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Como começar a investir?

Você está começando a investir? Então chegou ao lugar certo: o nosso  guia completo
com os primeiros passos para se tornar um investidor.  

Nós sabemos que não é um processo fácil, afinal, existem muitas particularidades e
detalhes no mercado financeiro. Até mesmo alguns termos podem deixar dúvidas no
começo. Mas não se preocupe: é justamente para ajudá-lo que estamos aqui.  

É hora de sair
da poupança?
Você ainda tem o hábito de investir na poupança? Essa é uma herança histórica de um
formato de investimento que sempre foi muito atrativo e rentável no nosso país.

Segundo dados da  pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela ANBIMA em
2021, ainda temos 29% da nossa população que investe na poupança. Pode parecer
pouco, mas o segundo colocado vem com apenas 5% — os fundos de investimentos e os
títulos privados.

O problema é que, um dia a caderneta de poupança já foi um excelente investimento (em


especial considerando as elevadas taxas de juros históricas do Brasil), mas muita coisa
mudou desde 2012, quando a lei de número 12.703 alterou as condições de
remuneração dessa classe de ativos para a seguinte forma de acordo com a Taxa Selic:

Taxa Selic maior


do que 8,5% ao ano:
Rendimento de 0,5% ao mês somado à Taxa Referencial (TR).
Taxa Selic menor ou
igual a 8,5% ao ano:
Rendimento de 70% da Taxa Selic.

Se você converter a taxa mensal de 0,5% ao mês para anual, perceberá que terá uma taxa
de 6,17% ao ano. Ou seja, uma rentabilidade muito inferior a 8,5% — e, quanto maior a
Selic, maior também a sua perda financeira. Da mesma forma, quando a Taxa Selic está
menor que esse patamar, o rendimento é de apenas 70% da nossa taxa básica de juros.

Em outras palavras:  se você investe na caderneta de poupança nos dias atuais, então
está PERDENDO dinheiro. Vale lembrar que existem inúmeros produtos no mercado
financeiro que seguem 100% da Taxa Selic e com risco extremamente baixos, assim como
a poupança.

É verdade também que não há cobrança de Imposto de Renda na poupança atual, mas
esse tributo não é suficiente para compensar a defasagem de rentabilidade. Além disso,
a poupança traz outros problemas como a rentabilidade apenas na data de aniversário,
Por que eu
por exemplo. Enfim, é um péssimo investimento.
devo investir?
Como sempre brincamos por aqui: “amigos não deixam amigos investirem na poupança”. 

É justamente pensando nesse desafio que criamos esse guia básico de investimentos. Ao
final da sua leitura, você poderá entender o caminho para deixar definitivamente a
poupança e montar uma carteira adequada aos seus objetivos financeiros!
No Brasil, infelizmente, não existe uma cultura voltada à educação financeira. Isso faz
com que exista um certo mito de que o mercado financeiro é restrito para  donos de
grandes fortunas. Sim, vários deles acumularam fortunas, e se tornaram ‘ricos’,
investindo (como o lendário Warren Buffett, por exemplo). No entanto, como veremos a
seguir, você não precisa de muito dinheiro para começar.  

E investir não se trata apenas de tentar aumentar o seu patrimônio. Esse é sempre


um objetivo, claro, mas não é a única razão para você começar a investir. Abaixo, listamos
alguns motivos pelos quais vale a pena pensar nessa estratégia para gerenciar o seu
capital:    

Aposentadoria
Ao investir desde cedo, você reduz a dependência do governo para a sua aposentadoria.
Isso porque a construção de um patrimônio é algo que vai facilitar aquele momento em
você optar por parar de trabalhar — e não necessariamente aguardar um determinado
período de tempo.
Renda Passiva
Muitos investimentos permitem que você crie uma renda extra mensal. Ao recebê-la, você
pode incrementar o seu salário com um modelo que chamamos de renda passiva. Isto é, o
seu dinheiro gera novas receitas sem depender da sua ação direta.

Segurança Financeira
Por fim, mas não sem importância, investir ajuda a construir um patrimônio — algo que
gera estabilidade. Quanto mais dinheiro acumulado, afinal, menos dependentes ficamos do
nosso emprego. E isso gera mais tranquilidade para lidar com os desafios da nossa rotina.

Antes de seguirmos, caso tenha gostado da ideia de  gerar uma renda passiva  para
complementar a sua renda, convidamos você a conhecer cinco formas de criar esse tipo
de receita adicional sem depender do seu trabalho.

Eu quero aprender
a investir: por onde
começar?
Agora você já sabe a importância de começar a investir. No entanto, isso não significa
que você deva sair alocando seu dinheiro em qualquer lugar desesperadamente. Os
primeiros passos exigem um pouco de paciência e estudo. É o que vamos abordar neste
tópico.  

Em primeiro lugar, é importante entender que você vai precisar sair da sua  zona de
conforto. Começar a investir representa uma nova atividade para a sua rotina. E nem
sempre é fácil aprender algo novo. No começo, pode parecer muita coisa. Mas não se
preocupe: estamos aqui para ajudá-lo. E, neste guia, muitas perguntas já serão
respondidas. 

Além disso, nós estamos aqui justamente para te ajudar! Caso queira se aprofundar em
algum tema específico, você pode consultar os nossos materiais complementares
como e-books (inclusive gratuitos) ou cursos online.

Os 3 pilares dos investimentos

Na parte do estudo, você vai precisar entender as características de cada produto do


mercado financeiro, assim como as particularidades dos seus objetivos financeiros.
Desde já, é importante compreender que  existem três pilares quando falamos de
investimentos. São eles:   
Risco
É o grau de incerteza de um investimento. Quanto maior o risco, menos previsível será
o resultado. O risco não se resume apenas à chance de "perder dinheiro", mas traz
também um potencial ganho financeiro mais atrativo do que opções mais seguras.

Liquidez
É a facilidade de converter um ativo em dinheiro. Um imóvel não é fácil de vender, o
que significa que ele oferece baixa liquidez. Já a caderneta de poupança permite um
resgate automático e instantâneo do dinheiro — o que representa uma alta liquidez.

Segurança
Por fim, a segurança está no lado oposto do risco. Quanto menos risco o investimento
oferece, mais seguro ele é. Ou seja, a chance de perder dinheiro é reduzida.

Não existe um investimento perfeito no qual você tenha esses três pilares em conjunto.
Já que falamos na poupança, ela oferece segurança e liquidez, mas a rentabilidade deixa
a desejar diante de outros produtos de perfil similar. Já ao investir em ações, você pode
ter uma ótima rentabilidade, mas não terá a garantia de valorização do seu dinheiro.  

