ser linhas retas perpendiculares à placa. Como a placa é carregada positi-
vamente, desenhamos as linhas de campo perpendiculares saindo da placa em qualquer um
dos lados (Figura 24.4).
Figura 3.4
Checkpoint 24.2 (a) É possı́vel que duas linhas de campo elétrico se cruzem?
(Dica: Qual é a direção do campo elétrico no ponto de intersecção?) (b) Duas
linhas de campo elétrico podem se tocar?
A caracterı́stica mais notável das linhas de campo é esta: embora levemos em consideração
apenas a direção do campo elétrico ao desenhar linhas de campo, elas também contêm
informações sobre a magnitude do campo elétrico. Figura 24.5 mostra que conforme a
distância do objeto carregado aumenta, as linhas de campo são mais espaçadas umas das
outras. Para ver se há uma correspondência quantitativa entre o espaçamento da linha de
campo e a magnitude do campo elétrico, complete o próximo Checkpoint.
3.2. DENSIDADE DE LINHAS DE CAMPO 89
Checkpoint 24.3 Imagine uma esfera oca envolvendo o objeto na Figura 24.5,
centralizada no objeto. (a) Dado que 26 linhas de campo emanam do objeto
carregado, quantas linhas cruzam a superfı́cie da esfera oca? (b) Se o raio de a
esfera oca é R, qual é o número de cruzamentos de linhas de campo por unidade
de área de superfı́cie? (c) Agora considere uma segunda esfera com raio 2R,
também centrada no objeto carregado. Quantas linhas de campo cruzam a su-
perfı́cie desta segunda esfera? (d) Como vai o número de cruzamentos de linha
de campo por unidade de área na segunda esfera comparada com a da primeira
esfera? (e) Como o campo elétrico em um local na segunda esfera se compara
com o campo em um local na primeira esfera?
A Figura 24.6 ilustra porque a superfı́cie através da qual a passagem das linhas de campo
deve ser perpendicular às
Figura 3.6: O número de linhas de campo que cruzam uma determinada superfı́cie depende
da orientação da superfı́cie em relação às linhas de campo.
linhas de campo. O campo representado pelas linhas de campo na figura acima é uni-
forme - sua magnitude e direção são as mesmas em todos os lugares. Como você pode ver
na figura, o número de linhas de campo que cruzam a superfı́cie depende da orientação
da superfı́cie. O número de linhas de campo que cruzam a superfı́cie é máximo quando a
superfı́cie é perpendicular ao campo linhas e diminui para qualquer outra orientação. Ve-
remos mais tarde neste capı́tulo, como explicar a orientação de uma superfı́cie ao calcular a
densidade de linhas de campo.
Como número de linhas de campo em um diagrama de linha de campo é arbitrária, a
densidade da linha de campo também é um número arbitrário, e então você pode estar se
perguntando por que a densidade da linha de campo é uma quantidade útil. Como você
verá em breve, no entanto, a densidade da linha de campo nos permite tirar conclusões sobre
magnitudes de campo elétrico. A única condição que fazemos é que, em um determinado
diagrama de linha de campo, o número de linhas de campo emanando de ou terminando em
objetos carregados é proporcional à magnitude da carga carregada por estes objetos.
90 SUMÁRIO
Checkpoint 24.4 (a) Na Figura 24.6, para qual orientação o número de linhas de
campo que cruzam a superfı́cie é mı́nimo? (b) quantas linhas de campo cruzam
uma superfı́cie plana de área de 0, 5m2 colocada perpendicularmente às linhas
de campo na Figura 24.6? (c) Usando sua resposta para a parte (b), qual é o
número de cruzamentos de linhas de campo por unidade de área através da
superfı́cie de 0, 5m 2? (d) Como isso se compara ao número de cruzamentos de
linha de campo por unidade de área para a superfı́cie de 1m2 na Figura 24.6a?
Para as superfı́cies esféricas do checkpoint 24.3, as linhas de campo são todas perpendi-
culares à superfı́cie porque as linhas de campo são radiais. O número de cruzamentos de
linhas de campo que você calculou por unidade de área é a densidade de linhas de campo.
Estes resultados nos leva a concluir:
• Em cada posição, a direção do campo elétrico é dado pela direção da tangente à elétrica
linha de campo através dessa posição.
Considere o diagrama de linhas de campo mostrado na Figura 24.7. (a) Quais são os sinais
das cargas nos dois pequenos objetos esféricos? (b) Quais são as magnitudes relativas dessas
cargas? (c) O que é a razão das magnitudes dos campos elétricos nos pontos P e R? (d) O
campo elétrico é zero em algum lugar da região mostrada?
