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ECONOMIA

• O Feudo era a Unidade econômica do Feudalismo – grande


extensão de terra em que eram divididos os reinos
• Terra como principal fonte de riqueza
• Agricultura como principal atividade econômica
• No feudo a produção era caracterizada por ser de subsistência,
procurando a autossuficiência
• Neste período o comércio era caracterizado pela troca
•“As dificuldades na produção agrícola e a carência de alguns
produtos tornavam fundamental a aquisição de produtos de
outras regiões para complementar as necessidades. O sal, o
vinho e o mel são exemplos de produtos que eram
comercializados em feiras locais ou através da atuação de
comerciantes itinerantes.”

“A economia do Ocidente medieval tem por finalidade a


subsistência dos homens. Não vai além disso. Se parece
ultrapassar a satisfação do estritamente necessário, é porque,
com certeza, a subsistência é uma noção socioeconômica e não
puramente material. A subsistência varia segundo as camadas
sociais. À massa basta a subsistência no sentido estrito da
palavra, isto é, o suficiente para substituir fisicamente: primeiro,
a alimentação depois a vestimenta e a casa. Neste sentido, a
economia medieval era essencialmente agrária, baseada na terra
que fornecia o necessário para viver. Esta exigência de
subsistência é de tal maneira a base da economia medieval que,
na Alta Idade Média, quando ela se instalou, procurou
estabelecer cada família camponesa − unidade socioeconômica
− numa parcela padrão de terra correspondente ao necessário
para uma família normal: o manse, terra unius familiae, como diz
Beda.
Para as camadas superiores, a subsistência inclui a satisfação
só lembrar de senhores
• O Feudo dividia-se em :
• Manso senhorial: terras mais férteis, geralmente nas margens dos
rios ou fonte de água local. Tratava-se de terras exploradas em
benefício do senhor, e toda sua produção se dirigia para o
castelo; servos
• Manso servil: incluía aquelas terras exploradas em benefício dos
servos, embora sob sua produção incidissem impostos, ou seja,
uma parte da produção era consumida pelos trabalhadores, e
outra, enviada para o castelo;
• Manso comunal: incluía terras de uso comum ao senhor e aos
trabalhadores, como, por exemplo: pastos (de livre uso pelos
rebanhos do senhor e dos trabalhadores) e bosques (durante
muito tempo, reserva de caça comum).

• Relações de Trabalho – Servidão


• Relação de Exploração caracterizada pela seguinte realidade: -
o senhor feudal permite ao servo habitara em uma porção do
feudo e ali produzir para sua subsistência e de sua família.
• Em troca d direito de morara na terra e dela tirar seu sustento o
servo possuía um conjunto de tributos e obrigações como:
• corveia: o trabalho obrigatório no manso senhorial. Tratava-se
da obrigação essencial, verdadeiro fundamento do sistema de
trabalho medieval;
• talha: porcentagem da colheita feita no manso servil enviada ao
senhor, justificada por sua proteção militar;
• banalidades: porcentagem da produção enviada ao senhor como
forma de remuneração pelo emprego de equipamentos, como
moinho de cereal, prensa de uva (para a produção de vinho) ou
até o forno para assar pães.
• Outros tributos e obrigações poderiam ser:
SOCIEDADE NO MUNDO FEUDAL
• Marcada pela crença na presença do embate constante do Bem
contra o Mal – fruto da importância d religiosidade herdada do
processo de formação do mundo feudal
• O tempo era percebido como um tempo divino, uma lenta
espera e preparação para a morte e o Juízo Final.
• “Os sinos eram como espíritos protetores, cujas vozes
familiares ora anunciavam o luto, a alegria, a paz ou a
desordem; ora conclamavam, ora advertiam” (HUIZINGA, Johan. O outono da
Idade Média. São Paulo: Cosac Naify, 2010.).