Tenha isso em mente, pois adiante vamos apresentar as principais classes de ativos do
mercado financeiro. Elas possuem características distintas e precisamos nos atentar a
cada uma delas quando estamos aprendendo a investir. 

Controle financeiro

Outro ponto muito importante antes de começar a investir é ter um bom controle sobre
as suas finanças pessoais. Essa organização será essencial para garantir um equilíbrio
sobre os seus ganhos e gastos, além de permitir que uma parte do seu salário seja
poupada para investir pensando no futuro.  

Uma recomendação comum é usar a  regra 50-35-15. A sequência numérica representa


os percentuais de destino do seu salário, conforme o racional abaixo:    

Despesas Fixas (50)

são aquelas contas que estão comprometidas todos os meses como pagamento
de aluguel, alimentação, entre outras. O ideal é que, em conjunto, elas
representam no máximo 50% da sua receita mensal.

Despesas Variáveis (35)

aqui são agrupadas as despesas pessoais durante o mês. É o caso de


restaurantes, ir ao cinema, roupas novas ou presentes, por exemplo. É
importante também usufruir do seu trabalho, mas não deixe que esses gastos
consumam mais do que 35% do seu salário.

Reserva financeira (15)

o restante do valor, que deve ser de ao menos 15%, é destinado para uma
reserva financeira. E nós podemos investir esse valor pensando no futuro.
Além de tentar respeitar esses limites para fazer uma gestão saudável do seu dinheiro, é
extremamente importante estar com as contas em dia para investir. Caso possua algum
tipo de dívida, resolva a pendência financeira antes de realizar qualquer tipo de
investimento. O endividamento pode destruir qualquer patrimônio em função dos juros
cobrados pelo atraso.  

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Quanto eu preciso para começar a investir?

Ao contrário do que muitos brasileiros imaginam, não é preciso juntar uma grande
quantia para começar os seus investimentos. Existem diversos produtos cujo
investimento mínimo é igual ou inferior a R$100. 

Na prática, quanto antes você começar, melhor! Isso porque  o grande segredo do
crescimento patrimonial está nos juros compostos  — os mesmos juros que
enriquecem os bancos, mas que desta vez estarão a seu favor. É o efeito do “juros sobre
juros”: quanto mais você acumula, mais você ganha.  

Para que seja possível entender o efeito dos juros compostos, considere a seguinte
premissa:   

Investimento inicial de R$10.000,00


Aportes mensais de R$200,00

Taxa de rentabilidade de 8,5% ao ano

Observe que não são valores assustadores, tampouco uma rentabilidade muito agressiva
(no Brasil, é bem comum alcançá-la sem correr riscos em função das nossas taxas de
juros). A simples consistência de manter pequenos aportes mensais já seria suficiente
para que você atingisse um patrimônio superior a um milhão de reais em 40 anos.  

Esse efeito da multiplicação de capital é possível graças aos juros compostos e permite a
criação de um patrimônio capaz de gerar segurança e estabilidade para o seu futuro.

Por fim, antes de falarmos sobre as classes de investimentos no Brasil, é importante que
O seu primeiro
você monte uma  reserva de emergência. Esse é o nome dado para uma  reserva
passo no mundo
financeira destinada a gastos não previstos. É o caso de uma despesa médica ou até
dos investimentos
mesmo de uma proteção para a perda do emprego, por exemplo.

O ideal é que ela seja suficiente para cobrir alguns meses do seu custo de vida médio
mensal. Recomendamos entre seis e doze meses, mas é uma decisão bem particular.
Caso ainda não tenha essa proteção, use a sobra financeira do mês (aqueles 15% que
comentamos anteriormente) para a sua construção.

Além disso, enquanto o dinheiro não é necessário,  você pode deixá-lo investido em
ativos seguros e com liquidez. Assim, ele pode ir rendendo, mas sem oferecer riscos
quando for necessário — e não atrapalha sua estratégia de investimentos em outros
produtos.

Reserva de emergência: uma proteção financeira

Antes mesmo de falarmos sobre as classes de investimentos no Brasil, é importante que


você monte uma  reserva de emergência. Esse é o nome dado para uma  reserva
financeira destinada a gastos não previstos. É o caso de uma despesa médica ou até
mesmo de uma proteção para a perda do emprego, por exemplo.  
O ideal é que ela seja suficiente para cobrir alguns meses do seu custo de vida médio
mensal. Recomendamos entre seis e doze meses, mas é uma decisão bem particular.
Caso ainda não tenha essa proteção, use a sobra financeira do mês (aqueles 15% que
comentamos anteriormente) para a sua construção. 

Vamos pensar em um exemplo prático para deixar tudo isso mais claro. Imagine que o
Márcio, um personagem fictício, tenha um custo médio de vida de R$4.000 por mês. Ele
trabalha com carteira assinada (CLT) e está na empresa há 10 anos, o que gera uma
proteção em caso de demissão em função da rescisão.

Portanto, o Márcio pode definir que seis meses de reserva de emergência já oferece uma
boa segurança. Neste caso, o valor total que ele precisa guardar é de R$24.000 (6 x
R$4.000). Ao fazer isso, em caso de emergência, o Márcio estará seguro e protegido
diante dessas incertezas, sem precisar se endividar.

Além disso, enquanto o dinheiro não é necessário,  você pode deixá-lo investido em
ativos seguros e com liquidez. Assim, ele pode ir rendendo, mas sem oferecer riscos
quando for necessário — e não atrapalha sua estratégia de investimentos em outros
produtos.  

Importante
A sua reserva de emergência deve priorizar liquidez (a facilidade que seu dinheiro
tem de se tornar caixa) e não rentabilidade (valor agregado de acordo com o
período e/ou tipo de investimento). Em alguns momentos você pode até pensar
na possibilidade de alocar parte da sua reserva de emergência em investimentos
que se mostram mais promissores ou que apresentam uma rentabilidade maior
que a da sua reserva atual.

Mas entenda que o papel da sua reserva é acima de tudo: ser segura e de fácil
resgate.

Imagine que você colocou a sua reserva em ações e surge a necessidade de


resgatar esse valor em um momento onde as ações se encontram em baixa.
Provavelmente você vai perder uma parte considerável desse dinheiro resgatando
em um momento não oportuno.

Onde eu posso investir a minha reserva de emergência?

Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um dos investimentos de renda fixa mais conhecidos para construir a
reserva de emergência. Como o próprio diz, essa aplicação está atrelada à taxa básica de
juros da economia. Dessa forma, esse investimento não sofre grandes oscilações.

Fique tranquilo, pois o Tesouro Selic é considerado um dos investimentos mais seguros
do país, pois eles são títulos do Tesouro Nacional, sendo que o emissor é o próprio
Governo Federal e conta com essa garantia. Como os recursos são destinados para
financiar atividades do Governo, o Tesouro não tem proteção do FGC – Fundo Garantidor
de Crédito.