3.3. EXERCÍCIO 24.2 91
Figura 3.7
Solução: (a) Como as linhas de campo deixam o objeto esquerdo e terminam no direito,
o objeto esquerdo carrega uma carga positiva e o objeto direito carrega uma carga negativa.
(b) Na Figura 24.7, vemos que cerca de duas vezes mais linhas de campo deixe o objeto
esquerdo como fim no direito. Assim, a cobrança em o objeto esquerdo tem cerca de duas
vezes o objeto direito. *
(c) A magnitude do campo elétrico em cada posição é proporcional para a densidade da
linha de campo naquela posição. A linha de campo densidade é igual ao número de linhas
de campo por unidade de comprimento, que é proporcional ao inverso da distância entre
linhas de campo adjacentes. Medindo com uma régua, vejo que a distâncias entre as linhas
de campo adjacentes nos pontos P e R são dP ≈ 1mm e dR ≈ 6mm, então:
Ep dp
= ≈6
Er dr
(d) A ausência de linhas de campo à direita sugere que o campo é pequeno (ou mesmo
zero). Na verdade, se uma partı́cula de teste carregando uma carga positiva é colocada na-
quela região, está sujeita a uma
força repulsiva exercida pelo objeto carregado positivamente na esquerda e uma força
atrativa exercida pela carga√ negativa do objeto a direita. Se a partı́cula de teste estiver à
direita das partı́culas e 2 de distancia da partı́cula carregada positivamente quanto é da
partı́cula carregada negativamente, a soma vetorial dos duas forças é zero e, portanto, o
campo elétrico nessa posição é zero.
Observe que no Exercı́cio 24.2, metade das linhas de campo deixam a área de interesse.
Essas linhas de campo eventualmente terminam em um objeto carregado negativamente (não
mostrado) ou continuam para o infinito.”
92 SUMÁRIO
Checkpoint 24.5 Imagine mover a esfera oca de raio R do checkpoint 24.3a late-
ralmente para que o objeto carregado não esteja mais no centro da esfera (mas
ainda dentro dela). (a) Como o número de cruzamentos de linha de campo
através da superfı́cie da esfera muda à medida que é movida? (b) Como o
número médio de cruzamentos de linha de campo por unidade de área da su-
perfı́cie da esfera muda? (c) O campo elétrico está em uma posição fixa na su-
perfı́cie da esfera muda ou permanece o mesmo que na esfera é movida? (d) Suas
respostas às partes b e c estão em contradição, dado a relação entre a magnitude
do campo elétrico e as linhas de campo atravessadas por unidade de área?
Figura 3.8: Qualquer superfı́cie que envolve uma partı́cula carregada positivamente é per-
furada por todas as linhas de campo que emanam dessa partı́cula, independentemente da
forma da superfı́cie e da posição da partı́cula dentro da superfı́cie.
Checkpoint 24.6 Suponha que oito linhas de campo emanem de um objeto car-
regando uma carga q. Quantas linhas de campo perfuram a superfı́cie de um
esfera oca se a esfera contiver (a) um único objeto carregando uma carga 2q e (b)
dois objetos separados, cada um carregando uma carga q? (c) Se a esfera é perfu-
rada por 20 linhas de campo, o que você pode deduzir sobre a carga combinada
em objetos dentro a esfera?
campo 4 agora cruza a superfı́cie fechada três vezes, então o número de cruzamentos de
linha de campo não é seis mas oito. Se você olhar atentamente para a figura, no entanto,
você descobrirá que nem todas as travessias são iguais. Por sete dos cruzamentos, a linha de
campo vai para fora (de dentro da superfı́cie fechada para o exterior), enquanto para o oitavo
cruzar a linha de campo vai para dentro. Se atribuirmos um valor de 1 para cada cruzamento
externo e um valor de -1 para cada cruzamento interno cruzamento, obtemos (7) + (−1) = 6.
Para acompanhar o número de campos internos e externos cruzamentos, definimos uma nova
quantidade chamada fluxo de linha de campo: Para qualquer superfı́cie fechada, o fluxo de
linha de campo é o número de linhas de campo externas cruzando a superfı́cie menos o
número de linhas de campo internas cruzando a superfı́cie.
No cálculo do fluxo de linhas de campo para qualquer superfı́cie fechada, atribuı́mos um
valor de 1 a cada cruzamento de linha de campo externo a superfı́cie e um valor de -1 para
cada linha de campo interna cruzando a superfı́cie.