• A mulher era vista como sendo inferior aio homem – culpa pelo
pecado original. A relação homem-mulher era vista a partir de
uma interpretação radical da Sagrada Escritura
• “Ao homem cabia estimar e cuidar da mulher que lhe foi
confiada, recebendo em troca seu respeito e submissão. Já o
amor sensual, o desejo, o impulso do corpo, é a perturbação, a

• Possuía caráter estamental – Não havia mudança de classe social – Uma


sociedade de ordens – A posição Social era determinada pelo
nascimento

OR
A

GUERREI
A

TRABAL
HA

"Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam
um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada
qual por sua vez presta seu apoio aos outros". (Bispo Adalberon de Laon)
SUSERANIA E VASSALAGEM
• Sistema de alianças pessoais e ajuda mútua entre os senhores
feudais
• O Suserano é o senhor que sede a outro uma porção de suas
terras dando a este a posse sobre ela
• O Suserano deveria respeitar o senhorio do vassalo sobre a terra
cedida, além de garantir-lhe proteção
• O Vassalo jurava ao seu suserano lealdade e fidelidade, devendo a
este apoio militar a ajuda financeira
• O Vassalo por sua vez poderia ceder parte das terras cedidas a ele
para outro, tornando-se também suserano – formação de uma
rede de mútua dependência e aliança

• A cerimônia que selava a aliança entre suserano e vassalo era


a Homenagem

• “Eis dois homens frente a frente: um que quer servir; o


outro que aceita, ou deseja ser chefe. O primeiro une as mãos
e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro
símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era acentuado
pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece
as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas
quais se reconhece ‘o homem’ de quem está na sua frente.
Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de
acordo e de amizade. Eram estes [...] os gestos que serviam
para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época
PODER POLÍTICO
● Caracterizado pela descentralização política – Cada feudo era
uma unidade Política
● Isto significa que na prática, cada Sr. Feudal governava seu
próprio feudo
● O rei, apesar de algumas prerrogativas especiais não possuía,
na prática, poder de mano sobre os feudos dos outros senhores
feudais
•“Em seus domínios, suseranos e vassalos eram senhores feudais,
responsáveis pelo exercício do poder político e jurídico. O rei,
situado no topo de uma rede de relações de suserania e
vassalagem, ou seja, único suserano que não era ao mesmo tempo
vassalo, era apenas mais um senhor feudal e seu poder efetivo

A IGREJA CATÓLICA NO MUNDO FEUDAL


• A importância da Igreja medieval deriva não apenas da sua
posse de terra mas também do seu importante papel na
manutenção da ordem e da hierarquia social
• Tendo recebido ao longo de séculos uma série de doações e
heranças tornou-se a instituição mais rica e poderosa da Europa
Ocidental
• O clero dividia-se de duas formas distintas:
• Posição dentro da hierarquia
● Alto Clero – Papa, bispos e autoridades importantes(cardeais,
arcebispos...) – exerciam autoridade sobre as terras da Igreja,
como verdadeiros senhores feudais
● Baixo Clero - formado por padres e monges, muitas vezes
provenientes de setores sociais mais humildes,
• Modelo de relação com a instituição
• Contribuía para a legitimação da ordem social vigente como
manifestação da vontade de Deus, sendo, portanto,
inconcebível qualquer rebelião.
• Os movimentos hereges – contestava a Igreja e sua doutrina
• Os cátaros ou albigense
● Movimento surgido no Sul da França e partes da Itália a
partir do século XII.
● Também são conhecidos como albigenses, em referência a
uma importante cidade do sul da França que se converteu ao
catarismo.
● afirmava que toda criação vinculada ao mundo material era
obra de um deus mau ou satã. A um deus bom os cátaros
atribuíam apenas o mundo espiritual. Logo, para os cátaros,
o ideal era o total afastamento das coisas materiais
● Ao desenvolverem novas práticas e rejeitando a autoridade
do clero tradicional, foram perseguidos pela Igreja que

• Os valdenses-
● Defensores do voto de pobreza, surgiram a partir das pregações de Pedro
Valdo,
● Negavam o poder do papa e da Igreja Católica e Purgatório, o culto aos
santos, negavam a importância das relíquias sagradas
● Foram considerados pela Igreja como subversivos e, assim, excomungados
em 1184 pelo papa Lúcio III e perseguidos pela Inquisição.
● Hoje existem igrejas Valdenses em diversas parte do mundo