Esse título pós-fixado é tão seguro quanto a poupança e rende um pouco mais. No
entanto, os rendimentos do Tesouro Selic têm cobrança de Imposto de Renda, utilizando
a tabela regressiva.

Para aplicar no Tesouro Direto, basta abrir uma conta em alguma instituição financeira
vinculada ao Banco Central e a CVM. 

Após a abertura, é possível investir no site da sua instituição ou diretamente no aplicativo


oficial do Tesouro Direto.

Outros investimentos para a reserva de emergência

Além do Tesouro Selic, existem outros investimentos de renda fixa destinados para a
reserva de emergência. Confira os principais:

CDB com liquidez diária

O CDB – Certificado de Depósitos Bancários é um investimento de renda fixa emitido por


bancos e garantidos pela cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Créditos. Em caso de
falência do emissor, o FGC remunera o investidor em até 250 mil reais por CPF e por
instituição.

Em geral, os CDBs com liquidez diária são pós-fixados e têm como indicador o CDI, taxa
que acompanha a Selic, sendo o principal benchmark dos investimentos de renda fixa.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento que possuem liquidez D+0 são opções válidas para montar
uma reserva de emergência. Isso é, são fundos que possuem um resgate no mesmo dia
e/ou no dia seguinte dependendo do horário da solicitação. Ou seja, você terá o dinheiro
que aplicou no investimento no momento que precisar. 

Esta categoria de ativos é muito conhecida no mercado financeiro por abranger diversos
públicos, afinal dentro dos fundos de investimentos é possível encontrar classes como:
fundos de ações, fundos multimercado, fundos de previdência, fundos de renda fixa,
entre outros. 

Mas para a reserva é importante sempre se atentar ao principal pilar: a liquidez do ativo.
Não é necessário neste momento se prender a rentabilidade que aquele ativo trará para
você, essa será só uma boa consequência por manter o seu valor aplicado por lá. 

Busque dentro desta categoria opções que garantam as características mais importantes,
seguindo a linha do que já comentamos, os fundos de renda fixa com liquidez diária,
estão na lista de boas opções para uma reserva. 

Fundos DI 

Fundo DI, cujo nome completo é Fundo de Renda Fixa Referenciado a Depósito
Interbancário (DI), é um tipo de investimento em que pelo menos 95% dos seus recursos
se destinam aos títulos públicos vinculados à Selic.

Geralmente, esse fundo tem tanto a liquidez quanto a rentabilidade diária, com baixo
risco. Por isso, é um excelente substituto a poupança e é até mesmo um investimento
apropriado para a Reserva de Emergência.
Começando a investir em Ações, Fundos
Imobiliários e ETFs

Descobrindo o seu Perfil de investidor

Agora que você já possui uma reserva de emergência estruturada, você está pronto para
dar os seus próximos passos no mundo dos investimentos.

Antes de abordarmos as principais oportunidades do mercado financeiro, você precisa


primeiramente entender qual é o seu perfil de investidor.

Esse é o nome dado para a classificação do seu nível de aceitação ao risco. O perfil de
um investidor é fundamental para nortear não apenas os investimentos adequados,
como também associá-los aos seus objetivos financeiros.

Geralmente, utilizamos três classificações para o perfil de investidor. São elas:


Perfil conservador:  representa aquele investidor que tem pavor de pensar em
perder dinheiro. Deve focar em ativos mais conservadores e com menor risco. 

Perfil moderado:  representa um meio termo entre o investidor conservador e o


perfil agressivo. Isto é, há maior tolerância ao risco, mas mantendo a maior parte do
patrimônio protegido. 

Perfil agressivo:  por fim, o investidor agressivo está disposto a lidar com uma
oscilação dos seus investimentos (inclusive vendo os valores no prejuízo) em troca
de uma maior rentabilidade no longo prazo. É aderente aos ativos da renda
variável. 

De acordo com o seu perfil de investidor, portanto, você pode ter uma maior ou uma
menor exposição de renda fixa ou de renda variável. E essa definição é extremamente
pessoal.

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Ainda não sabe o seu perfil de investidor?

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Importante mencionar que o perfil de um investidor não é imutável. Ao longo do tempo,


de acordo com a sua estrutura de vida ou mesmo o conhecimento de mercado
financeiro, ele pode ser alterado. Por exemplo, é comum ser mais conservador quando
somos mais velhos ou possuímos um patrimônio elevado. Portanto, é recomendado
refazer o teste periodicamente.

Renda fixa vs. renda variável: qual é a diferença?


Agora que você já tem toda a base teórica para se preparar para investir, quais são as
oportunidades dentro do mercado financeiro? Em resumo, os ativos podem ser divididos
em dois grandes grupos:  

Renda Fixa
São os investimentos em que há previsibilidade dos ganhos. Você terá
sempre uma data de vencimento e o formato de rentabilidade definidos
no ato do aporte.

Renda Variável
São os investimentos nos quais os seus ganhos dependem dos resultados.
É o caso das ações, em que o resultado financeiro está exposto ao
desempenho das empresas escolhidas.

Veja, portanto, que a diferença entre os dois grupos é a previsibilidade dos ganhos no ato
do seu investimento — e não apenas a segurança, como algumas pessoas imaginam.
Existem títulos de renda fixa, inclusive, que oferecem alto risco.  

Títulos de renda fixa

Normalmente, os brasileiros deixam seu dinheiro na caderneta de poupança — algo que


não faz sentido há algum tempo, visto que temos melhores oportunidades de
investimento de baixo risco na renda fixa. Você pode ver quais são elas neste artigo. 

Quando falamos de renda fixa, é normal que os brasileiros associam imediatamente à


famosa caderneta de poupança. Entretanto, existem três tipos de títulos nessa categoria.
São eles:   

Títulos públicos:  são títulos de renda fixa emitidos pelo nosso governo. Em tese,
são considerados mais seguros. Eles são negociados em uma plataforma chamada
de Tesouro Direto e são acessíveis para qualquer investidor.  
Títulos bancários:  são títulos emitidos pelas instituições financeiras e possuem
proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) — uma instituição privada mantida
pelos bancos. Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário
(LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são exemplos de títulos bancários. 

Títulos privados:  por fim, temos ainda os títulos emitidos por empresas “não
financeiras”. Eles geralmente são agrupados em Debêntures, Certificado de
Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). 

Além disso, a rentabilidade da renda fixa pode ser definida como prefixada (uma taxa fixa
definida previamente, no ato do investimento) ou pós-fixada (atrelada ao desempenho
de algum indicador — como CDI, IPCA, entre outros).  

Caso queira aprender mais sobre a renda fixa, conheça o nosso livro  A Renda Fixa Não
Morreu.  

