Você está na página 1de 3

IFB – Campus Planaltina

Professora: Viviane Evangelista dos Santos Abreu


Disciplina: Algas e Criptógamas
Aluno: Emanuel Natanael

Etnobotânica de Briófitas e Pteridófitas


O estudo das plantas há muito foi praticado por nossos ancestrais, mas de uma
forma mais prática, em que primeiro se usava para depois saber o que aconteceria. Os
índios possuíam e possuem esse conhecimento e passaram de geração em geração ao
passo que ainda muito desse conhecimento persiste, mesmo que não tão forte quanto
antes.
Esse conhecimento popular passou a ser visto com outros olhos pela sociedade
acadêmica, ou seja, aqui é tratado por especialistas em áreas ligadas à botânica, tal
como antropólogos, botânicos, inclusive médicos e engenheiros. Esse tema está ligado a
junção do conhecimento popular e também da ciência clássica, agregando assim
conhecimento de ambos os lados, num escopo central.
Como apresentado pela pesquisadora SALDANHA (2019, p. 64), as plantas
mais simples (briófitas) em relação a comunidade, passa batido, por muitas vezes aos
olhos humanos, pois, sem o conhecimento específico necessário, apenas fica conhecida
como planta ornamental, veja:
“(...)As briófitas aqui são apresentadas como
agentes externos que se beneficiam e dependem
da natureza, portanto devem preservá-las, sendo
vista como uma estrutura isolada da natureza.
Isso também aplica-se na relação do homem-
natureza, quando se ver isolado da mesma, por
serem tão pequenas, passam despercebidas aos
olhos humanos, e não recebem tanta atenção
como as plantas de grande porte. (...)”

Desse estudo, foi possível ser identificado 5 famílias: Calymperaceae,


Leucomiaceae, Sterophylaceae, Hypnaceae e Pottiaceae e uma espécie. Onde nenhuma
era utilizada pelos entrevistados, mas que possuem potencial para ação contra alguma
doença, como por exemplo a LEUCOMIACEAE, que nasce em locais sombreados e
troncos caídos.
Do mesmo modo, o pesquisador REINALDO (2015, p.29), faz esse
levantamento de dados em comunidades às proximidades de lugares tendenciosos a
crescimento de samambaias e espécimes de pteridófitas, e chega ao resultado de que a
interação da comunidade com essas plantas é de bom uso e muito conhecimento dali é
possível ser compartilhado, apresentado nesse trecho:
“(...) Como exemplo a “palminha”, nome popular
de Phlebodium aureum (L.) J.Sm. é empregada
para curar pitiríase versicolor, infecção fúngica
localmente conhecida como pano branco. Um
dos informantes da comunidade Boa Esperança
descreve o seguinte: “Essa é própria para pano
Branco”. Além disso, na comunidade Espinhaço,
Macrothelypteris torresiana (Gaudich.) Ching,
foi citada para impedir a queda de cabelo, (...)”

Em suma, o resultado que é possível ser retirado dessas entrevistas é que, em


alguns casos, espécimes podem ser utilizadas para tratamentos e doenças, não graves,
como o caso da Blechnum occidentale L., comprovadamente, utilizada como analgésico.
Concluímos então que os estudos das plantas, o estudo da Etnobotânica, tem de
fato um peso muito grande quando se trata de fomentar o conhecimento nesse ramo. O
que vale, apesar da ciência, é o conhecimento popular, que faz gerar estudos a respeito
do que foi levantado pela comunidade utilizadora das plantas. É com grande sabedoria e
respeito que muitas comunidades lidam com as plantas, e isso se mantém.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SALDANHA, Larissa de Souza. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS E O


LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DA BRIOFLORA EM HUMAITÁ - AM,
BRASIL. 2019. 99. Dissertação de Pós-Graduação – Universidade Federal do
Amazonas, Humaitá - AM, 2019.

REINALDO, Rafael Corrêa Prota dos Santos. O PAPEL DE SAMAMBAIAS E


LICÓFITAS EM FARMACOPEIAS LOCAIS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE
DO BRASIL. 2015. 78. Dissertação de Pós-Graduação – Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife, 2015.

Você também pode gostar