Papa Francisco com o líder valdense


Eugenio Bernardini . Turim (2015)
● O Tribunal da Inquisição
• Surgiu como um tribunal Eclesiástico com o objetivo de julgar,
perseguir e condenar os hereges
• O Tribunal do Santo Ofício foi instituído pelo Papa Gregório IX,
em 1233, voltado inicialmente na luta contra os Cátaros.
• Posteriormente tronou-se um instrumento da Igreja para combater
hereges e os que eram acusados de bruxaria
• Os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram
condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão
temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os
condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
• As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos
constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as
práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos
de ervas ou outras substâncias.
• Vale ressaltar que quem executava o herege condenado não era a

Querela das Investiduras


● Gregório VII x Henrique IV
● Disputa de poder – O imperador buscava impor sua
autoridade sobre os clérigos do sacro-império
● O imperador é excomungado em 1076 ao não aceitar a
autoridade papal
● Entrevista de Canossa – o imperador se humilha e perde
perdão ao Papa
AS CRUZADAS
O cristianismo europeu contra o islã

DEFINIÇÃO
➢ Expedições militares dos cristãos europeus com o objetivo
de libertar a Terra Santa do domínio islâmico. Tal era o
desejo cristão desde muito, já que a Terra Santa(Jerusalém)
estava sob o domínio islâmico desde o século VII)
➢ Foram convocadas pelo Papa Urbano II no Concílio de
Clermont, em 1095
➢ Deve-se levar em consideração o valor dado pelos cristãos
europeus às peregrinações, consideradas fontes de Graça
Divina e as dificuldades de realizá-las em visita ao Santo
Sepulcro que estava sobre o domínio dos turcos islâmicos
➢ Muitas vezes o fervor religioso dos cruzados acabava se
voltando contra outros grupos não cristãos, como muitos
judeus atacados pelas hordas cristãs em seu caminho em
direção a Jerusalém Concílio de Clermont
MOTIVAÇÕES E INTERESSES
➢ Religiosos
• Para a cristandade europeia em geral - combater a expansão
islâmica e expandir o cristianismo católico em direção ao Oriente,
bem como garantir o perdão dos pecados e a salvação eterna
• Pra a Igreja – Expectativa de reunificação da cristandade
vislumbrando uma possível reunificação com a Igreja Ortodoxa
•“A possibilidade de armar um exército, e enviá-lo para o Oriente
por meio do Império Bizantino, era vista pelo papa como uma
forma de projetar sua influência em territórios que haviam
escapado de sua autoridade e se colocar como grande protetor de
toda cristandade, com os respectivos dividendos políticos.”
➢ Socioeconômicos
• Para os nobres e cavaleiros – a possibilidade de conquistar terras
no Oriente
• Para muitos reis europeus, a ida à Terra Santa era uma

➢ Há de se considerar que as cruzadas tenderiam a diminuir tensões entre


europeus e unir forças contra os “infiéis muçulmanos – aliviaria as
pressões sociais dentro da Europa
•“Deixai os que até agora estavam acostumados a se bater, impiedosamente,
entre si, em guerras particulares, lutar contra os infiéis [...]. Deixai os que
até aqui foram ladrões se tornar soldados. Deixai aqueles que outrora se
bateram contra seus irmãos e parentes lutar agora contra os bárbaros, como
devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários, receber
agora a recompensa eterna [...] tomai o caminho do Santo Sepulcro;
arrebatai aquela terra à raça perversa e submetei-a a vós mesmos. Essa é a
terra em que, segundo a escritura, jorra leite e mel [...]. Jerusalém é o
centro do mundo, e sua terra é mais fértil que as outras.” (Papa Urbano II,
1095.)
AS CRUZADAS
➢ Primeira Cruzada (1096-1099)
• Dividida em dois momentos: a dos Mendigos, e a dos Nobres
• Antes da partida dos cavaleiros, um grupo de fiéis exaltados,
originários das baixas camadas sociais, partiu em direção a
Jerusalém, sob a liderança do místico Pedro, o Eremita. Sem
organização, armamento e sistema de abastecimento, a Cruzada
dos Mendigos foi totalmente destruída
• Em 1096, partiram oficialmente os cavaleiros da Primeira
Cruzada que conquistaram diversas regiões vizinhas e
posteriormente Jerusalém (1099), massacrando a população e
distribuindo terras entre cavaleiros cristãos
➢ Segunda Cruzada (1147-1149)
➢ Tentativa de reforçar o reino de Jerusalém diante da
rearticulação dos exércitos turcos