Renda Variável: o que é e como funciona?

Em grande parte, os ativos considerados de Renda Variável são negociados em bolsa de


valores. Para melhorar um pouco mais a explicação, segue a lista de alguns ativos
considerados de Renda Variável:

Ações

Fundos Imobiliários

ETF

Opções

Commodities

Moedas (dólar, euro, libras)

Metais preciosos (Ouro, prata)


Ainda existem vários outros tipos de ativos, mas esses aqui citados estão entre os mais
conhecidos e negociados do mercado financeiro.

Mesmo sendo ativos bem diferentes, todos possuem algo em comum (além de serem de
renda variável), todos são negociados na bolsa de valores.

Fundos de investimentos

Os fundos de investimentos não são um ativo em si, mas sim um meio de investir. Eles
funcionam como uma espécie de  “condomínio de investidores”, que se reúnem para
acumular um capital e terceirizar a tomada de decisão para um gestor especializado.  

Desta forma, você conta com um especialista no mercado financeiro investindo o seu
dinheiro e não precisa se preocupar em acompanhar tudo que acontece em termos de
notícias. Por outro lado, não participamos da escolha dos ativos e há um custo adicional
(chamado de taxa de administração).  

Por outro lado, não pense que os fundos de investimentos são uma bagunça completa.
Muito pelo contrário:  existem regras muito bem definidas sobre onde os gestores
podem ou não alocar o capital dos seus cotistas.  

Por esse motivo, antes de escolher um fundo de investimentos, você deve compreender
qual é a sua classificação. Existem produtos de renda fixa, de ações, multimercados (que
podem atuar em diversas classes de ativos ao mesmo tempo), juros, entre outros. E essa
diferenciação se reflete no comportamento do seu patrimônio.

No gráfico abaixo, por exemplo, destacamos três tipos de fundos de investimentos de


diferentes categorias: renda fixa (ARX Denali FIC FIRF CP), multimercado (Absolute Vertex
Advisory FIC FIM) e ações (Alaska Institucional FIA).
Note como o comportamento das linhas é bem diferente conforme a classe dos ativos de
cada fundo. Um fundo de ações, por exemplo, pode entregar uma performance muito
acima da média (observe o desempenho do fundo da Alaska em janeiro de 2020 ou julho
de 2021, por exemplo), mas também traz um risco bem elevado, inclusive de perdas.

Já um fundo mais seguro, como é o caso do ARX Denali, é mais tranquilo para o seu
cotista. A linha raramente oscila para baixo, mas acaba com uma rentabilidade menor do
que os ativos de maior risco.

Por fim, um fundo multimercado cumpre o seu papel de risco intermediário. Isto é, ele
consegue entregar uma performance acima dos fundos mais conservadores, mas tem
um risco controlado. No longo prazo, ele tende a performar pior do que um fundo de
ações, por exemplo, mas sem tanta oscilação do seu capital.

Gostou desse formato para investir o seu dinheiro?

Então aprenda conosco quais são as  principais estratégias dos fundos de
investimentos. Ou aproveite para baixar gratuitamente o nosso Guia Básico de Fundos de
Investimentos.

Fundos imobiliários

Outra classe de ativos que você precisa conhecer são os fundos imobiliários (FIIs). Eles
possuem o mesmo formato dos fundos de investimentos que acabamos de apresentar,
mas trabalham apenas com ativos atrelados ao mercado imobiliário. Desta forma,
podemos dividir em dois tipos de estratégias:    

Fundos de Tijolos
São fundos que possuem imóveis em seu portfólio, gerando receitas aos
cotistas majoritariamente pela cobrança de aluguel dos espaços. Os
imóveis podem ser shoppings, escritórios, galpões logísticos, agências
bancárias, entre outros.
Fundos de Papel
Ao contrário do primeiro grupo, não possuem imóveis físicos, mas sim
papéis imobiliários — como LCI e CRI, que vimos no tópico de renda fixa.

Além disso, também diferentemente dos fundos tradicionais,  os FIIs possuem suas
cotas negociadas na bolsa de valores. Por outro lado, distribuem mensalmente 95% do
lucro aos seus investidores. Ou seja, temos uma característica mista entre a renda fixa
(com rendimentos mensais) e a renda variável (com a oscilação do preço das cotas).

Essa percepção fica mais clara no gráfico abaixo, onde temos o desempenho das cotas de
dois fundos imobiliários — o HSML11 (shopping center) e o HGRU11 (varejo). Note como
os ativos possuem um comportamento de renda variável, inclusive com a possibilidade
de retorno negativo.
Quer saber mais sobre os fundos imobiliários? Então baixe agora o nosso Guia Básico de
FIIs. Aproveite: é gratuito!  

Mercado de ações

Por fim, ainda temos que falar sobre o mercado de ações. Aqui, nós temos a renda
variável tradicional. É o ambiente no qual as empresas abrem seu capital para os
investidores, permitindo que sejamos pequenos sócios dos maiores negócios do Brasil.  
Principais indicadores para escolher a melhor
Após abrir seu capital em um processoação
conhecido como  IPO (Oferta Pública Inicial), a
companhia terá suas ações negociadas livremente pelos investidores — os quais, por sua
vez, podem comprar e vender os papéis na bolsa, que é chamada tecnicamente de
“mercado secundário”.  

O desempenho das ações, entretanto, depende dos resultados da própria empresa.


Quanto melhores os seus números, afinal, mais ela deve valer. Consequentemente, vai
gerar uma valorização dos papéis. E vice-versa. Esse é justamente o conceito da renda
variável: os preços vão refletir os resultados das companhias. 

No gráfico abaixo, retirado da nossa ferramenta de comparação de ativos, você pode


conferir o desempenho histórico de três ações: Itaú Unibanco (ITUB3), Energias do Brasil
(ENBR3) e Vale (VALE3). Para efeitos de entendimento da renda variável, deixamos
também o CDI, que é um indexador de renda fixa.
Não é incomum ver um analista criticando outra forma de análise: “A análise grafista não
tem nenhum sentido racional”. Ou “análise fundamentalista não funciona para ganhar
dinheiro”.
Essas são as duas mais famosas abordagens para verificar se uma ação tem potencial de
ganho ou não. É fato que existe um certo embate entre os defensores de um ou de outro.

Nós, da Mais Retorno,  deixamos claro: as duas têm o seu valor e podem ser utilizadas
em conjunto. Conhecer o funcionamento e restrições é, portanto, fundamental (perdoe o
trocadilho).