Checkpoint 24.7 (a) Se mais de uma linha de campo entrar novamente no Toro
(também chamado de rosquinha/donut/ deus supremo da topologia) Figura
24.9a, o que acontece com o fluxo da linha de campo? (b) estão lá quaisquer su-
perfı́cies fechadas envolvendo uma partı́cula carregada através da qual o fluxo
da linha de campo é diferente daquele através de uma esfera simples em torno
dessa partı́cula?
Figura 3.9: O número de linhas de campo saindo de uma superfı́cie fechada menos o número
entrando é sempre igual ao número de linhas de campo geradas dentro da superfı́cie.
E quanto a objetos carregados fora da superfı́cie fechada? Para ver o efeito de tais objetos
carregados, complete o seguinte Checkpoint.
94 SUMÁRIO
Isso significa que se conhecermos o fluxo da linhas de campo através de uma superfı́cie
fechada, podemos determinar a carga encerrada por essa superfı́cie, independentemente da
distribuição de carga fora da superfı́cie. Esta declaração é uma forma da lei de Gauss, que
descreveremos matematicamente na Seção 24.7.
Figura 3.10
Solução (a) Seis linhas de campo emanam da carga positiva. Cada linha cruza a superfı́cie
do cubo de dentro para fora e, portanto, contribui com um valor de 1 para a linha de campo
fluxo. O fluxo de linhas de campo é 6. (b) Seis linhas de campo terminam na partı́cula
carregada negativamente, portanto, há novamente seis cruzamentos de linha de campo. No
3.4. SUPERFÍCIES FECHADAS 95
entanto, esses campos as linhas são direcionadas de fora para dentro e, portanto, o fluxo da
linha de campo é -6.
A relação entre o fluxo de linhas de campo através uma superfı́cie fechada e a carga encer-
rada são importantes porque pode nos ajudar a determinar um a partir do conhecimento da
outra. Por exemplo, na próxima seção, devemos usar esta relação para derivar dois teoremas
importantes sobre isolantes objetos condutores.
Figura 3.12: Usando superfı́cies esféricas Gaussianas para examinar os campos elétricos
de uma partı́cula carregada e uma concha esférica uniformemente carregada. Os campos
elétricos, superfı́cies gaussianas e casca carregada são esféricos e são mostrados aqui em
seção transversal.
A relação entre o fluxo da linhas de campo e a carga fechada nos permite chegar a várias
conclusões importantes sobre objetos carregados e seus campos elétricos sem ter que fazer
quaisquer cálculos. Para aplicar esta relação em uma determinada situação, primeiro pre-
cisamos selecionar uma superfı́cie fechada. Esta superfı́cie não precisa corresponder a um
objeto real - qualquer superfı́cie, real ou imaginária, vai servir. Vamos nos referir a essas
superfı́cies fechadas como superfı́cies gaussianas. A escolha da superfı́cie é ditada pela si-
metria da situação em questão. Como regra geral, nós escolhemos uma superfı́cie de modo
que o campo elétrico seja o mesmo (e possivelmente zero) em todos os lugares ao longo de
tantas regiões da superfı́cie sejam possı́veis, porque essa escolha torna mais fácil determinar
o fluxo de linhas de campo através da superfı́cie.
Considere, por exemplo, a partı́cula carregada mostrada na Figura 24.12a. Como vimos,
as linhas de campo irradiam para fora da partı́cula a partir dela. (A figura mostra apenas
um seção transversal bidimensional da situação tridimensional.) O campo é simétrico em
todas as três dimensões - tem a mesma magnitude à mesma distância do centro em qualquer
direção. Portanto, se desenharmos uma Superfı́cie gaussiana esférica que é concêntrica com
a partı́cula, a magnitude do campo elétrico é a mesma em todos os locais na esfera. Em
outras palavras, a densidade de linhas de campo é a mesma por toda a superfı́cie da esfera.
Como vimos na seção anterior, o fluxo de linhas de campo através do superfı́cie gaussiana é
proporcional à carga envolvida pela esfera.