➢ Quarta Cruzada (1202-1204)


• Convocada por Inocêncio III com a finalidade de conquistar o Egito.
• Financiada pelos mercadores de Veneza e viciada em suas origens pelo interesse mercantil,
acabaria inteiramente desvirtuada de seus objetivos cristãos
• Ficou conhecida como Cruzada Comercial e assinalou o declínio mercantil de
Constantinopla e a ascensão das cidades italianas, que passaram a monopolizar o comércio
de especiarias no Mediterrâneo
• Saqueou Constantinopla e provocou a fuga temporária do imperador bizantino. Até 1261,
os venezianos controlariam a cidade por meio do Reino Latino de Constantinopla
➢ O movimento se estendeu até o final do século XIII, mas as demais Cruzadas (da
Quinta a Oitava) não tiveram sucesso
➢ Em 1212, da Cruzada das Crianças, que partia da concepção segundo a qual somente
“almas puras” poderiam ter sucesso no combate em uma Terra Santa. A expedição
fracassou, e as crianças capturadas foram escravizadas e vendidas no norte da África.
Muitas morreram ao longo dos caminhos em direção ao Oriente
CONSEQUÊNCIAS
➢ Fracasso religioso quanto às intenções de tomar Jerusalém e
reunificar a cristandade, reunindo Igreja Católica e Ortodoxa em
uma só Igreja. – Jerusalém permanece sob domínio islâmico e a
Igreja Ortodoxa se distancia da Igreja Católica Romana
• Deve-se notar portanto, a garantia do direito de peregrinação dos
cristãos europeus à Terra Santa, garantido após a terceira cruzada
➢ Desenvolvimento de um “ideal cruzadístico” – de combate aos
infiéis e expansão da fé - como traço característico da
mentalidade europeia. Tal traço vai motivar outros movimentos
como a expansão alemã em direção ao leste e a reconquista cristã
da península Ibérica (Guerra de Reconquista)
➢ Abertura das Rotas Comerciais do Mediterrâneo – permitiram a
chegada de produtos orientais na Europa pelo Mediterrâneo,
contribuindo para o crescimento do comércio europeu. Isto se
relaciona como causa ao enriquecimento das cidades italianas,
responsáveis por intermediar grande parte do comércio entre o

RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO


DA BAIXA IDADE MÉDIA
DEFINIÇÃO E FATORES
● Período caracterizado pelo crescimento do comércio e da vida e atividades
urbanas entre os séculos XII e XIII (Baixa Idade Média)
● Fatores:
➢ Chegada de produtos Orientais a partir da Cruzadas
➢ Período de Paz no interior da Europa e ausência de catástrofes (Epidemias,
cheias, secas etc.)
➢ Novas Técnicas de Produção – Sistema rotativo, uso da charrua com
aperfeiçoamento da tração animal e do moinho d’água

“Intervém também uma melhor preparação do solo: generalização da


prática das três etapas sucessivas, capinar, revolver os torrões e arar.
Mas o essencial é, seguramente, o progresso da técnicas de cultivo,
com a passagem do arado romano para a charrua... permite explorar
os solos pesados das planícies da Europa do Norte, obtendo graças a
relha(lâmina de metal que abre o solo e facilita a penetração de
aiveca) cultivos mais profundos e mais eficazes...
Mas esse progresso só tem verdadeiramente sentido na medida em que
ele se integra em um novo sistema técnico, igualmente caracterizado
pela tração animal. Os bois, tradicionalmente utilizados, cedem
progressivamente lugar aos cavalos, mais fortes e mais energéticos,
capazes de puxar um aparelho mais pesado e de desentalar a charrua
encalacrada em um solo denso.” (Baschat, Jérôme. A Civilização
Feudal: do ano 1000 à Colonização da América. São Paulo: Globo
2006)