O que é análise fundamentalista

No mercado de ações, a análise fundamentalista busca se apoiar mais nos aspectos


financeiros
Observe comoque aasempresa apresenta.
ações sobem Em contraposição,
e descem de preço a a análise técnica (ou
todo instante. grafista),
Isso é o que de
modo geral, de
chamamos busca indicar tendências
volatilidade da rendadevariável.
preços pelos
Para “desenhos” dos gráficos
investir nessa classe de de ativos,
preço. é

essencial lidar com a oscilação patrimonial. Por outro lado, o retorno financeiro desses
Desta forma, a análise fundamentalista olha a situação econômico-financeira da empresa
ativos, no longo prazo, tende a ser bem maior do que títulos conservadores de renda fixa
no presente e verifica qual trajetória mais provável. Depois, olha o preço da ação e
(aqui representados pelo CDI).
verifica a perspectiva futura da empresa e se o preço está acima ou abaixo dessa
perspectiva.
Investir na bolsa de valores não precisa ser um desafio. Aprenda tudo que você precisa
saber para escolher boas empresas no nosso curso Descomplicando a Bolsa de Valores.
Basicamente, procura-se responder à pergunta básica sobre o objetivo de toda e
qualquer empresa. Essa empresa vai dar lucro? (e isso é muito importante para você
também, afinal, lembre-se que você é sócio da empresa que investe).

Em especial, para responder essa importantíssima pergunta, a análise fundamentalista


irá se desdobrar sobre: (i) vendas e despesas da empresa; (ii) mercado que a empresa
está inserida; (iii) Investimentos que estão sendo realizados; (iv) geração de caixa, enfim,
tudo que irá afetar o negócio como um todo.

Além disso, é preciso comparar a empresa com seus concorrentes. De nada adianta ter
uma margem de lucro de 100% se seu concorrente tem margem de 200% operando com
o mesmo tipo de produto.

Mas enfim, qual melhor forma para se olhar tudo isso?

Aproveitando temos um vídeo exclusivo sobre este tema no nosso canal, clique no link da
Bio:
Conceitos básicos de contabilidade financeira

A teoria econômica/financeira cria várias formas de se fazer a análise que descrevi no


tópico anterior.

Mas antes de tudo vou introduzir alguns conceitos contábeis que os indicadores
fundamentalistas se baseiam. Infelizmente não dá para falar em Análise Fundamentalista
sem ter um conhecimento básico de contabilidade, por isso preste bastante atenção em
alguns deles que separei a seguir:

O conceito de lucro já é conhecido, agora lucro operacional significa simplesmente as


receitas e despesas para produzir e vender o produto e/ou serviço de uma determinada
empresa, ou seja, desconsidera juros e impostos.

O  EBITDA  (Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) ou


simplesmente LA JIDA (Lucros antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) em
português, são uma medida muito próxima do lucro operacional e você vai ouvir com
bastante frequência quando estiver no mundo da Análise Fundamentalista.

A partir dos lucros temos os dividendos que são os pagamentos feitos aos acionistas com
base no lucro que a empresa deu. Não necessariamente 100% do lucro é distribuído,
afinal a empresa pode manter parte do lucro para aumentar seu caixa ou até mesmo
reinvestir para ampliar os negócios.

Os  juros sobre o capital próprio  são uma espécie de dividendos. A diferença é que
quando a empresa distribui o lucro como juros sobre o capital próprio, ela não precisa
pagar o IR sobre a distribuição. Nesse caso, quem paga o imposto é o investidor.

Ativos  são os direitos que a empresa possui, como dinheiro em caixa, imóveis,
automóveis e assim por diante. Os ativos são todas as disponibilidades que a empresa
tem para transformar em dinheiro de fato.

Passivos são as obrigações que a empresa tem com fornecedores, credores e até mesmo
impostos a pagar.

O  Patrimônio Líquido  é a soma do que a empresa tem como capital próprio. São as
fábricas, terrenos imobiliários, reservas de lucros, ações que a própria empresa tem,
descontados dos prejuízos acumulados, dívidas e demais obrigações. Ou seja, é o
resultado dos Ativos subtraídos dos Passivos.

Receita líquida  é a receita obtida com a venda de produtos menos os custos para essa
venda.

Principais Indicadores da Análise Fundamentalista

Todos esses conceitos individualmente não ajudam muito na hora de avaliar uma
empresa. É a análise deles em conjunto e em comparação com outras empresas que vai
te dar uma ideia melhor sobre uma empresa ser boa ou não para investir o seu dinheiro.

Mas para além desses conceitos contábeis, existem alguns indicadores derivados deles
que te dão uma ótima pista sobre a qualidade das empresas que você pretende investir.

Veja agora os indicadores mais importantes e conhecidos da Análise Fundamentalista:

Preço/Lucro (P/L)
Um dos indicadores mais utilizados para  análise fundamentalista  é calculado como o
próprio nome diz: o preço da ação dividido pelo lucro da empresa nos últimos 12 meses.
Intuitivamente, o indicador nos dá uma noção se a ação está cara ou barata. Quanto
menor, melhor está o indicador.

O número em si basicamente diz em quantos anos você teria o mesmo lucro do


investimento que realizou (lucro aqui se entende apenas o que a empresa paga de
proventos sobre cada ação).

Ideal ainda é comparar o indicador com o mesmo de outras empresas que operam no
mesmo mercado. Por exemplo, hoje o P/L do banco Bradesco está em 14,6. Isso não quer
dizer muita coisa certo?

Por outro lado, se eu te falar que o mesmo indicador do Itaú está em 11,5, é possível
inferir melhor o resultado, já que ambas empresas estão no mesmo setor.

Dividend Yield (DY)


Já falamos que você é um dos sócios da empresa ao adquirir ações dela, certo? Sendo
sócio, você tem direito a rendimentos que a empresa gera, seja dividendos ou juros sobre
capital próprio.

Bom, esse indicador Dividend Yield indica a relação entre os proventos a serem pagos e o


preço da ação. É calculado simplesmente pela razão entre o valor do montante que será
pago por ação e o preço da ação. Segue o mesmo racional do P/L de que, quanto maior,
melhor está o indicador.

De maneira simplificada, pode-se dizer que este indicador irá expressar qual foi o retorno
relativo, ou seja, percentual, em dinheiro que o investidor obteve a partir do pagamento
dos proventos.

Preço por valor patrimonial (P/VPA)


O P/VPA mostra o quanto os acionistas estão dispostos a pagar pelo patrimônio líquido
da empresa. Ou seja, o preço da ação como reflexo da situação patrimonial da empresa.

 
O cálculo também é simples: o preço da ação é dividido pelo valor patrimonial da
empresa.

Um P/VPA alto indica que as ações estão sendo negociadas por um preço maior do que
seu patrimônio líquido (PL) indica. Já um P/VPA baixo indica que o preço da ação está
abaixo do correspondente valor patrimonial.

Este indicador é peculiar pois não conseguimos determinar com certeza se um P/VPA  é
melhor quando ele é mais alto ou mais baixo.