Agora suponha que substituamos a partı́cula carregada por uma casca esférica que car-
rega a mesma carga da partı́cula e ainda se encaixa em nossa superfı́cie gaussiana (Figura
24.12b). Se a carga é uniformemente distribuı́da sobre o casco, então o campo elétrico ainda
deve ser o mesmo em todas as direções. Como a partı́cula carregada, a casca carregada tem
simetria esférica (veja o quadro “Simetria e lei de Gauss” na página 647): Reorientar a casca
esférica girando-a sobre um ângulo sobre qualquer eixo não altera a configuração de carga
e, portanto, não deve alterar o campo elétrico em um determinado local. Isso significa que
as linhas de campo devem ser retas novamente linhas que irradiam uniformemente para
fora. Além disso, o fluxo da linha de campo através da superfı́cie gaussiana ainda deve ser
o mesmo porque a superfı́cie contém a mesma quantidade de carga. a única maneira que
a linha de campo flui através das superfı́cies gaussianas nas Figuras 24.12a e b podem ser
uniformes e iguais em magnitude é se os campos elétricos são os mesmos em cada posição
3.5. SIMETRIAS E SUPERFÍCIES GAUSSIANAS 97
na superfı́cie esférica gaussiana. Como esse argumento vale para uma superfı́cie esférica
Gaussiana de qualquer raio, podemos concluir:
Isso significa que uma casca uniformemente carregada exerce uma força elétrica em uma
partı́cula carregada fora da casca, como se todas as cargas da casca fossem concentradas
no centro da casca. Como uma esfera pode ser vista como uma coleção de cascas, pode-
mos estender essa afirmação a esferas uniformemente carregadas. Vamos agora voltar nossa
atenção para o campo elétrico no espaço fechado pela casca. Nós desenhamos uma superfı́cie
gausssiana esférica que se encaixa dentro da casca (Figura 24.12c). Esta superfı́cie gaussiana
não envolve nenhuma carga, então o fluxo da linhas de campo através da superfı́cie gaussi-
ana é zero. Como o campo elétrico só pode ser radialmente para fora por simetria, o campo
elétrico deve ser zero em toda a superfı́cie gaussiana. Como podemos variar o raio da su-
perfı́cie gaussiana de zero ao raio interno da casca sem alterar esse argumento, podemos
concluir:
Fisicamente, isso significa que uma casca uniformemente carregada não exerce força
elétrica em uma partı́cula carregada localizada dentro da casca.
Checkpoint 24.11 Há duas razões pelas quais o fluxo de linhas de campo através
de um superfı́cie fechada pode ser zero: porque o campo é zero em todos os
lugares ou porque o fluxo externo é equilibrado por um fluxo interno igual. Por
que a última situação não pode ser verdadeira para a superfı́cie gaussiana em
Figura 24.12c?
Partı́culas, cascas e esferas são os únicos objetos que exibem simetria esférica. A Figura
24.14 ilustra um diferente tipo de simetria: a simetria cilı́ndrica de um infinito fio reto, longo
e uniformemente carregado. * Devido a esta simetria, girando o fio em torno de seu eixo ou
movendo ao longo do eixo não deve ter qualquer efeito sobre o campo em qualquer posição
no espaço. Para que seja esse o caso, as linhas de campo devem ser dispostas radialmente
ao longo de planos que são perpendiculares ao fio (Figura 24.14). Podemos aproveitar desta
simetria, desenhando uma superfı́cie gaussiana em a forma de um cilindro que é concêntrico
com o fio, como mostrado na Figura 24.14.
Podemos usar a superfı́cie cilı́ndrica Gaussiana para determinar como o campo elétrico
devido ao fio carregado diminui com distância do fio. Como você pode ver na figura, o fluxo
de linhas de campo através da superfı́cie curva do cilindro é independente de seu raio r. Não
importa o quão grande seja o raio do cilindro, o mesmo número linhas de campo passam
por ele. A área A da superfı́cie curva é igual ao perı́metro vezes a altura h do cilindro:
A = 2πrh. À medida que aumentamos o raio r do cilindro, o a área de superfı́cie aumenta
proporcionalmente a r, e assim o campo D a densidade de linhas deve diminuir como 1/ r
para manter constante o número de linhas de campo. Como a densidade de linhas de campo
é uma medida da intensidade do campo elétrico, isso significa que o campo devido ao fio
diminui como 1/r, como estabelecemos no Exemplo 23.4. Uma expressão quantitativa para
o campo elétrico devido a uma haste carregada é fornecida na Seção 24.8.
Figura 3.15: O campo elétrico de uma folha uniformemente carregada exibe simetria planar.
Examinamos seu campo desenhando uma gaussiana cilı́ndrica superfı́cie que atravessa o
lençol.
A Figura 24.15 mostra uma situação com uma simetria diferente: uma folha carregada.