● Crescimento da produção europeia e aumento da população


“...em três séculos(de fato entre 1050 e 1250), a população da Europa
Ocidental dobra, ou mesmo triplica em certas regiões. Tal crescimento
demográfico jamais havia sido alcançado na Europa desde a
● Achegada de produtos Orientais, associada ao crescimento da produção e da população
europeias, levaram ao crescimento da atividade comercial e das atividades e da vida
urbana

AS MUDANÇAS
● Desenvolvimento de uma economia monetária – Comércio de compra e venda / cunhagem
e circulação de moedas
• Alterações: nova mentalidade produtiva (produzir para ganhar dinheiro), alterações na
relação entre senhores e servos (tributos em dinheiro)
“Mas a situação se modificara. O mercado crescera tanto que qualquer colheita superior às
necessidades do camponês e do senhor poderia ser vendida. Em troca, o camponês recebia
dinheiro. Ainda não estava muito acostumado ao seu uso, mas familiarizava-se com ele, e
sabia da existência de uma nova classe de pessoas, os comerciantes, que não se enquadravam
no velho esquema de coisas. Prosperava, e a cidade próxima era um lugar maravilhoso onde
servos como ele tinham ocasionalmente perambulado e gostado. Nesse mundo em
transformação havia uma oportunidade real para gente como ele. Se trabalhasse mais, fizesse
colheitas superiores às suas necessidades, poderia reunir algum dinheiro com o qual − talvez −
lhe fosse possível pagar em dinheiro os serviços que devia ao senhor. Se o senhor não aliviasse
o peso que recaía sobre seus ombros, poderia então ir para a cidade ou para uma região não-
cultivada, onde servos como ele abriam as florestas e recebiam em pagamento terras isentas
de impostos ou taxas.
Mas o senhor estava pronto a trocar o trabalho do servo pelo dinheiro. Também ele se havia
familiarizado com o dinheiro e com seu valor num mundo em transformação. Tinha muita
necessidade dele para pagar as belas roupas do Oriente que comprara na feira há alguns
meses. E havia também uma conta antiga do armador, pela bonita cota de malha comprada

● Desenvolvimento da atividade bancária


● Surgimento de um novo grupo social: burguesia
“Em um esboço geral, podemos dizer que os habitantes dos burgos, basicamente comerciantes
e artesãos, eram chamados de burgueses. Coma expansão do comércio e do artesanato, houve
uma ascensão social da burguesia, ou seja, do grupo de homens de negócios que viviam nas
cidades...”
● Formação de Corporações de Ofício ou Guilda e Hansas
• Corporações de Ofício
● Associações pessoas qualificadas para trabalhar numa determinada função, que se uniam em
corporações, a fim de se defenderem e de negociarem de forma mais eficiente.
● Tinham o objetivo de regulamentar as profissões e o processo produtivo artesanal, evitar a
concorrência, bem como garantir a segurança de seus membros.
● Eram formadas hierarquicamente por Mestres (donos das oficinas que possuíam os maiores
conhecimentos no ramo), Oficiais ou Companheiros (trabalhadores remunerados e mais
experientes) e os Aprendizes (trabalhadores não remunerados no início da profissão).
• Hansas
● Confederação comercial de várias cidades portuárias do Norte da Europa, do mar do Norte e
do mar Báltico, para proteção do seu comércio contra os piratas e defesa dos seus privilégios
● Diferente das Corporações de Ofício, que eram intrínsecas às cidades, as Hansas reuniam
diversas cidades em prol de interesses comerciais comuns
● A Liga Hanseática foi uma aliança de cidades mercantis — alemãs ou de influência alemã —
que estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre quase todo norte d Europa e Báltico,
chegando a abranger cerca de 100 cidades.

● Movimento Comunal
• Submissão das cidades aos senhores feudais
• Com o crescimento do comercio as cidades passaram a buscar autonomia – luta do
século XI ao século XIII
• Obtenção por meios pacíficos – associada ao pagamento de indenização aos senhores
feudais
• Muitas vezes marcada por conflitos em que a burguesia recorre ao rei para lutar contra
o domínio senhorial

• Cartas de Franquia – assegurava independência da cidade e diretos adquiridos como:


arrecadar impostos em proveito próprio, libertar-se dos tributos ao senhor feudal,
relativa autonomia administrativa e jurídica
CRISE FEUDAL DO SÉCULO XIV