Por exemplo, um P/VPA baixo poderia indicar que a ação está “barata” pois tem que ser
negociada no correspondente de seu PL e, portanto, tem potencial de alta. Porém,
também pode significar que estão ocorrendo problemas com a empresa e por isso ela
está sendo negociada por valores mais baixos do que outras do mesmo setor.

EV/EBITDA
O nome é derivado de siglas em inglês. O EV quer dizer enterprise value, e significa o
valor de mercado da empresa (o valor da ação multiplicado pelo número de ações).
O Ebitda já foi devidamente apresentado no tópico anterior.

Portanto, o indicador é a relação entre o valor de mercado da empresa e o seu lucro


operacional.

Dessa forma, quanto menor estiver o indicador, melhor está a situação da empresa no
que diz respeito a geração de lucro.

Novamente, devido às diferentes lucratividades de cada setor, a comparação do


EV/Ebitda entre empresas do mesmo ramo é sempre recomendada.

P/Ativo
Preço da ação da empresa dividido pelos ativos totais da empresa.  Ou seja, quanto o
preço representa dos ativos. Quanto menor, melhor para empresa, pois indica que o
preço reflete um valor menor do que as disponibilidades da empresa e, portanto, a ação
tem potencial para se valorizar.

Esses são indicadores que chamamos de múltiplos, pois têm de alguma forma o preço de
mercado na sua metodologia. Dessa forma, é o jeito mais fácil de verificar como ganhar
dinheiro no mercado (estamos interessado em, ao comprar uma ação, ter valorização da
mesma).

Destaco que fiz uma análise geral dos indicadores.


Quando falamos em múltiplos, não podemos exagerar. A análise “quanto mais alto,
melhor ou vice-versa” é válida, porém precisa ser lida com cuidado pois exageros podem
mostrar que a ação está cara demais na verdade e não que tem desempenho sólido.

Outros indicadores mais financeiros também são importantes, como:

(i) ROE a sigla em inglês para retorno sobre o patrimônio líquido. É calculado dividindo o
lucro líquido pelo patrimônio líquido. O ROE indica a rentabilidade que aquele Patrimônio
Líquido da empresa está gerando;

(ii) Dívida líquida sobre Patrimônio Líquido (DL/PL), mede patrimônio líquido da empresa
equivalente a sua dívida líquida;

(iii) Margem Bruta percentual que tem-se de retorno sobre o que foi investido (sem
contar salários, impostos, juros); e

(iii) Margem Líquida o mesmo do anterior, considerando salários, juros, impostos.

De forma geral, o importante é não analisar um indicador de forma isolada mas sim em
conjunto com os outros. Os múltiplos dão forte indicação do preço da ação e os
indicadores financeiros dizem como está a saúde da empresa.

Como utilizar a Análise Fundamentalista na escolha de uma


ação

Como disse a simples análise dos números, muitas vezes não quer dizer muita coisa, o
ideal é fazer comparações. Vamos a um exemplo prático.

Peguei a indústria de varejo de moda para olharmos, coloco aqui os indicadores de 2017:
Aqui podemos observar como os exageros devem ser evitados.Vamos fazer uma análise
mais profunda sobre o setor. Destaco aqui a Hering que apresenta os três indicadores
sólidos e sem exageros. Tem o terceiro P/L do mercado e EV/Ebitda compatíveis com os
outros players.

Repare que Lojas Renner têm o maior P/L, porém é de longe incompatível com os seus
pares e então tem de ser lido com cuidado pois pode representar que na verdade a ação
está cara demais.

IMPORTANTE:  Este é apenas um exemplo com propósito educacional e não se


trata de nenhuma recomendação de compra de ações.

A análise fundamentalista é muito utilizada e está apoiada em fatores mais sólidos, como
a empresa se comporta financeiramente e por isso é utilizada em grande parte no
mercado financeiro.No longo prazo, ela tende a se sobressair de fato, afinal nenhuma
empresa sobrevive tendo indicadores ruins, da mesma, empresas boas financeiramente
tendem a crescer mais.O importante é sempre combinar os diversos indicadores
financeiros e não utilizá-los de forma isolada. Assim como, compará-los entre as
empresas do mesmo setor.

Como escolher os melhores Fundos Imobiliários em 9


simples indicadores
Nós do Mais Retorno sempre destacamos a importância de se investir racionalmente e
sempre comparar fundos de investimento.

No mercado de Fundos Imobiliários isso não é diferente.

Investir em FII pode ser uma excelente opção e existem diversos tipos de fundos
imobiliários que podem fazer sentido para sua carteira de investimentos. Mas esses tipos
de fundos têm peculiaridades que precisam ser consideradas antes de investir.

Indicadores para escolher bons Fundos Imobiliários

Assim como alguns indicadores são utilizados na análise fundamentalista de empresas,


existem também algumas informações próprias do mercado imobiliário que te ajudam
na tomada de decisões sobre qual fundo escolher.

A importância de se comparar alternativas desse mercado é tão grande quanto em


outros fundos tradicionais e por isso hoje vamos ver como fazer isso para escolher os
melhores fundos imobiliários.

Antes de tudo, coloco aqui o site da BMF&Bovespa com os fundos imobiliários listados
em bolsa. Lá você acessa cada fundo e o relatório mensal dele, onde encontrará as
informações que vamos discutir ao longo do texto.

Vacância
Como o rendimento de um imóvel está completamente atrelado ao seu uso, a vacância,
ou seja, quão vago o imóvel está, é um indicador muito importante para fundos
imobiliários.

Claramente, quanto menor esse indicador estiver, melhor será para o fundo.

Os fundos imobiliários disponibilizam mensalmente, em geral, o dado atual, bem como a


evolução desse indicador.

Observar não só o dado atual, mas como se comportou historicamente é fundamental.

Como tudo em finanças, quanto menos oscilar, melhor. Apresentar uma vacância baixa
atualmente mas com um histórico alto causa desconfiança.

Mas claro, um fundo que tenha vacância zero e um único locatário pode também não ser
uma alternativa muito segura. Nesse caso talvez fosse mais interessante um fundo com
uma pequena vacância e diversificação e vários locatários diferentes.

Resumo da ópera:  ter o seu território completamente alugado é importante para se


aproveitar ao máximo um investimento físico como um imóvel.

Dividend Yield
Esse indicador também está presente na análise fundamentalista de empresas. E ele diz
respeito ao objetivo final de um negócio: lucro!

Como fundos imobiliários costumam ter pagamentos mensais aos cotistas, nada melhor
do que saber como esses pagamentos estão evoluindo. Dessa forma, esse indicador
mostra a relação entre os proventos a serem pagos e o preço da cota.