Se a folha for muito grande e a carga for uniformemente distribuı́da ao longo dela, então
as linhas de campo elétrico devem ser perpendiculares à folha e também uniformemente
distribuı́das ao longo dela. A simetria unidimensional exibida pelo campo elétrico devido à
folha carregada é um exemplo de simetria planar. Para tirar vantagem dessa simetria, nós
desenhamos uma superfı́cie cilı́ndrica Gaussiana que abrange a folha, conforme ilustrado na
Figura 24.15.
100 SUMÁRIO
Como a área da superfı́cie da direita e o fluxo de linhas de campo através dessa superfı́cie
não muda conforme mudamos a altura do cilindro, concluı́mos que a densidade de linhas
de campo elétrico não muda com a distância ao plano. Daı́ a magnitude do campo elétrico
devido à folha carregada é a mesma em todos os lugares (veja também o Exemplo 23.6).
- o campo elétrico não é zero dentro do objeto! Suponha agora que adicionamos carga a um
objeto condutor. Faz sentido supor que as partı́culas carregadas irão organizar-se sobre o
objeto de forma a espalhar-se o mais longe possı́vel uma da outro, visto que as partı́culas que
carregam cargas semelhantes se repelem. Podemos usar uma superfı́cie gaussiana para obter
uma melhor compreensão de para onde as partı́culas carregadas irão.
Figura 3.16: Porque o campo elétrico dentro de um objeto condutor é zero quando o objeto
está em equilı́brio eletrostático.
Figura 3.17: Como o campo elétrico dentro de um objeto condutor em equilı́brio eletrostático
é zero, concluı́mos que não pode haver nenhum excedente carga no interior do objeto.
Uma esfera eletricamente neutra e condutora contém uma cavidade esférica. Dentro da
cavidade está uma partı́cula que carrega uma carga q positiva. Qual o sinal e a magnitude
da carga na superfı́cie externa da esfera?
dentro do material condutor, eu sei que uma quantidade igual de carga oposta deve se
acumular em algum lugar a mais na esfera.
2) Elabore um plano: A esfera é condutora, então eu sei que uma vez alcançado o equlı́brio
eletrostático, o campo elétrico dentro do volume da esfera deve ser zero: E � = 0 . Eu posso
usar esta informação para desenhar qualquer superfı́cie gaussiana dentro da esfera e usar
o seguinte raciocı́nio para determinar a carga envolvida por minha superfı́cie Gaussiana:
Como E � = 0 no interior do condutor e como desenho minha superfı́cie gaussiana está dentro
do condutor, E � = 0 em toda parte na superfı́cie gaussiana. Portanto, fluxo de linhas de campo
através da superfı́cie gaussiana é zero, o que significa a carga envolvida por esta superfı́cie
deve ser zero. Como eu posso desenhar minha superfı́cie gaussiana em qualquer lugar den-
tro do condutor, posso usar essas informações para determinar a distribuição de carga na
esfera.
3.6. OBJETOS CONDUTORES CARREGADOS 103
Figura 3.18
104
3.7. FLUXO ELETRICO 105
O fluxo das linhas de campo através da superfı́cie fechada da caixa trapezoidal é zero:
vinte linhas de campo vão para a superfı́cie posterior e 20 saem pela superfı́cie frontal. Outra
maneira de colocar isso é dizer que o fluxo da linha de campo para a superfı́cie posterior é
106 SUMÁRIO
igual em magnitude ao fluxo da linha de campo para fora da superfı́cie frontal. Em vez de
usar linhas de campo, no entanto, cujo número é escolhido arbitrariamente, trabalharemos
com uma quantidade chamada fluxo elétrico, representada pelo sı́mbolo ΦE (Φ é a maiúscula
grega phi). A magnitude do fluxo elétrico através de uma superfı́cie com área A em um
campo elétrico uniforme de magnitude E é definida como
ΦE = EAcosθ (3.1)
O fluxo elétrico, como o definimos na Eq. 3.1, se comporta como o fluxo de linha de
campo. Para tornar a correspondência mais precisa, definimos um vetor de área A � para uma
área de superfı́cie plana como um vetor cuja magnitude é igual à área de superfı́cie A e cuja
direção é normal ao plano da área. Em superficies fechadas elegemos vecA apontanda hacia
afora da superficie (mais tarde lidaremos com superficies abertas). A Figura 3.19 b) mostra
os vetores de área associados às superfı́cies frontal e posterior da caixa trapezoidal (fechada).