ANTECEDENTES
➢ Crescimento da atividade comercial e das atividades e da Vida Urbana –
Renascimento Comercial e Urbano
➢ Economia de Mercado, formação da Burguesia, Atividade Bancária
➢ Início das mudanças nas estruturas feudais – Aumento das contradições
internas do sistema
A CRISE – APÓS A EXPANSÃO, A RETRAÇÃO
➢ Fatores:
• Grande Fome:
● Problemas nas colheitas / desequilíbrio entre o crescimento da
produção e da população – Fome generalizada em diversas
regiões da Europa
• Peste Negra ou peste Bubônica
● Doença transmitida, inicialmente, pela picada da pulga do rato
contaminado
● Provocada pela bactéria Yersinia pestis
● Originada no Extremo Oriente (China), chega a Europa em
navios pelo Mediterrâneo
● Expandiu-se rapidamente por diversas regiões da Europa em
virtude: falta de higiene, precariedade de saneamento,

Transmitida ao homem pela pulga do rato negro, apeste bubônica, que havia poupado a Europa
desde a época de Justiniano, ataca de novo. Trazida do Oriente pelas galeras genovesas, ela se
espalha por toda a Itália, na França, na Inglaterra e na Península Ibérica ao longo do ano de 1348
e, no ano seguinte, no domínio germânico, centro-europeu e escandinavo. Brutal, a mortalidade
provocada pelo bacilo da peste espalha-se rápida e maciçamente. Os doentes sucumbem em alguns
dias, sem remédio nem alívio possíveis; cidades e aldeias são cobertas de cadáveres, que os
sobreviventes penam para enterrar com decência. No dizer das testemunhas, toda a organização
social, até os laços familiares, é violentamente perturbada por isso. Segundo Guy de Chauliac,
médico do Papa, a mortandade e o medo que ela suscitava eram tão vivos que “as pessoas morriam
sem servidor e eram enterradas sem sacerdote. O pai não visitava seu filho,nem o filho visitava seu
pai: a caridade estava morta e a esperança, abatida”
• Guerra dos Cem Anos (1337-1453)
● Confronto entre Inglaterra e França
● Motivado pelas disputas em torno da região de Flandres e pela
sucessão aotrono
- Sucessão ao trono francês
francês:
Morte de Carlos IV, sem herdeiros
Interesse de Eduardo III, da Inglaterra (Neto de Felipe IV, que havia sido rei
da França de 1285 a 1314)
Apoio de obre franceses Felipe de Valois (Felipe VI)

● Amplia a Azincourt,
Batalha de mortalidade1415 na Europa, prejudica
Batalha a atividade
de Castillon, 1453
produtiva, desarticula rotas de comércio
● Contribuiu para o enfraquecimento da nobreza francesa

Filipe VI, o Afortunado (r. 1328-1350)


João II, o Bom (r. 1350-1364)
Carlos V, o Sábio (r. 1364-1380)
Carlos VI, o Louco (r. 1380-1422)
Carlos VII, o Delfim (r. 1422-1461)

Eduardo III de Inglaterra (1327-1377)


Ricardo II de Inglaterra (1377-1399)
Henrique IV de Inglaterra (1399-1413)
Henrique V de Inglaterra (1413-1422)
Henrique VI de Inglaterra (1422-1461)
EFEITOS DA CRISE
➢ De um modo geral: redução da população, da produção, do comércio e
retração das atividades urbanas
➢ Reflexos sociais-políticos
• Burguesia : Atingida pelo declínio do comércio – Necessidade de
recuperação e expansão da atividade comercial. Necessita dar fim aos
entraves feudais para tal fim (unificar moeda, comércio, sistema de pesos e
medidas) – APOIO A CENTRALIZAÇÃO DO PODER NAS MÃOS DO
REI
• Nobreza : Super exploração dos servos – Revoltas camponesas –
Necessidade de segurança e manutenção de seus privilégios – APOIO À
CENTRALIZAÇÃO DO PODER NAS MAÕS DO REI

Formação das Monarquias Nacionais

➢ Monarquias Nacionais
Centralização do Poder

Unificação Política e Territorial

Unificação Econômica e Monetária

Unificação Militar

Unificação Jurídica e Legislativa

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