Aqui, quanto maior o dividend yield, maior está sendo o fluxo de renda e, portanto,
melhor.

É calculado simplesmente pela razão entre o valor do montante de rendimentos que foi
pago nos últimos doze meses, dividido pelo valor do fundo, ou seja, o preço de sua cota.

O dividend yield irá dizer qual a porcentagem de retorno que o investidor deverá obter
nos próximos 12 meses ao comprar a cota no valor que ela está hoje. Em outras palavras,
é a taxa que mede o retorno (em termos dos rendimentos) do fundo.
Ela pode ser inclusive comparada com outros investimentos, como a Selic, o CDI e assim
por diante.

Apenas um cuidado: podem haver mudanças bruscas em relação ao dividend yield caso
um grande locatário abandone o fundo. Por isso fique sempre atento a essas questões
para os fundos imobiliários que tiver em sua carteira.

Resumo da ópera:  os melhores fundos imobiliários para investir serão os que


apresentarem valores mais altos para o dividend yield.

Cap Rate
O Cap Rate diz quanto um imóvel gera de renda dado o seu valor. É preciso, portanto,
observar não só apenas quando se avalia fundos imobiliários, mas qualquer imóvel
usado para investimentos.

Por exemplo, imagine um imóvel no valor de R$ 100 milhões e que gere por mês R$ 600
mil, ou seja, R$ 7,2 milhões por ano. O Cap Rate é calculado dividindo o fluxo de renda
anual pelo valor do imóvel. No nosso exemplo, R$ 7,2 dividido por 100 milhões, ou seja,
um cap rate de 7,2%.

O Cap Rate é próximo do Dividend Yield, porém, o primeiro diz quanto cada imóvel
proporciona de renda, diferente do Dividend Yield que mede o agregado e considera as
despesas do fundo.

Assim, o Cap Rate tende a ser levemente maior do que o Dividend Yield.

Resumo da ópera:  O Cap rate observa no micro quanto cada imóvel está rendendo
levando em conta o investimento feito nele. É próximo ao dividend yield, porém o cap
rate leva em conta apenas a estrutura da operação (e não despesas diversas que um
fundo possui). Os melhores fundos imobiliários investem em imóveis com cap rate
elevado.

Preço/Valor Patrimonial da cota


Esse é outro indicador utilizado pela análise fundamentalista. Ele representa o quão mais
barato ou mais caro a cota está sendo negociada em relação ao seu patrimônio.
Para calcular esse indicador, divide-se o valor que a cota está sendo negociada pelo valor
patrimonial correspondente de uma cota. Por exemplo, imagine que a cota esteja sendo
negociada por R$ 170,00 e o valor patrimonial por cota seja de R$ 155,00. Assim, a
relação será de 1,097. Ou seja, a cota está sendo negociada 1,097 vezes acima de seu
patrimônio.

O natural é pensar que quanto menor essa relação, mais barata a cota está sendo
negociada e, portanto, pode representar uma oportunidade. Isso é verdade e uma
análise assim pode ser feita.

No entanto, isso pode também representar algum problema estrutural no fundo e por
isso ele estaria desvalorizado.

Resumo da ópera: Fundos que possuem valor da cota muito abaixo do valor patrimonial
podem ser uma opção mais arrojada na medida em que tendem a se valorizar e atingir
valores próximos a ele, embora tenham mais riscos. 

Valor por m² do aluguel


Olhar como está o preço do aluguel é importante para verificar se o fundo está
praticando valores próximos do mercado (lembre-se que os valores mudam de região
para região, a comparação deve levar sempre isso em conta).

Imóveis bem localizados e com pequenas vacâncias têm valor do m² elevado em


comparação com regiões não tão bem localizadas e com elevada vacância. Lei a oferta e
procura é extremamente válida aqui.

Assim, escolher imóveis com as características de aluguéis elevados pode parecer uma
boa opção.

Entretanto, mais que isso, é importante o gestor praticar preços próximos dos praticados
na região do imóvel.

Muito barato, obviamente, indica perda de dinheiro potencial e muito caro indica que o
locatário pode sair do imóvel num intervalo curto de tempo e dificilmente se conseguirá
um novo locatário com aluguel parecido.

Em alguns casos o locatário também pede para negociar o aluguel antes de sair, o que
pode gerar uma queda, pois o valor do aluguel sempre tende ao praticado pelo mercado
no mesmo tipo de imóvel na mesma região.
Resumo da ópera:  os melhores fundos imobiliários praticam preços de aluguéis em
acordo com as características de cada região do imóvel, nem demasiadamente barato ou
caro em relação aos preços tipicamente praticados.

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Área Bruta Locável (ABL)


Representa toda a área disponível do imóvel para se explorar comercialmente.
Claramente, analisar a ABL é extremamente importante pois tendo o valor por m², temos
o quanto efetivamente será recebido com aluguel.

Quanto mais área bruta locável, mais fontes de rendimentos o fundo irá ter. Assim, o
importante é investir em imóveis que tenham uma grande área para ser comercialmente
explorada.

Resumo da ópera: os melhores fundos imobiliários investem em imóveis que possuem


uma grande área para ser aproveitada comercialmente.

Taxas de administração e gestão


Isso é sempre um custo primário a ser observado em qualquer fundo de investimento.
Representam a maior parte do que onera o investimento.

Quanto menores essas taxas, menos o investidor estará deixando de ganhar em sua
aplicação. Mais uma vez, no site que informamos no começo do texto, é possível
encontrar as taxas de administração e gestão de todos os fundos.

É preciso olhar ainda o tipo de fundo imobiliário. Fundos que não possuem uma
necessidade de gestão ativa devem ter uma taxa de gestão baixa ou mesmo não a ter.
É importante ficar atento, pois algumas gestoras cobram a taxa de gestão referente ao
valor do aluguel que o fundo recebe, outras cobram pelo valor negociado em mercado e
outras ainda pelo valor total do patrimônio avaliado dos imóveis.

Resumo da ópera:  as taxas que um fundo cobra representa grande parte da oneração
do valor da cota. Diminuir esse custo representa uma boa fonte de alavancar seus
investimentos. É importante ficar ligado para o barato não sair caro. É preciso
potencializar a relação custo x benefício. De nada adianta o fundo praticar baixas taxas se
não entregar um rendimento satisfatório.

Inadimplência
Ora, mesmo que os contratos de aluguel sejam firmados com empresas comerciais, e
portanto, sejam de longo prazo e relativamente mais estáveis, o risco de calote ainda está
presente.

Ter inadimplência baixa é primordial na carteira do fundo para não comprometer seus
fluxos de recebimentos.

Além de não ter uma boa inadimplência atualmente, é importante observar o histórico
do fundo. O ideal é que a inadimplência seja baixa e estável.