Com essa definição, a Eq. 3.1 pode ser escrito como um produto escalar (Eq. 10.33 do livro
de textos):
ΦE = EAcosθ = E �
� ·A (campo uniforme), (3.2)
A definição acima de fluxo elétrico aplica-se apenas a campos elétricos uniformes e su-
perfı́cies planas. Consideremos, portanto, o caso mais geral de um irregular superfı́cie larga
em um campo não uniforme (Figura 1.23). Para calcular o fluxo elétrico através dessa su-
perfı́cie, dividimos toda a superfı́cie em pequenos segmentos de superfı́cie de área δA, com
cada segmento sendo pequeno o suficiente para que possamos considerá-lo plano, e pode-
mos definir um vetor de área δA � i cuja magnitude é igual à área δA da superfı́cie do segmento
e cuja direção é normal ao segmento. Isso nos permite aplicar a Eq. 3.2 para cada segmento
individual. O fluxo elétrico através de um único segmento é então ΦEi = E � i , onde E
�i · δA �i é o
vetor do campo elétrico na localização do segmento. Para calcular o fluxo elétrico em toda a
superfı́cie, devemos somar o fluxo elétrico em todos os segmentos da superfı́cie:
�
ΦE = E �i
�i · δA (3.3)
3.8. DERIVANDO A LEI DE GAUSS 107
Figura 3.20: Para obter o fluxo elétrico através de uma superfı́cie não plana de formato irre-
gular e/ou para um campo elétrico não uniforme, dividimos a superfı́cie em pequenos seg-
mentos. Para segmentos muito pequenos, cada segmento é essencialmente plano e o campo
através de cada segmento é essencialmente uniforme. O fluxo por toda a superfı́cie é então
dado pela soma de todas as contribuições por meio de cada segmento.
onde o cı́rculo através do sinal integral indica que a integração deve ser feita em toda a
� é escolhido para apontar para fora. Como avaliar uma integral de
superfı́cie fechada e d A
superfı́cie é matematicamente mais complicado do que a integração de uma única variável,
é importante explorar qualquer simetria para simplificar o cálculo.
A Equação 3.6 é um caso especial da lei de Gauss, que afirma que o fluxo elétrico através da
superfı́cie fechada de um volume arbitrário é
�
ΦE = E � = qenc
� · dA (3.8)
�0
onde qenc é a carga encerrada-a soma de todas as cargas em um objeto ou parte de um objeto
encerrado pela superfı́cie fechada. A prova formal da lei de Gauss é mostrada na caixa ”Fluxo
elétrico através de uma superfı́cie fechada arbitrária”.
A lei de Gauss é uma consequência direta da lei de Coulomb com sua dependência como
1/r 2 e a superposição de campos elétricos. Nesse aspecto, não contém nada de novo. No
entanto, como mostra a próxima seção, a lei de Gauss simplifica muito o cálculo dos campos
elétricos devido às distribuições de carga que exibem uma das três simetrias mencionadas
com anterioridade.
3.8. DERIVANDO A LEI DE GAUSS 109
3. Se o segmento dA for muito pequeno, então as linhas de campo na cunha são quase
paralelas umas às outras. Portanto, o fluxo elétrico por dA é igual ao fluxo por dA1
(Figura 3.21b). Este fluxo também é igual àquele através do segmento de superfı́cie
dA2 . Na verdade, o fluxo elétrico é o mesmo em qualquer superfı́cie que atravesse a
cunha. Em outras palavras, qualquer superfı́cie que corte a cunha intercepta o mesmo
número de linhas de campo.
4. Podemos repetir este procedimento para cada cunha. Cada vez, vemos que o fluxo
elétrico através de um segmento dA na superfı́cie irregular é igual ao fluxo através
de um segmento correspondente dA2 . À medida que adicionamos as contribuições
de todas as cunhas, concluı́mos que o fluxo elétrico através da superfı́cie irregular
fechada é igual àquele através de uma esfera de raio arbitrário r centrado em q.
Figura 3.22: Aplicação da lei de Gauss para determinar os campos elétricos de distribuições
simétricas de carga.
