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Idade Media – Ocidente – Parte I

Aulas 12, 13 e 14 Prof. Rafinha


seguida à tradição, ensinados pelas autoridades eclesiais, apesar do cui-
I Reinos “Bárbaros” Cristãos dado pedagógico dos bispos e dos seus esforços em vista de conver-
sões profundas.”3
a) Principais Características
9 Aproximação com a Igreja católica
Ì Com a crise de Roma no Ocidente, formam-se • Fortalecimento do poder
uma série de reinos governados por “bárbaros” – “Reis indolentes”
que acabam por cristianizarem-se 6
– Major domus (prefeito do palácio)
“O mundo feudal surgiu do amálgama do mundo greco-romano com o • Administrador do Reino: tributos, comércio e
mundo bárbaro, unidos com a cola do cristianismo”1 leis
• Cargo vitalício e hereditário desde 679
Ì Fusão das culturas dos povos bárbaros com a
cultura romana
– (688 – 741) Carlos Martel [major domus]
– Aspectos romanos: • (732) Batalha de Poitiers (limite da expansão
islâmica)
• Latim
9 Fortalecimento das relações entre os Ma-
• Catolicismo jor Domus e a Igreja Católica
• Colonato 1 – (714 – 768) Pepino, O Breve [major domus]
– Aspectos “bárbaros”: 4 • Vitória sobre o rei Childerico III
• Ausência de moeda comum • Fim da dinastia Merovíngia
• Uso de leis consuetudinárias 2
• Valorização dos guerreiros Ì Dinastia Carolíngia (751 – 987)
– Aliança com a nobreza e o clero
“Assim como para os homens amáveis e pacíficos o repouso é agradá-
vel, assim eles encontram prazer no perigo e na guerra. É considerado • Doação do Patrimônio de São Pedro
feliz aquele que sacrificou sua vida na batalha, enquanto aqueles que • Dízimo obrigatório
envelheceram e deixaram o mundo por um acidente são censurados
como se fossem degenerados e covardes; e não existe algo que mais se
orgulhem do que matar um homem, qualquer que seja ele: como glorioso Ì (742 – 814) Carlos Magno
despojo do assassinato, cortam-lhe a cabeça, arrancam-lhe a pele e co- – Coroação pelo Papa Leão III (Natal de 800)
locam-na sobre seus cavalos de guerra como enfeite (...)”2
“Naquele dia santíssimo da Natividade do Senhor, quando o rei se er-
9 Valorização das pilhagens gueu depois de orar na missa em frente do túmulo do bem-aventurado
Pedro apóstolo, o Papa Leão colocou-lhe uma coroa na cabeça e todo o
9 Comitatus: cultura dos presentes 3 povo dos Romanos o aclamou: ‘Vida e Vitória para Carlos Augusto, co-
roado por Deus grande e pacífico Imperador dos Romanos!’, E depois
Ì Agricultura de subsistência deste louvor foi adorado pelo apostólico à maneira dos antigos príncipes
e, posta de parte a denominação de patrício, foi chamado de imperador
Ì Principais povos: Escandinavos (anglos, saxões e e augusto.”4
jutos); germanos ocidentais (suevos, turíngios,
burgúndios, alamanos e francos) e os germanos • Poder temporal (político) ✕ Poder espiritual
orientais (godos, alanos, vândalos e lombardos) (religioso)
– Tentativa de formar um novo Império Romano
b) O Reino dos Francos (cristão) no Ocidente
– Renascimento Carolíngio
Ì Formação da dinastia merovíngia (481 – 751) • Resgate de aspectos estéticos e culturais
– (466 – 511) Clóvis I greco-romanos
• Batismo e conversão ao cristianismo
9 Disseminação da fé cristã Ì (778 – 840) Luís I, o Pio
– Segunda onda de Invasões “Bárbaras”: vikings
“A cristianização dos campos faz-se por substituição ou de um modo au- (normandos), eslavos, búlgaros, tchecos, mo-
toritário. Dessacralizam-se as forças da natureza e dá-se um novo sen-
tido às festas agrárias, instituindo no seu lugar o culto dos Santos e das rávios, eslovacos e húngaros
relíquias. Estabelecem-se procissões que vão de igreja em igreja para – Proliferação dos castelos
substituir as manifestações rituais destinadas a desviar os desastres cli-
máticos ou a favorecer a produção., No século VII, bispos fazem destruir
os ídolos e construir igrejas nos lugares das peregrinações pagãs. Mas,
Ì (843) Tratado de Verdun
de modo geral, a conversão nos campos consiste, e consistirá durante – Disputa de poder entre os herdeiros
muito tempo, na mera submissão aos costumes cristãos, aos ritos, em

1 GOMES, Daniel. 2015. 3 BAUMGARTNER, Mireille. “A Igreja no Ocidente das Origens às Refor-
2 MARCELLINUS, Ammianus. História, apud Fernando Espinosa, “Anto- mas no Século XVI”. Lisboa: Edições 70, 2015. pp. 111-112.
logia de textos históricos medievais”. Editora Sá da Costa. Lisboa, 1972. 4 Annales Laurissenses. In: M. G. H. – Scriptores, t.I. Hannover, 1826. p.

p. 6. 188.