Resumo da ópera: Os melhores fundos imobiliários administram sua carteira de imóveis


de modo a ter uma inadimplência baixa e estável.

Net Operating Income – NOI


O NOI é a sigla em inglês para Net Operating Income. Este indicador para fundos
imobiliários é algo próximo ao EBITDA quando analisamos empresas, ou seja, uma
medida do lucro operacional do imóvel.

A grande diferença é que o NOI considera toda a receita operacional do imóvel


descontando seus custos operacionais e não leva em consideração juros, impostos,
depreciação e amortização como é o caso do EBITDA.

Assim como para empresas, o lucro operacional (NOI aqui) demonstra o potencial de um
imóvel em pagar financiamentos contraídos pelo investidor assim como é uma espécie
de atestado de saúde financeira de uma propriedade
Resumo da ópera:  Os melhores fundos imobiliários investem em imóveis que têm um
alto NOI e que, portanto, têm uma boa capacidade de gerar lucro.

Conclusão - Escolhendo os melhores Fundos Imobiliários

Investir em fundo imobiliário é uma opção interessante e como qualquer investimento


que seja considerado, analisar os prós e contras é o melhor sempre antes de investir seu
dinheiro.

Os fundos imobiliários possuem algumas peculiaridades que precisam ser melhor


observadas e hoje indicamos indicadores que podem ser analisados para te ajudar a
escolher esses fundos.

A gama de indicadores é grande e assim deve ser, pois lembre-se que nunca devemos
tirar conclusões observando apenas uma métrica isolada. Para qualquer investimento,
tenha sempre isso em mente e tente avaliar o conjunto de diferentes pontos de vista.
Quais são os riscos dos investimentos?

Não existe investimento sem riscos. Mesmo aqueles considerados como mais seguros
oferecem algum ponto de atenção. E isso não deve te assustar, mas sim ser um motivo
para entender o que existe por trás daquele número apresentado como rentabilidade.  

Para dar os primeiros passos, você precisa compreender três tipos de  principais riscos
dos investimentos. São eles:
Risco de crédito
Consiste na chance do pagamento do seu investimento não ser realizado em data
acordada — o popular "calote". É mais presente na renda fixa, considerando que
os títulos possuem data de vencimento.

Risco de liquidez
Como já aprendemos ao longo deste guia, refere-se ao risco de não conseguir
resgatar um investimento. Muitos fundos de ações, por exemplo, pedem um
prazo de 30 dias para devolver o dinheiro ao seu cotista. E, após realizar o saque,
você acaba exposto às oscilações do mercado até lá.

Risco de mercado
Representa os efeitos das condições econômicas. Ao investir em um título
prefixado com taxa de 8% ao ano, por exemplo, existe a chance das taxas de juros
superarem esse percentual (9% ou 10%). Neste caso, assumimos o risco de
mercado ao aportar no ativo com a taxa acordada inicialmente. Ou então você
comprar ações e notícias negativas surgirem, desvalorizando o preço daquela
companhia.

Existem muitos outros tipos de riscos que também devemos estar atentos como risco de
oportunidade, risco legal, risco operacional, etc. No entanto, para começar a avaliar os
seus ativos, esses três já podem ser considerados um bom ponto de partida.

Os erros que você não pode cometer ao investir

Por fim, para encerrar o nosso guia, vamos deixar aqui algumas dicas rápidas para
contribuir com os seus primeiros passos como investidor. A seguir, você encontrará
alguns erros comuns de iniciantes que devem ser evitados para não prejudicar a sua
estratégia. Vamos lá!  

Pegar um empréstimo para investir 


Em alguns momentos, podem surgir ótimas oportunidades de investimento. Isso, em
alguns casos, pode te levar a querer aportar mais dinheiro do que tem disponível e
cogitar um empréstimo. De maneira alguma recomendamos essa prática. Na realidade,
ela pode ser altamente prejudicial.  

Não se esqueça de que os empréstimos contém juros. Ou seja, você estaria invertendo


o benefício dos juros compostos e ainda correndo um sério risco de
endividamento.  

Investir é uma maratona e não uma corrida de 100 metros. Tenha paciência em situações
como essa e saiba que as oportunidades sempre vão e voltam no mercado financeiro.

Ignorar a reserva de emergência 

Quando estamos aprendendo a investir, é bem comum que a pressa de montar uma boa
carteira seja maior do que a calma para começar pela reserva de emergência. Esse é
outro erro que você não pode cometer.  

Ao ignorar a reserva de emergência, você pode ser pego desprevenido e se ver obrigado


a vender bons ativos no desespero. Em algumas estratégias, como no mercado de
ações, essa prática será muito ruim, exigindo a venda a qualquer preço. Se você tiver uma
reserva financeira para eventualidades, essa situação não vai aparecer.  

Olhar apenas a rentabilidade  

Como aprendemos neste guia, todos os investimentos possuem riscos. E é justamente


isso que acaba explicando o rendimento de cada um deles. Não faz sentido escolher um
fundo porque ele foi o que mais rendeu nos últimos doze meses sem antes entender o
porquê desse resultado.  

Ao investir com foco apenas no lucro dos produtos, você corre o risco de entrar em ativos
que já perderam o seu potencial de valorização ou, o que é ainda pior,  expor o seu
dinheiro a riscos maiores do que está disposto a assumir para o seu patrimônio.  

Quer começar a investir? Comece aprendendo conosco  7 fatores que você precisa
analisar antes de comprar qualquer ativo. 
Investir em “modinhas”  

Hoje em dia, é muito fácil encontrar conteúdo gratuito na internet, não é mesmo? No
entanto, tome cuidado ao seguir dicas do TikTok ou do YouTube. Nem sempre o produtor
de conteúdo especifica quais são os motivos daquele investimento.  

O que acontece em muitos casos é que os investidores aceitam aquela recomendação e


copiam a sugestão. No entanto, quando o ativo começa a apresentar uma performance
negativa, eles acabam ficando cegos sobre o que fazer em relação ao investimento.  

Tente evitar o “efeito manada” e seguir fazendo o mesmo que outros investidores. É
muito importante compreender os motivos pelos quais você opta por um aporte
justamente para saber o que fazer no futuro, dependendo do próprio desempenho do
ativo.  

Quer seguir aprendendo a investir no mercado financeiro?

Ufa! Chegamos ao final do nosso guia básico de investimentos. Esperamos que ele possa
contribuir com a sua jornada como investidor, assim como os demais materiais
complementares que destacamos ao longo deste conteúdo.  

E você pode seguir aprendendo conosco para acelerar os estudos sobre o mercado
financeiro. Aproveite para conhecer todos os nossos  cursos online, onde conseguimos
trazer uma maior profundidade dos temas que tratamos hoje. Aproveite!

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