3.9. APLICANDO A LEI DE GAUSS 111
Como você pode imaginar, essa assim chamada integração direta não é uma questão sim-
ples, embora o resultado, seja surpreendentemente simples. Aproveitando a simetria do
problema, no entanto, podemos usar a lei de Gauss para calcular a resposta em apenas duas
etapas. Começamos desenhando uma superfı́cie gaussiana esférica concêntrica de raio r > 7
em torno da casca (Figura 3.23a). De acordo com a lei de Gauss, o fluxo através da superfı́cie
gaussiana é igual à carga fechada dividida por �0 :
qenc q
ΦE = = . (3.10)
�0 �0
Além disso, sabemos que, devido à simetria esférica, o campo elétrico tem a mesma mag-
nitude E em cada posição na superfı́cie gaussiana e o campo é perpendicular à superfı́cie.
Como o campo elétrico é perpendicular, temos E � = EdA, e como E tem o mesmo valor em
� ·A
112 SUMÁRIO
todos os lugares da superfı́cie gaussiana, podemos extrair o campo elétrico da integral na Eq.
3.5:
� � �
ΦE = E �=
� ·A EdA = E dA = EA, (3.11)
A = 4πr 2 . (3.12)
ΦE = 4πr 2 E. (3.13)
q
4πr 2 E = (3.14)
�0
ou
1 q q
E= 2
= k 2. (3.15)
4πr 0� r
Esta é exatamente a magnitude do campo elétrico devido a uma partı́cula carregando uma
carga que está localizada no centro da casca, como concluı́mos no Exemplo 23.7 para uma
esfera sólida. Também podemos usar a lei de Gauss para determinar o campo elétrico dentro
da casca, desenhando uma superfı́cie esférica gaussiana concêntrica com raio r < R (Figura
3.23b). Para esta superfı́cie, a carga incluı́da é zero, qenc = 0, então o lado direito da Eq.
3.14 torna-se zero. Conseqüentemente, o campo elétrico dentro da camada esférica unifor-
memente carregada deve ser zero. Observe que nosso cálculo não envolveu trabalhar em
nenhuma integral, embora a Eq. 3.5 contém uma integral-a simetria do problema nos per-
mite contornar a integração. A caixa de procedimento na página siguiente mostra como
calcular o campo elétrico usando a lei de Gauss para distribuições de carga que exibem uma
das simetrias listadas na Figura 3.22.
3.9. APLICANDO A LEI DE GAUSS 113
6. Use a lei de Gauss (Eq. 3.8) para relacionar qenc e ΦE e resolver para E.
Você pode usar a mesma abordagem geral para determinar a carga trans-
portada por uma distribuição de carga, dado o campo elétrico de uma
distribuição de carga exibindo uma das três simetrias na Figura 3.22. Siga
o mesmo procedimento, mas nas etapas 4–6, expresse qenc em termos da
carga desconhecida q e resolva para q.
A situação é um pouco diferente para uma placa condutora. Considere, por exemplo,
a placa condutora carregada infinita mostrada na Figura 3.24a. Qualquer carga reside nas
superfı́cies externas do objeto condutor, portanto, temos que considerar a carga em ambas as
superfı́cies. Se a densidade de carga superficial na placa for σ e usarmos a mesma superfı́cie
cilı́ndrica Gaussiana que usamos para a folha não condutora, a carga encerrada não será σA,
mas 2σA (σA para cada uma das duas superfı́cies). Então a lei de Gauss produz
qenc 2σA
ΦE = = . (3.16)
�0 �0
Substituindo a Eq. 3.16 na Eq. 2 do Exercı́cio 24.8 (ver livro de texto) produz
σ
E= (plano infinito condutor) (3.17)
�0
114 SUMÁRIO
Figura 3.24: Aplicando a lei de Gauss a uma placa condutora carregada infinita.
Alternativamente, você pode escolher uma superfı́cie cilı́ndrica gaussiana com uma ex-
tremidade enterrada na placa (Figura ??b). Nesse caso, apenas uma das duas superfı́cies é
encerrada e, portanto, a carga encerrada é σ. No entanto, agora o fluxo elétrico através da
extremidade esquerda é zero porque E = 0 dentro das placas, então o fluxo elétrico através
da superfı́cie gaussiana não é 2EA, mas EA. Substituir esses valores na lei de Gauss produz
novamente a 3.17.
3.10 Problemas
Atividade 3.1 Uma pequena bola carregada está suspensa no centro de um balão
esférico que está aninhado confortavelmente dentro de uma caixa de papelão cúbica.
De um lado, o balão toca a parede da caixa. (a) Neste ponto de contato, é a magni-
tude do campo elétrico no balão superfı́cie igual à magnitude do campo elétrico na
superfı́cie da caixa? Suponha que nenhum dos objetos esteja polarizado. (b) Neste
ponto de contato, o número de linhas de campo por unidade de área de superfı́cie
do balão é igual ao número de linhas de campo por unidade de área de superfı́cie da
caixa?