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– Divisão política do Império Franco 7
“(...) os senhorios estavam divididos em três partes, todas trabalhadas e
• Carlos, o Calvo; Lotário I e Luís, o Germânico exploradas (ainda que não exclusivamente) pelos servos. A reserva se-
• A Igreja não perde territórios nhorial, com 30 ou 40% da área total do senhorio, era cultivada alguns
dias apor semana pelos servos em função da obrigação conhecida como
corvéia. (...). Os lotes (mansi) camponeses ocupavam no conjunto de 40
Ì O Tratado de Verdun e as invasões do século IX a 50% do senhorio. (...). A terceira parte do senhorio, ocupando 20 ou
são fundamentais na formação do feudalismo 30% dele, eram as terras comunais (pastos, bosques, baldios) explora-
– Fragmentação política do ocidente europeu e dos tanto pelo senhor (através de seus servidores domésticos) quanto
pelos camponeses. Aquela área era utilizada para pastagem dos ani-
fortalecimento dos senhores dos castelos mais, para a coleta de frutos e a extração de madeira e – direito exclusivo
do senhor – para a caça.” 6
II Feudalismo
Ì Vida rural
a) Apogeu do Feudalismo: Características – Cidades pouco povoadas 9
Ì Medo 8 Ì Poder político
“Vi um anjo descendo do céu, tendo a chave do abismo e uma grande – Descentralização do poder
cadeia na mão. • O Rei existe, mas com funções limitadas
Ele se apoderou do dragão, da antiga serpente, isto é, do Diabo e Sata-
nás, – Fortalecimento do poder local
e o amarrou por mil anos, e o lançou no abismo, do qual fechou a porta • Maior importância ao Senhor Feudal
e a selou sobre ele, para que ele não enganasse mais as nações até que
fossem cumpridos os mil anos; e depois disto cumpre que ele seja solto
por um pouco de tempo.
Ì Economia de subsistência
Vi também tronos, e se assentaram sobre eles, e foi-lhes dado o poder
de julgar. Vi as almas daqueles que tinham sido decapitados por amor
modelo de economia que NO depende da produo
do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e os que não adoraram
de excedentes
a besta nem a sua imagem, e que não receberam a marca na testa nem
na mão; eles viveram e reinaram com Cristo mil anos.
Os outros mortos não viveram até que fossem cumpridos os mil anos.
Esta é a primeira ressurreição.
Bem-aventurado e santo é o que tem parte na primeira ressurreição; so-
bre estes a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de – Manutenção do comércio em pequena escala
Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos. • Moeda escassa
Quando forem cumpridos os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,
e sairá a seduzir as nações que estão nos quatro cantos da terra, a Go-
gue e a Magogue, e a reuni-las para a guerra, cujo número é como a
Ì Sociedade de ordens ou estamentos
areia do mar.” 5 – Baixíssima mobilidade social
– Altamente influenciada pelo nascimento
Ì Feudo: Proteção militar e religiosa – Dividida por funções
“O conceito de divisão da sociedade em estamentos está na raíz de to-
das as reflexões políticas e teológicas e não se resume aos três esta-
mentos consagrados: clero, nobreza e terceiro estado. (...). No pensa-
mento medieval, o conceito de ‘estado’ ou ‘ordem’ define-se em todos
esses casos pela noção de que cada um desses grupos representa uma
instituição divina, é um elemento na arquitetura do mundo, tão essencial
1 e tão hierarquicamente digno quanto os poderes da hierarquia dos an-
jos.” 7
3 3
Orientação de Estudos:
2
- Redigir um texto dissertativo (curto) que construa uma relação entre os
tópicos abordados em sala e traduza uma compreensão sobre a Forma-
ção e consolidação da estrutura feudal.
. Perguntas essenciais ao texto: Quais foram os fatores culturais que
constituíram os Reinos “bárbaros” cristãos? O Que favoreceu o a forma-
ção do feudalismo? Explique.
- Fazer os exercícios disponíveis na lista de exercícios: Lista 7 – Idade
1- manso senhorial Media – Parte I (HD Virtual)
- [COMPLEMENTAR] Livro 1, Cap. 4, pp 205 – 208, exs.: 10, 12, 15, 24,
26, 32 e 35.
2 - manso servil
- A matéria da aula de hoje está no Livro 1 pp. 184 – 188.

3– manso comunal

5Apocalipse de João 20, 1-15 7 HUIZINGA, John. O Outono da Idade Média. p.86 .
6FRANCO JR, Hilário. O Feudalismo. Editora Brasiliense. São Paulo,
1994. pp.32-33.

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