Atividade 3.2 Imagine um sistema que consiste em apenas um único objeto carregado
positivamente. É possı́vel ter neste sistema uma superfı́cie fechada que tem um fluxo
de linha de campo negativo através dela? (Observação: o objeto carregado não precisa
ficar dentro da superfı́cie.)
Figura 3.25
Exercı́cio 3.2 A magnitude do campo elétrico a uma distância R de uma partı́cula car-
regando carga q é E0 . Agora considere esta mesma quantidade de carga q distribuı́da
uniformemente por todo o volume de uma esfera sólida não condutora de raio R. Qual
é a magnitude do campo elétrico, em termos de E0 , (a) uma distância 2R do centro da
esfera, (b) na superfı́cie da esfera, e (c) uma distância R/4 do centro da esfera?
Exercı́cio 3.3 Duas esferas ocas de metal concêntricas são isoladas uma da outra e dos
arredores. A camada interna carrega uma carga +2q, e a camada externa carrega uma
carga −q. No equilı́brio eletrostático, qual é a carga (a) na superfı́cie externa da casca
interna, (b) na superfı́cie interna da casca externa e (c) na superfı́cie externa da casca
externa? (d) As conchas são então conectadas entre si por um fio de metal. Faça as
partes a - cpara a situação obtida após o equilı́brio eletrostático ser alcançado.
Exercı́cio 3.4 Um cilindro sólido não condutor infinitamente longo de raio R tem uma
distribuição de carga não uniforme, mas de simetria cilı́ndrica. A densidade de carga
volumétrica é dada por ρ(r) = c/r, onde c é uma constante positiva com unidades C/m2
116 SUMÁRIO
e r é a distância radial do longo eixo central do cilindro. (a) Qual é a carga em uma
seção do cilindro de comprimento l? Escreva uma expressão para a magnitude do
campo elétrico para (b) r < R e (c) r > R.
Problema 3.1 Um dipolo que carrega cargas ±q está alinhado ao longo do eixo y
de um sistema de coordenadas retangulares xyz, com o ponto médio do dipolo na
origem. (a) Use a lei de Gauss para calcular o fluxo elétrico através do plano xz, que
divide o dipolo e é perpendicular ao momento de dipolo. (Dica: calcule o fluxo elétrico
para cada carga separadamente e aplique o princı́pio da superposição.) (b) Calcule
o fluxo através do plano xz integrando o campo elétrico na Eq. 23.8 sobre o plano.
(Você precisará generalizar a Eq. 23.8 para qualquer ponto no plano xz fazendo a
substituição x2 −→ r 2 = (x2 + z2 ).) (c) Qual das duas técnicas permite obter o fluxo
através do plano xz mais facilmente?
Problema 3.2 Uma partı́cula que carrega carga +4q está localizada na origem de um
eixo x, e uma esfera sólida não condutora uniformemente carregada de raio R e carre-
gando carga +q está centralizada em x = +6R no eixo x. (a) Em que posições no eixo
x o campo elétrico é zero? (b) Se a esfera não condutora for substituı́da por uma es-
fera condutora do mesmo raio e carregando a mesma carga, as respostas para a parte
mudariam?
Problema 3.3 A densidade de carga volumétrica não uniforme dentro de uma esfera
não condutora sólida carregada positivamente de raio R é ρ(r) = ρ0 r/R, onde r é a
distância radial do centro da esfera. (a) Calcule o campo elétrico em função de r para
r < R e r > R. Repita para as densidades de carga de volume de (b) ρ(r) = ρ0 (1 − 12 R/r) e
ρ(r) = ρ0 (1 − R/r)
Problema 3.4 Uma folha não condutora 1 infinitamente grande carregada positiva-
mente tem densidade de carga superficial uniforme σ = +130, 0 nC/m2 e está loca-
lizado no plano xz no sistema de coordenadas Cartesiano. Uma folha plana infinita-
mente grande carregado positivamente não condutora 2 tem densidade de carga super-
ficial uniforme σ2 = +90, 0 nC/m2 e intercepta o plano xz eixo z, fazendo um ângulo
de 30◦ com a folha 1. (a) Desenhe um diagrama mostrando a vista final das folhas no
plano xy. (b) Determine a expressão para o campo elétrico na região entre as folhas
para os valores positivos de x e y. Calcule o valor do campo elétrico em (3 m, 1 m, 0).